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Ranking dos 10 Melhores Filmes de Lindsay Lohan

Ranking dos 10 Melhores Filmes de Lindsay Lohan

Beatriz Coutinho

Beatriz Coutinho

Editor JustWatch

Entre filmes adolescentes clássicos dos anos 2000, projetos com um toque mais dramático e comédias românticas recentes, a atriz Lindsay Lohan tem uma carreira extensa com longas que marcaram a cultura pop e conquistaram muitos fãs ao longo dos últimos anos.

Nesta lista da JustWatch, confira quais são os 10 melhores filmes de Lindsay Lohan e em quais serviços de streaming assistir agora que a aguardada sequência, Uma Sexta-Feira Mais Louca Ainda, está chegando ao streaming.  

1. Meninas Malvadas (2004)

Sem dúvidas o longa mais icônico da carreira de Lindsay Lohan, Meninas Malvadas é mais que um simples filme, ele é um fenômeno da cultura pop dos anos 2000, que continua sendo usado como referência para novas produções adolescentes e segue na memória de muita gente — afinal de contas, quem nunca combinou de usar rosa às quartas-feiras na escola, faculdade ou trabalho?

O filme tem a mesma pegada de As Patricinhas de Beverly Hills, com um roteiro afiado, que funciona como uma sátira do ensino médio e de suas dinâmicas sociais, e acompanha a inocente, mas inteligente Cady, personagem de Lohan. Ela vive uma aluna novata que depois de anos recebendo educação domiciliar, entra para uma típica escola estadunidense aos 16 anos, repleta de regras não escritas que ela não faz a menor ideia de que existem. 

Além de contar com outras grandes atrizes, como Rachel McAdams no papel da vilã Regina George, e Amanda Seyfried como a linda, mas estúpida Karen, o filme ainda inspirou um musical da Broadway e o recente filme Meninas Malvadas: O Musical — no qual Lohan faz uma participação especial. 

2. Sexta-Feira Muito Louca (2003)

Assim como Meninas Malvadas, mas com um foco maior em interações familiares ao invés de escolares, e um marco na carreira de Lindsay Lohan, Sexta-Feira Muito Louca é um verdadeiro caso de remake que ficou mais famoso que sua versão original. Com uma história emocionante e a química perfeita entre Lohan e Jamie Lee Curtis, que atuam de forma hilária juntas, o filme se manteve na memória afetiva de muita gente que o assistiu durante a adolescência.

E é com muita sinceridade e comédia que o longa aborda justamente esta fase conturbada da vida, fazendo Anna Coleman, a adolescente interpretada por Lohan, e sua mãe, a Dra. Tess Coleman, papel de Curtis, trocarem de corpos depois de comerem um biscoito da sorte misterioso. O filme é uma verdadeira aula de empatia, mostrando como mãe e filha precisavam dessa mudança tão drástica para entenderem uma à outra, como uma mistura de De Repente 30 com Valente.

O sucesso e a nostalgia são tão grandes que a continuação Uma Sexta-Feira Mais Louca está chegou às telonas após mais de 20 anos, trazendo uma nova troca de corpos agora que Anna é mãe, e se prepara para também se tornar madrasta, e Tess é avó — no entanto, desta vez o evento não afeta somente as duas, o que causa uma confusão ainda maior. Uma sequência que apenas solidifica o impacto cultural de Sexta-Feira Muito Louca. 

3. Operação Cupido (1999)

O primeiro filme da carreira de Lindsay Lohan, lançado quando ela tinha apenas 13 anos, já mostrava seu grande potencial como atriz. Assim como Sexta-Feira Muito Louca, adapta um filme anterior (O Grande Amor de Nossas Vidas) de forma bastante icônica e divertida. Com Lohan no papel de gêmeas, Operação Cupido parece apenas uma comédia infantil diante de Meninas Malvadas e Sexta-Feira Muito Louca, mas é uma lição sobre laços familiares e a força do amor na história das irmãs Annie James, uma pré-adolescente refinada de Londres, e Hallie Parker, a irmã californiana descolada dela — personalidades distintas que a mini-Lohan soube interpretar muito bem, levando muitos a acreditarem que eram interpretadas por atrizes gêmeas. 

Além do clima de férias que torna a história leve, o longa brilha ao mostrar como as gêmeas, separadas pelos pais no nascimento, unem inocência e criatividade contagiantes para criar um plano surpreendente: trocar de lugar uma com a outra, com o objetivo de conhecerem a mãe e o pai presentes que nunca tiveram — se você gosta do clássico As Namoradas do Papai, Operação Cupido tem tudo para ganhar seu coração também. 

4. A Última Noite (2006)

Agora vamos nos afastar um pouco das comédias românticas e filmes adolescentes para falar sobre A Última Noite, do diretor Robert Altman, um filme que geralmente não vem à cabeça das pessoas quando elas pensam em Lohan, mas que certamente merece uma chance, justamente por mostrar a atriz trabalhando fora de sua zona de conforto. 

Nessa dramédia melancólica sobre um programa de rádio prestes a acabar, Lindsay interpreta Lola, a introspectiva, mas levemente cínica filha da cantora veterana Yolanda, interpretada por Meryl Streep. Dividindo cenas com este e outros grandes nomes, Lohan entrega momentos discretos, mas impactantes, que fazem o público lembrar de sua personagem neste longa sobre o amor à arte, a passagem do tempo para tecnologias que passam a ser lidas como obsoletas e a busca impiedosa pelo lucro — premissas que lembram Cantando na Chuva. Certamente, um papel marcante na carreira da atriz que prova que tem um alcance amplo. 

5. Herbie - Meu Fusca Turbinado (2005)

Em Herbie - Meu Fusca Turbinado, Lohan mostrou mais uma vez como era capaz de carregar grandes franquias nas costas, mesmo sendo bastante jovem, na época com 19 anos. Nesta versão, que é o filme mais recente do fusca “vivo” e cheio de personalidade que já havia aparecido em outros cinco filmes da Disney, é Lohan quem comanda o volante.

Aqui, a atriz interpreta Maggie Payton, uma jovem competitiva que faz parte de uma família de pilotos do famoso circuito de corrida Nascar, mas foi proibida de correr por Ray (Michael Keaton), seu pai superprotetor. Juntos, Herbie e a personagem, que Lohan interpreta com paixão, transformam o filme em uma verdadeira sessão da tarde no melhor sentido possível: entregando uma história emocionante e engraçada, que apresentou o carro para uma nova geração e trouxe uma protagonista feminina forte e determinada — de forma parecida com Driblando o Destino, mas aqui, com carros. Pode não ser um papel tão profundo quanto o de A Última Noite, mas Lohan certamente traz uma protagonista única. 

6. Machete (2010)

Provavelmente um dos maiores pontos fora da curva na carreira de Lohan (mais ainda que A Última Noite), e diferente de tudo o que ela vinha fazendo desde então na época do lançamento, Machete é a expansão de um falso trailer inserido no filme Grindhouse, uma colaboração entre os diretores Robert Rodriguez e Quentin Tarantino que deu o que falar, principalmente por ser uma produção de ação ultraviolenta com estética de exploitation. O filme mostra como a atriz vinha se afastando de produções sempre iguais às que a tornaram conhecida, como as comédias adolescentes.

No longa, que tem uma pegada de Kill Bill - Volume 1 e El Mariachi, Lohan interpreta April Booth, uma jovem problemática, viciada em adrenalina e com um gosto peculiar por armas de fogo, que deixou uma marca em quem a viu na icônica cena em que a personagem aparece vestida como uma freira, uma ousadia que brincava com estereótipos e subvertia expectativas. Na época, apesar da mídia focar na fase conturbada que Lindsay vinha passando, ela foi muito elogiada por colegas de set e por Rodriguez por seu comprometimento com o filme e talento como atriz.

7. Uma Quedinha de Natal (2022)

Uma Quedinha de Natal é um longa importante para a carreira de Lindsay e para os fãs da atriz, pois marcou o retorno dela aos filmes depois de um longo tempo afastada dos holofotes. E se você ama comédias românticas, filmes natalinos e quando unem essas duas coisas em uma só, como O Amor não Tira Férias e Simplesmente Amor, este é o filme perfeito, pois entrega a clássica fórmula dos filmes de Natal com uma boa dose de nostalgia.

Aqui, acompanhamos Lohan interpretando Sierra Belmont, a herdeira mimada de um império de hotéis, que perde a memória após um acidente de esqui e acaba sendo acolhida por um viúvo bondoso (Chord Overstreet) e sua filha. Com lições clichês, mas emocionantes sobre a importância das coisas simples da vida, o filme entrega muita neve, roupas temáticas e um roteiro aconchegante, além da química brilhante entre Lohan e Overstreet. Apesar de não ter o apelo dos filmes clássicos da atriz, como Sexta-Feira Muito Louca e Operação Cupido, este marca o começo de uma nova era na carreira da atriz, que desde então vem fazendo filmes parecidos. 

8. Confissões de uma Adolescente em Crise (2004)

Em mais um retrato divertido sobre a adolescência, Lohan é a protagonista de Confissões de uma Adolescente em Crise, Lola Steppe. Apesar de não ter alcançado o mesmo sucesso de outros filmes do mesmo ano, como o próprio Meninas Malvadas, o longa é ótimo, especialmente por sua trilha sonora divertida e por mostrar duas melhores amigas tão diferentes uma da outra em uma aventura memorável.

No filme, Lola sonha ser uma grande atriz, mas esse desejo vai por água abaixo quando ela é forçada a deixar a cidade perfeita para isso, Nova York, por um subúrbio em Nova Jersey. Ao lado de Ella, sua nova melhor amiga e uma das garotas mais tímidas e menos populares do colégio, Lola encontrará as formas mais criativas de tentar alcançar seus objetivos. Confissões de uma Adolescente em Crise celebra os dramas da adolescência ao invés de ridicularizá-los e é isso que torna a produção tão especial, lembrando produções como Na Trilha da Fama e High School Musical.

9. Pedido Irlandês (2024)

Estrelando uma comédia romântica mais madura, assim como Uma Quedinha de Natal, Lohan é a protagonista de Pedido Irlandês, um romance leve, mas com clima de conto de fadas moderno por conter elementos da mitologia celta irlandesa. De forma reconfortante e sutil, o filme é capaz de derreter o coração de qualquer pessoa que assisti-lo, especialmente por explorar a temática romântica com uma situação delicada pela qual todo mundo já passou nessa vida: um amor não correspondido.

Ambientado na Irlanda, o filme mostra a história de Maddie, uma editora de livros que é apaixonada em segredo por James Thomas (Ed Speleers), o autor com quem trabalha. Quando ela recebe a notícia de que a melhor amiga dela e James vão se casar e que ela será convidada para a celebração, um toque de magia invade a trama trazendo algo em que Lohan já é craque, uma troca de corpos (assim como Sexta-Feira Louca mas de forma menos inventiva) e um questionamento importante: aquilo que queremos é o que realmente precisamos? Se você se apaixonou pelo toque fantasioso de Questão de Tempo, vai adorar Pedido Irlandês.

10. Bobby (2006)

Do mesmo ano de A Última Noite, Bobby é outro filme em que Lohan interpretou uma personagem diferente das que costumam associar à ela, um drama histórico ambicioso que reconstitui as horas que antecederam o assassinato do senador Robert F. Kennedy em 1968, mais uma das mortes trágicas que envolvem a família Kennedy nos Estados Unidos. A estrutura do filme, que acompanha a vida de mais de 20 personagens relacionados ao caso, lembra o clássico Nashville.

Aqui, Lohan interpreta Diane, uma jovem idealista que se casa com seu amigo William Avary (Elijah Wood), apenas para impedir que ele seja enviado à Guerra do Vietnã. Embora o papel de Lindsay não seja muito grande, sua performance é bastante sensível, o que faz com que a personagem consiga convencer o público da atmosfera da época: um momento dos anos 1960 em que os EUA precisavam de esperança, depois de já terem perdido John F. Kennedy e Malcolm X. Certamente mostrou o potencial de Lohan para atuar em diferentes gêneros. 

Saiba Onde Encontrar o Elenco de ‘Seinfeld’ Após o Sucesso da Sitcom

Saiba Onde Encontrar o Elenco de ‘Seinfeld’ Após o Sucesso da Sitcom

Bruno Pinheiro Melim

Bruno Pinheiro Melim

Editor JustWatch

Rotineiramente vendida como um ‘show sobre nada’ (afinal, sobre o que é mesmo a série?), Seinfeld contou com nove temporadas ao longo dos anos 90, e é conhecida até hoje como uma das mais revolucionárias (e icônicas) sitcoms da história da televisão. 

Com um formato arrojado e híbrido, iniciando quase sempre seus episódios com um trecho de stand-up do próprio Seinfeld, e abordando abertamente temas tabus para a época, a série pavimentou o caminho da comédia norte-americana, tanto no que diz respeito às sitcoms, como também do stand-up comedy moderno, ao explorar a peculiar vida cotidiana de Jerry Seinfeld e seus amigos.

Neste guia da JustWatch, saiba como matar as saudades dos atores que protagonizaram Seinfeld durante quase uma década, por meio de filmes e séries dos quais eles participaram após o sucesso da sitcom. Não esqueça também de conferir onde assistir a cada produção citada!

Jerry Seinfeld (Jerry Seinfeld)

Jerry Seinfeld interpreta uma versão ficcional dele mesmo em Seinfeld, série criada pelo próprio em conjunto com o comediante Larry David. Na sitcom, o protagonista compartilha algumas paixões semelhantes com a sua persona real, sendo a principal delas a comédia stand-up. Não à toa, após interpretar de forma envolvente o sarcástico e otimista comediante na série que explora o cômico dia a dia de Seinfeld e seus amigos, o ator continuou sua carreira atuando em palcos de stand-up comedy ao redor dos Estados Unidos.

Sua versão ‘inventada’ dele próprio ficou tão conhecida, que Jerry explorou as diversas possibilidades desse tipo de interpretação em outras produções igualmente prestigiadas, com destaque para a série Segura a Onda, que ficcionaliza a vida de Larry David. Mas se engana quem pensa que o ator viveu apenas da sua persona ‘inventada’. Jerry Seinfeld recentemente protagonizou o filme A Batalha do Biscoito Pop-Tart, que conta a história da criação de um ‘doce revolucionário’. Além disso, o ator também dublou a abelha protagonista da animação Bee Movie: A História de uma Abelha trazendo muito de sua personalidade hilária apenas com sua voz.

Julia Louis-Dreyfus (Elaine Benes)

Elaine Benes é uma personagem memorável, e além disso, muito relevante para a televisão norte-americana. Interpretada por Julia Louis-Dreyfus, a ex-namorada de Seinfeld desafiou os padrões de representação da mulher em sitcoms da época, ao mostrar a sua postura independente e assertiva. Convenhamos, falar sobre sexo ou expor a sua opinião sobre qualquer outro assunto nunca foi um problema para Elaine, uma personagem com um ‘timing cômico’ perfeito e uma sabedoria ímpar devido a performance singular de Julia.

Após o sucesso de Seinfeld, a atriz construiu uma variada e proeminente carreira, com destaque para a série Veep, na qual ela interpreta a (confusa) vice-presidente dos Estados Unidos, Selina Meyer, e a sitcom As Novas Aventuras de Christine, na qual ela faz uma mãe divorciada. Já nas telonas, um dos seus papéis de grande destaque foi na comédia romântica À Procura do Amor, e mais recentemente nos filmes da Marvel, Viúva Negra, Pantera Negra: Wakanda para Sempre e Thunderbolts (além da série Falcão e o Soldado Invernal), onde ela interpreta sempre a Condessa Valentina Allegra de la Fontaine, provavelmente uma das personagens que mais sai do molde no universo da Marvel.  

Jason Alexander (George Costanza)

Conhecido por dar vida a George Costanza, o neurótico melhor amigo de Seinfeld que normalmente acaba se dando mal por conta da sua preocupação exacerbada, Jason Alexander seguiu carreira no cinema com papéis coadjuvantes em obras bastante populares. Uma Linda Mulher e Sempre ao Seu Lado (filme impossível de não chorar) são alguns desses exemplos.

Mas se você quiser explorar o lado ‘B’ do trabalho do ator, que tem uma carreira paralela também como dublador, basta dar um play na memorável animação da Disney, O Corcunda de Notre Dame, onde ele dá vida a Hugo, uma das três gárgulas do filme. E para citar alguma produção mais recente, Jason Alexander ainda interpreta Sylvester Borgman na série animada da Arlequina.

Michael Richards (Cosmo Kramer)

Em muitos momentos de Seinfeld, a presença de Cosmo Kramer (interpretado por Michael Richards) era tão apelativa quanto (ou até mais) que a do seu vizinho Jerry. Excêntrico e imprevisível por natureza, Kramer é um daqueles personagens que iluminam a cena sempre que aparecem — não importa se como protagonista dela ou coadjuvante, aparecendo apenas no canto da tela. Michael Richards é a razão desse personagem chamar tanta atenção.

A sintonia de Michael com Jerry sempre foi tamanha, que não à toa os dois trabalharam algumas vezes nos mesmos projetos, como por exemplo em Bee Movie: A História de uma Abelha e Segura a Onda — onde ele também interpreta uma versão ficcional de si próprio. Mas para quem quer ver o ator em um papel mais recente, saiba que sua última aparição foi no longa-metragem Na Balada do Amor.

Wayne Knight (Newman)

Ao contrário de Kramer, o tresloucado Newman (interpretado por Wayne Knight) tinha uma relação de ódio mútua com seu vizinho, Jerry — fato que certamente rendeu muitas sequências cômicas durante a série, muito por conta da sua personalidade adoidada. Wayne Knight certamente trouxe algo para o personagem que outros não conseguiriam.

Além do atípico e excêntrico carteiro de Seinfeld, Wayne também deu vida a personagens com características cômicas nos filmes Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros e Space Jam: O Jogo do Século, e nas séries Uma Família de Outro Mundo e Bookie. Além disso, o ator também tem uma carreira sólida como dublador, com destaque para os personagens, Homem Galinha, o dono da loja de brinquedos em Toy Story 2, e o Pinguim na série animada Arlequina.

Heidi Swedberg (Susan Ross)

Heidi Swedberg deu vida à Susan Ross em Seinfeld, executiva da NBC, e noiva de George Costanza (durante um certo período), que termina com um fim para lá de trágico, mas um tanto quanto cômico — melhor ficarmos por aqui para não soltarmos um grande spoiler… Tragédia e humor não é algo que todos os atores conseguem trazer aos seus personagens, mas Heide Swedberg fez de forma magistral.

Além de fazer algumas temporadas da célebre sitcom, Heidi também fez papéis coadjuvantes nas séries Gilmore Girls: Tal Mãe, Tal Filha e Os Feiticeiros de Waverly Place (mais especificamente no episódio ‘Art Teacher’ da segunda temporada). Outra produção de grande destaque que a atriz participou, foi o filme clássico de ficção científica Heróis Fora de Órbita.

Liz Sheridan (Helen Seinfeld)

Liz Sheridan, que interpretou a adorável e superprotetora Helen, mãe de Seinfeld, que mora com seu marido na Flórida, infelizmente veio a falecer aos 93 anos em 2022. Apesar de muita gente ter se deparado com o seu talento pela primeira vez através da série Seinfeld, Liz também é bastante famosa por ter trabalhado durante anos em Alf, O ETeimoso, fazendo a vizinha mal-humorada, Raquel Ochmonek. Uma atriz extremamente talentosa. 

Mas vale lembrar que, antes de partir, a atriz também brilhou com uma participação especial na segunda temporada da série animada American Dad!, como a Mrs. Russell Rothberg, e também no filme Um Avô Sedutor, como a personagem Edna Gordon.

Barney Martin (Morty Seinfeld)

Algumas peculiaridades fazem do ranzinza Morty Seinfeld (interpretado por Barney Martin) um dos personagens mais autênticos e curiosos de Seinfeld. Sua invenção de uma capa de chuva mais chique que a comum e sua repulsa pelo som de velcro, são só alguns desses exemplos. E, claro, a performance envolvente de Barney como Morty. 

Falecido em 2005 aos 82 anos, Barney Martin não chegou a estrelar em grandes produções após o sucesso de Seinfeld. No entanto, você pode conhecer um pouco mais o trabalho do ator assistindo ao clássico filme dos anos 80, Arthur, o Milionário Sedutor, onde ele contracena com ‘entidades’ do cinema, como Liza Minnelli e John Gielgud.

Estelle Harris (Estelle Costanza)

Assim como Liz Sheridan, Estelle Harris também faleceu em 2022, igualmente com 93 anos de idade. A atriz que deu vida à sua xará e mãe de George Costanza na sitcom, interpretou uma personagem que provavelmente você não fazia a menor ideia de que era ela: a Sra. Cabeça-de-Batata em Toy Story 2, Toy Story 3 e Toy Story 4.

Caso você tenha interesse em explorar ainda mais o talento de Estelle como dubladora — carreira essa galgada de forma mais intensa após Seinfeld — basta assistir ao filme Irmão Urso e à série Jake e Os Piratas da Terra do Nunca. Agora, voltando para o live-action, à semelhança de Jerry e Michael, ela também participou da série do Larry David, Segura a Onda.

Jerry Stiller (Frank Costanza)

Tal pai, tal filho. Se George Costanza é conhecido pelos seus surtos de ansiedade, seu pai Frank Costanza (representado por Jerry Stiller), protagoniza momentos divertidíssimos em Seinfeld com os seus surtos de raiva — principalmente direcionados ao seu filho. 

Falecido em 2020 com 90 anos de idade, Jerry Stiller nunca abandonou a comédia — e olha que isso ele sabia fazer como ninguém. Mas será que o seu sobrenome não te diz alguma coisa? Sim, a primeira frase do parágrafo anterior também cabe aqui. Jerry é pai do ator e comediante Ben Stiller, com quem ele já contracenou em filmes como Antes Só do que Mal Casado, Zoolander e Zoolander 2 (este o seu último papel no cinema).

Ranking das 10 Melhores Adaptações (Filmes e Séries) de Jane Austen

Ranking das 10 Melhores Adaptações (Filmes e Séries) de Jane Austen

Bruno Pinheiro Melim

Bruno Pinheiro Melim

Editor JustWatch

Em 2025, comemora-se o 250º aniversário do nascimento de Jane Austen, e recentemente a Netflix anunciou que uma nova série de Orgulho e Preconceito está sendo produzida! Conhecida por ser uma das escritoras mais populares dos últimos séculos, a obra da autora britânica continua até hoje atraindo novos leitores com os seus clássicos atemporais, que discutem temas como o amor, a divisão de classes, as expectativas sociais e o papel da mulher na sociedade.

Para você que adora os livros da escritora, ou para aqueles que pretendem entrar em contato com a sua obra através do poder das imagens em movimento, o que não faltam são boas adaptações para explorar. Algumas mais fiéis aos livros, outras mais ousadas em sua forma, mas todas elas tentando manter viva a essência e o espírito artístico da obra de Jane Austen. Neste guia da JustWatch, te ajudamos a viajar pelo mundo da autora, através de um ranking dos melhores filmes e séries originalmente adaptados dos seus livros. 

1. Orgulho e Preconceito (2005)

Hoje, especialista em dramas de época, Joe Wright (acredite se quiser) dirigiu o seu primeiro filme em 2005 adaptando o livro mais famoso de Jane Austen. Estrelado por Keira Knightley — que por sinal, entrega uma das suas melhores interpretações da carreira (com uma vibe parecida com Desejo e Reparação), tendo sido inclusive indicada ao Oscar — e Matthew Macfadyen, o longa Orgulho e Preconceito, a meu ver, é a obra cinematográfica que melhor consegue captar os detalhes e as nuances do romance de Austen — por isso, encabeça a lista.

Com uma reconstituição histórica perfeita, e uma adaptação mais humana e aproximativa dos textos da escritora, o filme acompanha de maneira extremamente realista a história de Elizabeth Bennet, uma jovem de uma família inglesa do fim do século XVIII, que depois de uma primeira impressão rodeada de preconceitos (de ambas as partes), em relação ao orgulhoso Mr. Darcy, um homem rico o qual ela jurou odiar pelo resto da vida, aos poucos, acaba se aproximando do cavalheiro. Uma obra que considero a representação visual máxima do romance mais famoso de Austen, não só pela estética fascinante, mas também pela narrativa emocionante, que consegue passar uma verdade muito grande através dos seus personagens, mesmo sem construí-los de maneira 100% fiel ao livro.

2. Razão e Sensibilidade (1995)

Indicado a sete estatuetas do Oscar, o filme de Ang Lee, Razão e Sensibilidade, é, na minha perspectiva, a segunda melhor adaptação de um livro de Austen, com um fato sobre ele que chama bastante atenção: a história foi adaptada pela atriz Emma Thompson, que também protagoniza o filme ao lado de Kate Winslet. O trabalho de Emma foi tão notório que, não à toa, foi a única premiada (melhor roteiro adaptado) entre as sete indicações.

A obra busca explorar a personalidade e o desenvolvimento de cada uma das irmãs Dashwood, duas mulheres contrastantes, uma mais cabeça no lugar e a outra mais coração, na Inglaterra do século XIX, à medida que elas começam a sentir o peso das pressões sociais da época, bem como a ‘necessidade’ de encontrar um marido, enquanto passam por dificuldades financeiras. Além das atuações sublimes (principalmente de Thompson e Winslet), o filme adota uma estética elegante e um ritmo que alterna durante a exibição, dialogando diretamente com a personalidade e a fase da vida de cada uma das irmãs. Uma obra que só fica atrás de Orgulho e Preconceito (2005), pois não é tão visceral quanto o filme de Joe Wright.

3. Emma (2020)

Vamos agora para uma adaptação mais moderna de uma obra de Austen. Invertendo um pouco a lógica do que vimos em Orgulho e Preconceito e Razão e Sensibilidade, no filme Emma, o problema da protagonista não é encontrar alguém para se casar, muito menos buscar soluções para questões financeiras — afinal, ela é rica e não tem nenhuma pressa para o matrimônio. Mas em contrapartida, Emma tem como hobby tentar ‘arranjar’ casais e estar sempre por dentro da vida daqueles que a rodeiam.

Protagonizado por Anya Taylor-Joy, o filme de Autumn de Wilde ocupa a terceira colocação do ranking por conseguir renovar o livro homônimo de Austen, com uma adaptação que visa atingir um público mais jovem — que muitas vezes acaba se distanciando das adaptações mais clássicas da autora — através do uso de uma estética mais vibrante e colorida, e um humor mais constante e demarcado (apesar de Razão e Sensibilidade também ter ótimas sequências cômicas). Para mim, a visão do filme sobre a jornada de crescimento da personagem Emma é, sem dúvida, uma das mais originais já vistas no cinema, com uma vibe moderna e mais feminista parecida com Adoráveis Mulheres, de Greta Gerwig.

4. Orgulho e Preconceito - Série (1995) 

Agora, quando o assunto é televisão, é difícil encontrar alguma produção que consiga competir com o nível de qualidade técnica, performática e narrativa da série Orgulho e Preconceito. Dessa vez com Jennifer Ehle e Colin Firth interpretando Elizabeth e Mr. Darcy, a produção da BBC é conhecida pelo seu rigor formal na representação meticulosa de cada detalhe visual e sentimental relatado no livro de Jane Austen. 

Para quem está em busca da palavra ‘fidelidade’, com certeza é a obra adaptada mais indicada, e que consegue captar de forma muito leal todo o romance e o comentário social exposto ao longo do livro. Ou seja, se você está entre o filme de Joe Wright de 2005, ou esta série, para se adentrar na história mais famosa de Austen, e prefere uma produção que te entregue algo que literalmente copia (mesmo que seja de uma forma menos viva e pulsante que os filmes anteriores da lista) o romance, esta é a obra certa para você. Além disso, importante pontuar também, que se você gosta de séries curtas de época como Guerra & Paz, Orgulho e Preconceito (1995) tem apenas seis episódios.

5. Persuasão (1995)

1995 definitivamente foi o ano de Jane Austen no cinema (com a adaptação de Razão e Sensibilidade, de Ang Lee) e na televisão britânica. Isso porque, além da série já citada (Orgulho e Preconceito), a BBC também produziu — com o mesmo rigor de fidelidade e busca por realismo — uma adaptação homônima de Persuasão, dirigida por Roger Michell. 

Sendo o último romance completo da escritora, sua protagonista (Anne Elliot) — e consequentemente o filme — acabam por refletir a maturidade da autora. Uma personagem (um pouco mais velha que suas outras protagonistas) que já passou, há muitos anos, pela desilusão amorosa, mas que se vê mexida ao reencontrar um homem (que ascendeu socialmente), mas que havia dispensado anos antes. Uma obra que apesar do exímio trabalho de reconstrução histórica e transposição das palavras de Austen para a tela, carece ainda mais de vivacidade, cor e paixão, comparado com a série Orgulho e Preconceito (1995), mas principalmente com os três primeiros filmes da lista. Algo que dá para entender (apesar de causar menos impacto), uma vez que trata de temas mais velhos e maduros.

6. Emma - Série (2009)

Alguns podem argumentar que uma série baseada em um livro de Jane Austen sempre tem a vantagem de conseguir explorar de maneira mais profunda todas as nuances do romance da escritora inglesa. Em contrapartida, não há como selecionar apenas as principais passagens para formar uma visão mais compacta e impactante da obra. Na verdade, não existe uma fórmula, o que existe é a tentativa de captar o ‘espírito’ das palavras da autora e transportar para a tela, independente do formato e do recorte. E isso, a série Emma também consegue fazer muito bem, mesmo que seja com um estilo muito menos apelativo e vibrante comparado com sua outra adaptação, o filme Emma, de Autumn de Wilde. 

Assim, ao contrário do longa protagonizado por Anya Taylor-Joy, que se preocupa bastante com a sua forma e estética (e não só a história), a minissérie se propõe a cair de cabeça no desenvolvimento narrativo dos personagens que cercam a trama (principalmente, claro, da sua protagonista, a confiante, poderosa e ‘casamenteira’, Emma, aqui vivida por Romola Garai), deixando um pouco de lado as suas virtudes visuais. Desta perspectiva, é, a meu ver, uma obra menos completa que o filme de 2020, mas que não deixa de ser uma boa escolha àqueles que apreciam séries televisivas de época como Downton Abbey.

7. Amor & Amizade (2016)

A destreza de Jane Austen ao refletir de forma crítica e muitas vezes irônica sobre o papel da mulher e as expectativas sobre ela na Inglaterra do fim do século XVIII — algo mais do que relevante, inclusive, nos dias de hoje — aparece de forma requintada e bastante ousada no filme Amor & Amizade. 

Baseado no romance Lady Susan, o longa de Whit Stillman acompanha as aventuras da manipuladora e enérgica viúva, Lady Susan, que sem dar a mínima às convenções que regem a sociedade da época, tenta procurar um marido para si e para a sua filha. É um filme que capta o lado mais cômico do livro de Austen, e o potencializa vezes dez. Um ótimo exemplo de como transpor as ideias da autora, de uma forma arrojada e moderna, mas sem se distanciar demasiado do texto original — algo parecido com o que o filme Armadilhas do Coração fez com a peça de Oscar Wilde. Ocupa a sétima posição, somente porque traz uma história ligeiramente mais superficial, menos intensa (e sem uma variedade de personagens), em relação às obras anteriores da lista.

8. Palácio das Ilusões (1999) 

Um romance entre pessoas de classes distintas (mas dessa vez, da mesma família) aparece também na adaptação do livro Mansfield Park, intitulado no Brasil, Palácio das Ilusões. O filme conta a história de uma mulher pobre, Fanny Price, que vai morar na propriedade dos seus parentes ricos, e acaba se apaixonando pelo seu primo, Edmund, enquanto existe uma pressão para que ela fique com o seu vizinho rico, Henry. 

Realizado pela diretora canadense, Patricia Rozema, o filme se propõe a ser uma versão ainda mais modernizada (do que Amor & Amizade) de um livro de Austen, tanto formalmente (há momentos em que a nossa protagonista, também narradora do filme, olha para a câmera, quebrando explicitamente a quarta parede), quanto narrativamente, já que Fanny é uma mulher ainda mais independente que a protagonista descrita no livro, e isso é refletido no desenvolvimento da sua história. 

Por enquanto, das obras mencionadas, é a que adota uma abordagem mais livre e subversiva dos romances de Austen. Deste ponto de vista, apesar de ser uma obra bela e divertida, é um longa que comunica muito mais o estilo e a visão da diretora do filme, do que propriamente da autora do livro — o que faz com que se situe atrás de Amor & Amizade na lista. 

9. Sanditon - Série (2019–2023) 

Sanditon é uma das produções mais duradouras entre as adaptações televisivas de Jane Austen, totalizando três temporadas. No entanto, ocupa a nona posição, apenas porque a série é baseada em um livro homônimo, que na verdade nunca foi acabado — e que nunca saberemos como terminaria. Ou seja, a produção toma a liberdade de dar continuidade aos personagens criados por Austen, sem o auxílio criativo da sua literatura, e com um tom que se difere um pouco do seu estilo de texto.

Em um cenário diferente do qual estamos acostumados — normalmente suas histórias são retratadas nas paisagens rurais da Inglaterra —, Sanditon se passa em uma cidade costeira, com potencial de se tornar um resort, durante o século XIX, para onde Charlotte Heywood (uma mulher que vem de uma propriedade rural) acaba de chegar, se deparando com um novo estilo de vida, assim como novos interesses românticos. Uma série engraçada e envolvente (mas não tão tocante quanto as obras anteriores da lista) que faz questão de inserir temas mais modernos, normalmente através de histórias e intrigas românticas, assim como faz a série Bridgerton, mas de uma maneira um pouco mais light e menos sensual.

10. Persuasão (2022)

À semelhança do filme Palácio das Ilusões, de Patricia Rozema, Persuasão, de Carrie Cracknell, que conta a história de Anne Elliot reencontrando o homem que dispensou anos antes, também tenta uma inovação formal (há novamente quebra da quarta parede) e narrativa (com a inserção de mais sequências cômicas), na tentativa de aproximar a história da autora a um público mais jovem.

Porém, o filme da Netflix vai ainda mais longe e propõe uma nova abordagem, principalmente em relação aos diálogos, mais informais — algo que no começo pode parecer um pouco forçado, mas que, a meu ver, com o tempo torna-se algo natural do próprio filme. Mesmo sendo uma das adaptações menos adoradas (e mais polêmicas) dos livros de Austen (por isso a última posição do ranking), na minha visão, é uma tentativa de modernização super válida, que certamente pode agradar aqueles menos puritanos, que gostam de obras similares, como a série Dickinson, que faz um retrato moderno da escritora Emily Dickinson.

Os 10 Filmes Mais Subestimados do Studio Ghibli e Onde Assistir a Eles

Os 10 Filmes Mais Subestimados do Studio Ghibli e Onde Assistir a Eles

Beatriz Coutinho

Beatriz Coutinho

Editor JustWatch

Quando o assunto é Studio Ghibli, geralmente os mesmos filmes vêm à mente das pessoas: A Viagem de Chihiro, O Castelo Animado, Meu Amigo Totoro. Todas essas animações definitivamente são obras-primas, mas o catálogo do estúdio conta com outros trabalhos incríveis que merecem tanto destaque quanto os que já conquistaram o público.

Nesta lista da JustWatch, confira quais são os 10 filmes mais subestimados do Studio Ghibli e em quais serviços de streaming assistir a eles.

O Conto da Princesa Kaguya (2013)

Dirigido por Isao Takahata, O Conto da Princesa Kaguya é uma das melhores produções do Studio Ghibli, muitas vezes injustamente deixada de lado pelo público por não ter o mesmo estilo de animação que costumam associar ao estúdio. Abordando temas complexos de forma delicada, o filme critica as expectativas impostas às mulheres na sociedade e a riqueza como sinônimo de felicidade.

Inspirado na clássica história japonesa “O Conto do Cortador de Bambu”, o filme acompanha a vida de uma bebê encontrada dentro de um broto de bambu, que chama a atenção por sua beleza ao crescer, o que faz com que receba a visita de diversos pretendentes, embora nenhum deles pareça enxergá-la de verdade. Além de ser uma história sensível, que deixa uma marca em quem a assiste, uma das maiores forças do longa é justamente seu estilo que costuma afastar fãs em potencial: técnicas fluídas que remetem à aquarela. Pode ser uma boa opção para quem gostou da trilogia do Folclore Irlandês (Uma Viagem ao Mundo das Fábulas, A Canção do Oceano e Wolfwalkers).  

Memórias de Ontem (1991)

Um dos filmes mais maduros e intimistas do Studio Ghibli, Memórias de Ontem é outra obra que aborda a pressão social exercida sobre as mulheres e suas escolhas de vida. Na animação, Taeko, uma mulher de 27 anos que ainda não se casou, viaja de Tóquio à sua cidade natal no interior do Japão, o que traz à ela uma série de memórias que vão sendo apresentadas ao espectador de forma sensível. Esta é diferente de O Conto da Princesa e se destaca na lista por trazer uma narrativa mais adulta. 

Apesar do tom menos fantástico pelo qual o estúdio é bastante reconhecido, é exatamente o realismo de Memórias de Ontem que provavelmente conversará de forma íntima com quem tem uma idade próxima à da protagonista. Nas memórias sobre identidade, escolhas de vida e no dilema entre cidade grande e pequena é que o filme aborda seus principais temas: sonhar, as dificuldades que envolvem crescer e amadurecer, e como buscar refúgio em quem já fomos um dia pode ajudar a definir nosso futuro.

As Memórias de Marnie (2014)

Por não ter a assinatura de Hayao Myiazaki ou Isao Takahata, mas sim de Hiromasa Yonebayashi, As Memórias de Marnie passa despercebido por muitos fãs do Studio Ghibli, mas eles não sabem o que estão perdendo: um mundo no qual a linha entre imaginação e realidade é tênue e dá sentido a uma narrativa mágica e emocionalmente complexa que explora diferentes temas, incluindo abandono, adoção e a busca por uma identidade própria. Até por isso, recomendo para quem se emocionou com O Menino e a Garça já que traz essa exploração melancólica sobre tópicos complexos de forma muito bonita. 

A história acompanha Anna, uma garota solitária que é enviada pelos pais para a casa dos tios em uma cidade à beira-mar. Durante o verão, ela conhece a misteriosa Marnie, amizade que revela as respostas para os muitos porquês na vida de Anna. Apesar do final corrido, prepare-se para se emocionar entre as fronteiras dos sonhos, das memórias e do que é real.

Nausicaä do Vale do Vento (1984)

Lançado um ano antes da fundação do Studio Ghibli, Nausicaä do Vale do Vento é uma verdadeira obra prima de Hayao Miyazaki, baseada em seu próprio mangá de mesmo nome, que definitivamente merece mais reconhecimento do público. O filme é uma prévia de muitas características que o diretor tornaria marca registrada do estúdio nos anos seguintes: protagonista feminina forte, a importância da natureza e as consequências da ganância humana. O filme lembra muito as qualidades de Princesa Mononoke. 

Inspirada no conto japonês A Princesa que Amava Insetos e em obras como Duna e O Feiticeiro de Terramar, a animação conta a história da Princesa Nausicaä, capaz de se comunicar com os gigantes insetos que tomaram o mundo pós-apocalíptico da narrativa, e que disputam por espaço com humanos sobreviventes. Agora, ela é a última fonte de esperança de uma possível reconciliação entre a humanidade e a natureza neste universo complexo e fascinante. Com uma história bem fantasiosa, Nausicaä do Vale do Vento é bem diferente de Memórias de Ontem, e por isso pode ter um apelo maior a diferentes idades. 

Sussurros do Coração (1995)

Dirigido por Yoshifumi Kondo, com roteiro de Hayao Miyazaki, Sussurros do Coração é outro filme do Studio Ghibli com uma pegada mais realista, bem diferente de Nausicaä do Vale do Ventos já que é bem menos fantástica. Porém, ainda assim encanta justamente por mostrar onde moram os pequenos detalhes especiais que envolvem a simplicidade do dia a dia. Aqui, acompanhamos a história de Shizuku, uma jovem viciada em livros, que conhece o jovem Seiji de forma repentina, encontro que muda a vida de ambos. 

Entre as paisagens urbanas do Japão nos anos 1990 e uma trilha sonora marcante, o filme aborda temas como amadurecimento, primeiro amor e um assunto capaz de tocar especialmente as pessoas que lidam com a arte: como funcionam os processos criativos e como surgem as inseguranças, mesmo quando nos dedicamos tanto a algo que amamos fazer, o que o transforma em uma rica fonte de inspiração.

O Reino dos Gatos (2002)

Uma espécie de spin-off de Sussurros do Coração, O Reino dos Gatos foi dirigido por Hiroyuki Morita e traz de volta o personagem gato Barão, criado por Shizuku, desta vez como um grande protagonista. Aqui, ele é envolvido em uma história fantasiosa, engraçada e cheia de simbolismos, do jeito que os fãs do Studio Ghibli gostam. Além disso, a trama é ambientada no mesmo universo de O Serviço de Entrega de Kiki, ou seja, uma recomendação indispensável para quem gostou. 

A narrativa se desenrola conforme a divertida e perdida adolescente Haru salva um gato de um acidente, sem saber que aquele não era um animal comum, mas sim o príncipe herdeiro do Reino dos Gatos, para onde ela é levada e passa por uma série de transformações enquanto tenta encontrar o caminho de volta para casa. Entre diversas aventuras, o filme apresenta uma jornada emocionante sobre autoconhecimento e as dores e delícias de amadurecer em um mundo repleto de desafios que parecem assustadores quando somos jovens.

PomPoko: A Grande Batalha dos Guaxinins (1994)

PomPoko: A Grande Batalha dos Guaxinins é mais um filme do Studio Ghibli dirigido por Isao Takahata, que nesta obra se preocupa em economizar economizar esforços na hora de criticar a forma como o ser humano desrespeita a natureza já há muitos anos, o que faz com que o filme continue extremamente atual e importante, embora tenha sido lançado há mais de 30 anos.

Muitas vezes subestimado e reduzido a piadas sobre as formas que os testículos dos cães-guaxinins japoneses assumem ao longo da história, PomPoko certamente merece mais destaque entre os fãs por seu tom sério e direto ao apresentar um grupo de animais que está tentando lutar pelo seu habitat natural, diante das consequências terríveis que o crescimento das grandes cidades provoca no meio ambiente. Apesar de também retratar um folclore como O Conto da Princesa Kaguya, a abordagem aqui é bem diferente. 

O Castelo no Céu (1986)

É difícil acreditar que a primeira produção oficial do Studio Ghibli, O Castelo no Céu, seja tão subestimada por muitos fãs. Talvez seja culpa do tempo, já que em breve o filme entrará na casa dos 40 anos de lançamento, mas a verdade é que independentemente de qualquer motivo, todos deveriam conhecer essa história que carrega muitos dos elementos que definiram a identidade do estúdio, e compartilha aspectos com filmes mais populares como Meu Amigo Totoro e Ponyo: Uma Amizade Que Veio do Mar.

Em O Castelo no Céu, os jovens Pazu e Sheeta partem em uma aventura para encontrar a lendária cidade flutuante de Laputa, mas a jornada se torna perigosa quando surge a presença de piratas e forças militares interessadas em explorar as ruínas tecnológicas dessa civilização perdida. Pelo caminho, não faltam críticas ao militarismo, à busca pelo poder a qualquer custo e à destruição ambiental em um filme que combina fantasia e ficção científica com ingredientes clássicos das histórias de Hayao Miyazaki.

Meus Vizinhos, Os Yamadas (1999)

Assim como O Conto da Princesa Kaguya, Meus Vizinhos, Os Yamadas é outro filme do Studio Ghibli que rompe com o estilo de animação que geralmente vem à cabeça de quem pensa nas obras do estúdio. Dirigida por Isao Takahata, esta é uma produção cheia de humor, inspirada nas tiras em quadrinhos de Hisaichi Ishii e feita para ser curtida de forma despretensiosa.

Sem uma narrativa linear, a animação é composta de pequenos fragmentos do dia a dia que mostram as atividades comuns de uma família: os desafios dos pais, Takashi e Matsuko, ao criar os filhos, Noboru e Nonoko; o ambiente escolar das crianças, os momentos de ternura em casa, entre outras situações que trazem uma observação aguçada da vida comum, algo que Takahata já havia retratado em outras obras e abordou muito bem novamente.

O Mundo dos Pequeninos (2010)

Apesar de seu charme e visuais deslumbrantes, O Mundo dos Pequeninos costuma ser ofuscado por outros grandes títulos do Studio Ghibli, muito por conta de seu ritmo lento, o que é uma pena, pois todos os fãs do estúdio deveriam dar uma chance a esta história que aborda como a amizade é a chave para que as pessoas aprendam a conviver de forma harmoniosa e respeitosa entre si, apesar de suas diferenças. Em termos de seu foco em amizade, lembra um pouco As Memórias de Marnie, mesmo que a mensagem seja diferente. 

A história mostra o momento em que o jovem garoto Shō, cuja saúde debilitada fará com que ele passe por um procedimento médico, descobre a existência de Arriety, uma garota em miniatura, que mora com a família dela escondida sob o assoalho da casa em que o menino está hospedado. Desse encontro nasce uma amizade encantadora, que ensinará ambos a confiarem um no outro e a resolver grandes desafios juntos.

  • Os 10 Melhores Filmes de Hollywood Dirigidos por Brasileiros

    Os 10 Melhores Filmes de Hollywood Dirigidos por Brasileiros

    Bruno Pinheiro Melim

    Bruno Pinheiro Melim

    Editor JustWatch

    Já sabemos que não é de hoje que o cinema brasileiro ‘exporta’ profissionais altamente qualificados para a indústria norte-americana. Além dos conhecidos atores que vêm atuando nos últimos anos nos Estados Unidos, como é o caso de Rodrigo Santoro, Wagner Moura e Alice Braga, grandes cineastas brasileiros também já deixaram suas marcas por lá. Caso de Fernando Meirelles, Walter Salles, José Padilha e por aí vai.

    O talento dos nossos criadores, aliado à competência das estrelas hollywoodianas, já produziu as mais diversas obras cinematográficas, desde animações renomadas até dramas que concorreram ao Oscar. Neste guia da JustWatch, descubra um ranking com os melhores filmes de Hollywood realizados por diretores do Brasil, e saiba também onde assisti-los em streaming. 

    10. 12 Horas (2012) - Heitor Dhalia

    12 Horas, protagonizado por Amanda Seyfried e dirigido por Heitor Dhalia (o mesmo de O Cheiro do Ralo), é um filme de mistério sobre desaparecimento/sequestro com um enredo que lembra Amnésia, justamente por focar sua história em uma personagem traumatizada que tenta encontrar sua irmã desaparecida de maneira independente.

    Desta forma, Heitor Dhalia constrói um labirinto de pistas as quais a protagonista tem que decifrar o mais rápido possível, antes que seja tarde demais — o que aumenta ainda mais o ritmo alucinante e a tensão do longa. Se você tem interesse em assistir a um típico filme de suspense como Os Suspeitos, mas realizado por um cineasta brasileiro, essa é a oportunidade perfeita. 12 Horas não é uma obra que te apresentará algo novo, mas certamente te deixará envolvido com uma história que te coloca ao lado da protagonista para desvendar este mistério.

    9. Presságios de um Crime (2015) - Afonso Poyart

    Vamos para mais um suspense? Após o sucesso do filme de ação 2 Coelhos, Afonso Poyart recebeu o convite para dirigir um longa hollywoodiano sobre um serial killer, mas dessa vez invertendo o papel de Anthony Hopkins (famoso por ter vivido Hannibal Lecter), agora interpretando um investigador – que, na verdade, é um médico psíquico. Um longa com performances mais marcantes comparado com 12 Horas, não só de Hopkins, mas também de Colin Farrell, que interpreta o assassino em série que está sob investigação.

    Acredite se quiser, mas Presságios de um Crime era para ser uma espécie de continuação do clássico Seven - Os Sete Crimes Capitais, mas o projeto inicial acabou caindo. Depois de anos engavetado, chegou às mãos do diretor brasileiro com uma abordagem e um estilo totalmente diferentes. Ao invés das cenas realistas e um estudo mais aguçado da psicologia dos personagens, é um filme muito mais estilizado, com um ritmo acelerado e um toque de elementos sobrenaturais.

    8. Castelo de Areia (2017) - Fernando Coimbra

    Quem disse que a Netflix não tem um filme norte-americano dirigido por um brasileiro? Castelo de Areia, realizado por Fernando Coimbra, é uma obra que foge do lugar-comum de filmes de guerra, justamente por se propor a fazer um relato autêntico, sensível e bastante complexo, de soldados responsáveis por uma missão reparadora em um sistema de distribuição de água após a invasão americana no Iraque. 

    Ao contrário de 12 Horas e Presságios de um Crime, é um filme que nos passa uma verdade muito grande através da sua história, não se contentando em ser apenas um objeto de entretenimento. Outra grande qualidade da obra, mora no fato do roteiro ter sido escrito por um ex-combatente, Chris Roessner, que utilizou os seus inúmeros traumas e experiências pessoais para a escrita do filme. Para quem gosta de dramas de guerra com histórias realistas e psicológicas, e não necessariamente focadas em batalhas, como Guerra ao Terror, por exemplo, Castelo de Areia não irá te decepcionar.

    7. Rio (2011) - Carlos Saldanha

    Uma produção norte-americana, mas diretor, personagens e ambiência cem por cento brasileiros. Este é Rio, realizado por Carlos Saldanha, um filme que mostra tanto o lado bom do do nosso país repleto de contrastes, como as belezas naturais e a música, quanto o lado ruim, como o contrabando de animais e a destruição da natureza. Tudo isso em uma animação que esbanja energia e brilho, ao acompanhar as aventuras de uma arara-azul (criada nos Estados Unidos), e que de repente vai parar no Rio de Janeiro para tentar acasalar. 

    Na minha visão, Rio não se situa entre as principais animações das últimas décadas, ao contrário de outro filme de Saldanha, A Era do Gelo — este sim, um marco do gênero. No entanto, não deixa de ser uma obra com uma energia contagiante e personagens hilários, além de contar com uma trilha sonora de tirar o chapéu. Não à toa, o filme recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Canção Original no ano em que estreou. Vale lembrar também, aos que já assistiram ao filme, ou àqueles que pretendem assistir em breve, que existe a continuação Rio 2, uma animação que mantém o espírito divertido da primeira obra.

    6. RoboCop (2014) - José Padilha

    De uma animação, saltamos agora para um remake de um dos maiores clássicos da ficção científica. José Padilha, conhecido no Brasil por ter dirigido Tropa de Elite e Tropa de Elite 2, iniciou a sua trajetória em Hollywood com um projeto gigantesco e surpreendente. Responsável pelo remake do clássico de Paul Verhoeven, o brasileiro modernizou um dos ciborgues mais conhecidos do cinema em RoboCop, que traz a história de um homem que é transformado em um policial robô (por uma empresa de segurança e tecnologia) após um grave acidente.

    Ao contrário do longa dos anos oitenta, o filme de Padilha expõe a sua crítica social de maneira mais sutil, dando preferência às sequências de ação frenéticas e ao ambiente de suspense que percorre toda a obra. Merece a sexta posição do ranking, por ser um filme mais arrojado que os thrillers já comentados (12 Horas e Presságios de um Crime), além de trazer uma história ainda mais interessante e chamativa, comparado com Castelo de Areia. Um longa simplesmente imperdível não só aos amantes do primeiro RoboCop, como também para quem gosta de filmes como O Exterminador do Futuro.

    5. Na Estrada (2012) - Walter Salles

    Walter Salles (vencedor do Oscar com Ainda Estou Aqui) foi o (competente e sortudo) diretor escolhido para adaptar uma das maiores obras da literatura em língua inglesa, o livro On the Road, de Jack Kerouac. Na verdade, é mais uma prova de que os grandes feitos dos brasileiros nas terras norte-americanas não param tão cedo nessa lista. 

    Na adaptação de Salles, que tem Francis Ford Coppola como produtor executivo, presenciamos a viagem libertária de três jovens da Geração Beat que procuram as mais diversas experiências durante a década que se seguiu ao fim da Segunda Guerra Mundial. Para quem gosta de um intenso e apaixonante ‘road-movie’ como Coração Selvagem, Na Estrada é a receita perfeita. Um filme completamente diferente de RoboCop na sua temática, mas que também traz uma história e imagens bastante enérgicas. Além disso, também conta com personagens mais humanos, complexos e sensíveis comparado com o longa de Padilha.

    4. Ironweed (1987) - Hector Barbenco

    Já pensou se um diretor do Brasil dirigisse dois dos maiores nomes da história do cinema, Jack Nicholson e Meryl Streep, em um único filme? Saiba que isso já aconteceu em Ironweed, realizado pelo argentino-brasileiro, Hector Babenco. É claro que o drama de época recebeu duas indicações ao Oscar pela performance da icônica dupla. Convenhamos, não é para menos… 

    Assim como Na Estrada, também é um drama onde o estado dos personagens dialoga com a situação política e social do país. O filme narra a terrível vida de dois alcoólatras que se encontram em uma pequena cidade durante o período da Grande Depressão nos Estados Unidos, enquanto tentam lidar com os fantasmas do seus passados. É uma obra dura e chocante, elevada por uma química incomparável dessas duas lendas da sétima arte. Um filme que indico aos que não se importam em presenciar uma arrebatadora e trágica história, daquelas que te deixam mal por um tempo como Perdidos na Noite. 

    3. A Era do Gelo (2002) - Carlos Saldanha

    Uma das maiores franquias de animação do século foi dirigida — em sua boa parte — por um brasileiro. Sim, Carlos Saldanha (o mesmo de Rio) assina a direção dos três primeiros longas de A Era do Gelo, que popularizaram os icônicos e divertidos personagens do período glacial. Sendo assim, é claro que o primeiro filme (que é o melhor de todos eles) teria que ter um lugar especial nessa lista.

    Indicado ao Oscar de Melhor Animação, A Era do Gelo trouxe a história dos extintos animais que encontram uma criança humana e se aventuram na tentativa de devolvê-la ao seu povoado. Sem dúvida, é um dos maiores marcos da animação 3D, não só por conta do seu ambiente original, personagens engraçados e enredo emocionante, mas também pelo seu visual inovador, que abriu as portas para diversas animações (da produtora Blue Sky) que vieram a seguir, como o próprio Rio, e também O Touro Ferdinando — igualmente dirigido por Carlos Saldanha.

    2. Dois Papas (2019) - Fernando Meirelles

    Voltando ao cinema live action, chegamos aos dois principais filmes hollywoodianos dirigidos por brasileiros — sendo que ambos foram realizados pelo mesmo cineasta. Começando por Dois Papas, antes de partir o Papa Francisco ganhou uma bonita homenagem de Fernando Meirelles — aquele que considero um dos principais diretores da história do cinema brasileiro, muito em razão de Cidade de Deus. Indicado a três Oscars da Academia, Dois Papas gira em torno de diálogos (fictícios) de um encontro entre o Papa Bento XVI, que renunciou ao papado em 2013, e o Papa Francisco. 

    É uma obra que consegue abraçar as visões de mundo dicotômicas das duas figuras religiosas, de maneira empática e sensível, além de explorar suas crises e conflitos espirituais. O longa se situa em um momento onde a Igreja Católica vivia uma crise sem precedentes, e elucida bem o que representou a ascensão de Francisco, que deu início à uma mudança significativa na instituição. À semelhança de Ironweed, conta com uma dupla de protagonistas digna de admiração: Anthony Hopkins e Jonathan Pryce. Dois atores que entregam performances ainda mais marcantes, que elevam o filme de maneira substancial.

    1. O Jardineiro Fiel (2005) - Fernando Meirelles

    E por falar em Cidade de Deus, após o seu grandiosíssimo êxito mundial, não demorou muito tempo para que Meirelles ganhasse uma carreira internacional, começando por O Jardineiro Fiel. Um thriller político que conta a história de um diplomata britânico com uma inusitada paixão por jardinagem que, radicado no Quênia, investiga uma rede de corrupção que pode estar por trás da morte da sua esposa, uma ativista dos direitos humanos.

    O longa foi o ‘debut’ do diretor brasileiro em Hollywood e teve uma recepção extremamente calorosa, recebendo uma indicação a mais que Dois Papas no Oscar (ou seja, no total, quatro). Além disso, para mim, é uma obra que não depende em demasia das performances dos atores para o seu sucesso, muito por conta da sua história instigante e o seu estilo visual mais realista — comparado com o filme mais recente de Meirelles. Como thriller político, na minha visão, está na mesma prateleira de longas como V de Vingança e Argo, o que faz com que ele lidere este ranking.

    Onde assistir aos melhores filmes de Hollywood dirigidos por brasileiros em streaming?

    Abaixo, saiba onde encontrar os melhores filmes hollywoodianos de diretores brasileiros, disponíveis online, em streaming!

  • Os Melhores Filmes de Ficção Científica com Elle Fanning – e 2 Que Mal Podemos Esperar

    Os Melhores Filmes de Ficção Científica com Elle Fanning – e 2 Que Mal Podemos Esperar

    Mariane Morisawa

    Mariane Morisawa

    Editor JustWatch

    Elle Fanning cresceu na frente das câmeras e nunca teve medo de escolhas arrojadas, fazendo personagens ousados na televisão e no cinema, no drama e na comédia, desde suas primeiras atuações como protagonista em filmes como A Menina no País das Maravilhas (2008), de Daniel Barnz, lançado quando ela tinha 10 anos de idade, e Um Lugar Qualquer (2010), de Sofia Coppola. 

    A atriz também embarcou em uma série de longas-metragens de ficção científica, desde Super 8 (2011), dirigido por J.J. Abrams, até dois bastante esperados para 2025 e 2026: Predador: Terras Selvagens (2025) e Jogos Vorazes: Amanhecer na Colheita (2026). Descubra na nossa lista os melhores filmes de ficção científica com Elle Fanning e os dois muito aguardados, organizados por ordem de lançamento, acompanhando o desenvolvimento da atriz no gênero. 

    Déjà Vu (2006)

    Elle Fanning era pequenininha e aparece quase nada em Déjà Vu, mas, como esse filme sobre viagem no tempo é dirigido por Tony Scott, um cineasta que sabia entreter, e estrelado por Denzel Washington, vale ser visto. Este é uma boa opção principalmente para quem é fã de Contra o Tempo, que também traz um mistério atrelado à viagem no tempo. 

    No filme, Washington é Doug Carlin, um agente especial brilhante encarregado de investigar um atentado a bomba que matou centenas de pessoas em Nova Orleans. Ele usa uma tecnologia do FBI capaz de mostrar o que aconteceu em qualquer parte do mundo quatro dias atrás e depois viaja no tempo para tentar prevenir o ataque terrorista. Sua real motivação, no entanto, é seu fascínio por uma das vítimas, Claire (Paula Patton), babá de Abbey (Elle Fanning).  Mesmo bem novinha, Elle Fanning já mostrava ser talentosa, mesmo sendo uma parte pequena desse filme de ação emocionante. 

    Super 8 (2011)

    Elle Fanning é uma das personagens principais de Super 8, dirigido por J.J. Abrams. O filme é uma grande homenagem ao cinema do início da carreira de Steven Spielberg, que é produtor do longa. Há uma nostalgia por aquele tipo de cinema de E.T. - O Extraterrestre (1982) e Os Goonies (1985), que se perdeu com o tempo. 

    Fanning impressiona com seu talento, especialmente em uma cena de teste como atriz de Alice, sua personagem. Junto com Joe (Joel Courtney) e Charles (Riley Griffiths), ela está fazendo um filme de zumbis em Super 8, em uma pequena cidade em Ohio, em 1979. Durante uma filmagem noturna, os adolescentes presenciam e registram um terrível acidente de trem. E coisas misteriosas passam a acontecer. Foi aqui que Fanning mostrou o seu talento real, chamando atenção como uma das personagens principais do filme, diferentemente de seu papel menor em Dèja Vu. 

    Os Mais Jovens (2014)

    É uma pena que Elle Fanning não seja aproveitada como deveria em Os Mais Jovens, dirigido por Jake Paltrow (irmão de Gwyneth e filho do diretor Bruce Paltrow e da atriz Blythe Danner). Mas sua presença solar é sentida mesmo assim, principalmente por se destacar em alguns momentos da trama. Este pode ser uma boa opção para quem gosta de filmes pós-apocalípticos como Sem Ar.

    Na trama, a água praticamente acabou em um mundo pós-apocalíptico. O que sobrou é controlado pelo governo. Ernest (Michael Shannon) insiste em permanecer em sua fazenda, acreditando que a água vai voltar algum dia. Ele quer dar um bom exemplo para o filho, Jerome (Kodi Smit-McPhee), e proteger a filha, a rebelde Mary (Elle Fanning), de seu oportunista namorado, Flem (Nicholas Hoult).

    Como Falar com Garotas em Festas (2017)

    Elle Fanning brilha aqui no divertido e cheio de energia Como Falar com Garotas em Festas, dirigido por John Cameron Mitchell (de Hedwig: Rock, Amor e Traição, de 2001) e livremente inspirado em um conto de Neil Gaiman. A atriz interpreta a alienígena Zan, que baixa na Londres de 1977. 

    Nessa mistura de comédia, romance e ficção científica, Zan conhece Enn (Alex Sharp) e se encanta pelo garoto de moicano, e os dois embarcam em uma aventura embalada pelo punk rock. Nicole Kidman, outra atriz que não tem medo de nada, vive Boadicea, a rainha do movimento punk em Croydon. Elle brilha neste papel, passando energia sem igual, que consegue trazer humanidade a uma personagem que não é humana, algo que também traz como Thia em Predador: Terras Selvagens.

    Agora Estamos Sozinhos (2018)

    Trazendo uma personagem similar a Zan em Como Falar com Garotas em Festas, mas ainda mais exuberante (e um contexto bem diferente), em Agora Estamos Sozinhos, dirigido por Reed Morano, Elle Fanning é uma jovem falante, cheia de vida, levemente anárquica, aberta para o mundo, mesmo que ele seja pós-apocalíptico. Sua Grace é o contraste perfeito de Del (Peter Dinklage, o Tyrion Lannister de Game of Thrones), introspectivo e feliz no isolamento. Os dois atores são ótimos juntos, esbanjando química quando dividem a tela.

    Desde que o apocalipse aconteceu, Del percorre as casas de sua comunidade limpando e coletando os corpos para dar-lhes um funeral digno. Grace aparece do nada, quando ele achava que estava sozinho. O filme explora as diferenças entre a dupla, mas depois toma um caminho bastante inesperado.

    Predador: Terras Selvagens (2025)

    Predador: Terras Selvagens acaba de chegar às telonas como um dos filmes mais aguardados da atriz. Thia, a personagem de Elle Fanning, é uma andróide criada pela Weyland-Yutani, a megacorporação ligada à exploração extraterrestre na série Alien, inaugurada com Alien: O Oitavo Passageiro (1979), e com conexões com o crossover de Alien com a série Predador em Alien vs. Predador (2004) e Alien vs. Predador 2 (2007). 

    Sem as pernas, ela forma uma parceria improvável com o jovem Predador Dek (Dimitrius Schuster-Koloamatangi). O filme dirigido por Dan Trachtenberg é uma rara incursão da atriz no universo blockbuster. À exceção de Malévola (2014) e Malévola: Dona do Mal (2019), ela sempre preferiu produções independentes ou trabalhar com cineastas consagrados como Sofia Coppola e James Mangold. É uma boa chance de ver a atriz em um universo bem diferente, mas com aquela energia que faz dela uma atriz única. 

    Jogos Vorazes: Amanhecer na Colheita (2026)

    Em Jogos Vorazes: Amanhecer na Colheita, dirigido por Francis Lawrence, Elle Fanning vai interpretar uma jovem Effie Trinkett, papel de Elizabeth Banks na saga original. Fashion na vida real, a atriz vai trazer seu talento para esse candidato a blockbuster.  Mal podemos esperar para vê-la neste papel, não é mesmo? 

    Como Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes (2023), Jogos Vorazes: Amanhecer na Colheita é uma prequela das obras originais, que resultaram em Jogos Vorazes (2012), Jogos Vorazes: Em Chamas (2013), Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1 (2014) e Jogos Vorazes: A Esperança - O Final (2015). O longa-metragem, que estreia ano que vem, é baseado no livro de Suzanne Collins lançado em 2025 e conta a história do jovem Haymitch (vivido por Woody Harrelson nos filmes originais e por Joseph Zada neste). O elenco invejável é composto por Ralph Fiennes (Presidente Snow), Kieran Culkin (Caesar Flickerman), Glenn Close (Drusilla Sickle), Billy Porter (Magno Stift), Jesse Plemons (Plutarch Heavensbee) e Maya Hawke (Wiress). Pelo o que já sabemos do livro e da personagem, Elle promete trazer uma das personagens mais queridas em uma perspectiva completamente nova. 

  • ‘Mortal Kombat 2’: Onde Você Já Viu o Elenco?

    ‘Mortal Kombat 2’: Onde Você Já Viu o Elenco?

    Beatriz Coutinho

    Beatriz Coutinho

    Editor JustWatch

    A popular franquia de videogames Mortal Kombat conta com diversas adaptações para o cinema. A mais recente delas, Mortal Kombat, ganhará uma sequência em breve, Mortal Kombat 2, que trará o famoso personagem Johnny Cage como grande protagonista, assim como novos e já conhecidos atores. 

    Neste guia da JustWatch, confira de onde você conhece o elenco de Mortal Kombat 2 e saiba em quais serviços de streaming assistir as produções enquanto espera pelo lançamento do filme em 15 de maio de 2026.

    Karl Urban - Johnny Cage

    O astro do cinema das artes marciais Johnny Cage, um dos personagens mais famosos da franquia Mortal Kombat (inspirado em Jean-Claude Van Damme), será interpretado por Karl Urban, o que deixou muitos fãs ansiosos e felizes. Urban tem uma longa carreira como ator e já participou de várias outras franquias famosas, provando-se bastante versátil.

    Urban interpretou Éomer, líder dos Cavaleiros de Rohan, em O Senhor dos Anéis: As Duas Torres e O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei; o doutor Leonard McCoy no reboot dos filmes Star Trek; o vilão asgardiano Executor em Thor: Ragnarok; o vilão Kirill em A Supremacia Bourne; além de, mais recentemente, dar vida a Billy Bruto na popular série The Boys. Definitivamente, um ator que tem o potencial para dar vida a um Johnny Cage digno. 

    Tati Gabrielle - Jade

    Jade, a amiga de infância da princesa Kitana, será interpretada por Tati Gabrielle, que tem impressionado o público em diversas produções recentes. A carreira da atriz deslanchou com sua longa participação como a personagem Gaia na série de ficção científica The 100, o que abriu portas para que ela interpretasse uma das protagonistas de O Mundo Sombrio de Sabrina, a bruxa Prudence Night. 

    Gabrielle também teve um papel recorrente em You, como Marianne Bellamy, protagonista da 3ª temporada, e participou da 2ª temporada de The Last of Us como Nora Harris, uma das antagonistas da história. A atriz também viveu a vilã Braddock em Uncharted, o que torna Jade o terceiro papel dela em adaptações de games. Sua carreira em ascensão é definitivamente um bom indicativo de seu papel como Jade.

    Hiroyuki Sanada - Hanzo Hasashi/Scorpion

    O lendário anti-herói Scorpion será novamente vivido pelo ator japonês Hiroyuki Sanada, que tem uma extensa e respeitável carreira no cinema e na televisão. Sanada interpretou o protagonista Seibei Iguchi no excelente drama japonês O Samurai do Entardecer, no qual dá vida ao samurai que passa por grandes mudanças em sua vida; e o mestre de espadas Ujio em O Último Samurai, onde ensina técnicas com a arma para o capitão Algren vivido por Tom Cruise.

    Sanada teve outros papéis relevantes, como o capitão Kaneda na ficção científica Sunshine - Alerta Solar, Shingen Yashida em Wolverine - Imortal, mas recentemente se destacou grandiosamente ao viver Yoshi Toranaga, personagem inspirado em Tokugawa Ieyasu, líder militar do Japão Feudal, na famosa série Xógum: A Gloriosa Saga do Japão. Hiroyuki Sanada já provou que é um Scorpion de respeito, e deve apenas continuar o bom trabalho na continuação. 

    Damon Herriman - Quan Chi

    O ator australiano Damon Herriman também retorna ao elenco de Mortal Kombat, mas desta vez como Quan Chi, o feiticeiro necromante que usa magia das trevas para manipular os Defensores da Terra. Herriman é bastante conhecido por ter interpretado de forma bastante impactante o criminoso estadunidense Charles Manson em duas produções: a série Mindhunter e o filme Era Uma Vez Em... Hollywood, do diretor Quentin Tarantino.

    O ator versátil também teve papéis relevantes no musical Better Man, no qual vive Nigel Martin-Smith, o empresário da banda Take That; no filme The Nightingale, no qual interpreta o terrível e cruel Sargento Ruse; e recentemente se juntou ao elenco de Caçador de Demônios, série em que dá vida a Lucky Callahan, um ex-mafioso de Boston. 

    Martyn Ford - Shao Kahn

    O famoso fisiculturista Martyn Ford, que iniciou sua carreira como ator em 2016, é quem dará vida a Shao Kahn, um dos grandes antagonistas da franquia Mortal Kombat. 

    Ford estreou no longa Boyka: O Imbatível como o gigante e furioso artista marcial Koshmar, e posteriormente conquistou papéis em grandes produções como Tenente Sue em Velozes & Furiosos 9, e Squatterbloat, um dos guardiões dos portões do inferno da série Sandman. Além disso, interpretou o gigante Golias na produção bíblica Casa de Davi com uma performance distinta. 

    Jessica McNamee - Sonya Blade

    Jessica McNamee está de volta ao seu papel como a oficial das Forças Especiais Sonya Blade, que ao lado do marido Jax, auxiliou Cole Young durante o primeiro filme Mortal Kombat. McNamee estreou como atriz em 2007, em seu país de origem, a Austrália, e em 2012 ganhou um papel no drama romântico Para Sempre, como Gwen Thornton, irmã da protagonista Paige, vivida por Rachel McAdams.

    Em 2014, a atriz estreou na série de comédia Sirens, como a policial Theresa Kelly, aparecendo também em A Guerra dos Sexos como a tenista Margaret Court, e na série Upright como Avery Mae, a namorada famosa do protagonista Lucky Flynn. Agora, ela promete guiar a personagem a novos horizontes, trazendo todo o seu talento para Mortal Kombat 2. 

    Mehcad Brooks - Jax

    O ator e ex-modelo Mehcad Brooks interpretou o major Jax no primeiro filme desta nova adaptação de Mortal Kombat e retornará para o papel na sequência. Brooks já participou de grandes produções de Hollywood, dando vida aos personagens Matthew Applewhite na famosa série Desperate Housewives; "Eggs" Benedict Talley, o namorado de Tara Thornton's, nas duas primeiras temporadas de True Blood; e ao clássico James Olsen em Supergirl.

    Entre 2022 e 2025, o ator também interpretou o detetive Jalen Shaw na clássica série procedural Law & Order, e atualmente também está no papel de Marion Odin em “And Just Like That…”.

    Tadanobu Asano - Lorde Raiden

    O poderoso Lorde Raiden de Mortal Kombat, que sempre reúne guerreiros que lutam pelo reino da Terra, terá Tadanobu Asano retornando ao papel do primeiro filme. Asano é outro ator japonês com um currículo extenso e repleto de franquias e grandes longas que apenas reforçam o seu valor como o personagem. 

    Uma das estrelas do delicado filme A Luz da Ilusão, de 1995, ele também atuou como o imperador mongol Genghis Khan/Temüjin no épico histórico O Guerreiro Genghis Khan; como o aliado de Thor, Hogun, em Thor, Thor: O Mundo Sombrio e Thor: Ragnarok. Recentemente, apareceu em Xógum: A Gloriosa Saga do Japão como o Lorde Kashigi Yabushige, papel que lhe rendeu um Globo de Ouro de Melhor Ator Coadjuvante.

    Lewis Tan - Cole Young

    Cole Young, protagonista do primeiro Mortal Kombat, é vivido pelo ator e artista marcial Lewis Tan, que iniciou sua carreira como dublê em diversos grandes filmes, como Velozes & Furiosos: Desafio em Tóquio e Piratas do Caribe - No Fim do Mundo, mas aos poucos conquistou papéis maiores dentro de diferentes produções.

    Tan participou de Deadpool 2 e Deadpool & Wolverine como Benjamin Rusty/Shatterstar, um dos recrutas da X-Force de Wade; interpretou Lu Xin Lee na série Wu Assassins e no filme derivado Golpes de Vingança. Ele também atuou nas séries Into the Badlands, como Gaius Chau na terceira temporada, além de Sombra e Ossos, como Tolya Yul-Bataar na segunda temporada, e Cobra Kai, como um dos principais vilões da história, Sensei Feng "Wolf" Xiao.

    Adeline Rudolph - Kitana

    Uma das personagens mais emblemáticas de Mortal Kombat, Kitana será vivida pela atriz Adeline Rudolph, nascida em Hong-Kong, que começou sua carreira em 2018, já com o pé direito. Até 2020, Rudolph viveu a personagem Agatha, uma bruxa integrante das Irmãs Estranhas, em O Mundo Sombrio de Sabrina; e em 2021 apareceu em Riverdale como Minerva Marble, uma avaliadora de arte que se interessa pela coleção de arte da família Blossom.

    Em 2024, a atriz interpretou Bobbie Jo Song, agente parceira de Hellboy no filme Hellboy e o Homem Torto. Mortal Kombat não será a primeira vez da atriz em uma adaptação de games, já que em 2022 ela viveu a personagem Billie Wesker em Resident Evil, a irmã de Jade, com quem descobre segredos obscuros sobre o pai delas e a Umbrella Corporation. 

    Joe Taslim - Bi-Han/Noob Saibot

    Judoca medalhista dos Jogos do Sudeste Asiático por quase dez anos, Joe Taslim também trabalhou como modelo antes de se tornar ator em 2008. Em Mortal Kombat, ele interpretou Sub-Zero, o principal rival de Scorpion, e na sequência retornará como Bi-Han/Noob Saibot.

    O ator é bastante reconhecido por seus papéis como o sargento Jaka que lidera a missão de Operação Invasão e o vilão Jah de Velozes e Furiosos 6. Além disso, também estrelou a série Warrior como o personagem Li Yong, um habilidoso artista marcial na história sobre a histórica imigração de chineses e irlandeses para a América no século XIX. Em 2020, ele estrelou o bem avaliado The Swordsman, como Gurutai, membro da família imperial Qing e mestre dos traficantes de escravos de Hwangdang.

    Ludi Lin - Liu Kang

    O ator sino-canadense Ludi Lin retornará na sequência Mortal Kombat 2 como Liu Kang, o monge Shaolin que tenta proteger a Terra. Os principais papéis de destaque do ator incluem sua interpretação de Zack Taylor, o Ranger Preto no reboot Power Rangers; Capitão Murk, comandante do exército da linha de frente de Atlântida em Aquaman e também na série animada Aquaman: Rei de Atlântida; e Kerwin Tan, da série Kung Fu, um playboy vingativo e herdeiro que ajuda uma das principais vilãs da produção.

  • ‘Orgulho e Preconceito’: Ranking com Todas as Versões (Filmes e Séries)

    ‘Orgulho e Preconceito’: Ranking com Todas as Versões (Filmes e Séries)

    Bruno Pinheiro Melim

    Bruno Pinheiro Melim

    Editor JustWatch

    Recentemente ficamos sabendo que uma nova adaptação de Orgulho e Preconceito, em formato de série, está sendo produzida pela Netflix, com Emma Corrin no papel de Elizabeth Bennet, Jack Lowden como Mr. Darcy e a poderosíssima Olivia Colman fazendo a Senhora Bennet. 

    Enquanto aguardamos ansiosos por uma nova versão cinematográfica do livro mais popular de Jane Austen, que tal passearmos por todas as adaptações oficiais da obra? 

    Neste guia da Justwatch, elencamos, por ordem de qualidade, todos os filmes e séries baseados em Orgulho e Preconceito. Vale pontuar ainda que só levamos em conta as produções que mencionam oficialmente o livro de Austen nos seus créditos. 

    1. Orgulho e Preconceito (2005) 

    Existem vários motivos que fazem com que a adaptação de Joe Wright seja considerada a melhor delas. A fiel reconstituição histórica, que faz com que o espectador se sinta na Inglaterra rural do início do século XIX. A admirável atuação de Keira Knightley, que inclusive foi indicada ao Oscar, é apenas uma das muitas performances incríveis. O excelente equilíbrio entre o ponto de vista moderno do diretor e a essência do livro de Jane Austen, nos faz mergulhar de cabeça na história e nos identificar ainda mais com os personagens. 

    Em outras palavras, para você que é apaixonado por romances de época do tipo Adoráveis Mulheres, Orgulho e Preconceito, de 2005, vai, sem dúvida, satisfazer bastante o seu gosto. É um filme que respeita a obra original, e constrói dois protagonistas (Elizabeth e Mr. Darcy) vivos e humanos, com seus sentimentos e inseguranças transbordando da tela. Com certeza, uma das maiores referências do gênero até hoje.

    2. Orgulho e Preconceito (1995) 

    Para aqueles que querem assistir uma produção à altura (da anterior), mas ainda mais meticulosa no que diz respeito à fidelidade à obra original e a recriação histórica, a minissérie Orgulho e Preconceito, da BBC, é mais do que recomendável.

    Nela, presenciamos todos os detalhes do romance entre Elizabeth Bennet e Mr. Darcy, bem como as expectativas sociais (ou até mesmo os preconceitos) que os dois carregam antes de realmente se conhecerem a fundo. A preocupação em recortar apenas os ‘melhores momentos’ do livro não existe aqui. O que faz com que o ritmo da obra original e todas as suas nuances sejam transportadas para a tela, com muito refinamento.

    3. Orgulho e Preconceito (1940)

    É claro que não poderíamos deixar passar batido a primeira adaptação cinematográfica do clássico de Jane Austen. Dirigido por Robert Z. Leonard em 1940, Orgulho e Preconceito popularizou ainda mais a história do casal imperfeito e de classes sociais distintas, contando com uma presença de tela forte e uma química ímpar dos atores Greer Garson e Laurence Olivier.

    Um dos grandes méritos do filme hollywoodiano foi ter conseguido captar o que há de mais belo no romance e colocá-lo, pela primeira vez, em imagens no cinema, mas sem necessariamente impor um rigor tão grande no que diz respeito à fidelidade da obra original. Um exemplo disso é que no longa são adicionadas algumas cenas que não existem no livro.

    4. The Lizzie Bennet Diaries (2012–2013)

    Quem disse que o público mais jovem também não pode ter acesso ao clássico de Austen, através de uma adaptação mais moderna e, com um formato, digamos que no mínimo, inovador? Em The Lizzie Bennet Diaries, o foco principal da história passa a ser as irmãs Bennet, e na expectativa de sua mãe em conseguir vê-las casarem.

    A websérie é filmada através de um formato de vlog, onde Lizzie (Elizabeth) conta a sua história e das suas irmãs, diretamente para a câmera. O enredo se passa no século XXI, onde os conflitos das personagens passam a ser outros (mas sem deixar de lado a questão das expectativas sociais em relação às mulheres). Uma produção considerada pioneira no gênero, sendo galardoada com um Emmy.

    5. Orgulho e Preconceito e Zumbis (2016)

    Continuando neste recorte de produções que reinterpretam a história do livro de um ponto de vista completamente original, contemporâneo e, como aqui é o caso, através do gênero terror, chegamos em Orgulho e Preconceito e Zumbis. 

    Na verdade, quando nos deparamos com a premissa, e também com toda a história reimaginada para um cenário onde os zumbis ameaçam as irmãs Bennet, também conseguimos identificar um lado mais cômico e satírico — que com certeza faz parte das intenções do diretor. É um filme inusitado que entrega uma experiência bastante divertida (e por vezes assustadora), mas que tenta manter os temas mais importantes presentes no livro. Pode ser uma boa opção para quem gosta de misturas de gêneros inventivos como Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros, pois também mistura um contexto histórico com o sobrenatural de modo divertido.  

    6. Orgulho e Preconceito (1980) 

    BBC e Jane Austen, com certeza, é um match perfeito. Antes de lançar a minissérie de 1995 com Colin Firth e Jennifer Ehle, a emissora britânica já havia produzido uma série com David Rintoul e Elizabeth Garvie nos papéis principais, e logicamente, também intitulada Orgulho e Preconceito.

    O compromisso com a fidelidade da obra foi levado a um nível incomum, inclusive, praticamente transcrevendo alguns diálogos originais do livro. Para aqueles que apreciam uma adaptação com um rigor formal extraordinário, é a produção mais aconselhável. Por vezes, ao assisti-la, a sensação é de que você realmente está dentro do livro, como uma espécie de personagem coadjuvante ‘observador’, testemunhando a aproximação da impulsiva Elizabeth Bennet e do orgulhoso Mr. Darcy, mas que não tem o apelo tão profundo quando a série de 1995. 

    7. Lost in Austen (2008) 

    Podemos dizer que Lost in Austen é uma produção que faz exatamente o contrário, no que diz respeito à fidelidade em relação à obra original. Isto porquê a série usa da fantasia para reimaginar a história e os personagens do livro, no melhor estilo Outlander.

    Aqui, a protagonista passa a ser Amanda Price, uma fã de Austen que vive na Londres atual, e que, por acaso, acaba entrando em um portal que faz com que ela seja transportada para a época em que se situa o livro, convivendo com o mesmo universo de personagens, e (literalmente) passando a assumir o papel de Elizabeth Bennet. 

    Se você é um purista da história original, é melhor passar longe dessa série (pois traz algo novo a trama, assim como Orgulho e Preconceito e Zumbis). Mas se você aprecia o enredo e os temas do livro, e tem a curiosidade de saber como seria se uma pessoa moderna caísse de paraquedas naquele universo, é uma produção mais do que indicada — e por isso, se situa na sétima colocação do ranking.

    8. Orgulho e Preconceito (1967)

    Lá vamos nós novamente para mais uma adaptação da BBC, dessa vez com Celia Bannerman e Lewis Fiander interpretando o casal. Diferentemente das duas produções já citadas, o período de Regência é retratado aqui, com uma fotografia a preto e branco, o que acaba por prejudicar um pouco a imersão na obra — comparada às outras duas séries.

    No entanto, uma das grandes virtudes de Orgulho e Preconceito, de 1967, mora no fato de que seu formato seriado deu a oportunidade ao público de ver, de maneira mais cadenciada, todos os detalhes por trás da história da família Bennet, e das expectativas impostas a todas as filhas. Pela primeira vez, o comentário (e crítica) social tão presente no livro, foi apreciado de maneira mais profunda na tela, mas sem ter o charme das adaptações posteriores da BBC. Vale mencionar ainda que existem outras versões anteriores da BBC, mas que são consideradas ‘perdidas’.

    9. Noiva e Preconceito (2004)

    Para não ficarmos apenas pelo ocidente, e demonstrarmos também o quão universal a história de Jane Austen pode ser, inclusive sendo representada através de uma cultura diferente, chegamos em Noiva e Preconceito, uma adaptação indiana da obra mais famosa da autora britânica.

    O filme de Bollywood propõe uma abordagem completamente nova, moderna, colorida, festiva e musical, tornando-se, verdadeiramente, uma celebração do multiculturalismo. Isto porque a protagonista da história é uma mulher indiana que se envolve com um homem norte-americano. 

    Além dos temas clássicos do livro, no que diz respeito às diferenças sociais entre o casal, o filme amplia isso de forma bastante interessante, trazendo os personagens com nacionalidades também diferentes. O que o transforma em uma obra ainda mais contemporânea, e consequentemente, identificável, similar a Lost in Austen. 

    10. Orgulho e Preconceito (2003)

    A coragem de adaptar um clássico de maneira moderna, nem sempre é uma receita para o sucesso. Orgulho e Preconceito, de Andrew Black, é um exemplo disso, um filme que tentou revigorar a história de Elizabeth Bennet, transportando-a para o mundo universitário norte-americano (a moda de outras produções da época como A Nova Cinderela), mas que não funcionou tão bem quanto poderia.

    Apesar de manter presente uma espécie de jornada de autodescoberta da protagonista, a produção não conseguiu se aprofundar em alguns temas importantes do texto original — algo que outras adaptações alternativas como Orgulho e Preconceito e Zumbis e Lost in Austen conseguiram fazer. Mesmo assim, o longa funciona como uma comédia romântica divertida, mais direcionada a um público adolescente, ao explorar questões da juventude de maneira leve e sem muito comprometimento. 

  • ‘De Volta Para o Futuro’: Todos os Filmes em Ordem

    ‘De Volta Para o Futuro’: Todos os Filmes em Ordem

    Beatriz Coutinho

    Beatriz Coutinho

    Editor JustWatch

    De Volta Para o Futuro é uma franquia que se consolidou instantaneamente no cinema, alcançando um lugar muito especial na memória do público e na cultura pop com sua mistura de ficção científica e comédia. A história do adolescente Marty e do cientista Dr. Emmett Brown (o Doc), que se envolvem em diversas confusões ao voltar no tempo, completou 40 anos em 2025.

    Com esta lista da JustWatch você confere a ordem correta para rever ou assistir pela primeira vez os filmes e outras produções da franquia De Volta Para o Futuro, e também descobre em quais serviços de streaming encontrá-las.

    De Volta Para o Futuro (1985)

    Um clássico de sua geração, De Volta Para o Futuro marcou pessoas de todas as idades ao misturar aventura, comédia e ficção científica. Dirigido por Robert Zemeckis e produzido por Steven Spielberg, o filme mostra o adolescente Marty McFly (Michael J. Fox) voltando no tempo em um carro DeLorean junto do cientista Dr. Emmett Brown (Christopher Lloyd). Quando eles vão parar em 1955, Marty precisa dar um jeito de fazer seus pais se apaixonarem ou corre o risco de não nascer no futuro.

    Com um roteiro redondo e explicações divertidas e fáceis de entender sobre um tema complexo como as viagens no tempo, De Volta Para o Futuro brinca com a originalidade de sua proposta, com as diferentes gerações que apresenta ao público e com o sentimento de nostalgia de forma brilhante. Além disso, o filme ainda conta com um par de protagonistas que formam uma dupla sensacional, graças à ótima química entre as atuações de Fox e Lloyd, e apesar de um ou outro efeito especial datado aos olhos de hoje, continua engraçado e atemporal. Assim como O Exterminador do Futuro, o filme iniciou uma das franquias de ficção científica mais famosas do cinema, se tornando um marco da cultura pop.

    De Volta Para o Futuro II (1989)

    Lançado em 1989, De Volta Para o Futuro II é um daqueles filmes cuja continuação quebra a maldição de que sequências de grandes sucessos sempre são ruins, conseguindo trazer uma trama tão boa quanto a do primeiro filme (talvez até melhor). Aqui, a trama começa exatamente de onde o original parou, quando um problema faz com que Marty e Doc vão parar no futuro, em 2015, onde precisam resolver um problema com os filhos do personagem, mas esta não será a única viagem no tempo do filme, que também retorna ao passado.

    Surpreendentemente, o longa expande seu próprio universo de forma bastante criativa, embora um pouco caótica em alguns momentos, o que exige um pouco mais de atenção do espectador, mas não tira o brilho da história. Tão divertido quanto seu antecessor, o filme ainda repete algumas piadas sem se tornar chato e apresenta um futuro bastante influenciado pelos olhos dos anos 1980: com muitas cores, skates flutuantes e carros voadores, o que infelizmente não se concretizou, mas é muito divertido de observar. Este pode ser uma boa opção para quem gosta de filmes com uma atmosfera mais futurista, como em O Projeto Adam (que também tem temas interessantes de viagem no tempo). 

    De Volta Para o Futuro III (1990)

    Levando o público direto para o Velho Oeste, De Volta Para o Futuro III finaliza a trilogia explorando mais um pouquinho o conceito das viagens no tempo e trazendo mais protagonismo e profundidade ao Doc. O longa mostra que o cientista foi parar em 1885, como indica o final do filme anterior, e agora Marty precisa voltar no tempo também para salvar seu amigo, o que rende uma conclusão divertida que mistura estereótipos de filmes faroeste, como O Pequeno Grande Homem, com ficção científica.

    Apesar do terceiro filme juntos, a química entre Fox e Lloyd ainda se mostrava totalmente em dia, sendo o coração da história que, apesar de não ser tão boa quanto a dos anteriores, conseguiu se manter divertida. Com um roteiro bem amarrado e menos frenético, o longa conclui a saga muito bem, abordando temas recorrentes, como destino e livre arbítrio, e de certa forma inéditos, como o amor, sentimento no qual Doc não via lógica, mas aprende a valorizar tanto quanto a ciência.

    De Volta Para o Futuro: A Série Animada (1991)

    Exibida entre 1991 e 1992, De Volta Para o Futuro: A Série Animada levou a franquia para o mundo dos desenhos e ao longo de duas temporadas, acumulou 26 episódios. A animação se passa depois dos acontecimentos do terceiro filme, mostrando Marty, Doc casado com Clara, e os filhos do casal vivendo diversas aventuras com a mesma energia caótica e criativa dos filmes.

    Com ainda mais liberdade para extrapolar conceitos científicos e voltar ou avançar no tempo livremente, o desenho mostra os personagens indo até a Inglaterra da Idade Média, visitando a Pré-História e até a Roma Antiga, lembrando um pouco a diversidade contextual de Doctor Who. Com um tom mais educativo, a animação também apresenta figuras históricas, como Benjamin Franklin, e funciona como um complemento leve e bem-humorado da trilogia, que merece uma chance de fãs que ainda não a tenham visto.

    Rumo ao Desconhecido: Especial De Volta para o Futuro (2021)

    Rumo ao Desconhecido: Especial De Volta para o Futuro é uma minissérie de quatro episódios, que mostra o ator Christopher Lloyd e o apresentador Josh Gates em uma missão especial: encontrar a lendária máquina do tempo DeLorean, com o objetivo de entregá-la à Fundação Michael J. Fox para Pesquisa de Parkinson, fundada pelo ator que interpreta Marty na trilogia, diagnosticado com a doença em 1991.

    Diferente das produções anteriores, o especial junta aventuras em busca do “dispositivo”, curiosidades de bastidores e encontros e entrevistas com o elenco, incluindo Fox e Lea Thompson. A produção emociona em diversos momentos e alimenta o sentimento de nostalgia que tanta gente sente pelos filmes. A minissérie é perfeita para quem quer relembrar ou até mesmo entender o legado cultural que De Volta Para o Futuro deixou no cinema e na cultura pop. 

  • Batman: Ranking dos Melhores Trajes do Homem-Morcego nos Filmes

    Batman: Ranking dos Melhores Trajes do Homem-Morcego nos Filmes

    Bruno Pinheiro Melim

    Bruno Pinheiro Melim

    Editor JustWatch

    Não seria descabido afirmar que o Batman é um dos super-heróis mais populares do mundo, muito por conta do apelo do seu traje icônico. Ao longo dos anos, desde a sua primeira aparição no cinema nos anos 40, até a sua última representação na tela com o filme de Matt Reeves, o uniforme do Homem-Morcego sofreu diversas transformações — na maioria das vezes, para melhor.

    Neste guia da JustWatch, lhe apresentamos um ranking com os melhores, mais funcionais, elegantes e marcantes trajes do Cavaleiro das Trevas, representados em diferentes filmes, através de diversos atores no papel de Bruce Wayne. Não se esqueça de conferir também onde assistir a todas as produções citadas na lista!

    1. Traje evoluído de Christian Bale em ‘Batman: O Cavaleiro das Trevas’ e ‘Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge’

    Dizer que o fato da trilogia de Christopher Nolan — que traz os melhores filmes do Batman já feitos — não influencia na decisão de escolher os melhores trajes do herói, seria uma falácia. Afinal, as armaduras vestidas por Christian Bale também fazem parte das principais virtudes dos filmes que são apenas alguns dos destaques da carreira de Nolan, que também inclui filmes como Oppenheimer e Interestelar (bem diferentes, mas com a qualidade característica do diretor). 

    Alguns podem afirmar que o segundo traje, com algumas evoluções, vestido pelo ator nos filmes Batman: O Cavaleiro das Trevas e Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge foge dos elementos mais clássicos que popularizaram a armadura. No entanto, pode-se considerar que ela detém o equilíbrio perfeito entre a robustez necessária, a flexibilidade exigida (na medida do possível para um traje do Batman) e os detalhes de um design mais tradicional misturado com outros mais modernos.

    2. Traje inicial de Christian Bale em ‘Batman Begins’

    Agora, para aqueles que ainda acham que o traje evoluído dos filmes de Nolan carece de tradição e imposição, não se esqueça que Christian Bale iniciou a trilogia, em Batman Begins, com um uniforme mais ‘velha guarda’ — mas, nem por isso, menos memorável.

    Com menos traços estilísticos ao longo da vestimenta, e um design que automaticamente nos remete às representações mais clássicas do herói, o traje inicial de Bale ficou conhecido por apresentar um novo Batman, muito mais realista e amedrontador do que outros que o precederam. É evidente a influência dessas duas características na composição do traje, somado com a preocupação de Nolan em dar um pouco mais de mobilidade ao herói.

    3. Traje sombrio de Robert Pattinson em ‘Batman’

    O Batman mais imperfeito e complexo (do ponto de vista humano), só poderia ter um traje que refletisse o seu estado de espírito. Confuso e sombrio (como o personagem), a armadura mais recente do herói mantém o tom mais realista característico dos filmes de Nolan, mas adiciona alguns detalhes curiosos, que fazem com que a roupa tenha um look meio ‘caseiro’ e mais ‘underground’.

    Ou seja, do ponto de vista de estilo, e também praticidade, Batman, de Matt Reeves, apresenta um traje totalmente compatível com o que Bruce Wayne — ainda mais vingativo — é e faz durante o filme. E isso é um grande mérito. Outro detalhe que também se nota é o design inovador e mais flexível da parte do pescoço e uma capa que chama mais atenção ao começar mais na parte da frente do traje.

    4. Traje principal de Ben Affleck em ‘Batman vs Superman: A Origem da Justiça’

    Temos que admitir uma coisa, se o critério principal fosse o grau de fidelidade do traje em relação aos quadrinhos, a armadura vestida por Ben Affleck em Batman vs Superman: A Origem da Justiça seria eleita a melhor de todas. Mas ainda bem que não é — afinal o Homem-Morcego de Affleck passa longe de ser o mais memorável do cinema, mas que pode ser uma boa opção para quem gostou da versão (que se distancia das HQs) do Superman que Zack Snyder trouxe em Homem de Aço.

    Com uma paleta que mistura detalhes pretos e cinzas, e uma robustez fora do comum — talvez o Batman mais bombado de todos — o uniforme passa uma força, autoridade e experiência, bastante características da HQ em que o visual e personalidade do herói foram inspirados: O Cavaleiro das Trevas, de Frank Miller. Vale mencionar que praticamente o mesmo traje foi utilizado, com pequenas modificações e um tom mais preto, nos filmes Liga da Justiça e Liga da Justiça de Zack Snyder.

    5. Trajes (com leve diferenças) de Michael Keaton em ‘Batman’ e ‘Batman: O Retorno’

    Batman e Batman: O Retorno, de Tim Burton, são dois filmes onde a busca pelo realismo — tão em moda nos heróis mais contemporâneos — não é a principal preocupação. Para quem conhece a filmografia do diretor norte-americano, não é necessário nem explicar o porquê — vale relembrar que Tim é conhecido por um estilo muito mais fantástico (visto em Beetlejuice: Os Fantasmas se Divertem, por exemplo). 

    Essa particularidade, somada ao seu gosto por explorar histórias mais góticas e sombrias, deu vida ao Batman (e consequentemente ao traje mais estilizado e plástico) de Michael Keaton. Existem minúsculas alterações entre os dois filmes, mas as principais características do uniforme são mantidas: um tom majoritariamente preto, com um detalhe amarelo no seu logo e um um tecido mais emborrachado e brilhante (inclusive na sua capa). Uma armadura que rapidamente se tornou um clássico, fazendo com que as pessoas levassem mais a sério o herói no meio cinematográfico.

    6. Traje tático de Ben Affleck em ‘Liga da Justiça’ e ‘Liga da Justiça de Zack Snyder’

    Para não dizer que não mencionamos um traje mais ousado, e que demonstra (de maneira brutal) o quão impactante e importante é a armadura para o herói, chegamos no seu uniforme tático utilizado durante a guerra contra os Parademônios do Lobo da Estepe, nos filmes Liga da Justiça e Liga da Justiça de Zack Snyder.  

    Como mencionamos anteriormente, seu uso acontece para um único fim: guerra. Assim, os detalhes adicionados, por meio de estruturas quase indestrutíveis ao longo de todo o corpo, e aparatos ainda mais tecnológicos, fazem com que Ben Affleck se proteja, ao mesmo tempo que coloca medo em todo mundo.

  • O Ranking dos Melhores Filmes de Guillermo del Toro

    O Ranking dos Melhores Filmes de Guillermo del Toro

    Mariane Morisawa

    Mariane Morisawa

    Editor JustWatch

    Guillermo del Toro é apaixonado por monstros, contos de fada e terror gótico, fascinado por fantasmas, denunciante dos perigos do autoritarismo. Por isso, uma entrevista com o cineasta mexicano é das melhores em Hollywood. É sempre bom conversar com quem tem amor real pelas coisas, além de inteligência e bom humor. 

    Ele junta algumas dessas paixões em Frankenstein (2025), sua versão certamente muito pessoal de uma das mais famosas histórias de monstro, baseada no clássico da literatura gótica escrito pela inglesa Mary Shelley. Enquanto o longa-metragem não chega às telas, dá para conhecer ou rever seus outros filmes. Confira o ranking com seus melhores filmes. 

    1. O Labirinto do Fauno (2006)

    O Labirinto do Fauno é um conto de fadas para os tempos modernos, usando a brutalidade desse tipo de fantasia para tratar de perigos bem reais e definidos, como a guerra e o autoritarismo. Ao mesmo tempo, é a história de amadurecimento de uma menina. Para quem gosta de fantasia não como fuga da realidade, mas como maneira de confrontar os terrores do mundo é uma boa pedida. 

    Guillermo del Toro é um cineasta conhecido pela habilidade na construção de seus universos, e O Labirinto do Fauno é o exemplo mais perfeito disso. Os monstros aqui são alguns dos mais marcantes deste século. Não à toa, mesmo sendo uma produção falada em espanhol, ganhou os Oscars de fotografia, direção de arte e maquiagem. Apesar de ser bem diferente da história do menino bruxo até pelo tom mais sombrio, pode ser uma boa pedida para quem gosta de Harry Potter. 

    2. Pinocchio por Guillermo del Toro (2002)

    Fazer uma adaptação de As Aventuras de Pinocchio (1883), escrito por Carlo Collodi, era um sonho do cineasta. Ele se identifica com a história de pais e filhos imperfeitos e de alguém incapaz de se encaixar, o que serve também para Frankenstein. Em Pinocchio por Guillermo del Toro, o diretor une seu fascínio por esse conto de fadas ao amor pela animação, usando a técnica do stop-motion para conseguir um deslumbrante ar de feito à mão. O filme venceu o Oscar na categoria.

    O diretor cria uma obra pessoal e única, subvertendo certas ideias originais e se destacando das muitas versões do livro, incluindo da animação da Disney que é bem mais alegre e focada para crianças mais jovens. Em vez de pregar a obediência, seu Pinocchio defende que a desobediência, às vezes, é uma qualidade, especialmente durante um governo como o de Benito Mussolini, período em que se passa sua história. A atmosfera é sombria, mas Del Toro acredita no ser humano, e o resultado é encantamento.

    3. A Espinha do Diabo (2001)

    O que é um fantasma? Com essa intrigante pergunta, A Espinha do Diabo questiona se é um eco do passado destinado a ser repetido ou um espírito preso entre dois mundos. Se é fruto da imaginação ou realmente algo sobrenatural. No filme, Guillermo del Toro coloca em tensão a experiência pessoal e a coletiva, tendo novamente como pano de fundo a Guerra Civil Espanhola sob o olhar de uma criança, da mesma maneira que em O Labirinto do Fauno. De novo, é uma boa escolha para quem gosta de terror psicológico com um pé em problemas do mundo.

    Como sempre no caso do diretor, o filme é cheio de estilo, embora visualmente seja menos suntuoso do que O Labirinto do Fauno e Pinocchio. Mas há aquele mesmo espírito de capturar o terror da infância e ao mesmo tempo elevar o poder da inocência.

    4. A Forma da Água (2017)

    A Forma da Água é uma rara fantasia a ganhar o Oscar de melhor filme, além de melhor direção, trilha sonora e design de produção. O monstro é uma figura trágica, incompreendida e abusada, trazendo algo similar a Frankenstein. Guillermo del Toro sempre demonstra afeição por suas criaturas, mas aqui ele leva além, com um romance inspirado no clássico O Monstro da Lagoa Negra (1954). Mais uma vez, o monstro tem um visual único, mas o que faz a diferença mesmo é a atuação de Doug Jones. 

    Há cenas maravilhosamente estranhas, como aquelas em que a solitária faxineira Elisa (Sally Hawkins) aproxima-se do monstro, sendo a única capaz de realmente entendê-lo. Há um quê de A Bela e a Fera, sem a Síndrome de Estocolmo. E quase dá para sentir o cheiro das instalações do auge da Guerra Fria, nos anos 1960, provando o talento do diretor em estabelecer universos únicos, mesmo quando baseados na realidade, assim como em Pinocchio.

    5. Círculo de Fogo (2013)

    Círculo de Fogo foi um sucesso no mercado internacional, especialmente na China, mas não conquistou o público nos Estados Unidos. Talvez por isso, não tenha tido a repercussão que merecia como A Forma da Água e outros filmes do diretor. Mas, com a distância do tempo e depois de uma série de filmes de ação visualmente pobres, a produção dirigida por Guillermo del Toro precisa ser vista ou revista. 

    O longa propõe a união da humanidade para construir robôs gigantes, os Jaegers, e combater Kaijus, monstros saindo das profundezas do Oceano Pacífico — perfeito para fãs de Godzilla vs. Kong. Os atores Charlie Hunnam, Rinko Kikuchi e Idris Elba seguram o carisma no lado humano, mas as verdadeiras estrelas são os monstros e os robôs com designs incríveis e metidos em batalhas bem coreografadas, dirigidas e, acima de tudo, coloridas. Nada daquele tom azul-acinzentado ou com luz estourada da maior parte das sequências de ação cheias de efeitos visuais, tão comuns no cinema de agora.

    6. Hellboy II: O Exército Dourado (2008)

    Em Hellboy II: O Exército Dourado, Guillermo del Toro conseguiu um feito raro: fazer uma sequência melhor do que o original, Hellboy (2004). Ainda assim, ambos são bem melhores do que o reboot Hellboy (2019), dirigido por Neil Marshall e estrelado por David Harbour. 

    O filme tem mais humor, coração e um vilão mais interessante no Príncipe Nuada (Luke Goss), que se rebela contra a humanidade. Mas o segredo de Del Toro é, como em A Forma da Água, escalar atores que fazem a diferença mesmo debaixo de maquiagem protética pesada, que, aliás, concorreu ao Oscar. Ron Perlman dá o tom certo ao incompreendido demônio-herói, brilhando no filme de del Toro. 

    7. Cronos (1993)

    Cronos é a estreia de Guillermo del Toro na direção de longas-metragens e empacota um bocado de sangue e body horror em 92 minutos de duração. Mas os elementos mais sanguinolentos são combinados a uma dose de humor e bastante sensibilidade, ressaltando a importância da família e propondo uma discussão sobre o lado bom e ruim da imortalidade. 

    O filme evidencia alguns caminhos que o cineasta percorreria no seu futuro, como a contraposição da infância inocente e os perigos do mundo. É um Del Toro independente e iniciante, que não chega à perfeição artística de O Labirinto do Fauno, mas que já dá mostras de seu talento visual e da criação de atmosfera.

    8. A Colina Escarlate (2015)

    Quando Edith, a personagem de Mia Wasikowska em A Colina Escarlate, entra pela primeira vez na imponente e decadente mansão chamada Allerdale Hall, é como se Guillermo del Toro estivesse nos convidando para acompanhá-la em uma jornada sensorial, mais do que em uma trama. 

    A história de romance e horror gótico envolvendo uma jovem noiva, seu marido falido (Tom Hiddleston) e a sinistra cunhada (Jessica Chastain) em uma casa carregada de passado (e fantasmas) importa menos do que o espetáculo de cores, estampas e texturas dos cenários e figurinos. Para quem gosta de filmes em que mais vale a experiência, é uma viagem e tanto, trazendo uma atmosfera e tom parecido com A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça. 

    9. O Beco do Pesadelo (2021)

    Sem monstros, vampiros, fantasmas ou demônios, O Beco do Pesadelo ainda assim coloca o espectador em um universo particular tão palpável que quase dá para sentir o peso do ar, mesmo se passando em outra época, mais precisamente entre 1939 e 1941. 

    O filme é um noir, um thriller psicológico em que Guillermo del Toro explicita o que delineou em suas produções anteriores (como A Forma da Água e O Labirinto do Fauno, mas de forma menos impactante): os seres humanos é que são na verdade os reais monstros e não as criaturas incompreendidas e desajustadas que ele sempre vê com simpatia. Bastante sombrio e violento, O Beco do Pesadelo mostra como é fácil um homem se perder na busca pela fama e pelo sucesso. 

    10. Blade II: O Caçador de Vampiros (2002)

    Sequência de Blade: O Caçador de Vampiros (1998), dirigido por Stephen Norrington, Blade II: O Caçador de Vampiros tem Wesley Snipes mais cool do que nunca no papel do anti-herói da Marvel que é meio vampiro e meio humano. Aqui, ele vai liderar seus inimigos vampiros para combater uma espécie ainda mais devastadora: os Reapers, criaturas assustadoras e capazes de produzir cenas nojentas, bem ao gosto de Guillermo del Toro.

    O filme poderia ter um desenvolvimento melhor de trama e personagens? Sem dúvida. Mas o diretor sempre compensa com um visual criativo e cenas de ação e lutas estilosas e interessantes, como em Círculo de Fogo. Até por isso, pode ser uma boa opção para fãs de Matrix. 

  • 10 Grandes Filmes que Causaram Controvérsia Quando Apresentados em Cannes

    10 Grandes Filmes que Causaram Controvérsia Quando Apresentados em Cannes

    Bruno Pinheiro Melim

    Bruno Pinheiro Melim

    Editor JustWatch

    Enquanto a próxima edição do festival de cinema mais prestigiado do mundo não chega, falaremos um pouco sobre a repercussão de alguns filmes nas edições passadas. Quem disse que até os grandes diretores não estão sujeitos à vaias e reações negativas? Mesmo estreando no principal palco de cinema do globo, muitos filmes de cineastas de renome causaram bastante controvérsia durante a sua sessão de estreia no Festival de Cannes.

    Seja pela sua violência explícita, pela forma de representação do sexo, pelos temas provocativos, pela sua experimentalidade, ou por qualquer outro elemento subversivo, essas obras ficaram conhecidas pela recepção polêmica durante o festival. Para exemplificar isso, separamos uma lista com grandes filmes, elencados por ordem de qualidade (do meu ponto de vista), realizados por autores consagrados, que geraram muita controvérsia quando apresentados na cidade francesa.

    1. Taxi Driver: Motorista de Táxi (1976) 

    Se você está surpreso em ver que Taxi Driver: Motorista de Táxi, um dos grandes clássicos da história do cinema (que continua sendo referência até hoje para filmes como Coringa e Você Nunca Esteve Realmente Aqui), está nesta lista, saiba que nem mesmo Martin Scorsese conseguiu escapar de controvérsias ao estrear, o que considero, o principal filme da sua carreira. 

    Isto porque, o protagonista Travis Bickle, vivido por Robert De Niro, refletiu na tela o homem solitário contemporâneo, que utilizava a violência como uma forma de revolta contra o mundo. Assim sendo, a brutalidade do personagem, somada ao grafismo adotado pelo diretor (principalmente) no clímax do filme, fez com que muitas pessoas saíssem da exibição em Cannes, completamente chocadas e indignadas com o que viram. Concordemos, fato difícil de imaginar nos dias de hoje…

    2. Crash: Estranhos Prazeres (1996)

    Realizado pelo visceral diretor canadense, David Cronenberg, Crash: Estranhos Prazeres, diferente de Taxi Driver, causou perplexidade muito mais pela sua forma estranha com que retrata a violência e os prazeres carnais, ao acompanhar um grupo de pessoas que se excitam durante acidentes de carro. Personagens estes, que buscam reconstituir colisões automobilísticas violentas, na tentativa de satisfazer os seus desejos sexuais. Um tema muito semelhante ao filme contemporâneo Titane, que também iremos abordar nessa lista.

    Apesar de expor uma visão crítica sobre a sociedade de consumo e da relação do ser humano com a morte, o filme recebeu muitas vaias e reprovações durante a sua apresentação no Festival de Cannes de 1996. Mesmo assim, isso não impediu o longa de vencer o Prêmio Especial do Júri e, com o tempo, se tornar um marco da cinematografia de Cronenberg.

    3. A Árvore da Vida (2011)

    Árvore da Vida, até hoje, apesar da aclamação de boa parte da crítica (onde me incluo), ainda divide a opinião de boa parte do público. Realizado pelo filosófico diretor Terrence Malick, o filme conquistou a Palma de Ouro no ano em que foi lançado, mas nem por isso deixou de ser bastante criticado durante a sua estreia no festival — por motivos completamente opostos aos de Taxi Driver e Crash, uma vez que estão mais ligados à sua forma experimental. 

    Através de imagens fragmentadas de várias memórias da vida de uma família, a obra faz uma reflexão meditativa sobre a nossa existência, a vastidão do universo e o sentido da vida. O tom existencial, a narrativa fragmentada, o ritmo lento e outros diversos elementos não convencionais que o filme trouxe, são alguns exemplos do porquê o longa dividiu tantas opiniões. É um filme que recomendo muito aos interessados em obras mais desconstruídas e contemplativas, como 2001: Odisseia no Espaço e Stalker.

    4. A Aventura (1960) 

    Voltando algumas décadas na linha do tempo do Festival de Cannes, encontramos alguns filmes mais antigos que também causaram controvérsia quando estreados, sendo que o melhor exemplo, para mim, é o longa A Aventura, dirigido por Michelangelo Antonioni. Um filme tão experimental quanto Árvore da Vida, mas sem temas tão existenciais.

    Hoje, é um clássico absoluto do cinema. Mas no ano em que foi lançado, foi vaiado na cidade francesa, por conta da sua inovação rítmica e narrativa, apostando bastante na questão da atmosfera, assim como Árvore da Vida. O longa, que explora a incomunicabilidade humana, acompanha um grupo de amigos ricos em uma viagem para uma ilha vulcânica no mediterrâneo. Uma mulher some, e seu namorado e sua melhor amiga se apaixonam enquanto tentam procurá-la pela ilha. Sem elementos narrativos clássicos, e sem muita progressão, o filme impactou o público pela forma com que rompeu completamente com suas expectativas.

    5. Coração Selvagem (1990)

    Até para o irreverente e visionário David Lynch já sobrou vaia e reprovação. E não somente na primeira exibição do filme, mas também durante a recepção da Palma de Ouro do festival, com sua obra psicodélica e libertária que explora, através de um violento ‘road movie’, a relação de um casal em fuga, que viaja pelo sul dos Estados Unidos.

    Coração Selvagem conta com uma química incomparável entre os atores Nicolas Cage e Laura Dern e, apesar de ser cultuado nos dias de hoje, dividiu a opinião do público na sua estreia, recebendo, ao mesmo tempo, vaias e aplausos intensos — à semelhança de Taxi Driver, muito por conta da sua violência mais chocante. A meu ver, não está entre as principais obras de David Lynch (por isso a quinta colocação da lista), mas não deixa de ser um grande filme — principalmente para quem gosta de intensos ‘road movies’ como Bonnie e Clyde: Uma Rajada de Balas.

    6. Triângulo da Tristeza (2022)

    Parece que a controvérsia gerada por alguns filmes na sua estreia, pode ter alguma relação com os principais prêmios do Festival de Cannes. Afinal, a sexta obra aqui citada, assim como as anteriores, também foi galardoada na edição em que estreou, recebendo a Palma de Ouro. O filme de Ruben Östlund é, na minha visão, uma inteligente comédia ácida sobre a alta classe contemporânea, que até lembra o filme O Menu, apesar de ser mais bem dirigido.

    Durante uma viagem em um navio de luxo, presenciamos a superficialidade de um núcleo de pessoas ricas. No entanto, após um acidente, a dinâmica social muda e aqueles que sabem como sobreviver em meio à dificuldade, acabam ditando o ritmo do jogo. Mesmo premiado, muita gente rejeitou o tom escatológico e nauseante de Triângulo da Tristeza (aspectos distintos dos outros filmes dessa lista), uma comédia que faz questão de ultrapassar alguns limites para expor a sua crítica social. Escolha esta que, obviamente, nem sempre agrada todo mundo.

    7. Maria Antonieta (2006)

    Diferente dos filmes anteriores desta lista, este conta com uma história que apresenta figuras reais, o que causou toda a polêmica do filme, principalmente por conta da liberdade artística da obra. Já pensou se a famosa rainha francesa, Maria Antonieta, tivesse um tênis all-star? Sofia Coppola não só imaginou, como colocou essa imagem na tela, em Maria Antonieta. Além desse elemento, a produção também conta com uma trilha sonora marcada por muito rock'n roll e música pop, além de outros aspectos que rompem com o rigor histórico esperado pelo tema do filme. 

    Convenhamos, não precisamos nem explicar o porquê muita gente reprovou a sua abordagem. O fato é que, mesmo com essa recepção conturbada, o longa de Sofia (pelo menos, para mim) envelheceu muito bem. Sua reinterpretação histórica da vida da rainha, com um visual deslumbrante, e uma visão narrativa humana e jovem, prova que a diretora é uma das autoras mais originais e talentosas do cinema norte-americano contemporâneo.

    8. Titane (2021)

    Dirigido pela francesa Julia Ducournau, Titane é (na minha perspectiva), ao lado de A Substância, um dos mais relevantes filmes de terror corporal dos últimos anos, que segue uma mulher que após um acidente, acaba fazendo um implante de titânio na cabeça. Agora com o implante, a personagem passa a agir de forma violenta, se envolvendo em uma série de assassinatos (para dizer o mínimo) perturbadores.

    Mas calma que as coincidências (da relação entre corpo e máquina/tecnologia) com o filme de Cronenberg (Crash: Estranhos Prazeres) não param por aí. Uma das cenas mais chocantes e que conversa diretamente com a obra do diretor canadense, é quando a protagonista tem relação sexual com um carro. Mesmo vencendo a Palma de Ouro, o filme teve uma recepção mista por conta de algumas cenas bem exageradas, as quais, às vezes, confesso que estão inseridas de uma maneira meio gratuita — por isso, a sua oitava colocação na lista.

    9. Megalopolis (2024)

    Tal filha, tal pai. Se Sofia já sofreu com a rigidez do público e crítica de Cannes com Maria Antonieta, saiba que o mesmo também aconteceu com o seu pai, Francis Ford Coppola. Megalopolis é o seu filme mais ambicioso, que foi produzido com o seu próprio dinheiro, com cenários grandiosos, intenso uso de tecnologia e um elenco de luxo. Contudo, as primeiras impressões sobre o filme, durante a sua estreia no festival, foram bastante divididas. 

    O longa acompanha um arquiteto utópico que tenta reconstruir a cidade de Nova Roma com o uso de um material chamado Megalon. A experimentalidade estética do épico, as atuações teatrais, o visual ostensivo e sua narrativa que tenta abarcar inúmeros temas de uma vez só, fizeram com que muitos o considerassem uma obra prima, e outros, um completo desastre. Ao meu ver, não deixa de ser um grande filme que merece ser visto (principalmente por conta da sua coragem), mesmo contando com uma série de buracos narrativos.

    10. Anticristo (2009)

    Por fim, o Festival de Cannes e Lars von Trier sempre tiveram uma relação um tanto quanto conturbada. Não foi diferente com Anticristo, um filme extremamente polêmico por conta do seu tema, mas também pela violência completamente explícita, perturbadora e sem pudor — até mais incômoda e controversa do que em Titane, mesmo, na minha opinião, sendo um filme inferior.

    Na edição em que estreou, o Júri Ecumênico do festival entregou, inclusive, um ‘anti-prêmio’ para o diretor, em forma de revolta contra sua obra provocadora. Um thriller gótico dinamarquês que conta a história de dor de um casal que perdeu o filho, onde durante o processo de luto, eventos misteriosos e brutais começam a acontecer, simbolizando o sofrimento e o mal-estar do casal. Uma obra para quem tem fôlego, que vai de encontro aos filmes mais subversivos do diretor, como Melancolia e Ninfomaníaca.

  • 10 Remakes e Adaptações Que São Melhores Que Os Filmes e Séries Originais

    10 Remakes e Adaptações Que São Melhores Que Os Filmes e Séries Originais

    Bruno Pinheiro Melim

    Bruno Pinheiro Melim

    Editor JustWatch

    Ultimamente temos ouvido bastante a afirmação de que a versão original de determinada produção é melhor que o seu remake — talvez isso seja um sintoma da enorme leva de refilmagens que Hollywood vem fazendo nos últimos anos, que vem deixando a indústria um pouco saturada.

    No entanto, essa frase pode não se aplicar para uma lista de filmes e séries que, muitas vezes, são considerados adaptações ou remakes melhores, comparados às suas produções originais — levando em conta, principalmente, a qualidade e popularidade de cada obra. Ainda neste ano, temos o remake de O Sobrevivente chegando aos cinemas, mas agora com Glen Powell no papel do protagonista, que foi originalmente feito por Arnold Schwarzenegger em 1987. Neste guia da JustWatch, conheça alguns dos exemplos de adaptações que superaram o filme ou série original (elencados por ordem de lançamento), e saiba também onde assistir a cada um nas mais diversas plataformas de streaming!

    O Homem Que Sabia Demais (1956) 

    Começando por um dos casos mais curiosos da história dos remakes cinematográficos. Em 1934, o mestre do suspense Alfred Hitchcock, ainda no início da carreira, dirigiu um filme britânico chamado O Homem Que Sabia Demais, que contava a história de um médico comum que de repente se vê envolvido em uma trama de assassinato internacional. Porém, anos depois, o mesmo diretor realizou uma versão americana da história, dessa vez com James Stewart no papel principal. O que, convenhamos, elevou bastante o status do filme.

    A melhor versão? Não resta dúvidas que é a de 1956. Afirmação feita, inclusive, pelo próprio diretor, no livro Hitchcock/Truffaut, onde expõe que o filme norte-americano é uma obra muito mais madura, com personagens mais bem trabalhados, e uma ambiência que eleva ainda mais o suspense presente na trama (comentários estes com os quais eu tendo a concordar). Tudo isso acabou refletindo também na recepção do público na época, que abraçou o remake de Hitchcock de uma maneira bastante calorosa.

    O Enigma de Outro Mundo (1982) 

    Sim, O Enigma de Outro Mundo, um dos grandes marcos do cinema de terror e de ficção científica (dirigido pelo lendário John Carpenter), não foi o primeiro filme a contar a história do alienígena que caça um grupo de pesquisadores em uma estação polar. Na verdade, trinta anos antes, já existia o longa O Monstro do Ártico — que, ao contrário de O Homem Que Sabia Demais, foi realizado por um outro diretor, chamado Christian Nyby.

    Apesar de algumas semelhanças entre os filmes, a segunda versão é mais fiel ao livro homônimo de John W. Campbell, que é a principal fonte dos dois longas. Principalmente em relação à história do alien poder se transformar em outros seres vivos (inclusive pessoas), o que acaba por aumentar (e muito!) o suspense psicológico do segundo filme, transformando-o em uma obra mais imprevisível, e com mais possibilidades de exploração de um terror corporal. Além de contar também com uma direção muito mais sofisticada, que dialoga diretamente com a temática angustiante do livro. 

    Scarface (1983)

    É, parece que o nível está muito alto no início dessa lista. Afinal de contas, nunca existiu um consenso de se o remake Scarface, de Brian De Palma, é realmente melhor que o filme original de Howard Hawks, intitulado no Brasil Scarface: A Vergonha de uma Nação. 

    No entanto, à semelhança da segunda versão de O Homem Que Sabia Demais, que se elevou ao ter a presença de James Stewart no elenco, para mim, existe um grande fator que diferencia os dois Scarface, fazendo com que a versão mais recente se sobressaia ligeiramente. E esse fator é: Al Pacino! 

    Evidentemente, quando se ouve falar em Tony Montana, nossa cabeça vai parar imediatamente nas inúmeras imagens e diálogos icônicos do filme de Brian De Palma. E isso muito por conta de Al Pacino, que entrega uma interpretação super intensa e multifacetada. Que é cativante, mas também intimidadora. Que faz você grudar na tela e habitar aquele universo violento, sem nunca mais esquecê-lo. Uma sensação parecida com presenciar Marlon Brando como Don Corleone em O Poderoso Chefão.

    A Mosca (1986)

    Novamente chegamos a uma questão de gosto. Àqueles que preferem um terror que explora principalmente o ambiente de mistério por trás de um experimento falhado, A Mosca da Cabeça Branca, dirigido por Kurt Neumann, pode satisfazer o seu gosto. Mas se você (como eu) adora uma vibe mais terror gráfico, parecido com o que encontramos em O Enigma de Outro Mundo, mas ainda mais explícito, no melhor estilo ‘cronenberguiano’, e sem deixar de lado o fator psicológico de um personagem que se transforma em um inseto, A Mosca é o filme certo para você.

    Em resumo, David Cronenberg faz filmes mais perturbadores e desagradáveis (no bom sentido), e seu remake de 1986, levemente baseado no conto homônimo de George Langelaan, é um dos melhores exemplos (ao lado de Videodrome: A Síndrome do Vídeo) dessa sua faceta. Com certeza, uma obra-prima do terror corporal, e que (acredite) está disponível no Disney+.

    Perfume de Mulher (1992)

    Eu poderia usar o mesmo argumento de Scarface, afirmando que Al Pacino faz com que o remake de Perfume de Mulher seja melhor que o filme italiano (também intitulado Perfume de Mulher), de 1974. O que não deixa de ser verdade, já que o ator norte-americano levou o Oscar de Melhor Ator, interpretando um homem cego que pretende realizar o seu último desejo antes de morrer — mas não partiremos apenas dessa premissa. 

    Outro fator primordial que faz com que o remake de 1992 seja superior ao filme italiano, mora justamente no fato de que sua narrativa se propõe a mergulhar emocionalmente, de maneira bastante realista e dramática (mas sem exageros, como o clássico Rain Man), nas relações entre os personagens da trama. Para dizer de outra forma, é um daqueles filmes extremamente emocionantes, que podem, inclusive, te fazer chorar — e é claro que isso é potencializado pelas performances de um elenco de luxo, que também conta com o mestre Al Pacino.

    The Office (2005–2013)

    Vamos agora para mais uma comparação um tanto quanto controversa (já que podem existir argumentos para os dois lados), dessa vez, direcionada para duas séries. Mas afinal, qual produção é melhor, o The Office britânico ou o The Office norte-americano? Do meu ponto de vista, a versão dos Estados Unidos, já que não temos como ignorar o maior impacto que ela teve na cultura popular, principalmente quando pensamos no desenvolvimento dos personagens e na duração total da série — que é muito maior.

    No entanto, é importante pontuar que para quem prefere um humor ácido mais sombrio e pessimista, a versão britânica pode agradar mais. Já quem gosta de um humor igualmente constrangedor, mas que explora mais a fundo as relações entre os personagens, de uma maneira mais otimista, fica do lado da série americana. Porém (e este é um aspecto muito importante), quando falamos de protagonistas, fica difícil comparar o ‘vergonha-alheia’ Michael Scott com o arrogante David Brent. Apesar dos dois compartilharem a maioria dos defeitos, Scott vence no quesito qualidades — como pessoa, principalmente, porque como ‘boss’, melhor nem comentar…

    Os Infiltrados (2006) 

    Já deu para perceber (com Perfume de Mulher e The Office) que os norte-americanos têm uma cultura muito forte de adaptação de histórias de outros países. Essa informação talvez tenha passado batida, mas sim, o clássico filme de Martin Scorsese, Os Infiltrados, que conta com Leonardo DiCaprio, Matt Damon e Jack Nicholson no elenco, também é adaptado de um longa-metragem estrangeiro (de Hong Kong), intitulado Conflitos Internos.

    Sinceramente, do mesmo modo que The Office, Os Infiltrados não traz uma comparação fácil, uma vez que o filme original também tem diversas qualidades — sendo a principal delas, o fato de se aprofundar nos dilemas internos dos protagonistas (o policial disfarçado e o criminoso infiltrado). Por outro lado, o filme de Scorsese se concentra mais no suspense e nas sequências de ação que essa perseguição dupla causa. Na minha visão, como um thriller policial de primeira linha (parecido com clássicos como Os Suspeitos e Fogo Contra Fogo), completamente imprevisível e extremamente angustiante, Os Infiltrados é imbatível. 

    Shameless (2011–2021) 

    Mais uma parada dura no quesito melhor produção. E o pior, é que dessa vez não há sequer como utilizar o argumento de que uma série teve mais temporadas que a outra, e consequentemente mais tempo e possibilidade de desenvolvimento dos personagens e seus conflitos internos (assim como a segunda versão de The Office). Afinal, tanto o remake norte-americano de Shameless, quanto a versão original britânica (também intitulada Shameless), contam com onze temporadas acompanhando a disfuncional família Gallagher.

    Porém, há um fator fundamental que faz com que a versão americana, para mim, se sobressaia, e seja uma produção mais identificável para com o público. O fato de grande parte da família Gallagher continuar na série até o fim da última temporada — algo que acaba por não acontecer na versão britânica, já que alguns integrantes vão deixando de aparecer durante as temporadas. O que, concordemos, faz com que o nosso coração fique mais acalentado durante o remake.

    House Of Cards (2013–2018)

    Muitos não sabem, mas a série House Of Cards, da Netflix, é uma adaptação de uma minissérie homônima britânica dos anos 90, que por sua vez é baseada no livro de Michael Dobbs, que também explora os meandros por trás do poder político. No entanto, ao contrário de Shameless, aqui, o desafio de eleger a melhor produção é muito mais fácil, uma vez que, assim como The Office, a segunda versão conta com mais temporadas e um apelo popular gigantesco.

    Assim, apesar da série inglesa contar com um elenco excelente e um roteiro afiado, a versão norte-americana tem um desenvolvimento de personagens e subtramas bem mais apurado, se aprofundando na ideia de explorar o que o ser humano é capaz de fazer quando regido por uma sede insaciável de poder e ambição. Sem contar o detalhe de que, cinematograficamente falando, também não há como comparar a qualidade da direção e fotografia entre as duas produções — vale lembrar que um dos diretores da versão americana é David Fincher, que também realizou uma série de suspense muito famosa, que indico aos que gostam de House Of Cards, intitulada Mindhunter.

    Nasce uma Estrela (2018)

    Por fim, terminaremos com mais um caso (assim como O Homem Que Sabia Demais) bastante curioso, mas por um motivo diferente: se trata de uma das histórias que mais vezes passou por esse processo de reciclagem/atualização. Isto é, na verdade, Bradley Cooper estreou sua carreira como diretor de cinema fazendo uma adaptação de uma obra que já havia sido refeita outras duas vezes — todas elas com personagens semelhantes, mas algumas variações no enredo.

    Tanto o Nasce uma Estrela original, lançado em 1937 e dirigido por William A. Wellman, quanto o último Nasce uma Estrela, de 2018, realizado por Cooper, são considerados filmes paradigmáticos no gênero de drama musical — sinônimo disso, é que ambas as obras levaram uma estatueta do Oscar para a casa. 

    Porém, o último filme é o meu favorito, uma vez que faz um retrato menos idealizado do ‘showbusiness’, sendo, de todas as versões da história, a mais sombria delas (principalmente do ponto de vista do depressivo protagonista interpretado por Cooper, que lembra bastante o personagem principal de Coração Louco). Além de ter um maior apelo popular, muito por conta, claro, da participação memorável de Lady Gaga, com sua canção original “Shallow” — que rapidamente se tornou um marco musical.

  • ‘Alien’: Ranking dos 10 Xenomorfos Mais Assustadores da Franquia (Incluindo Filmes e Série)

    ‘Alien’: Ranking dos 10 Xenomorfos Mais Assustadores da Franquia (Incluindo Filmes e Série)

    Bruno Pinheiro Melim

    Bruno Pinheiro Melim

    Editor JustWatch

    Com a chegada da série Alien: Earth no Disney+ e o retorno das clássicas criaturas alienígenas (também apelidadas popularmente de Xenomorfos), por que não passearmos pela história da franquia de terror, através de um ranking desses aliens assustadores que já apareceram ao longo de todas as produções em live-action?

    Concebidos inicialmente pelo artista plástico H. R. Giger, os xenomorfos já foram apresentados, ao longo dos anos, em diferentes fases da vida e distintas variações, dependendo do tipo de hospedeiro — vale lembrar que o mais comum é o próprio ser humano. No entanto, sempre mantendo a estética aterradora e o instinto mortal da criatura. Neste guia da JustWatch, selecionamos pelo menos um alien de cada filme e série, para montarmos um ranking com os Xenomorfos mais assustadores da franquia — levando em consideração a sua estética apavorante, o grau de tensão da cena em que aparecem e a qualidade de cada filme.

    10. Predalien - Alien vs. Predador (2004)

    Apesar dos crossovers entre as franquias Alien e Predador, na minha opinião, terem decepcionado com uma história bem menos apelativa e uma estética não tão sofisticada, comparado aos filmes principais das respectivas franquias, o visual da criatura híbrida Predalien (nascida a partir de um Xenomorfo que se hospedou em um Predador) impressionou bastante. 

    Afinal, é uma mistura sinistra de um Xenomorfo com o corpo alongado e os dreads e boca de um Predador. Além disso, com o seu instinto mortal duplicado e uma força descomunal, fica impossível não sentir um frio na espinha ao vê-lo. A criatura aparece rapidamente no primeiro Alien vs. Predador, mas é em Alien vs. Predador 2 que a trama realmente gira em torno dela, trazendo sequências (como a cena em que ela ataca uma maternidade) verdadeiramente assustadoras.

    9. Newborn (Híbrido) - Alien: A Ressurreição (1997)

    Continuando nessa toada de Xenomorfo menos clássicos, chegamos ao Newborn — que também pode ser traduzido como recém-nascido ou híbrido. Uma bizarra mutação genética entre os genes dos clones de uma Rainha Xenomorfo e da própria Ripley (protagonista dos filmes), que dá as caras durante o longa Alien - A Ressurreição, perseguindo o oitavo clone de Ripley, mesmo a reconhecendo como sua mãe. Um filme que não traz o mesmo ambiente claustrofóbico das primeiras obras da franquia, mas que entrega uma história interessante que se situa centenas de anos à frente.

    Sua fisionomia, que remete a uma caveira humana gosmenta (bem diferente do visual tradicional de um Xenomorfo), causa ainda mais arrepios que o Predalien (muito por conta da deformidade física do Híbrido). No entanto, mesmo sendo criaturas apavorantes, ambas acabam por não ter o mesmo apelo dos Xenomorfos mais tradicionais, com sua aparência biomecânica que lembra uma mutação de serpente assassina. Por este motivo (e por aparecerem nos filmes menos impactantes da franquia), ocupam as duas últimas colocações da lista.

    8. Runner (Corredor) - Alien 3 (1992)

    Vamos agora para mais uma forma alternativa da criatura, mas essa com uma aparência mais próxima aos Xenomorfos originais. O Runner, também conhecido como Corredor, nasce a partir de um hospedeiro quadrúpede, como um cão, por exemplo. Por isso, suas habilidades se diferem, sendo um ser muito mais rápido e ágil que o normal, se locomovendo a quatro patas. 

    Apesar de ser um alien relativamente mais fácil de destruir comparado ao Newborn (Híbrido), seu instinto assassino e a velocidade que alcança ao perseguir algum ser humano, fazem com que ele seja, a meu ver, ainda mais apavorante. Dito isso, as cenas que exibem um Runner (Corredor) em Alien 3 provam que não há muito o que se fazer quando essa criatura está por perto. Afinal, em alguns segundos, utilizando o chão, a parede ou o teto, seu instinto mortal é acionado e ele rapidamente alcança a sua presa.

    7. Neomorph (Neomorfo) - Alien: Covenant (2017)

    Daremos um salto agora para o filme Alien: Covenant, que apresenta outra variação, intitulada Neomorph (ou Neomorfo em português), que tem um ciclo de vida bem diferente do Xenomorfo tradicional, uma vez que utiliza esporos que invadem vários hospedeiros pelo ar. Mesmo sem o design mais clássico, tem uma aparência de botar medo em qualquer um. 

    Seus dentes afiados e o seu corpo branco e gosmento mais padronizado, bem diferente do tom avermelhado e mais escuro do Corredor, nos causa, na minha visão, uma sensação de repulsa ainda maior. Sem contar o fato de que a cena que mostra um Neomorfo saindo das costas de um ser humano hospedeiro, que remete ao clássico Chestbuster (que ainda comentaremos nessa lista), é um momento realmente perturbador do filme.  

    6. Facehugger (Abraçador) - Alien: O 8º Passageiro (1979)

    Chegamos agora ao Xenomorfo mais conhecido, apresentado no primeiro filme Alien - O 8º Passageiro (para mim, o melhor de todos eles), neste caso, no seu segundo estágio de desenvolvimento biológico. Para quem já assistiu ao longa, é impossível esquecer a cena em que um Facehugger (também apelidado de Abraçador), identifica um possível hospedeiro, e eclode do ovo, se alocando no capacete do personagem.

    Na cena seguinte, vemos o mesmo sujeito com o Xenomorfo já hospedado na sua face, sendo revelado o seu visual horrendo, com sua cauda envolta no pescoço do hospedeiro e o seu corpo viscoso agarrado por completo na cabeça do personagem, onde irá liberar o embrião que dará origem ao Chestbuster — que mencionamos há pouco. Mesmo sendo uma fase da vida do Xenomorfo que não aparenta tanto perigo mortal, o Facehugger ocupa a sexta posição muito por conta da sensação inquietante que decorre desta cena. Um dos momentos mais icônicos da franquia, que causa arrepios só de descrevê-lo — imagine então, ao assisti-lo pela primeira vez.

    5. Xenomorfo - Alien: Earth (2025)

    Um dos fatores que distinguem os Xenomorfos tradicionais que ressurgem durante a série Alien: Earth, é o fato deles aparecerem dentro do nosso Planeta Terra. O que, convenhamos, soa um tanto quanto pessimista (imaginando a possibilidade de estrago em larga escala), vide o caráter predatório e hospedeiro da criatura.

    Entre as várias espécies de alienígenas que caíram na Terra durante a série (vale lembrar que a clássica criatura não é a única), os Xenomorfos são, evidentemente, os aliens de maior destaque, protagonizando, na minha visão, as cenas mais tensas da história, que remetem ao primeiro e memorável Alien - O 8º Passageiro. Além disso, outro motivo que faz com que os  Xenomorfos da série ocupem a quinta posição, é o fato de passarmos a saber novos detalhes sobre a sua polêmica e misteriosa origem (que mostra ser mais antiga do que pensávamos).

    4. Trilobite (Trilobita) - Prometheus (2012)

    E por falar na origem dessas criaturas, Prometheus é uma das prequelas, ao lado de Alien Covenant, que sugere possíveis explicações para este tópico (através, por exemplo, dos chamados ‘Engenheiros’ alienígenas ou até mesmo do android David, que podem estar relacionados com a criação dos Xenomorfos), mas sem apresentar uma resolução definitiva.

    Neste filme, por final, é apresentado o Trilobite (ou Trilobita), uma espécie gigantesca de Abraçador — com um aspecto que lembra uma aranha colossal, ou até mesmo um polvo com tentáculos — que se acopla em um Engenheiro (que tem um visual bastante humanóide), gerando uma das primeiras espécies de Xenomorfo. Se o Facehugger do filme Alien conseguia esconder o seu caráter mortal e parasitário, por não ser uma criatura tão grande, o mesmo não acontece com o Trilobite — um ser, por essência, assustador e assombroso, que ataca de maneira selvagem e violenta. Por este motivo, e pelo impacto que nos causa na cena em que ataca o Engenheiro, merece a quarta posição. 

    3. Rainha Xenomorfo - Aliens: O Resgate (1986)

    Chegamos, enfim, à grande Rainha Xenomorfo, apresentada durante o filme Aliens: O Resgate — o segundo da franquia. Responsável por botar os ovos de onde surgirão os Drones (os aliens mais comuns que vemos ao longo da franquia) e os Soldados (responsáveis pela defesa da colmeia), a Rainha tem uma aparência imponente e uma estatura extremamente ameaçadora, com vários braços e uma espécie de coroa colossal. Além de ser um dos Xenomorfos mais fortes e resistentes de todos — apesar de não ter a mesma agilidade de outros como o Corredor.

    Sua cena mais emblemática que garante a medalha de bronze no quesito Xenomorfo mais assustador, é aquela na qual Ripley se depara com a sua colmeia e, aos poucos, a Rainha acaba por se revelar, posteriormente gerando uma cena de conflito bastante tensa entre ela e a protagonista.

    2. Offspring (Mutante Descendente) - Alien: Romulus (2024)

    Vamos agora para a segunda posição do ranking, uma escolha que pode não ser consensual, mas que, na minha visão, merece ocupar este espaço, por conta de todo o conjunto da obra: o visual assustador da criatura, a cena emblemática em que ela aparece e o filme extremamente bem realizado que o apresenta.

    É claro que me refiro ao Offspring (que significa descendente) de Alien: Romulus que, por sinal, revigorou a franquia, ao recuperar os elementos mais clássicos e aterrorizantes, principalmente do Alien - O 8º Passageiro, que dá as caras na parte final do filme. Um mutante, que também é um híbrido de Xenomorfo e ser humano, criado a partir de uma substância (intitulada Z-01) injetada na barriga de uma das personagens. 

    Com sua aparência humanoide, um corpo magro e grande com o esqueleto aparente, uma cauda longa como a de um Xenomorfo e mãos enormes e com garras, a criatura nasce de maneira surpreendente e perturbadora, travando posteriormente uma batalha épica com a protagonista Rain, no trecho final do filme.

    1. Chestburster - Alien - O 8º Passageiro (1979)

    A primeira colocação sim, podemos considerar como uma espécie de consenso. Afinal, a terceira fase do ciclo de vida de um Xenomorfo (depois do Facehugger) é, sem dúvida, a mais assustadora e repugnante. Intitulada como Chestburster (que podemos traduzir informalmente como ‘explode peito’), é a fase na qual um Xenomorfo ‘nasce’ do seu hospedeiro, literalmente, rasgando o tórax da sua vítima, e emergindo como uma criatura ainda em fase primária, mas com uma aparência que causa calafrios.

    Principalmente quando lembramos da lendária cena em que vemos um Chestburster ‘nascendo’ pela primeira vez durante Alien - O 8º Passageiro. Para mim, o momento mais marcante de toda a franquia, por conta da sensação de terror passada através de uma imagem violenta, gráfica e intimidadora, que expõe o surgimento de uma criatura semelhante a um verme assassino com dentes, que se alimenta de qualquer coisa para poder crescer.

  • ‘Minha Culpa’ Não É a Única História de Sucesso do Wattpad: Ranking de Todas as Adaptações

    ‘Minha Culpa’ Não É a Única História de Sucesso do Wattpad: Ranking de Todas as Adaptações

    Beatriz Coutinho

    Beatriz Coutinho

    Editor JustWatch

    Nossa Culpa, o terceiro filme da trilogia espanhola de sucesso Minha Culpa, estreou recentemente no Amazon Prime Video, provando o quão longe pode chegar uma história que nasceu no Wattpad, famosa plataforma para publicação de fanfics e histórias originais. 

    O romance entre Noah e Nick conquistou muitos fãs, mas ele não é o único exemplo de adaptação de sucesso que nasceu na internet. Nos últimos anos, o Wattpad serviu como ponto de partida de muitas séries e filmes que exploram amores impossíveis, triângulos amorosos e dramas adolescentes. 

    Neste guia da JustWatch, ranqueamos todas as histórias do Wattpad que já foram adaptadas para filme e série, para que você descubra tudo sobre elas, inclusive em quais serviços de streaming assisti-las.

    15. Talk Back and You're Dead (2014)

    Baseado na popular história original escrita por Alesana Marie,Talk Back and You’re Dead é uma produção filipina que funciona como um verdadeiro retrato da era de ouro do Wattpad em 2010: uma mistura de drama adolescente, romance intenso e personagens exagerados. A trama acompanha Sam, uma jovem que, por acaso, cruza o caminho de Top, o líder de uma gangue que, claro, esconde um coração sensível por baixo da aparência de bad boy.

    Embora traduza fielmente o espírito apaixonado e caótico de algumas fanfics originais, sem medo de abraçar o melodrama, o filme tem um roteiro confuso e recheado de clichês que vão se amontoando um em cima do outro: promessa de amor feita na infância, casamento arranjado, problemas de saúde que surge do nada, entre outros. Se você curte produções do tipo novelão, vá em frente, mas é preciso ressaltar que Top não é um bom exemplo de personagem masculino.

    14. O Fabricante de Lágrimas (2024)

    Inspirado no fenômeno literário italiano homônimo de Erin Doom, cujo sucesso no Wattpad foi tão grande que fez com que a história fosse oficialmente publicada por uma editora, O Fabricante de Lágrimas conta a história de Nica e Rigel, dois jovens que cresceram juntos em um orfanato misterioso, onde enquanto ela e outras crianças sofriam maus tratos, ele parecia ser beneficiado pela dona do local. A relação deles é marcada por tensão e paixão reprimida, e quando eles são adotados juntos por um mesmo casal, são obrigados a conviver de forma ainda mais próxima.

    Visualmente muito bonito e com uma trilha sonora grandiosa, com nomes como Billie Eilish e Olivia Rodrigo, o filme acerta no tom sombrio, como uma mistura de Diários do Vampiro e Crepúsculo sem a parte sobrenatural, mas peca em mostrar de onde surge a paixão tão intensa entre os dois adolescentes, que parecem mais interessados no mistério que os prende do que em se resolverem e enfim ficarem juntos, de forma parecida com o que acontece em Talk Back and You’re Dead. Ainda assim, muitas vezes paixão não se explica mesmo, então, se o clima por aí estiver frio e chuvoso, esta é uma boa produção para assistir no conforto do sofá comendo pipoca e brigadeiro.

    13. After (2019)

    O fenômeno After começou como uma fanfic da boyband One Direction no Wattpad, escrita por Anna Todd, e se transformou em uma das sagas mais comentadas e polêmicas do cinema jovem recente. A história acompanha Tessa Young, uma garota certinha que acabou de entrar na faculdade, e Hardin Scott, o típico bad boy misterioso e problemático, até o momento em que o destino deles se cruza e dá início a um relacionamento intenso, dramático e repleto de idas e vindas que rendeu cinco filmes no total.

    Os longas dividem opiniões por muitas vezes retratarem um amor tão turbulento, que nem sempre soa saudável, como acontece em Belo Desastre, o que é uma crítica justíssima, pois Tessa e Hardin, assim como Nica e Rigel, não têm o costume de fazer uma coisa bastante importante: sentar para conversar. Ainda assim, a química entre a atriz Josephine Langford e o ator Hero Fiennes Tiffin é perfeita, o que faz com que a gente queira acompanhar a história até o fim, relevando muitas vezes a falta de desenvolvimento e evolução dos personagens em troca de boas cenas do casal.

    12. Flutuar (2023)

    Se por um lado After tem emoção até demais, Flutuar, filme baseado na história escrita por Kate Marchant no Wattpad, às vezes dá a impressão de que falta um pouquinho de agitação na história. Aqui conhecemos Waverly, que não tem certeza se quer seguir o sonho que seus pais sonham por ela: se formar em medicina, e decide passar um tempo com a tia, que mora em uma cidade litorânea, para pensar em seu futuro. Tentando se integrar, ela conhece o salva-vidas Blake, que a resgata de um afogamento acidental, o que faz com que eles fiquem hipnotizados um pelo outro.

    A emoção de um filme de romance não precisa estar em idas e vindas dramáticas ou no mocinho fazendo a mocinha se arrastar por ele, longe disso — e adaptações não precisam seguir fielmente suas obras originais, pois é inevitável que na tela as produções sejam diferentes, mas como a história de Marchant tinha uma pegada mais “rivais que se apaixonam”, Flutuar acaba sendo tranquilo demais, pois essa dinâmica é substituída por uma paixão à primeira vista. Ainda assim, isso não é necessariamente ruim, pois o filme se torna perfeito para quem curte histórias de verão bastante românticas como A Última Música.

    11. A Barraca do Beijo (2018)

    Inspirado no livro de Beth Reekles, que começou como uma fanfic publicada no Wattpad, A Barraca do Beijo é um fenômeno que se prova realmente divertido em vários momentos, mas que também fica marcado por uma ou outra cena de namoros não muito exemplares, como em Talk Back and You’re Dead e After. Aqui, vemos Elle Evans criar uma Barraca do Beijo para arrecadar fundos para um evento da escola, e convencer seu crush secreto, Noah, o irmão de seu melhor amigo, a participar — o que ela não esperava é que ele acabaria querendo beijar ela também. 

    Interpretado por Jacob Elordi, Noah poderia ser o típico garoto popular mais puxado para o gentil do que para o possessivo, como em High School Musical ou Um Amor para Recordar, mas tendo isso em mente é possível aproveitar as partes animadas do filme. Apesar de previsível, a história tem seu charme, pois mesmo com vários clichês, faz o público ficar interessado no que vem pela frente. Para acompanhar a trama completa, assista também as continuações A Barraca do Beijo 2 e A Barraca do Beijo 3.

    10. Através da Minha Janela (2022)

    Sucesso global no streaming, Através da Minha Janela é uma adaptação do livro de Ariana Godoy, publicado originalmente no Wattpad. O longa acompanha Raquel, uma jovem que há anos é secretamente apaixonada por seu vizinho misterioso Ares Hidalgo, e que nem imagina que um incidente inesperado fará com que eles se aproximem e iniciem um romance cheio de tensão e desejo, marcado por uma dinâmica de classes sociais diferentes.

    Apesar de Raquel e Ares não estarem no ensino médio, o filme abraça o drama adolescente e cenas mais quentes de forma direta, entregando intensidade, narrativa viciante e uma estética mais moderna como a de O Fabricante de Lágrimas. A protagonista é tímida, mas não boba, embora vez ou outra aceite comportamentos questionáveis de Ares, que insiste em afastá-la toda vez que ele tem dificuldade com os próprios sentimentos. A sintonia entre Clara Galle e Julio Peña sustenta bem os filmes, embora as duas sequências, Através da Minha Janela: Além-mar e Através da Minha Janela 3: Olhos nos Olhos, embarquem um pouco no clima de novela, com um clichê atropelando o outro na maior parte do tempo.

    9. Minha Culpa (2023)

    Inspirado no sucesso de Mercedes Ron no Wattpad, Minha Culpa conquistou o público com seu romance intenso e estética cinematográfica caprichada, ao mesmo tempo em que entrega cenas de ação e um tom de novela. A história espanhola acompanha Noah, uma jovem que se muda para a mansão do novo marido da mãe e descobre que terá que conviver com Nick, seu novo meio-irmão rebelde. Entre provocações sensuais e tensão, nasce um relacionamento proibido que mistura drama, paixão e segredos familiares.

    Como uma mistura de After com O Fabricante de Lágrimas e Velozes e Furiosos, a saga de filmes estrelada por Nicole Wallace e Gabriel Guevara — que têm muita química entre si — é um prato cheio para fãs de romances adolescentes com um toque de perigo e adrenalina, já que Nick participa de corridas ilegais de rua. Apesar dos clichês e dos comportamentos não tão legais de alguns personagens masculinos, a história entrega enredo e é bastante sexy. Vale lembrar que além das continuações Sua Culpa e Nossa Culpa, a trilogia tem um remake inglês chamado Minha Culpa: Londres, que traz um pouco mais de maturidade para os personagens em uma saga conhecida como Culpados que promete mais filmes. 

    8. Vício Perfeito (2023)

    Baseado no livro homônimo de Claudia Tan, que nasceu no Wattpad e depois foi publicado por uma editora, Vício Perfeito é uma história à la Rocky, um Lutador e Rivais, mas com um toque ainda maior de romance, drama, cenas picantes e, principalmente, vingança. A trama do filme acompanha a treinadora de MMA Sienna Lane, cujo mundo cai quando ela descobre que seu namorado, o lutador Jax Deneris, está traindo ela com alguém inimaginável. Decidida a se vingar, ela começa a treinar Kayden Williams, o maior rival de Jax, por quem se apaixona intensamente.

    Se por um lado o filme poderia ser muito melhor se tivesse mais orçamento, por outro ele entrega tudo o que pode com o que tem — apresentando uma história que foge do padrão “garota inocente e garoto rebelde” que vimos em After e A Barraca do Beijo, pois Sienna não é nada boba e não gosta de ser passada para trás. O ritmo é bom, a narrativa tem uma pitada de empoderamento e apesar da narração constante que tira a graça de tentar adivinhar o que vai acontecer, já que tudo está sendo constantemente explicado, a dinâmica de romance esportivo é bem explorada.

    7. He’s Into Her (2021)

    He’s Into Her é outro ótimo exemplo de como uma história nascida no Wattpad pode se tornar um sucesso. Baseada no livro de Maxinejiji, a série filipina acompanha Maxpein, uma garota forte e rebelde que, depois de ser transferida para uma escola de elite, entra em conflito com o popular Deib Lohr — e é dessa rivalidade que surge um romance intenso, fofo e divertido.

    Com uma produção caprichada, muitas reviravoltas e química irresistível entre Belle Mariano e Donny Pangilinanu, a série virou um fenômeno de audiência, especialmente por conta de sua qualidade visual. A história mudou um pouco em relação ao material original, mas a qualidade se manteve ao retratar o amor e a vulnerabilidade como grandes chaves para a evolução pessoal, fazendo até mesmo um bad boy (mas não tão mau como em Minha Culpa) se redimir. Divertida, com vibe de colégio e um casal que se entende aos poucos, He’s Into Her lembra K-Dramas como Boys Over Flowers. 

    6. Turn On (2021-2023)

    Baseada na história escrita por Tiara Wales no Wattpad, Turn On é uma produção indonésia que surpreende ao transformar uma trama simples em uma comédia romântica envolvente — e com um toque de drama, que lembra K-Dramas como Pretendente Surpresa. A série acompanha Andreas, um homem de negócios frio e reservado, que depois de um trauma amoroso, decide contratar Maria para fingir ser sua esposa, mas como em todo casamento falso, o acordo de conveniência vai se tornando cada vez mais real.

    Moderna e cheia de atuações carismáticas, Turn On trabalha muito bem a questão do casamento falso, em que a inicial falta de envolvimento emocional aos poucos se transforma em algo a mais, mas sem que os sentimentos pareçam forçados. Mesmo com um orçamento modesto, a química entre Giorgino Abraham e Clara Bernadeth é ótima, e vale ressaltar que esta foi a série mais assistida de 2021 da plataforma Vidio, que inclusive tem um contrato com o Wattpad e já fez outras adaptações de histórias do site.

    5. Light as a Feather (2018-2019)

    Bastante diferente dos romances do Wattpad que apareceram por aqui até agora, Light as a Feather, baseada na história de Zoe Aarsen, é uma série que acompanha um grupo de garotas que decidem jogar uma versão sinistra da brincadeira “Leve como uma pena”, em que uma pessoa deita no chão e as outras tentam levantá-la com os dedos. Em geral, isto é apenas um truque de física, mas aqui, cada uma delas começa a morrer exatamente como o jogo macabro previa.

    Misturando suspense sobrenatural com dilemas típicos da adolescência e um toque de drama psicológico, a produção conquistou muitos fãs entre o público adolescente e jovem adulto. O ritmo da série pode parecer um pouco lento no início, mas na verdade isso é ótimo para entender a narrativa aos poucos e ir sentindo até onde os mistérios levarão a história. De forma geral o elenco entrega um bom trabalho na série, que é uma ótima produção teen com toques de O Chamado e Premonição.

    4. Chuvas na España (2023)

    Adaptação do fenômeno literário de mesmo nome da autora Gwy Saludes, Chuvas na España é uma série filipina capaz de conquistar qualquer um com seu equilíbrio perfeito entre drama, humor e romance. A história acompanha Luna e Kalix, dois estudantes que encontram desafios em manter um relacionamento ao mesmo tempo em que precisam lidar com os estudos, futuro profissional e a pressão da família — algo que também aparece em Turn On. Anos depois da faculdade, eles se reencontram no mercado de trabalho e precisam lidar com anos de sentimentos mal resolvidos e uma paixão que nunca foi embora.

    A abordagem sincera da série sobre amor, amizade e os desafios de crescer é seu grande ponto forte. Repleta de momentos emocionantes, a produção não apela para momentos muito dramáticos e nem fica arrastando desentendimentos com falta de comunicação — Luna sempre é bastante sincera sobre seus sentimentos e medos, enquanto Kalix se esforça para acompanhá-la, mesmo não sendo muito bom com as palavras. Entre um clichê e outro, Chuvas na España ainda arruma espaço para autenticidade.

    3. Boot Camp (2024)

    Se você amou o romance de Penelope e Colin na 3ª temporada de Bridgerton, vai adorar Boot Camp, filme inspirado no sucesso da história escrita por Gina Musa no Wattpad. Aqui, conhecemos a história de Whitney Carmichael, uma adolescente gorda que decide se inscrever em um intensivo acampamento de verão de esportes depois de ser humilhada pelo amor e pela escola mais uma vez. Lá, ela se depara com a garota malvada do colégio, Willow, mas também com Axel, treinador que a ajudará a enfrentar os próprios medos e as expectativas alheias, e que num piscar de olhos se apaixona por ela.

    Boot Camp acerta em colocar no centro da narrativa a autoestima e o autoconhecimento ao invés das transformações físicas de filmes como O Diário da Princesa (que é ótimo, eu também acho e assisto até hoje, mas que não envelheceu tão bem quanto poderia como uma herança do início dos anos 2000). Whitney é uma personagem interessante, que não está na tela só para “virar bonita” — algo que, inclusive, ela já é — mas sim para descobrir sua força e seu próprio valor. O romance dela com Axel acontece de forma natural, suas amigas são divertidas e há uma porção de cenas que se equilibram bem entre serem engraçadas e “vergonha alheia” sem soarem forçadas.

    2. Minha Vida com a Família Walter (2023)

    Levinha como Boot Camp, Minha Vida com a Família Walter é uma série inspirada na fanfic do Wattpad de Arianna Godoy, que posteriormente se tornou um livro, e conta a história de Jackie Howard, uma jovem de Nova York que perde os pais em um acidente e precisa se mudar para uma cidadezinha rural no Colorado, onde passar a conviver com a numerosa família Walter. Entre lidar com o luto e se adaptar ao novo local, ela chama a atenção dos irmãos Cole e Alex Walter, por quem fica dividida.

    Como uma mistura de O Verão que Mudou Minha Vida e Heartland, a série é extremamente charmosa por se passar em uma cidade mais pacata, além de conter uma trilha sonora moderna e que conversa diretamente com o público jovem, com artistas como Billie Eilish e Gracie Abrams. A adaptação acerta em cheio com seu elenco carismático e também ao equilibrar momentos leves e emocionantes, mostrando o crescimento de Jackie e a forma como o relacionamento dela com os irmãos, e a família deles de forma geral, evolui.

    1. O Bad Boy e Eu (2024)

    Inspirado no sucesso de Tay Marley no Wattpad, O Bad Boy e Eu é a mistura perfeita de Flashdance com High School Musical. Neste filme acompanhamos a história de Dallas Bryan, uma estudante do último ano do ensino médio que está determinada em tentar entrar para uma renomada escola de dança após o fim da escola, mesmo que isso signifique abrir mão de distrações comuns da adolescência, como namorar Drayton, o popular jogador de futebol americano do colégio, que pouco a pouco fica caidinho por ela, provocando-a mais e mais.

    O Bad Boy e Eu é uma ótima comédia romântica adolescente moderna. O filme apresenta Dallas como uma uma protagonista forte e determinada, que sabe o que quer, mas também precisa entender que apesar de ter que fazer escolhas importantes sobre seu futuro, ainda precisa se divertir no meio do caminho. O filme desenvolve bem os dilemas do casal, como ambição profissional vs relacionamento e manter um namoro público ou privado. Aqui as fórmulas previsíveis do gênero funcionam muito bem, entregando uma história engraçada e fofa, com um casal totalmente em sintonia, de forma parecida com Chuvas na España, mas ainda melhor.

  • 5 Séries Que Exploram A Nostalgia dos Anos 80/90 Melhor Que ‘Stranger Things’

    5 Séries Que Exploram A Nostalgia dos Anos 80/90 Melhor Que ‘Stranger Things’

    Bruno Pinheiro Melim

    Bruno Pinheiro Melim

    Editor JustWatch

    O momento tão aguardado da estreia da nova temporada de Stranger Things está cada vez mais perto (26 de novembro). Ao refletir sobre os seus maiores feitos, a série criada pelos irmãos Duffer não só revigorou os gêneros de terror e ficção científica, como também ofereceu uma enorme dose de nostalgia para o público, ao trazer inúmeras referências visuais e culturais da década de 80 — período em que a produção é situada.

    Neste guia da JustWatch, falaremos justamente sobre este tema da nostalgia, mas direcionado para outras séries modernas que retratam os anos 80/90, de maneira mais realista e menos idealizada comparado com Stranger Things. Nessas séries, o período histórico não serve apenas como pano de fundo para uma produção de gênero, mas sim como um elemento vivo e autêntico, que passa uma sensação de nostalgia ainda mais fiel e verdadeira para quem viveu aquela época. E o melhor, todas as produções da lista estão disponíveis online, em variadas plataformas de streaming.

    Freaks and Geeks (1999–2000)

    Se você viveu os anos 80 e o ambiente adolescente de Stranger Things é o que te chama mais a atenção de maneira nostálgica, saiba que Freaks and Geeks pode elevar essa sensação a outro nível. Situada em uma escola durante a década de 80, a série acompanha as desventuras de dois grupos opostos de adolescentes, os mais velhos e doidinhos e os mais novos e viciados em jogos. Uma produção que considero uma espécie de clássico moderno, não só pela sua história e estética cativantes, mas também por ter impulsionado a carreira de diversos atores de destaque, como James Franco e Seth Rogen. Sim, o elenco é recheado de caras conhecidas — mais um motivo para você não perdê-la.

    Ao longo dos episódios, nos deparamos com os inúmeros desafios e desilusões, característicos desta fase da vida, retratados de uma maneira extremamente realista e sem filtro — momentos estes que nos provoca uma empatia ainda maior com os personagens, comparado com Stranger Things. Na verdade, para mim, é uma série que tem o potencial de causar um sentimento nostálgico não só nas pessoas que viveram naquela época, como também em todos que se veem representados através das experiências adolescentes (praticamente universais) dos personagens. 

    It's a Sin (2021)

    Vamos agora para uma produção britânica que também fala sobre juventude e amadurecimento, mas com um tom mais dramático que Freaks and Geeks. Por ser uma produção baseada nas experiências reais do criador Russell T. Davies e do seu grupo de amigos da época, It's a Sin é uma série que faz um retrato mais cru e realista dos anos 80 e começo dos 90, especificamente sob o ponto de vista libertário de jovens gays que vivem em Londres, que mais tarde passam a conviver com o problema da AIDS. 

    Deste ponto de vista, o que encontramos aqui é uma sensação nostálgica muito verdadeira, mas também ambígua e por vezes melancólica. Isso porque a produção se propõe a passar boas memórias e sensações, através da liberdade e ânsia de viver dos personagens (pré-AIDS), mas também por meio dos elementos estéticos, como as músicas, os figurinos e a ambientação. No entanto, evoca também memórias não tão agradáveis, ao retratar uma geração que conviveu com um vírus que, infelizmente, tirou a vida de muitas pessoas. It's a Sin é uma homenagem comovente, autêntica e sensível a todos que viveram este período e guardam verdadeiras lembranças emotivas de uma época marcada por contrastes.

    Halt and Catch Fire (2014–2017)

    Aos espectadores que surtam toda vez que aparece um aparelho tecnológico familiar em Stranger Things, não pense duas vezes antes de assistir Halt and Catch Fire, um drama de época centrado na revolução tecnológica dos anos 80 (pegando também o início da década de 90), bem como nos inventores (fictícios) do computador pessoal. Uma produção que recomendo muito aos interessados em histórias onde a tecnologia age como uma espécie de personagem, semelhante a Mr. Robot.

    Na minha visão, é uma série que tem uma capacidade ímpar de passar um sentimento nostálgico através da tecnologia, principalmente às pessoas que presenciaram a evolução dos computadores e de outros aparelhos tecnológicos ao longo das décadas. No entanto, é uma produção igualmente apelativa aos mais jovens que utilizam a internet de maneira natural, mas que têm interesse em conhecer os bastidores por trás da sua invenção, além de presenciar visualmente um mundo e um estilo de vida pré-internet.

    GLOW (2017–2019)

    Já deu para perceber com It's a Sin, que a década de 80 foi marcada por um contraste muito grande entre um efervescer cultural e uma realidade social mais delicada. Aspectos estes que também são evidenciados em GLOW, uma série da Netflix que faz uma representação desta era através do olhar de mulheres lutadoras de wrestling, que enfrentavam cotidianamente o sexismo daquela sociedade.

    À semelhança de Stranger Things, a série também utiliza uma porção de símbolos pop que marcaram a época, como por exemplo através dos doces e da moda bastante extravagante e colorida. No entanto, o seu aprofundamento nas questões existenciais e emocionais das personagens principais, acaba por passar um retrato mais fidedigno do tempo e do ambiente que circundam essas figuras. Além disso, é uma produção que indico bastante para você que está à procura de séries de época com protagonistas mulheres, como Maravilhosa Sra. Maisel.

    Red Oaks (2014–2017)

    Neste passeio por diferentes gêneros, chegamos a Red Oaks, uma comédia situada nos anos 80, com uma vibe de esporte similar a Ted Lasso, que conta a história de um jovem universitário que trabalha em um clube de tênis. Mesmo sem ter o tom sério e realista de outras séries já comentadas, como Halt and Catch Fire, esta produção não fica buscando forçadamente inúmeras referências de época como Stranger Things.

    Pelo contrário, seu humor é construído a partir dos personagens que habitam aquele mundo de maneira natural e não idealizada. Para quem está em busca de um sentimento nostálgico mais acolhedor e reconfortante, através de uma série prazerosa de se assistir, Red Oaks pode ser a escolha certa. Além disso, assim como Freaks and Geeks, por trazer um protagonista em fase de amadurecimento, acaba por evocar no público um sentimento de identificação muito grande. 

  • ‘Knives Out: Entre Facas e Segredos’: Todos os Filmes em Ordem e Onde Assistir a Eles

    ‘Knives Out: Entre Facas e Segredos’: Todos os Filmes em Ordem e Onde Assistir a Eles

    Beatriz Coutinho

    Beatriz Coutinho

    Editor JustWatch

    Fortemente inspirada por Agatha Christie, mas com seu próprio charme, a franquia que começou com Knives Out: Entre Facas e Segredos surpreendeu público e crítica especializada quando estreou em 2019 ao revitalizar o gênero de mistério “whodunnit”, mais conhecido em português como “Quem Matou?”, que tem como questão central a investigação de um assassinato.

    Também conhecido por trabalhos como Looper - Assassinos do Futuro e Star Wars: Os Últimos Jedi, o diretor e roteirista Rian Johnson acrescentou ao gênero suas próprias formas de surpreender o espectador ao trazer reviravoltas inovadoras e temas modernos para a narrativa, fazendo com que todos queiram brincar de detetive ao assistir aos filmes.

    Com o sucesso do primeiro longa, que alcançou US$ 312 milhões nas bilheterias, veio a também elogiada sequência Glass Onion: Um Mistério Knives Out em 2022. Três anos depois, em novembro de 2025, chegará a terceira produção da franquia: Vivo ou Morto: Um Mistério Knives Out, cujos teasers já revelados deixaram os fãs de mistérios bastante animados. Para não ficar de fora desta investigação, confira neste guia da JustWatch a ordem correta e onde assistir a todos filmes da franquia Knives Out: Entre Facas e Segredos.

    1. Knives Out: Entre Facas e Segredos (2019)

    No primeiro filme da franquia, Knives Out: Entre Facas e Segredos, o curioso detetive Benoit Blanc (Daniel Craig) é contratado para investigar a morte do escritor de histórias policiais Harlan Thrombey (Christopher Plummer), que foi encontrado morto em sua propriedade após comemorar seu aniversário de 85 anos. Conforme se aprofunda em um caso repleto de mentiras e chantagens, Blanc entrevista os funcionários misteriosos e a família esquisita do escritor, chegando à conclusão de que todos são suspeitos em potencial.

    Rian Johnson entrega ao público um filme clássico de mistério, mas com toques atuais que renovam o gênero. Repleto de críticas inteligentes sobre classe e privilégios, personagens marcantes e trama afiada e imprevisível, Knives Out: Entre Facas e Segredos surpreende muita gente ao subverter alguns clichês de filmes semelhantes de forma inteligente — se você curtiu Corra e todos os temas que o filme aborda, vai adorar Entre Facas e Segredos, que é um pouquinho mais leve.

    O filme chegou ao streaming em junho de 2020 por meio do Amazon Prime Video, mas deixou o catálogo da plataforma, sendo adicionado novamente em junho do mesmo ano, sob a condição de ser alugado.  

    2. Glass Onion: Um Mistério Knives Out (2022)

    A sequência Glass Onion: Um Mistério Knives Out traz o já familiar detetive Benoit Blanc em um novo ambiente: a ilha grega privada do bilionário Miles Bron (Edward Norton), que atua no ramo da tecnologia e convida um grupo de amigos inusitados para um jogo de mistérios e assassinato em seu paraíso particular. Assim como no filme anterior, uma morte acontece e todos os personagens são suspeitos até que Blanc prove o contrário.

    As críticas da vez tocam novamente em feridas como riqueza e mérito, mas também em assuntos atuais como o ego e a influência de grandes celebridades e o impacto da tecnologia no mundo. Com reviravoltas bem construídas, a franquia traz novamente aquela vontade de tentar resolver o caso antes do detetive, embora o primeiro filme ainda seja mais emocionante e inovador, enquanto este aposta mais no humor, o que não o torna ruim, mas diferente. Se você curtiu as críticas e a ambientação paradisíaca de todas as temporadas de The White Lotus ou o filme indicado ao Oscar 2023, Triângulo da Tristeza, vai adorar Glass Onion.

    Vale lembrar que em 2021, a Netflix anunciou que havia comprado a franquia por US$ 465 milhões, garantindo que mais dois filmes ainda seriam lançados. O serviço de streaming também mudou a estratégia de lançamento do longa, fazendo com que ele estreasse em 23 de novembro de 2022 em uma quantidade limitada de cinemas, por apenas uma semana, chegando à plataforma em 23 de dezembro. Esta foi a primeira vez que a Netflix permitiu que um filme tão grande tivesse esse tipo de lançamento, o que pareceu estranho aos olhos da indústria, mas de certa forma sustentou bem a curiosidade em torno do longa, já que poucas pessoas puderam vê-lo nas telonas.

    3. Vivo ou Morto: Um Mistério Knives Out (2025)

    Com previsão de lançamento mundial para 12 de dezembro de 2025, Vivo ou Morto: Um Mistério Knives Out será o terceiro filme da franquia criada por Rian Johnson. Daniel Craig reprisa o papel do detetive Benoit Blanc, no que promete ser o caso mais perigoso e mortal até o momento — o elenco ainda conta com Glenn Close, Josh Brolin, Josh O’Connor, Jeremy Renner, Kerry Washington, Mila Kunis, entre outros.

    Com uma ambientação bastante diferente de Glass Onion, este terceiro filme conta com cemitérios e igrejas nos teasers já revelados pela Netflix, indicando que religião será grande parte do tema do novo filme, já que o fervoroso Monsenhor Wicks, sempre rodeado de fiéis tão intensos quanto ele, aparece morto de forma misteriosa, o que faz com que o perspicaz detetive Blanc reapareça — certamente devemos esperar assuntos como culpa e pecado sendo retratados. Além disso, uma pitada de estética gótica complementa a ambientação do filme, o que nos faz pensar se o longa terá um tom mais sombrio, ao invés de apenas misterioso, puxando mais para o terror do que para o suspense, como uma mistura de Agatha Christie com Edgar Allan Poe.

    A expectativa dos fãs é alta, e, se o filme seguir a fórmula com conclusões inteligentes e críticas sobre temas sociais relevantes, tem tudo para ser um sucesso. Desta vez, a Netflix seguirá com um esquema parecido para o lançamento do filme, mas mais surpreendente. Vivo ou Morto: Um Mistério Knives Out estará disponível em cinemas selecionados entre 26 de novembro e 9 de dezembro, e na plataforma em 12 de dezembro, aumentando o período de exibição nas telonas. 

  • 8 Sequências e Prequelas Mais Aguardadas: De 'Wicked 2' a 'O Cavaleiro dos Sete Reinos'

    8 Sequências e Prequelas Mais Aguardadas: De 'Wicked 2' a 'O Cavaleiro dos Sete Reinos'

    Fernanda Caseiro Talarico

    Fernanda Caseiro Talarico

    Editor JustWatch

    Como prequelas e sequências raramente conseguem superar a obra original, nem sempre são recebidas de braços abertos pelos fãs mais antigos. 

    Ainda assim, às vezes, e especialmente atualmente, com um roteiro bem elaborado, um elenco adequado e uma boa história, temos tido algum sucesso em garantir que essas continuações sejam excelentes adições aos filmes e séries que amávamos. 

    Por exemplo, apesar do tempo passado e das mudanças drásticas, Uma Sexta-Feira Mais Louca Ainda, a sequência de Sexta-Feira Muito Louca, foi bem recebida pela crítica e teve um bom desempenho de bilheteria. O mesmo aconteceu com Um Maluco no Golfe 2 e Top Gun: Maverick.

    De It: Bem-Vindo a Derry à Wicked: Parte 2, aqui estão alguns dos anúncios mais empolgantes que temos, e os motivos pelos quais os fãs aguardam ansiosamente por seus lançamentos. 

    Wicked: Parte 2 (2025)

    A ansiedade por Wicked: Parte 2 vai muito além de ser uma simples continuação de Wicked; é a culminação de uma jornada épica. Os fãs aguardam com enorme expectativa para testemunhar o desfecho da transformação de Elphaba na Bruxa Má do Oeste e a evolução de Glinda, agora a "Boa Bruxa", em uma narrativa que aprofundará seu complexo relacionamento e as levará a um conflito emocional inevitável. Este segundo ato é crucial para fechar o arco das personagens com a intensidade dramática que a história exige, explorando todo o peso das suas escolhas e o custo de seus destinos entrelaçados.

    Além do clímax emocional, o filme é tão aguardado por ser a peça final que conecta perfeitamente a prequela ao clássico O Mágico de Oz. O público anseia para ver, com toda a grandiosidade que o cinema pode oferecer, os eventos icônicos que levam diretamente à chegada de Dorothy em Oz — incluindo a criação dos companheiros famosos e a resolução do destino de Elphaba. Prometendo fechar o ciclo com emoção e fidelidade ao musical, Wicked: Parte 2 se configura não somente como um blockbuster, mas como um evento cultural há muito esperado por gerações de fãs.

    It: Bem-Vindo a Derry (2025-Presente)

    Não importa se você é um aficionado por horror ou somente um espectador ocasional: a figura assombrosa de It já se impregnou no imaginário popular definitivamente. A entidade maligna que assume a forma do palhaço Pennywise, nascida da mente mestre de Stephen King, transcendeu as páginas do romance para se tornar um dos vilões mais icônicos da cultura pop, construindo um legado que vai desde a inesquecível adaptação de 1990, com a atuação arrepiante de Tim Curry, até a aclamada versão cinematográfica de 2017, IT: A Coisa, e seu impacto duradouro. 

    Quando uma mitologia se mostra tão rica e expansiva, as possibilidades narrativas se multiplicam, e é justamente essa premissa que alimenta a enorme expectativa em torno da série It: Bem-Vindo a Derry, uma prequela que mergulha fundo nas origens do horror que marcou gerações.

    Ambientada 27 anos antes dos eventos dos filmes recentes, a série nos transporta para 1962, um período crucial que serve como pano de fundo para explorar a história não contada de Derry e a própria natureza da presença maligna que a assombra. Mais do que uma simples cronologia, a prequela se propõe a tecer narrativas paralelas e expandir elementos sutis do livro, aprofundando-se em personagens secundários, eventos históricos da cidade e a psicologia coletiva que permite a Pennywise prosperar. E, em um movimento estratégico e celebrado pelos fãs, Bill Skarsgård retorna para reassumir o papel do palhaço aterrorizante, trazendo consigo a mesma intensidade visceral e inquietante que consagrou sua interpretação — garantia de que a essência do medo permanecerá intacta, enquanto novas camadas de terror são reveladas.

    Da Magia à Sedução 2 (2026)

    A perspectiva de voltar ao universo encantado das irmãs Owens e testemunhar o reencontro de Sandra Bullock e Nicole Kidman em seus papéis icônicos parece quase um sonho realizado para os fãs com Da Magia à Sedução 2. Da Magia e Sedução, com sua atmosfera acolhedora e temática de irmandade e empoderamento, consolidou-se como um título cult que transcende gerações, especialmente entre mulheres millennials que viram nele muito mais que uma simples comédia romântica. Para essa audiência, o filme original representou uma das primeiras e mais significativas representações de bruxas modernas fora do clássico Abracadabra, oferecendo uma narrativa que equilibrava magia, romance e temas profundos de uma forma que ressoou intensamente e ajudou a moldar o fenômeno cultural que se tornou.

    Embora a obra original seja considerada por muitos como um trabalho completo e autossuficiente, o anúncio de Da Magia à Sedução 2 foi recebido com euforia justamente pela oportunidade de revisitar personagens tão carismáticos e explorar novos capítulos de suas jornadas. A química cativante entre Bullock e Kidman permanece como um elemento nostálgico de grande apelo emocional, funcionando como um convite irresistível para o público que cresceu acompanhando a história das irmãs Owens. 

    Além disso, a sequência promete expandir o universo ao introduzir as filhas das protagonistas, aprofundando temas de legado, maternidade e novos desafios sob a lente mágica que conquistou todos inicialmente. Não se trata de uma necessidade, mas de uma celebração afetiva: é essa promessa de reencontro com personagens tão amados que transforma a espera pela sequência em uma contagem regressiva cheia de expectativa e carinho.

    Truque de Mestre: O 3 Ato (2025)

    A expectativa em torno de Truque de Mestre: O 3 Ato surge não apenas como a continuação de uma franquia de sucesso, mas como a promessa de elevar o espetáculo de ilusionismo e enredo a um patamar inédito. Os fãs aguardam ansiosamente para ver os Quatro Cavaleiros retornarem com esquemas ainda mais ousados e elaborados, desafiando os limites da credibilidade e da lei sob a pressão renovada de seus perseguidores. Este novo capítulo tem o potencial de explorar os segredos não revelados do passado da sociedade secreta dos mágicos, aprofundando a mitologia da trama e testando a lealdade do grupo quando um inimigo ainda maior aparece: Veronika Vanderberg, vivida por Rosamund Pike. 

    Além disso, o filme é aguardado pela perspectiva de mergulhar em um jogo de gato e rato mais intelectual e global, onde as regras da magia e da ilusão serão redefinidas. Há também a introdução de três novos cavaleiros: Bosco (Dominic Sessa), Charlie (Justice Smith) e June (Ariana Greenblatt); cada um com habilidades únicas. Em um mundo onde "nada é o que parece", os fãs contam com Truque de Mestre: O 3 Ato para entregar reviravoltas surpreendentes como no primeiro filme e aquele senso de maravilha e deslumbramento bem presentes no segundo filme que só o cinema pode proporcionar, consolidando de vez a franquia como um dos grandes thrillers de ilusionismo da era moderna.

    O Diabo Veste Prada 2 (2026)

    Assim como Da Magia à Sedução 2, O Diabo Veste Prada 2 parece uma sequência pela qual estamos constantemente ansiando sem nem perceber. O impacto de O Diabo Veste Prada na moda e seus diálogos amplamente citáveis ainda vivem de graça em nossas mentes, tornando ainda mais emocionante a perspectiva de ter mais conteúdo digno de memes para nos fixarmos. A perspectiva de revisitar esse universo, agora com novas situações e falas igualmente marcantes, é irresistível para uma geração que cresceu citando frases icônicas e se inspirando no estilo visual da produção. Além disso, em uma era dominada pelo revival dos anos 2000, a volta do elenco original atua como um ímã emocional, prometendo não somente continuar, mas aprofundar a história que tanto marcou o cinema.

    No entanto, é importante ressaltar que grande parte do apelo dessa sequência está diretamente ligado ao retorno das atuações inesquecíveis de Meryl Streep, Anne Hathaway, Emily Blunt e Stanley Tucci — cuja ausência tornaria o projeto praticamente impensável para o público. A química entre esses atores foi um dos pilares do sucesso do primeiro filme, e a expectativa de revê-los interagindo no mesmo universo é, por si só, um motivo válido para a empolgação geral. Somado a isso, o anúncio da inclusão de Simone Ashley, estrela amada por seu trabalho em Bridgerton e já consolidada como um ícone de estilo contemporâneo, adiciona um frescor ao elenco e atrai um novo olhar, simbolizando uma ponte elegante entre o passado e o presente da cultura pop e da moda.

    O Cavaleiro dos Sete Reinos (2026)

    Embora Game of Thrones e sua controversa temporada final permaneçam como um ponto de discussão entre os fãs, o mundo de fantasia criado por George R. R. Martin continua a ser um território profundamente amado e fascinante. O sucesso crítico e de público de House of the Dragon (A Casa do Dragão) não somente reacendeu a chama do interesse por Westeros, mas também demonstrou como uma prequela bem-executada pode enriquecer a mitologia existente, abrindo caminho para que novos capítulos sejam recebidos com otimismo. É nesse cenário de renascimento que surge O Cavaleiro dos Sete Reinos, outra prequela da série original cuja simples premissa — "Um século antes dos eventos de Game of Thrones, dois heróis improváveis vagaram por Westeros" — é suficiente para capturar a imaginação do público e reacender a chama da expectativa.

    O grande trunfo narrativo dessas prequelas reside justamente no fato de que, conhecendo o destino geral do mundo, o espectador pode se concentrar nas nuances da jornada. Assistir à série sem a pressão imediata de descobrir quem ocupará o Trono de Ferro permite um mergulho mais profundo na construção do mundo, na política dos Sete Reinos e no desenvolvimento de personagens em pequena escala. Esta abordagem mais íntima e focada, centrada na dupla de heróis improváveis, promete uma trama de formação repleta de perigos, alianças inesperadas e, como é tradição nesse universo, relacionamentos complexos que certamente darão origem aos tão debatidos casais entre a audiência. Afinal, em Westeros, o inesperado é a única regra, e é essa imprevisibilidade em uma estrutura conhecida que transforma O Cavaleiro dos Sete Reinos em uma das produções mais aguardadas dos próximos anos.

    Elle (2026)

    Enquanto a maioria do entusiasmo em torno de prequelas e sequências geralmente se concentra no retorno de elencos icônicos, Elle se destaca por gerar expectativa, principalmente pelo potencial narrativo que carrega. Diferente de um remake arriscado de Legalmente Loira — um filme considerado por muitos como uma obra perfeita em sua forma original —, esta prequela opta inteligentemente por explorar as origens da adorada Elle Woods, prometendo adicionar novas camadas de profundidade e contexto à sua jornada já conhecida. A abordagem de investigar seus anos de formação e as experiências que moldaram a mulher extraordinária que conhecemos oferece uma oportunidade única de enriquecer a mitologia do personagem sem alterar ou diminuir o legado do filme original.

    Apesar de Reese Witherspoon não estar no elenco — participando apenas como produtora executiva, garantindo sua supervisão criativa —, a escolha de Lexi Minetree para encarnar a jovem Elle parece capturar perfeitamente o espírito e a essência da personagem. Há uma esperança genuína de que a série construa uma história de origem coerente e respeitosa, que não somente honre a narrativa original, mas também a complemente, revelando dimensões nunca exploradas. Este potencial é ainda mais amplificado pela assinatura criativa de Caroline Dries, produtora experiente em narrativas juvenis e carregada da bagagem nostálgica de séries como The Vampire Diaries, o que sugere que Elle poderá conquistar tanto os fãs adultos do filme original quanto uma nova geração de espectadores.

    Zootopia 2 (2025)

    Quando Zootopia estreou em 2016, consagrou-se não somente como uma das surpresas mais gratificantes da Disney na última década, mas como uma narrativa animada rara em sua perfeição temática e técnica — tão completa que, à primeira vista, uma sequência parecia desnecessária. No entanto, os trailers de Zootopia 2 sugerem que os realizadores encontraram a fórmula para justificar seu retorno: um aprofundamento no relacionamento entre Judy Hopps e Nick Wilde, com uma promessa de evolução para algo além da parceria profissional. A química irresistível entre a coelha determinada e a raposa astuta, que já era um dos principais trunfos do original, agora parece prestes a florescer em território romântico; uma progressão natural que, longe de forçada, soa como a recompensa emocional que os fãs nem sabiam precisarem. A Disney, com seu histórico de criar personagens animais carismáticos e cheios de personalidade, mais uma vez demonstra seu dom para equilibrar humor, coração e estilo.

    Para além do apelo emocional, porém, é a continuação do olhar socialmente consciente da franquia que transforma Zootopia 2 numa promessa cinematográfica tão relevante. O primeiro filme brilhou ao discorrer, de forma acessível a todas as idades, sobre temas complexos como preconceito, estereótipos e inclusão. A expectativa em torno da sequência é justamente ver que novas questões contemporâneas serão abordadas: seja a polarização social, os desafios da fama ou a manutenção de ideais em um sistema já estabelecido. Considerando o histórico recente da Disney com sequências que conseguem honrar e expandir o legado de seus predecessores, há um otimismo cauteloso de que Zootopia 2 não será somente uma repetição, mas uma expansão significativa do universo, tão excepcional em sua animação e narrativa quanto a obra que o originou.

  • Ranking de Todos os Filmes de Kathryn Bigelow, Diretora de ‘Casa de Dinamite’

    Ranking de Todos os Filmes de Kathryn Bigelow, Diretora de ‘Casa de Dinamite’

    Bruno Pinheiro Melim

    Bruno Pinheiro Melim

    Editor JustWatch

    Na altura em que venceu o Oscar de Melhor Direção com o filme Guerra ao Terror, Kathryn Bigelow foi a primeira mulher a levantar a estatueta na história da categoria. 

    Felizmente, desde a data, mais duas diretoras também venceram o prêmio, Chloé Zhao e Jane Campion. O que, convenhamos, ainda é pouco, tendo em vista a variedade de cineastas contemporâneas extraordinárias, como Andrea Arnold, Greta Gerwig, Kelly Reichardt, Lynne Ramsay, Alice Rohrwacher, Lucrecia Martel e por aí vai... E podería enumerar muitas outras!

    Aproveitando o lançamento do novo filme de Kathryn Bigelow, Casa de Dinamite, que estreou no Festival de Veneza e já está disponível na Netflix, por que não um passeio por toda a filmografia da diretora norte-americana, que é conhecida primordialmente pelos seus suspenses políticos? Neste guia da JustWatch, conheça todos os filmes (longas-metragens) já realizados por Kathryn, através de um ranking que vai do pior até o melhor de todos eles.

    11. O Peso da Água (2000)

    Quando se trata de uma diretora deste porte, fica difícil chamar o último filme da lista de ‘o pior’, uma vez que também é uma obra com inúmeras virtudes. No entanto, O Peso da Água é um longa que não tem a mesma precisão narrativa dos demais filmes da sua carreira. E isso, muito por conta da sua experimentalidade, que alterna entre duas linhas do tempo distintas de maneira forçada. 

    Ao resolver traçar paralelos entre a vida de uma fotógrafa que viaja por um arquipélago, e a história de um duplo homicídio que ocorreu neste mesmo local mais de cem anos antes, o longa toma uma atitude narrativa e visual bastante corajosa, mas por vezes confusa. É claro que filmes como Fonte da Vida já fizeram o mesmo de uma maneira mais coerente, mas O Peso da Água peca justamente por forçar comparações entre duas histórias e personagens que não mostram tanta similaridade. Mesmo assim, não deixa de ser um filme com fortes performances (incluindo o sedutor e jovem Sean Penn), que recomendo aos que procuram um suspense com uma forte tensão sexual.

    10. The Loveless (1981)

    A estreia na direção de Kathryn Bigelow aconteceu através de uma parceria com Monty Montgomery, onde realizaram juntos The Loveless, uma obra independente sobre uma gangue de motoqueiros que aterroriza uma cidade nos sul dos Estados Unidos. Um longa imperdível para você que gostou de Clube dos Vândalos, um filme de época que também centra sua história em um grupo de motociclistas.

    À semelhança de O Peso da Água, dá para notar uma liberdade artística muito grande nas escolhas da diretora, com a diferença de que em The Loveless, tais escolhas não soam de maneira forçada, mas sim natural. Um filme de atmosfera, que consegue provocar uma sensação nostálgica no espectador, através do seu ambiente e ritmo que simulam uma época a qual a diretora com certeza guarda com bastante carinho. Certamente, um longa que já manifestava um dos aspectos mais notáveis do seu estilo de cinema: a capacidade de imersão da obra no mundo dos seus personagens, seja pela atuação realista ou pela fotografia mais íntima.

    9. Jogo Perverso (1990)

    Mas onde estão os suspenses e os thrillers de Kathryn Bigelow? Calma, que já chegamos ao primeiro deles. Jogo Perverso é um típico filme de stalker, como Perversa Paixão, que acompanha uma policial afastada do serviço que passa a ser perseguida por um psicopata obsessivo. Ao trazer uma protagonista mulher (Jamie Lee Curtis) em um ambiente dominado por homens, a diretora também acaba explorando o sexismo que existe na profissão.

    Comparado com The Loveless, é um filme muito mais estilizado e autoconsciente, que começa a definir ainda mais a identidade de Kathryn Bigelow como diretora. Aqui, seus planos-sequência mais longos e o ponto de vista subjetivo (que provoca no espectador uma sensação de imersão ainda maior) já aparecem de maneira gradual. Um longa que indico bastante aos fãs da diretora que estão à procura dos seus filmes de gênero mais antigos.

    8. K-19: The Widowmaker (2002)

    Na oitava posição, aparece o primeiro suspense político realizado na sua carreira, intitulado K-19: The Widowmaker. Um filme que lembra o ambiente tenso e claustrofóbico de Casa de Dinamite, mas ao invés de seguir centros de comando governamentais nos Estados Unidos, acompanha uma tripulação russa em um submarino nuclear, que apresenta graves falhas durante a missão. 

    Por ser baseado em uma história real (assim como seus principais filmes), Kathryn Bigelow mergulha nos detalhes visuais do ambiente angustiante do submarino, mas também nas nuances emocionais dos personagens que ocupam aquele espaço — potencializadas por atuações grandiosas de Liam Neeson e Harrison Ford. Uma obra extremamente apelativa aos que gostam de tragédias de navegações como Kursk - A Última Missão, e que merece ocupar a oitava posição por ser um filme ainda mais maduro e sofisticado que Jogo Perverso.

    7. Caçadores de Emoção (1991)

    Um filme de ação de Kathryn Bigelow nunca é apenas um filme de ação. Por trás das cenas extremamente bem coreografadas e da energia pulsante e angustiante das suas obras mais intensas, sempre submergem temas e percepções críticas bastante aguçadas. Exemplo disso, é o filme Caçadores de Emoção, que utiliza o gênero de maneira original e bastante subversiva.

    Isso porque a diretora reflete sobre diferentes estereótipos da masculinidade através de uma história de assalto a banco, relacionada com um grupo de surfistas. No entanto, é um filme que funciona também apenas como entretenimento, uma vez que suas sequências de ação (principalmente de perseguição, brigas e lutas) são ainda mais impressionantes do que K-19: The Widowmaker — que, por sinal, teve um orçamento muito maior. Caçadores de Emoção é um grande exemplo da maestria cinematográfica da diretora, que consegue transformar um filme teoricamente ‘comum’ em uma obra extraordinária.

    6. Estranhos Prazeres (1995)

    Para quem gosta de filmes de ficção científica, como Matrix, Estranhos Prazeres é um longa simplesmente imperdível. Me impressiona como normalmente não é citado entre os melhores filmes do gênero, uma vez que faz um retrato distópico sombrio e altamente imersivo sobre a realidade virtual, através de uma história de um ex-policial que comercializa memórias de outras pessoas gravadas em CDs — onde uma dessas mídias acaba expondo um assassinato que revela uma rede de conspirações. 

    Se você ficou impressionado com o que Kathryn Bigelow é capaz de fazer (estilísticamente) com Caçadores de Emoção, espere até assistir a Estranhos Prazeres. Com sua câmera vibrante e íntima e seus planos subjetivos grandiosos, nossa sensação é de estar literalmente dentro do filme. Um thriller com uma ambientação de tirar o fôlego, situada no efervescer da virada do ano 1999 para 2000 — época marcada por inúmeras teorias conspiratórias e distópicas.

    5. Quando Chega a Escuridão (1987)

    O mesmo ambiente escuro e sombrio de Estranhos Prazeres é encontrado em Quando Chega a Escuridão, com a diferença de que este trata-se de um filme de vampiros no interior dos Estados Unidos. Além disso, por ter sido realizado com uma ‘mise-en-scène’ muito mais realista, o estilo de Kathryn Bigelow se manifesta de forma mais natural. Por isso, a quinta posição do ranking.

    É um longa que me lembra um pouco o clima de Até Os Ossos, já que também traz criaturas sobrenaturais nômades que vagueiam pelas estradas da América do Norte em busca das suas vítimas. Sem contar o fato de que mistura romance com terror de uma forma muito semelhante. Na minha visão, é um dos filmes de vampiro mais viscerais do cinema, uma vez que explora a selvageria dessas criaturas de maneira profunda e, ao mesmo tempo, bastante humana.

    4. Casa de Dinamite (2025)

    Chegamos ao último lançamento de Kathryn Bigelow, um filme que te deixará apreensivo do começo ao fim. Casa de Dinamite parte de uma premissa fictícia muito interessante, para discutir temas políticos contemporâneos de extrema relevância. Imagine se um míssil nuclear desconhecido fosse lançado em direção aos Estados Unidos, como o país reagiria ao ataque? Este é o ponto de partida do longa, que constrói toda a sua tensão em volta da reação do governo americano frente ao objeto que está prestes a cair em seu território.

    Filmado de maneira quase documental, Kathryn nos entrega um dos seus filmes mais inquietantes e angustiantes da carreira, que nos coloca dentro dos centros de comando governamentais dos Estados Unidos, nos revelando os bastidores desses espaços secretos. Um filme construído de maneira episódica e com diferentes pontos de vista (assim como o longa A Hora do Mal), que eleva o suspense a outro nível. Casa de Dinamite é uma obra que certamente te deixará impactado após sua exibição.

    3. Detroit em Rebelião (2017)

    Em 1967, a cidade de Detroit, nos Estados Unidos, viveu um dos seus momentos mais delicados, com uma revolta popular provocada após um ataque policial que deixou algumas vítimas. Assim como em Casa de Dinamite, Detroit em Rebelião também é um filme político, mas com um viés mais assertivo e um caráter de denúncia, em relação à crueldade policial contra a comunidade negra dos Estados Unidos. 

    Na minha visão, um dos grandes méritos do filme, é justamente utilizar o cinema de gênero como um veículo para a questão racial do país. Aqui, toda a tensão é construída para causar um incômodo no espectador, com o intuito de nos fazer refletir sobre a violência e a desigualdade presentes na sociedade americana. Algo muito semelhante ao que faz o clássico Mississippi em Chamas. Assim, Detroit em Rebelião, por ser quase uma espécie de documento histórico, merece a terceira posição da lista.

    2. A Hora Mais Escura (2012)

    Nas duas primeiras colocações, evidentemente se situam os dois clássicos modernos de Kathryn Bigelow. Começando por A Hora Mais Escura, o filme que retrata meticulosamente a caçada norte-americana para encontrar o líder terrorista, Osama Bin Laden. Da sua filmografia, com exceção de Guerra ao Terror é, sem dúvida, a sua obra mais imersiva e angustiante, que utiliza os mais sofisticados artifícios visuais para recriar todos os detalhes desta mega-operação.

    Aos que se impressionaram com as sequências realistas de Tropa de Elite, espere até assistir A Hora Mais Escura — que contém cenas quase documentais, filmadas de uma maneira que te coloca dentro das operações militares. Um filme que, mesmo abordando diversas questões éticas e morais, consegue causar no espectador a sensação de que está assistindo uma obra tecnicamente perfeita. Tanto é que obteve cinco indicações ao Oscar no ano em que foi lançado.

    1. Guerra ao Terror (2008)

    E finalmente, chegamos à obra definidora da carreira de Kathryn Bigelow como diretora. Guerra ao Terror combina as maiores virtudes do estilo da cineasta — câmera imersiva, exploração do tema da violência e masculinidade, narrativa realista e personagens extremos — em apenas um filme. Comparado com A Hora Mais Escura, é um longa ainda mais sensorial, cuja estética e narrativa nos faz sentir na pele (e na mente) dos soldados americanos durante a Guerra do Iraque.

    Através da história, fazemos um mergulho no estado psicológico e nos conflitos de um esquadrão anti-bomba — não preciso nem comentar o quão tensas e ameaçadoras são as cenas em que os personagens tentam desarmar os explosivos. Se você gosta de obras de suspense e ação com temas similares, como Sniper Americano e 1917, saiba que ambos, a meu ver, levando em conta aspectos técnicos, mas também narrativos, não chegam aos pés de Guerra ao Terror — um verdadeiro clássico do cinema moderno, que redefiniu o gênero de filmes de guerra.

  • 7 Filmes Picantes Baseados em Fanfics Eróticas e Onde Assistir a Eles

    7 Filmes Picantes Baseados em Fanfics Eróticas e Onde Assistir a Eles

    Beatriz Coutinho

    Beatriz Coutinho

    Editor JustWatch

    Você sabia que algumas das histórias mais quentes do cinema e da televisão começaram como simples fanfics feitas por fãs apaixonados? Estas obras tiveram como inspiração filmes, séries, livros e jogos já publicados, podendo ser baseadas até mesmo em cantores e atores famosos. O que já foi considerado um passatempo, hoje pode se tornar uma grande produção de Hollywood.

    Um desses casos é o de Hipótese do Amor, filme ainda sem previsão de lançamento, mas cujas gravações já começaram, e que é baseado no livro homônimo que nasceu como uma fanfic de Star Wars: Episódio VII – O Despertar da Força — você já sabe de qual shipp estamos falando, né?

    Nesta lista da JustWatch você descobre algumas produções picantes que nasceram de fanfics ousadas e em quais serviços de streaming assistir a elas, incluindo a aguardada produção A Hipótese do Amor.

    Uma Ideia de Você (2024)

    O filme Uma Ideia de Você é baseado no livro de mesmo nome da autora Robinne Lee, considerado pelos fãs uma fanfic sobre o cantor e ator Harry Styles, que fez parte da boyband One Direction. A trama acompanha Solène (Anne Hathaway), uma mãe solteira de 40 anos que não se envolve em romances já há algum tempo, mas que vê tudo mudar quando acompanha a filha adolescente no famoso festival de música Coachella, onde se apaixona de forma inesperada por Hayes Campbell (Nicholas Galitzine), líder de uma boyband, começando então uma aventura amorosa sensual com o ídolo de sua filha.

    Meio Doris, Redescobrindo O Amor e meio Notting Hill, o longa surpreende por ir além do clichê de “romance proibido”, explorando o desejo de um pelo outro, a vulnerabilidade que Soléne sente em se entregar para um romance no qual seu parceiro é mais novo que ela, e o preconceito da sociedade sobre essa diferença de idades. Com uma direção bastante delicada e bem humorada de Michael Showalter, Uma Ideia de Você prova que fanfics podem dar origem a narrativas sensíveis e contemporâneas, que questionam o amor e o que o envolve sob uma nova perspectiva.

    Cinquenta Tons de Cinza (2015)

    Causadora de grande alvoroço em 2015, a trilogia de filmes Cinquenta Tons de Cinza é baseada nos romances homônimos de E.L. James, que nasceram como uma fanfic de outra franquia famosa: Crepúsculo — sim, a história de amor entre o vampiro Edward e a humana Bella foi a grande inspiração da autora para criar o romance entre a tímida estudante de literatura Anastasia Steele (Dakota Johnson) e o misterioso bilionário Christian Grey (Jamie Dornan), que troca os elementos sobrenaturais por algo mais picante.

    O longa gerou debates intensos ao explorar os prazeres do sadomasoquismo e questões sobre consentimento no relacionamento improvável que nasce entre Anastasia e Christian, mas diferentemente de Uma Ideia de Você, não soube trabalhar tão bem o preconceito, aqui, contra preferências sexuais que vão além do que é considerado convencional. Muito direto, sem deixar espaço para olhares sugestivos que podem arrepiar mais do que uma cena explícita, e até mesmo um pouco moralista, apesar do tema que retrata, Cinquenta Tons de Cinza dividiu opiniões, mas certamente deixou sua marca na história do cinema, além de ter uma ótima trilha sonora para quem curte música pop.

    After (2019)

    Uma mistura perfeita de Uma Ideia de Você e Cinquenta Tons de Cinza, a franquia After também nasceu como uma fanfic sobre o cantor Harry Styles e tem um tom mais apimentado — a obra foi escrita pela autora Anna Todd, que a publicava na famosa plataforma de fanfics Wattpad, em que alcançou mais de 1 bilhão de leitores até ser publicada de forma oficial por uma editora. Os filmes contam a história do relacionamento conturbado que nasce entre a inicialmente certinha e tímida Tessa Young (Josephine Langford) e o misterioso e rebelde Hardin (Hero Fiennes Tiffin).

    Cinco filmes exploram o amor intenso dos protagonistas, com muitas cenas sensuais e conflitos que tornam o relacionamento deles em um verdadeiro iôiô, repleto de altos e baixos. A química entre Langford e Fiennes é ótima, e os longas focam bastante em momentos românticos ou conturbados do casal, mas às vezes se esquecem de trazer mais desenvolvimento e evolução para os personagens. Tendo em mente que Tessa e Hardin não são exatamente um exemplo a ser seguido, After é uma franquia divertida, que conquistou um público bastante fiel, perfeita para quem curtiu Belo Desastre e Através da Minha Janela.

    Vermelho, Branco e Sangue Azul (2023)

    Vermelho, Branco e Sangue Azul compartilha uma semelhança com Uma Ideia de Você, já que o elenco do filme também conta com Nicholas Galitzine. A história é baseada no livro homônimo de Casey McQuiston, cujos fãs já encontraram evidências de que a narrativa era uma fanfic que apresentava os atores Jesse Eisenberg e Andrew Garfield como um casal — em 2010 eles estrelaram juntos o filme A Rede Social, que conta a história de como surgiu a rede social Facebook, criada por Mark Zuckerberg e Eduardo Saverin.

    O filme mostra uma divertida e sedutora história de “inimigos à amantes”, perfeita para quem curtiu Algo Sobre Harry, em que a inimizade de Alex Claremont-Diaz (Taylor Perez), filho da presidente dos Estados Unidos, com o Príncipe Henry da Inglaterra (Galitzine) é descoberta pela mídia, o que abala as relações americanas e britânicas e os obriga a encenar uma falsa amizade, o que faz as coisas esquentarem entre os dois. A química entre os personagens é um dos pontos altos da produção, que traz um ar moderno para comédias românticas, equilibrando um humor de fundo político com a doçura de um romance LGBTQIAP+ bem construído.

    O Inferno de Gabriel (2022)

    Filme de 2022, O Inferno de Gabriel é baseado na série de livros da autora Sylvain Reynard, publicada inicialmente como uma fanfic de Crepúsculo, que também envolve uma série de referências a Divina Comédia, a obra mais famosa de Alighieri, que conta a história do personagem Dante em uma jornada pelo Inferno, Purgatório e Paraíso, para encontrar sua amada Beatriz. Aqui, assim como em Crepúsculo e Vermelho, Branco e Sangue Azul, aos poucos o desprezo se torna tensão sexual.

    A produção apresenta Julianne Mitchell (Melanie Zanetti) como uma estudante que se muda para o Canadá, para fazer seu Mestrado em Literatura Italiana. A jovem procura a orientação do Professor Doutor Gabriel Emerson (Giulio Berruti), especialista nas obras de Alighieri, mas ele deixa claro que não tem a intenção em ajudá-la, o que muda rapidamente quando eles se envolvem de forma romântica — o que lembra After, mas com um tom mais maduro, abordando temas como culpa e perdão, e criando uma experiência emocional intensa e bastante poética.

    A Hipótese do Amor

    Ainda sem previsão de estreia, mas desde já deixando muitos fãs animados, o filme A Hipótese do Amor deve ser lançado nos próximos anos e foi baseado no livro de mesmo nome, que surgiu como uma fanfic de nada mais, nada menos que Star Wars: Episódio VII – O Despertar da Força. A autora Ali Hazelwood se inspirou em Rey e Kylo Ren para criar a história de Olive Smith, uma doutoranda em biologia na Universidade Stanford, que apesar de tímida, precisa inventar um namoro de mentira e acaba beijando o primeiro homem que aparece em sua frente.

    O desavisado é o jovem professor Adam Carlsen, conhecido por ser bastante duro com seus alunos — mas que surpreendentemente decide levar a farsa de Olive adiante, o que vai surpreender o campus inteiro e o próprio casal à medida que este namoro de mentirinha se torna cada vez mais real e intenso. A parte do elenco que todos mais esperavam conhecer já foi anunciada: Lili Reinhart (Riverdale) será Olive, enquanto Adam será interpretado por Tom Bateman (Morte no Nilo).

    A Barraca do Beijo (2018)

    A popular trilogia A Barraca do Beijo não foi baseada em uma fanfic, mas, sim, escrita por Beth Reekes, autora que também publicava suas histórias no Wattpad. Os filmes contam a história de Elle (Joey King), que ao lado do melhor amigo Lee (Joel Courtney), cria uma “Barraca do Beijo” para arrecadar dinheiro em um evento da escola e tenta convencer o irmão mais velho do garoto, Noah (Jacob Elordi), que é seu crush secreto, a participar da brincadeira. O que ela não esperava é que essa paixão platônica realmente se tornaria algo especial e quente entre os dois.

    Entre muito humor, promessas quebradas e os dilemas típicos da juventude, A Barraca do Beijo traz o romance e o charme das comédias adolescentes clássicas, embora as atitudes de Noah sejam bastante questionáveis em muitos momentos. O filme tem o tipo de roteiro que não ligamos de ser previsível — sabemos como a história vai acabar e os clichês que trará para a narrativa, mas aqui o que interessa é a jornada. A produção tem uma energia que lembra Para Todos os Garotos que Já Amei, com um toque nostálgico de 10 Coisas que Odeio em Você. 

  • 'Dr. Dolittle': Todos os Filmes em Ordem e Onde Encontrá-los em Streaming

    'Dr. Dolittle': Todos os Filmes em Ordem e Onde Encontrá-los em Streaming

    Bruno Pinheiro Melim

    Bruno Pinheiro Melim

    Editor JustWatch

    O sonho de inúmeras pessoas — principalmente crianças — de conseguir se comunicar com os animais, se materializou pela primeira vez nas histórias do Dr. Dolittle, personagem da literatura criado por Hugh Lofting no início do século XX. Depois disso, o cinema trouxe ao público diversos filmes que contam as diferentes aventuras do médico que já salvou inúmeros bichinhos por conta do seu dom especial. 

    Neste guia da JustWatch, conheça todos os filmes, em ordem de lançamento, que se inspiraram nas histórias originais do Dr. Dolittle, mantendo o seu legado naturalista vivo durante gerações. Saiba também onde encontrar em streaming cada produção!

    1. O Fantástico Dr. Dolittle (1967) 

    Muito antes de Eddie Murphy assumir o papel do médico que fala com os animais, Rex Harrison protagonizou a primeira adaptação cinematográfica do livro de Hugh Lofting. Ao contrário do filme com Murphy (Dr. Dolittle), que primeiro apresenta o personagem como médico, em O Fantástico Dr. Dolittle, o protagonista aparece logo de cara como veterinário, e um dos mais prestigiados do ramo, por sinal. Sejamos francos, não é qualquer um deles que se comunica com animais.

    Um longa com uma forte liberdade criativa, trazendo um cenário encantador e bastante realista (mesmo sendo uma história fantástica), que acompanha Dolittle ao lado de inúmeros animais em uma pequena cidade fictícia da Inglaterra, que posteriormente decide iniciar uma expedição à procura de um caracol gigante. O filme ficou conhecido por conta das dificuldades técnicas em gravar com dezenas de bichinhos de verdade. Mesmo assim, apesar dos contratempos, o longa dirigido por Richard Fleischer foi indicado a nove Oscars, vencendo em duas categorias. 

    Um filme divertido e lúdico, que indico não só aos interessados na primeira representação do icônico personagem no cinema, mas também aos que estão à procura de aventuras fantásticas e musicais mais antigas, como Mary Poppins, já que O Fantástico Dr. Dolittle também traz performances cantadas

    2. Dr. Dolittle (1998)

    Mais de 30 anos depois, chegou aos cinemas uma nova versão — ainda mais engraçada que O Fantástico Dr. Dolittle, e com uma técnica digital aprimorada de movimentação das bocas dos animais. Para mim, Dr. Dolittle traz um dos reis da comédia, Eddie Murphy, em um dos papéis mais carismáticos da sua carreira. Um longa com uma vibe mais moderna que o de 1967, situado, desta vez, em uma grande metrópole. Além disso, conta com um humor mais absurdo e piadista, que vai de encontro a filmes como Garfield: O Filme e O Zelador Animal.

    Agora sim, sua transição de médico para veterinário é contada em detalhes. Isso porque, depois de ter passado anos sem entrar em contato com o seu dom de infância, o prestigiado médico John Dolittle redescobre o seu talento de falar com os animais, o que faz com que ele acabe trocando seus pacientes humanos pelos bichinhos — que agora imploram para serem atendidos por ele. Evidentemente, pelo seu apelo (principalmente ao público mais jovem e adolescente) acabou sendo um sucesso de bilheteria, o que gerou uma série de sequências posteriores com o mesmo universo de personagens.

    3. Dr. Dolittle 2 (2001)

    Em Dr. Dolittle 2, Eddie Murphy volta a dar vida ao médico — agora extremamente famoso — que se comunica com os animais. Porém, dessa vez, ele tem a difícil missão de salvar uma floresta preservada que será destruída por uma empresa de madeireiros. Para isso, ele terá que arranjar um ‘parceiro’ para a ursa que ainda habita o local. 

    Uma obra que modifica ligeiramente o tom do primeiro longa, para apontar o caminho que as produções seguintes passarão a explorar. Isto é, ao invés de trazer algumas piadas que podem cair mal para as crianças muito pequenas, o filme adota uma postura muito mais acessível para qualquer tipo de público, e um enredo de aventura ainda mais condizente com o gênero de fantasia familiar. Além disso, é um longa que pincela questões mais sérias relacionadas ao meio ambiente, assim como faz o filme Deu a Louca nos Bichos. Dr. Dolittle 2 marcou a última participação de Murphy em produções da franquia, com Kyla Pratt (que interpreta a filha de Dolittle) assumindo o protagonismo a partir da produção seguinte até a última — todas elas, lançadas diretamente em DVD.

    4. Dr. Dolittle 3 (2006)

    Tal pai, tal filha. Como não poderia ser diferente, Maya Dolittle (Kyla Pratt) herdou o dom do seu pai de conseguir trocar um bom papo com os bichinhos. Filha mais nova do famoso médico, Maya até tenta esconder a sua habilidade especial dos seus amigos — já que seu dom lhe coloca em algumas situações, no mínimo, constrangedoras — mas ao passar as férias em um rancho turístico onde os animais precisam de sua ajuda, a garota terá que abrir mão do seu segredo em prol de um bem maior. 

    Dr. Dolittle 3 é um filme que tenta manter a mesma pegada cômica de Dr. Dolittle 2, com Eddie Murphy, mas dessa vez focando em uma protagonista mais jovem e na sua jornada identitária, de se aceitar como uma garota que consegue falar com e, consequentemente, ajudar os animais. Na minha visão, não tem o mesmo apelo que os dois primeiros filmes (muito por conta da ausência de Eddie Murphy, mas também por ser uma produção de menor orçamento). No entanto, não deixa de ser uma ótima escolha para quem está à procura de um filme estilo ‘Sessão da Tarde’, do tipo Beethoven: O Magnífico, por exemplo. 

    5. Dr. Dolittle 4 (2008)

    Para quem gosta de comédias situadas na residência oficial do presidente dos Estados Unidos, como Todas as Garotas do Presidente, Dr. Dolittle 4 também pode satisfazer o seu gosto. A atriz Kyla Pratt volta como protagonista de mais um filme sobre a família Dolittle, mas dessa vez em uma aventura para lá de especial e desafiadora: a pedido do presidente dos Estados Unidos, Maya precisa ir até a Casa Branca para resolver um problema com o cachorro ‘maluco’ do chefe de estado (além de ter que salvar uma floresta africana), já que o seu pai está viajando.

    Dr. Dolittle 4 é o filme da franquia que definitivamente passou o ‘bastão’ do Dr. John Dolittle para a sua filha, que agora tem tudo para ser uma veterinária de sucesso — e não mais apenas uma jovem com habilidades especiais. Desta forma, a narrativa se concentra nessa sua nova responsabilidade, que também está relacionada com uma questão ambiental muito maior — à semelhança do filme Dr. Dolittle 2.

    6. Dr. Dolittle 5 (2009)

    Dr. Dolittle 5 marcou a despedida de Kyla Pratt como a médica que se comunica com os animais, e também da série de filmes que exploraram o lado mais cômico do famoso personagem (e da sua filha). Apesar da franquia não terminar de maneira tão memorável, o filme traz uma interessante reflexão sobre os jovens e as suas escolhas de vida. 

    Isso porque, neste último longa-metragem, Maya agora precisa decidir entre seguir os seus estudos como veterinária (vale pontuar que ela não acha que precisa de tantos anos de estudo, uma vez que consegue se comunicar com os bichos), ou explorar o seu talento através de uma promissora vida artística em Hollywood. Um dilema que percorre o enredo de todo o filme, terminando com uma mensagem muito positiva em relação aos animais, e crítica no que diz respeito à ilusão da indústria do entretenimento — a meu ver, uma conclusão bastante digna.

    7. The Voyages of Young Doctor Dolittle (2011)

    E quem disse que a história do nosso querido médico (e de outros elementos da sua família) só apareceu em filmes live-action? The Voyages of Young Doctor Dolittle acompanha as aventuras de John, sobrinho do doutor dos animais (que também tem o mesmo dom do tio), e que agora precisa conseguir salvar uma ilha habitada por diversas espécies, que se vê ameaçada por um maligno carneiro e o seu exército de gorilas. Uma animação que lembra um pouco a estética mais simples de desenhos animados como Patrulha Canina. 

    É um filme que consegue aproximar a clássica história do Dr. Dolittle de uma audiência mais infantil, por meio de uma animação visualmente bem construída e um personagem jovem e totalmente novo. Ao lado de A Pequena Travessa (do qual falaremos sobre a seguir), é um longa que recomendo aos pais que querem apresentar visualmente a história do personagem aos seus filhos mais pequenos, mas sentem que ainda é cedo para mostrar o Dr. Dolittle com Eddie Murphy.

    8. A Pequena Travessa (2018)

    Uma versão alemã, destinada também para um público infantil (mas em live-action), de uma história alternativa do Dolittle, foi lançada em 2018, com o nome de A Pequena Travessa. O filme traz como protagonista a garotinha Lili Susewind, que guarda o segredo de conseguir se comunicar com os animais junto à sua família — que por sinal, não é muito fã da sua habilidade. No entanto, após um filhote de elefante desaparecer de um zoológico da sua região, Lili conta seu segredo para seu amigo Jess, e os dois partem para uma aventura em busca do animal perdido.

    É outra obra perfeita para os pais, fãs dos filmes do Dolittle, que querem apresentar uma história semelhante, mas mais adequada para os seus filhos pequeninos. Além disso, tem um visual bastante apelativo e vibrante às crianças, sem contar o design dos animais, que também é bastante realista. É um filme que me remete ao tom e a estética de Babe: O Porquinho Atrapalhado na Cidade, por exemplo.

    9. Dolittle (2020)

    Para renovar a história do doutor amigo dos animais, uma nova versão norte-americana em live-action chegou aos cinemas depois de um hiato de mais de dez anos (levando em consideração a série de filmes que terminou com Dr. Dolittle 5). Agora, com Robert Downey Jr. assumindo o papel principal, o longa resgata alguns aspectos da primeira adaptação cinematográfica do personagem em O Fantástico Dr. Dolittle, como por exemplo o fato do médico viver isolado com os seus amigos animais — a única diferença aqui, é que os bichinhos são construídos através do uso de CGI, ao invés de serem reais.

    Na minha perspectiva, Dolittle consegue recuperar a grandiosidade da história original — mas desta vez ambientada na Inglaterra vitoriana — através de uma aventura de época, que acompanha o veterinário e os seus animais em uma travessia marítima em busca de uma ilha remota, na tentativa de encontrar um antídoto para curar a rainha Vitória. Um filme com um tom e ambiência completamente diferentes de Dr. Dolittle com Eddie Murphy, muito mais indicado àqueles que procuram uma aventura monumental como Mogli - O Menino Lobo, do que um longa de comédia espirituoso.

  • Os 10 Melhores Filmes e Séries com Marco Pigossi

    Os 10 Melhores Filmes e Séries com Marco Pigossi

    Bruno Pinheiro Melim

    Bruno Pinheiro Melim

    Editor JustWatch

    Marco Pigossi faz parte de uma lista seleta de atores brasileiros com uma carreira internacional no cinema, ao lado de Wagner Moura, Rodrigo Santoro, Alice Braga, entre outros. Um ator que iniciou a sua trajetória atuando em novelas, e hoje encanta o mundo por meio de séries de grandes plataformas de streaming e filmes premiados em festivais internacionais.

    Aproveitando a estreia recente, no Festival do Rio, da adaptação do clássico Quarto do Pânico, de David Fincher, protagonizado por Marco Pigossi, fizemos uma lista com os melhores filmes e séries da sua carreira, para além do remake brasileiro. Conheça a filmografia de um dos atores contemporâneos mais talentosos do país, e saiba também onde encontrar as produções citadas em streaming.

    10. Maníaco do Parque (2024) 

    Como extensão do sucesso de produções true crime, principalmente nos Estados Unidos, o Brasil, nomeadamente através da Amazon, produziu uma ficção contando a história de um dos serial killers mais famosos do país, apelidado de O Maníaco do Parque. Um filme que tenta seguir alguns padrões já consolidados de produções como Dahmer: Um Canibal Americano, mas que peca ao fazer um retrato sem muita profundidade, soando bastante didático e por vezes até insensível. 

    No entanto, não são as performances que comprometem o desenvolvimento do filme. Pelo contrário, em Maníaco do Parque presenciamos um vasto leque de talentosos atores, incluindo Marco Pigossi, que faz um papel coadjuvante, interpretando o chefe de redação de um jornal, trazendo um contraponto desagradável à protagonista do filme, uma jornalista que investiga o caso. Uma interpretação segura e provocativa do ator, que acaba sendo super importante para um dos conflitos do filme.

    9. Onde Nascem os Fortes (2018)

    Além dos filmes, Marco Pigossi construiu sua carreira através da televisão brasileira, atuando em inúmeras novelas da rede Globo. Porém, antes de sair da emissora, para focar na sua carreira internacional e nos papéis mais cinematográficos, o ator participou de uma série de destaque intitulada Onde Nascem os Fortes. Um drama situado no sertão nordestino, com uma pegada de faroeste brasileiro, como Serra Pelada.

    Ao contrário de Maníaco do Parque, é uma produção que se propõe a se aprofundar nos dramas e no lado psicológico dos seus personagens, através de uma história de vingança e busca pela verdade, após o desaparecimento do irmão da protagonista, interpretado por Marco Pigossi. Mesmo sem fazer parte de todos os episódios, o ator entrega uma performance poderosa e bastante impactante, que deixa marcas no público durante toda a série.

    8. A Última Chance (2019) 

    A Última Chance foi um dos primeiros filmes protagonizados por Marco Pigossi, que conta a história real de redenção de Fábio Leão, um ex-criminoso que abandonou o crime, tornando-se um professor de artes marciais e lutador de MMA. Uma obra que recomendo àqueles que gostam de histórias sobre o poder de transformação do esporte na vida das pessoas, como o filme Guerreiro.

    Além disso, é um longa bastante instigante para quem tem interesse em presenciar os primeiros passos de Marco no cinema, através de uma obra que explora mais facetas do ator, comparado com a série Onde Nascem os Fortes. Na pele do protagonista, Marco Pigossi convence tanto como um criminoso, como também como um lutador. Uma performance que demonstra o seu lado mais dramático, além das suas competências físicas, por meio de uma figura que se transforma ao longo da vida. 

    7. Alto Mar (2019–2020) 

    Um ano depois da estreia de A Última Chance, Marco Pigossi participou da última temporada de uma série espanhola de muito sucesso, intitulada Alto Mar. Uma típica produção de mistério (e de época) parecida com as histórias de Agatha Christie como Morte no Nilo — inclusive, também se passando dentro de um navio. 

    Uma série tensa e com uma reconstrução histórica impecável, imperdível aos amantes de enredos que constroem um enigma para a descoberta do assassino. Na verdade, no caso da última temporada, o mistério gira em torno de um vírus que está sendo carregado por um dos tripulantes do navio.

    Marco Pigossi interpreta um espião inglês, que está na embarcação justamente para tentar encontrar o cientista que carrega o vírus. Um papel ainda mais desafiador que em A Última Chance, já que o ator fala em espanhol durante toda a produção. Mesmo assim, Marco surpreende com a sua desenvoltura e facilidade em atuar em outra língua, construindo um personagem crucial para o encerramento da série.

    6. O Nome da Morte (2017) 

    Assim como A Última Chance, O Nome da Morte também é um filme inspirado em uma história real de um criminoso brasileiro, no caso, de um pistoleiro conhecido pelo número absurdo de execuções. Além disso, também é uma obra que se aprofunda no lado psicológico do protagonista, buscando uma reflexão através do contraste entre a sua vida pessoal (onde é considerado um ‘bom sujeito cristão’) e a sua vida profissional (onde trabalha como matador de aluguel).

    Um filme que explora ainda mais a capacidade dramática de Marco Pigossi, por meio de um personagem com um conflito interno tão grande quanto o protagonista de O Assassino, de David Fincher. Sem dúvida, um papel que ficará marcado para sempre na carreira do ator, principalmente pela complexidade e ambiguidade do seu personagem. 

    5. Gen V (2023–) 

    Como parte da sua filmografia internacional mais recente, Gen V aparece como uma das produções que mais deram notoriedade global ao ator. Afinal, uma série spin-off de The Boys, sobre uma nova geração de super-heróis que frequentam uma universidade especializada, carrega um enorme apelo popular, capaz de conquistar variados públicos em diversos lugares do mundo. Uma produção que recomendo bastante aos que estão em busca de uma série de super-heróis moderna e dinâmica, centrada nos conflitos de jovens com poderes, como Marvel's Runaways.

    Marco Pigossi atua na primeira temporada da série como um cientista genial ligado à universidade, que esconde alguns segredos que são revelados no decorrer da história, impactando negativamente o grupo de jovens heróis. Um personagem mais misterioso (comparado aos seus papéis já citados), elevado por uma atuação intensa e visceral do ator brasileiro — na minha visão, sendo um dos grandes destaques da produção. Por esses motivos, merece a quinta posição do ranking.

    4. Tidelands (2018)

    Logo após atuar em Onde Nascem os Fortes, encerrando o seu contrato com a Globo, Marco Pigossi iniciou a sua parceria com a Netflix trabalhando na série australiana Tidelands, onde atuou em inglês pela primeira vez. Nela, o ator brasileiro aparece em todos os episódios, sendo um dos protagonistas de uma história fantástica e misteriosa, que envolve sereias que habitam em segredo uma cidade costeira. Na verdade, seu personagem é responsável por fazer essa ponte entre os seres humanos e fantásticos do local. Uma série que mesmo com uma pegada mágica, carrega um tom mais sombrio, semelhante à Supernatural.

    Um papel ainda mais fantasioso e não realista, comparado ao cientista da série de super-heróis Gen V, que desafiou o ator a criar um personagem estilizado, mas que não caísse no espectro da caricatura. O resultado foi bastante satisfatório, tanto que abriu as portas para que ele conseguisse papéis internacionais em produções ainda maiores. Por esta razão especial, e por ser um dos protagonistas da série (diferentemente de Gen V), a produção ocupa a quarta colocação da lista.

    3. Lago dos Ossos (2024) 

    Chegamos agora a um dos seus trabalhos mais recentes, um longa de terror psicológico bem sangrento, que carrega uma tensão sexual parecida com filmes como A Marca da Pantera, sobre dois casais que alugam acidentalmente a mesma casa, e no meio dessa coabitação, acabam por revelar os seus segredos e desejos mais íntimos e obscuros, levando a convivência entre eles ao seu limite.

    Marco Pigossi dá vida a um dos quatro protagonistas reclusos na mansão, um homem inseguro, que vive um relacionamento rodeado de tensões. À medida que o outro casal começa a provocar e a testar os desejos e limites dos dois, os bonzinhos da história acabam por se relevar. Lago dos Ossos já vem sendo considerado um dos filmes de terror mais instigantes e bem executados dos últimos anos, potencializado por uma atuação complexa, realista e bastante humana de Pigossi. Uma performance ainda mais exigente do que em Tidelands.

    2. Cidade Invisível (2021–2023) 

    Voltando ao campo das séries, chegamos a Cidade Invisível, uma produção brasileira da Netflix sobre um policial ambiental viúvo (interpretado por Marco Pigossi), que durante uma série de investigações, acaba por entrar em contato com seres mitológicos do folclore brasileiro — encontro este que revela, aos poucos, segredos da sua própria identidade e da morte da sua esposa. 

    Uma série fantástica, ainda mais original e misteriosa que Tidelands, com uma forte crítica ambiental, similar a filmes como Okja. Além disso, conta com uma performance sensível e profunda de Marco Pigossi, construindo um personagem labiríntico, que tenta descobrir os mistérios por trás dessas figuras folclóricas (na primeira temporada, no Rio de Janeiro, e na segunda, na região de Belém), ao mesmo tempo que tenta lidar com o luto da sua falecida esposa.

    1. Maré Alta (2024) 

    Maré Alta é um drama romântico que encanta muito por conta da atuação sentimental, quase sublime de Marco Pigossi. Um filme delicado, contemplativo e emotivo sobre um imigrante brasileiro que tenta mudar de vida nos Estados Unidos (no caso, na cidade de Provincetown), ao mesmo tempo que tenta lutar contra a solidão, ao se relacionar com um novo homem. 

    É, sem dúvida, o papel no cinema mais marcante do ator, de uma sutileza refinada e ainda mais sofisticada que em Cidade Invisível. Sua entrega é notável, e a identificação do espectador para com o seu personagem é instantânea. Mas Maré Alta também é um filme de ambiente, de paisagens que comunicam o estado emocional do protagonista, um homem com o coração partido, rodeado de incertezas e inseguranças, mas com uma sede de vida que ainda o mantém vivo. Uma obra que me faz lembrar bastante do filme Praia do Futuro, de  Karim Aïnouz.

  • De TWICE e BTS a Psy: Os 10 Melhores Documentários Sobre K-Pop

    De TWICE e BTS a Psy: Os 10 Melhores Documentários Sobre K-Pop

    Beatriz Coutinho

    Beatriz Coutinho

    Editor JustWatch

    A música pop sul-coreana, mais conhecida como K-Pop, continua conquistando o mundo inteiro e ganhará um novo capítulo com o aguardado lançamento de ONE IN A MILL10N, o novo documentário do grupo feminino TWICE, um dos maiores do mundo. Mais do que um simples registro de bastidores, o longa promete mergulhar na trajetória do grupo, assim como já fizeram outras produções sobre K-Pop.

    Entre produções que exploram a jornada de artistas lendários, como BTS e Blackpink, neste guia da JustWatch você descobre em quais serviços de streaming assistir ONE IN A MILL10N, TWICE e outros documentários que mostram a evolução da indústria do K-Pop e o que está por trás das luzes de cada show e performance.

    ONE IN A MILLION, TWICE (2025)

    Comemorando 10 anos de carreira, o TWICE, um dos girl groups mais famosos do K-Pop, lançará o documentário ONE IN A MILL10N, TWICE, que estreia em 6 de novembro de 2025 nos cinemas brasileiros. A produção promete mostrar diversas imagens das integrantes Nayeon, Jeongyeon, Momo, Sana, Jihyo, Mina, Dahyun, Chaeyoung e Tzuyu ao longo dos últimos anos, revelando uma série de gravações de bastidores sobre turnês mundiais, reflexões sobre crescimento, amizade, a pressão de estar em um grupo tão grandioso e os sonhos que cada uma delas têm para o futuro.

    E se você adorou Guerreiras do K-Pop, vale a pena assistir TWICE: Seize the Light enquanto o novo documentário não estreia — não só porque poderá ouvir novamente as vozes de Jeongyeon, Jihyo e Chaeyoung, que cantam TAKEDOWN na animação da Netflix, mas também para ver o olhar bastante íntimo que a produção oferece sobre o início do grupo, sua formação pela JYP Entertainment e ascensão meteórica que transformou as garotas em um dos maiores nomes do K-Pop. O documentário também reforça a autenticidade e o companheirismo entre as integrantes, que vai muito além do palco.

    Blackpink: Light Up the Sky (2020)

    Lançado pela Netflix em 2020, Blackpink: Light Up the Sky é o tipo de documentário capaz de emocionar os fãs e surpreender quem começa a assisti-lo por curiosidade sobre o fenômeno do K-Pop. A produção acompanha Jennie, Jisoo, Rosé e Lisa em diferentes fases de suas carreiras: dos dias intensos de treinamento até o estrelato mundial, oferecendo ótimas explicações sobre como funciona a estrutura por trás desse gênero musical, que geralmente envolve treinos intensos de canto e dança para que um grupo finalmente seja lançado oficialmente.

    A produção equilibra bem a grandiosidade dos shows e clipes grandiosos que o quarteto protagoniza, ao revelar também a vulnerabilidade, dúvidas e desafios das integrantes, mostrando com sensibilidade as dores e delícias de viver sob os holofotes — de forma parecida com TWICE: Seize the Light. Dirigido por Caroline Suh, o documentário é íntimo sem ser invasivo e ainda mostra também a ascensão do grupo no Ocidente, trazendo cenas de bastidores da apresentação icônica das garotas no famoso festival de música Coachella, um dos grandes marcos do grupo na música pop global. Vale lembrar que você já deve ter visto elas por aí, pois Lisa fez parte do elenco da 3ª temporada de The White Lotus, Jennie apareceu em The Idol e Jisoo protagonizou o drama Snowdrop. 

    BTS: Burn the Stage (2018)

    Passando para os boy groups agora, se você adorou K-dramas como Itaewon Class e Nosso Eterno Verão, cujas trilhas sonoras têm a participação de membros do BTS, mas ainda não conhece o grupo a fundo, precisa assistir BTS: Burn the Stage. Mais do que um documentário, a produção é um livro aberto sobre a jornada dos sete jovens que transformaram o K-Pop em um fenômeno mundial: Jin, Suga, J-Hope, RM, Jimin, V e Jungkook, acompanhando-os durante a turnê Wings Tour e mostrando não só bastidores dos shows, mas também momentos vulneráveis do grupo.

    Entre risadas, exaustão e discursos emocionantes, o público consegue ver de perto o esforço e a cumplicidade que sustentam o BTS. Apesar da estrutura ser parecida com a de outros documentários do gênero musical, é a narrativa sensível da produção que se destaca, pois assim como grande parte das músicas dos garotos, ela é sensível e inspiradora, reforçando que o sucesso do grupo vai além de recordes, podendo ser percebido na sinceridade e no vínculo real de cada membro entre eles mesmos e com os fãs.

    Are You Sure?! (2024)

    Are You Sure?! é diferente de todos os documentários dessa lista, pois não foca em grandes performances ou bastidores de shows. Aqui, acompanhamos Jimin e Jung Kook, integrantes do BTS, em uma viagem tranquila e cheia de risadas, mas também com um tom de despedida no ar — afinal de contas, a produção foi filmada pouco antes da dupla partir para o serviço militar obrigatório da Coreia do Sul, que obrigou o grandioso grupo a dar uma pausa na carreira.

    Entre paisagens deslumbrantes pelos Estados Unidos, Coreia e Japão, refeições caseiras e conversas sinceras, os dois cantores refletem sobre amizade, tempo e crescimento pessoal. Mais do que um simples registro de viagem, Are You Sure?! É um retrato afetuoso do companheirismo e de um grupo que, mesmo separado por obrigações e trabalhos profissionais individuais, continua unido por laços bastante profundos. Atualmente, ambos os integrantes já cumpriram seu período obrigatório no Exército da Coreia do Sul e uma 2ª temporada com previsão de lançamento ainda para 2025 vai acompanhá-los na Suíça e no Vietnã, logo depois do fim desse compromisso com seu país de origem.

    BigBang Made the Movie (2016)

    Ainda mais introspectivo que BTS: Burn the Stage, BigBang Made the Movie mergulha na essência de um dos grupos mais influentes do K-Pop: BingBang. O documentário foi lançado em comemoração aos 10 anos de carreira de G-Dragon, Taeyang, Daesung, Seungri e T.O.P. — que na época formavam um quinteto, mas atualmente somente os três primeiros seguem no grupo — acompanhando os bastidores da turnê mundial MADE World Tour, que percorreu 32 países.

    Ao longo da produção, os integrantes compartilham reflexões sobre fama e amadurecimento, revelando o lado mais humano por trás de suas performances explosivas em palco e do visual extravagante de cada um. O documentário é um registro nostálgico e poderoso sobre a força e vulnerabilidade do grupo, mostrando momentos de pura energia de palco, mas também as várias conversas sinceras que acontecem fora dele, quando é possível perceber com ainda mais detalhes a personalidade de cada um. BigBang Made the Movie é uma lembrança poderosa do quanto esses cinco artistas ajudaram a moldar toda uma geração musical.

    K-Pop Evolution (2021)

    Disponível no YouTube, K-Pop Evolution é uma das produções mais completas já feitas sobre o gênero musical sul-coreano. Em formato documental dividido em episódios, a série traça um panorama envolvente da história do K-Pop, mostrando desde as suas origens nos anos 1990, com grupos pioneiros como H.O.T. e Seo Taiji & Boys, até a explosão global de fenômenos como BTS e Blackpink — revelando como esse estilo também está diretamente ligado ao governo do país, que enxerga os grupos como cultura e os fomenta para que o mundo conheça a Coreia do Sul por meio deles.

    Além de entrevistas com grandes artistas, produtores e coreógrafos, a série documental também aborda os bastidores do treinamento intenso, da indústria de idols e das pressões que vêm com o sucesso, mostrando que apesar de impressionante, esse mundo não é completamente colorido e impassível de críticas. Com uma edição moderna e depoimentos sinceros, K-Pop Evolution é uma aula fascinante sobre o poder cultural, musical e emocional do K-Pop, aprofundando ainda mais os bastidores de Blackpink: Light Up the Sky e outros documentários, como o recente Pop Star Academy: KATSEYE. 

    Mamamoo: My Con the Movie (2023)

    Mais do que um simples registro de turnê, Mamammo: My Con the Movie é uma verdadeira carta de amor entre o grupo e seus fãs, os Moomoos, que se sobressai mesmo diante dos cortes bruscos e da edição ruim do documentário. O filme acompanha Solar, Moonbyul, Wheein e Hwasa durante a turnê My Con, mostrando não só bastidores de suas performances impecáveis, mas também momentos de vulnerabilidade, risadas e cumplicidade entre as integrantes, e entrevistas com fãs e outros grandes ídolos da história do K-Pop falando sobre as garotas, o que enriqueceu ainda mais a produção.

    Nas entrelinhas, também é possível observar uma certa honestidade da produção e das integrantes sobre o lado não tão bonito do K-Pop, mostrado em K-Pop Evolution — elas ressaltam que apesar de amarem umas às outras e o que fazem pelo grupo, a empresa e gravadora que cuida delas não necessariamente vinha fazendo a própria parte, o que estava tornando o futuro do quarteto nebuloso. Visualmente vibrante, o longa é uma celebração da trajetória do Mamammo, que não foca em apresentar o grupo para o mundo, mas, sim, em presentear a base de fãs. 

    SEVENTEEN : Hit The Road (2020)

    Se você começou a gostar de SEVENTEEN recentemente, prepare-se para assistir SEVENTEEN: Hit the Road e provavelmente deixar algumas lágrimas escaparem. Disponível no YouTube, o documentário acompanha os 13 integrantes do grupo: S.Coups, Jeonghan, Joshua, Jun, Hoshi, Wonwoo, Woozi, DK, Mingyu, The8, Seungkwan, Vernon e Dino ao longo de 13 episódios durante a turnê mundial Ode to You, realizada em 2019. A produção mergulha de forma intimista na rotina do grupo ao longo da série de shows, focando no lado humano dos artistas.

    O documentário captura perfeitamente a essência do grupo, que é muito dedicado e carinhoso com os fãs, os Carats, mesmo em meio ao cansaço de uma turnê gigantesca. Sensível como BTS: Burn the Stage e BigBang Made the Movie, a produção emociona e gera bastante identificação, já que S.Coups, Seungkwan, Dino e outros integrantes falam sobre problemas psicológicos como ansiedade e depressão, mostrando que por trás de coreografias impecáveis e apresentações confiantes, também existem jovens comuns, que conciliam rotinas de estrelato com suas questões pessoais.

    Psy Summer Swag 2022 (2023)

    Depois de dois anos afastado das grandes turnês, Psy voltou aos palcos com tudo no show Summer Swag, cujo resultado foi filmado e pode ser visto no documentário Psy Summer Swag 2022, que acompanha a energia explosiva do cantor que apresentou ao mundo o fenômeno Gangnam Style, ficando bastante marcado mundialmente por esse single. No entanto, o que muitos não sabem é que ele construiu uma carreira sólida, divertida e carismática, com sucessos que misturam humor e crítica social, e que são são K-Pop quanto qualquer grupo jovem do gênero.

    O documentário é uma verdadeira celebração do K-Pop e da capacidade única de Psy de transformar qualquer plateia em uma multidão dançante. Entre bastidores e performances impressionantes, a produção mostra que o cantor continua sendo um grande sinônimo de festa, alegria e autenticidade mesmo depois de mais de 20 anos de carreira, já que Psy estreou em 2001 na música popular sul-coreana.

    Super Junior: The Last Man Standing (2023)

    Assim como Psy, poucos grupos podem se orgulhar de ter uma trajetória tão longa e influente quanto o Super Junior, ativo desde 2005, e The Last Man Standing é o retrato definitivo dessa história. Na época de seu lançamento, o documentário mergulhou nas quase duas décadas de carreira do grupo, que ajudou a moldar o K-Pop moderno, desde os primeiros desafios e mudanças de formação até o auge da fama internacional.

    A produção traz depoimentos sinceros dos integrantes, imagens de arquivo raras e momentos emocionantes e nostálgicos, relembrando figurinos e cortes de cabelo já não tão comuns, mas que marcaram a história do Super Junior. Apesar do documentário ser uma bonita homenagem à dedicação e à amizade dos integrantes, a falta de menções aos membros que já não fazem mais parte do grupo, como Han Geng e Kibum, ou aos integrantes Zhou Mi e Henry, do sub-grupo focado no mercado chinês Super Junior-M, deixa um gosto amargo na boca de qualquer fã.

  • ‘Only Murders in the Building’ e Outras 9 Séries Com a Mesma Vibe de Mistério e Comédia

    ‘Only Murders in the Building’ e Outras 9 Séries Com a Mesma Vibe de Mistério e Comédia

    Bruno Pinheiro Melim

    Bruno Pinheiro Melim

    Editor JustWatch

    Com a chegada do episódio final da quinta temporada de Only Murders in the Building, que tal explorarmos mais a fundo o gênero (séries de mistério e comédia), através de uma lista com outras produções similares, que misturam suspense e humor, com um tom leve e uma história enigmática?

    Utilize este guia da JustWatch para descobrir uma coletânea de séries que trazem detetives trapalhões e engraçados, crimes e mistérios difíceis de desvendar e um ambiente cômico, por vezes tenso, e completamente imprevisível. Todas as produções estão disponíveis em pelo menos uma dessas plataformas de streaming: Disney+, Netflix, Claro TV+, HBO Max, Apple TV+ e Amazon Prime Video.

    Only Murders in the Building (2021–)

    Começando pela série atual mais popular do gênero, Only Murders in the Building chegou, em 2025, à sua quinta temporada, reunindo novamente os três entusiastas de histórias e podcasts de true crime (inclusive, eles criam o próprio podcast deles) — interpretados por Selena Gomez, Steve Martin e Martin Short — que se juntam para desvendar mistérios de assassinatos. 

    Uma série que vem lançando uma temporada a cada ano, desde que estreou, sempre trazendo essa mistura maluca de gêneros, que atinge diferentes tipos de público e gerações. Afinal, Selena é uma das atrizes modernas mais populares da atualidade, e Steve Martin e Martin Short dispensam apresentações aos que apreciam comédias mais antigas, como O Pai da Noiva — onde os dois também atuam juntos.

    Mesmo com a série caindo ligeiramente de qualidade, principalmente ao longo da segunda e terceira temporadas, as duas últimas retomam o caráter mais envolvente e espontâneo da produção, através de mistérios bem elaborados e que não necessitam de tantos excessos visuais e narrativos, concentrando-se novamente na divertida e prazerosa dinâmica de grupo dos três personagens principais.

    Brooklyn Nine-Nine: Lei & Desordem (2013–2021)

    Se você acha que os momentos mais divertidos de Only Murders in the Building só foram propiciados por conta dos protagonistas serem detetives amadores, Brooklyn Nine-Nine: Lei & Desordem prova que até mesmo alguns policiais e investigadores profissionais passam por situações caóticas e surpreendentemente engraçadas — principalmente o infantil e brincalhão detetive Jake Peralta, interpretado por Andy Samberg.

    Situada em uma delegacia de Nova York, especificamente no Brooklyn, a série — que durou oito temporadas — é uma espécie de mistura de The Office com Only Murders in the Building. Primeiro, porque dá ênfase ao desenvolvimento de personagem e adota um estilo mais documental de filmagem (se passando boa parte do tempo dentro do local de trabalho), além de apresentar piadas completamente absurdas e sem filtro, como a série de Michael Scott. E segundo, por também trazer mistérios de assassinatos desvendados por um grupo de detetives extremamente excêntrico — na verdade, a meu ver, com métodos até mais peculiares que o trio amador viciado em podcasts de true crime.

    Poker Face (2023–)

    Saltamos agora para uma produção que, à semelhança de Only Murders in the Building, ainda está em andamento, angariando fãs com o passar das temporadas — mesmo que a terceira ainda não esteja oficialmente confirmada. Na realidade, basta eu mencionar o nome do criador da obra para que você entenda que, na categoria mistério e comédia, Poker Face (no âmbito de séries), com certeza está entre as principais.

    Afinal, Rian Johnson (ele mesmo), é amplamente reconhecido por ter realizado todos os filmes da franquia Knives Out. No caso, em Poker Face, ao invés de Benoit Blanc, a série apresenta uma ‘investigadora’, também amadora (e interpretada pela divertidíssima Natasha Lyonne), que consegue desvendar diversos casos através da sua habilidade de saber quando alguém está mentindo. 

    Uma produção que recomendo muito, não só para quem já conhece o trabalho de Rian Johnson, mas também àqueles que estão à procura de uma série de mistério com uma protagonista feminina forte e um elenco de renome. Além disso, aos que adoram filmes com uma ambiência meio ‘road-movie’, é um motivo a mais para assistir, já que a personagem viaja pelos Estados Unidos de carro, colecionando todo tipo de caso (do mais macabro ao mais aleatório) para investigar.

    Assassinato na Casa Branca (2025)

    Outro sucesso recente do gênero, a série original da Netflix, Assassinato na Casa Branca, eleva um pouquinho o seu mistério, ao situá-la dentro da residência oficial do presidente dos Estados Unidos, durante um jantar com centenas de convidados. Convenhamos, um crime praticamente impossível de se desvendar — a não ser para a irreverente detetive Cordelia Cupp (vivida pela radiante Uzo Aduba), que passeia pelos inúmeros dormitórios do local, investigando convidados e, principalmente, os insanos funcionários da casa, em busca do assassino do mordomo morto.

    Com um tom muito mais descontraído e recreativo que o filme Crime na Casa Branca (que tem uma história parecida, mas com um estilo muito mais sombrio), Assassinato na Casa Branca é uma divertida e atrante homenagem às grandes histórias de suspense — inclusive, trazendo algumas referências diretas nos nomes e nos enredos dos seus episódios, como o filme Disque M para Matar, de Hitchcock, e o próprio Entre Facas e Segredos (Knives Out), que dão nome ao segundo e ao terceiro episódios, respectivamente. Uma produção que entretém e te prende do início ao fim, além de deixar aquela sensação de que os oito episódios passaram voando. Ou seja, uma prova do porquê das séries de mistério e comédia estarem tão em voga atualmente.

    Search Party (2016–2022)

    Search Party é mais uma série que traz uma protagonista feminina em busca de desvendar um mistério, no caso o desaparecimento de uma antiga colega de faculdade. Uma produção que se inicia como uma típica comédia de suspense (com um tom bastante ácido) na sua primeira temporada, mas que se desenvolve de maneira surpreendente, terminando sua história assimilando a temática de apocalipse de zumbis.

    Melhor dizendo, àqueles que estão à procura de uma série que utiliza o suspense para discutir temas mais amplos (ao invés de apenas entreter), além de romper completamente com a fronteira do gênero (assim como faz Killing Eve: Dupla Obsessão), provavelmente ficarão satisfeitos com Search Party. No entanto, vale ressaltar que suas temporadas iniciais (principalmente a primeira) trazem uma vibe muito parecida com Only Murders in the Building no que diz respeito a um grupo de amigos tentando investigar um caso de maneira amadora — a única diferença é que aqui a dinâmica é ainda mais disfuncional, por envolver apenas jovens desequilibrados.

    Depois da Festa (2022–2023)

    Voltando às séries de suspense com histórias no estilo Agatha Christie, chegamos a Depois da Festa. Uma produção da Apple que é uma espécie de primo distante de Assassinato na Casa Branca, já que também traz um enredo que inclui um assassinato (na casa de um homem milionário, em uma festa que reune antigos colegas de escola), além de uma investigadora super talentosa para tentar desvendar o mistério. Sua segunda temporada, também mantém a mesma fórmula, mas situando-se depois de um casamento.

    Além disso, o tom e a estrutura da série também são muito parecidos, já que a protagonista tenta resolver o caso através de entrevistas com os convidados. Aliás, são esses os momentos mais engraçados e imprevisíveis da série, uma vez que cada entrevistado constrói a narrativa que mais lhe convém. Em resumo, é uma produção que agrada os mais nostálgicos do gênero (àqueles que apreciam filmes como Morte Sobre o Nilo e Assassinato no Expresso Oriente), mas também os mais novos, por trazer temas e personagens bastante modernos e apelativos ao público jovem.

    Deadloch (2023–)

    Mesmo dentro do gênero de mistério e comédia, existem diferentes tons e estilos, como você já deve ter observado. Dessa forma, Deadloch se difere ligeiramente das demais produções da lista, por se situar em uma cidade isolada (assolada por diversas mortes sem explicação), trazendo uma ambiência e personagens estranhos que remetem à série Fargo — apesar desta ter um tom ainda mais sombrio e uma estética muito mais gráfica.

    Protagonizada praticamente apenas por mulheres (que investigam os casos), a série carrega um tom bem mais realista que Only Murders in the Building, construindo o seu humor mais a partir da excentricidade dos personagens e dos seus diálogos ácidos, do que propriamente pela sátira ao true crime e suas piadas espirituosas. Uma produção que recomendo, sobretudo, àqueles que são fãs da filmografia dos irmãos Coen, diretores que misturam o suspense e a comédia de uma maneira muito excêntrica, sempre trazendo personagens absurdos e peculiares.

    A Comissária de Bordo (2020–2022)

    A Comissária de Bordo tem, para mim, uma das premissas mais criativas do gênero, já que ao invés de focar sua trama no investigador, prefere adotar o ponto de vista da principal suspeita de um homicídio (uma comissária), para contar a sua história. Uma mudança de perspectiva que joga com a expectativa do público, uma vez que nos posicionamos ao lado da protagonista acusada, que tampouco sabe o que aconteceu com o seu interesse amoroso que amanheceu morto na cama, ao seu lado.

    À semelhança de Search Party, a série também assimila outros gêneros ao decorrer do seu desenvolvimento. No entanto, ao invés do suspense distópico, a produção vai para um caminho de histórias de espionagem e grandes tramas internacionais (principalmente durante a segunda temporada). Deste ponto de vista, é uma série que também tem o seu apelo ao público que gosta de produções como Utopia​​, que também faz uma miscelânea de gêneros — mesmo sendo uma série com um tom um pouco mais pesado.

    A Morte Entre Outros Mistérios (2024)

    À semelhança do filme A Mulher na Cabine 10, que estreou recentemente na Netflix, A Morte Entre Outros Mistérios também se situa em um navio onde acontece um assassinato. No entanto, a série (que está disponível no Disney +) tem um estilo mais dinâmico e um enredo muito mais centrado na descoberta do assassino, através de um detetive e sua aprendiz, que navegam pelos segredos dos ricos que ocupam a embarcação.

    Mesmo não sendo uma produção fundamentalmente de comédia, como Only Murders in the Building, é uma série que traz alguns elementos cômicos (mesmo apresentando temas mais sérios), principalmente através da extravagância dos seus personagens, que até lembram algumas figuras dos filmes de Rian Johnson. Uma série super válida aos amantes do gênero ‘whodunnit’ (quem matou?), que mesmo sem contar com protagonistas e detetives memoráveis, consegue entreter e empolgar durante os seus dez episódios.

    Murderville (2022)

    Por fim, chegamos à última indicação, uma produção da Netflix que é uma espécie de filho da série Brooklyn Nine-Nine: Lei & Desordem — uma vez que acompanha um imaturo detetive policial que utiliza métodos bizarros —  com a série Segura a Onda — já que utiliza a comédia de improviso (com participações de grandes celebridades que não sabem o roteiro) para criar um humor espontâneo e absurdo.

    Com certeza, Murderville é a produção mais ousada e caótica dessa lista, muito indicada a você que gosta dos momentos mais imprevisíveis de Only Murders in the Building, onde a interação e dinâmica dos atores acaba por criar uma atmosfera espontânea e surpreendente (mesmo sabendo que, neste caso, todos eles têm um roteiro a se seguir). Afinal, o ator Will Arnett, recebendo sempre um convidado famoso diferente para desvendar um caso, propicia cenas despretensiosas e completamente hilariantes.

  • Noite do Terror Grátis: 8 Filmes para Ver na JustWatch TV

    Noite do Terror Grátis: 8 Filmes para Ver na JustWatch TV

    Fernanda Caseiro Talarico

    Fernanda Caseiro Talarico

    Editor JustWatch

    A paixão pelo cinema de terror não precisa (e não deve) drenar sua carteira. Muitas vezes, as histórias mais arrepiantes, originais e genuinamente perturbadoras estão escondidas à vista de todos, esperando para serem descobertas de graça. E a melhor parte? Você não precisa navegar por mares revoltos da internet para encontrá-las.

    A JustWatch reúne em um só lugar conteúdo gratuito (e legal!). É como ter um mapa do tesouro que leva diretamente aos filmes que vão acelerar seu coração sem custo algum.

    Para poupar você do trabalho de garimpar entre tantas opções, nós mergulhamos a fundo na JustWatch TV e selecionamos o que há de melhor. Esta lista traz 8 dos melhores filmes de terror gratuitos disponíveis no momento. O ranking, do oitavo ao melhor, traz obras que provam que, com uma boa ideia e muita criatividade, o medo é um idioma universal que não tem preço.

    Prepare a pipoca, apague as luzes e veja se você tem estômago para conferir nossa seleção. O preço do ingresso é somente a sua coragem.

    8. The Blackwell Ghost: Recovered Footage (2017)

    The Blackwell Ghost: Recovered Footage se apresenta como um documento fílmico que resgata a estética found footage para contar a história de um cineasta investigando o caso de uma assassina supostamente fantasma que assombra uma casa rural. A premissa gira em torno de material "recuperado" que mostra o diretor Turner Clay tentando provar a existência do paranormal, focando especificamente no espírito de Ruth Blackwell, uma mulher acusada de múltiplos assassinatos no século XX. 

    O filme constrói sua atmosfera por uma abordagem minimalista e realista, usando o formato de gravações caseiras para criar veracidade e tensão crescente, com sustos baseados mais em sugestões sonoras e momentos de silêncio inquietante do que em aparições explícitas. Minha opinião é que se trata de uma obra inteligente dentro de suas limitações, que consegue ser assustadora justamente por parecer genuína, se aproveitando da fascinação cultural por documentários sobrenaturais e casos criminais não resolvidos; embora sofra com um ritmo por vezes arrastado e certa repetitividade em suas estratégias de susto.

    Embora The Blackwell Ghost seja uma experiência eficiente no subgênero found footage, ele fica atrás dos outros da lista por ter um ritmo lento e não entregar tanto assim para a cultura. Ele é um filme bom e interessante, mas seu impacto cultural é baixíssimo se comparado aos outros. 

    Hell House LLC, que explora terreno similar com um grupo de documentaristas investigando um hotel mal-assombrado, mas com um senso de construção de mitologia e tensão mais elaborado, pode assistir The Blackwell Ghost por trazer uma abordagem mockumentary e a investigação paranormal bem interessantes. 

    7. Hell House LLC (2015)

    Hell House LLC constrói sua narrativa a partir de uma premissa aparentemente simples: um documentário que investiga a tragédia ocorrida durante a inauguração de uma casa mal-assombrada temática, onde quinze pessoas morreram em circunstâncias inexplicáveis. Por meio das filmagens recuperadas da equipe que montava a atração no antigo Hotel Abaddon, testemunhamos como eventos paranormais progressivamente intensos foram inicialmente ignorados pelo grupo de amigos, até que a linha entre encenação e realidade se dissolveu por completo. Minha opinião é que se trata de uma das obras mais bem-sucedidas do subgênero found footage, principalmente por compreender que o terror mais eficaz nasce da sutileza e do poder de sugestão, utilizando elementos simples para criar uma atmosfera de inquietação crescente. 

    O diretor Stephen Cognetti demonstra maestria na economia de recursos, utilizando múltiplas perspectivas de câmera para amplificar o realismo, enquanto constrói personagens com dinâmicas convincentes de amizade e trabalho que tornam sua jornada aterrorizante, emocionalmente envolvente. É nesta profundidade técnica e narrativa que reside sua superioridade sobre The Blackwell Ghost: enquanto este se concentra numa investigação solitária com técnicas mais convencionais, Hell House LLC desenvolve uma mitologia complexa por trás do Hotel Abaddon, cria momentos icônicos genuinamente originais e mantém uma verossimilhança muito mais consistente e interações naturais entre seus personagens.

    Para os que se impressionaram com esta abordagem, a indicação natural é Gonjiam: Haunted Asylum, filme coreano que compartilha a premissa de investigação paranormal em local abandonado, mas eleva a tensão por sequências coletivas de pânico que se tornaram referência no gênero. 

    6. O Gabinete do Dr. Caligari (1920)

    O Gabinete do Dr. Caligari é muito mais do que um filme: é a encarnação do Expressionismo Alemão. A trama segue a chegada de um misterioso hipnotista (Caligari) e seu sonâmbulo (Cesare) a uma feira em Holstenwall, coincidindo com uma série de assassinatos brutais. Quando o amigo do protagonista Francis é encontrado morto, a investigação revela conexões sinistras entre os crimes e a atração macabra de Caligari, levando a descobertas ainda mais perturbadoras sobre sanatórios e abusos de poder. Minha opinião é que assistir a esta obra hoje é testemunhar o nascimento do cinema psicológico de terror: cada quadro distorcido, cada sombra pintada a mão nos cenários inclinados não são somente estéticas, mas a materialização visual da loucura e paranoia que permeiam a narrativa.

    Robert Wiene e seus designers criaram uma linguagem visual completamente nova para o cinema. Os cenários angulosos e claustrofóbicos, as maquiagens exageradas e a iluminação expressionista, não servem somente como pano de fundo, mas como extensão do estado mental dos personagens. A atuação de Conrad Veidt como Cesare, com seus movimentos de dança macabra e olhar vazio, tornou-se um arquétipo do cinema de horror. Porém, a verdadeira genialidade está no revolucionário final que recontextualiza toda a narrativa, antecipando em décadas discussões sobre narrativa não confiável e a relatividade da verdade; um golpe de mestre que influenciou desde Hitchcock até David Lynch.

    O Golem compartilha a mesma estética expressionista e temas de criação descontrolada, embora ambientado na lenda judaica do Golem de Praga. 

    Quando comparado a Nosferatu, no entanto, O Gabinete do Dr. Caligari cede a primazia por uma questão de alcance e permanência cultural: enquanto o filme de Wiene revolucionou a linguagem cinematográfica com sua distorção subjetiva da realidade, a obra de Murnau conseguiu algo ainda mais duradouro — criar o arquétipo definitivo do vampiro como força da natureza impessoal e aterrorizante.

    5. A Casa dos Maus Espíritos (1959)

    A Casa dos Maus Espíritos é muito mais do que um simples filme de terror: é uma experiência cinematográfica. A sinopse nos apresenta Frederick Loren, um milionário excêntrico que oferece US$ 10 mil a cinco convidados que aceitarem passar uma noite em sua mansão assombrada, entre eles sua própria esposa, com quem mantém um relacionamento marcado pela desconfiança mútua. Minha opinião é que o filme representa a evolução natural do terror gótico para uma forma mais acessível e psicologicamente sofisticada, onde William Castle demonstra maestria ao equilibrar elementos sobrenaturais com tensões humanas genuínas, tudo conduzido pela presença icônica de Vincent Price em um de seus papéis mais memoráveis.

    Destaco como o filme constrói seu terror de forma inteligente e multifacetada. Castle utiliza a mansão como um laboratório psicológico onde cada personagem revela suas motivações e medos. As sequências do "pequeno defunto" flutuante e das portas que se fecham sozinhas permanecem eficazes, mas é na caracterização dos personagens e nos diálogos afiados que o filme verdadeiramente brilha. A relação complexa entre Frederick e Annabelle Loren adiciona camadas de suspense que vão além do terror sobrenatural, criando uma dinâmica de desconfiança conjugal que eleva o material a um patamar superior de sofisticação narrativa. Desafio do Além compartilha a premissa de investigação paranormal em mansão assombrada com abordagem psicológica refinada. 

    A superioridade de A Casa dos Maus Espíritos sobre os clássicos expressionistas reside precisamente em sua capacidade de sintetizar múltiplas camadas de horror: enquanto O Gabinete do Dr. Caligari se sustenta principalmente na figura arquetípica do vampiro e na alegoria visual da loucura, o filme de Castle integra terror sobrenatural, suspense psicológico e crítica social em uma narrativa coesa e surpreendentemente moderna. Seu legado permanece vivo não somente como influência para o cinema de horror contemporâneo, mas como prova de que o terror mais eficaz é aquele que assusta tanto pela sugestão do sobrenatural quanto pela exploração das complexidades da natureza humana.

    4.  Nosferatu (1922)

    Nosferatu permanece não somente como um marco do cinema expressionista alemão, mas como a própria encarnação do horror atmosférico. A trama, que acompanha a jornada do conde-vampiro Orlock desde seus castelos sombrios até a cidade de Wisborg — onde espalha peste e morte —, é sustentada pela atuação fantasmagórica de Max Schreck, cuja figura andrajosa e movimentos bizarros criaram a imagem definitiva do vampiro como uma força da natureza morbidamente impessoal. A obra de F.W. Murnau é visualmente hipnótica, utilizando sombras alongadas, cenários distorcidos e uma fotografia que transforma cada plano em uma pintura viva do medo. 

    No entanto, em uma análise que considera não somente o valor histórico, mas a experiência imediata para o espectador contemporâneo, Nosferatu se vê em posição peculiar. Ele é, inquestionavelmente, uma obra de arte superior, mas fica atrás de Não Me Esqueca em um aspecto crucial: a acessibilidade emocional e narrativa. Enquanto o clássico de Murnau exige uma imersão em sua linguagem silenciosa e simbólica, um pacto de paciência e apreciação estética, Não Me Esqueça oferece uma premissa sobrenatural moderna e identificável, tratando do medo universal do esquecimento e do apagamento social, tudo envolto em um ritmo e estrutura familiar ao público do século XXI. Isso não torna um filme melhor que o outro, mas evidencia seus propósitos distintos: Nosferatu é uma cápsula do tempo genial, uma visita a um museu do horror, enquanto Não Me Esqueça funciona como um espelho dos anseios atuais; um diálogo direto com as angústias de sua audiência. 

    Para quem se deixa capturar pela atmosfera única de Nosferatu, a indicação natural é O Gabinete do Dr. Caligari, que compartilha a mesma veia expressionista e a exploração dos abismos da psique humana por uma estética igualmente revolucionária e perturbadora.

    3. Não Me Esqueça (2009)

    Não Me Esqueça apresenta uma premissa que já começa perturbadora: durante sua festa de formatura, um grupo de amigos percebe que está sendo eliminado não por um assassino convencional, mas por uma entidade sobrenatural que os apaga completamente da existência; tanto fisicamente quanto da memória de todos que os conhecem. Esse conceito existencial eleva o filme acima do terror adolescente comum, o transformando em um estudo angustiante sobre o medo do esquecimento e da invisibilidade social. A narrativa constrói competentemente uma atmosfera de paranoia coletiva, onde os protagonistas precisam desvendar o mistério enquanto lutam contra a progressiva erosão de suas próprias identidades, resultando em cenas genuinamente perturbadoras que ressoam além dos sustos momentâneos.

    Embora seja uma obra sólida e criativa, Não Me Esqueça ocupa um degrau naturalmente inferior a clássicos absolutos como Noite dos Mortos-Vivos e O Fantasma da Ópera. A razão para isso é fundamental: impacto e transcendência. Enquanto o filme de Romero revolucionou o gênero ao injetar um realismo brutal e uma crítica social contundente sobre o colapso da sociedade, e a obra de Lon Chaney definiu a estética e a tragédia do horror gótico, Não Me Esqueça funciona brilhantemente dentro de suas próprias convenções, mas sem a ambição ou o poder de redesenhar o cenário cultural ao seu redor. Seus temas, válidos, são mais introspectivos e menos universais.

    Se você gostou de Invisível, dirigido por David S. Goyer, vai gostar de Não Me Esqueça. A trama também acompanha um jovem visto “apagado” e invisível após um evento traumático, e precisa descobrir a verdade sobre o que lhe aconteceu enquanto luta para não desaparecer de vez. Ambos os filmes exploram a angústia de existir entre dois mundos e o poder da memória como fio condutor entre a vida e a morte.

    2. O Fantasma da Ópera (1925) 

    Embora Noite dos Mortos-Vivos ocupe legitimamente o primeiro lugar como a melhor experiência de terror gratuito na JustWatch, O Fantasma da Ópera assume com méritos o honroso segundo posto, representando uma faceta completamente diferente, porém igualmente fundamental, do gênero. Assistir a esta obra-prima muda de Lon Chaney é como testemunhar a gênese do horror gótico no cinema – e a gênese de um dos musicais mais famosos de todos os tempos. 

    O filme não busca sustos momentâneos, mas sim uma imersão lenta e hipnótica em uma atmosfera de pesadelo, construída por cenários expressionistas que transformam a Opéra de Paris em um labirinto de sombras e ameaças. A genialidade de Chaney, que criou e interpretou o Fantasma com uma maquiagem revolucionária para a época, reside em dar vida a uma figura, ao mesmo tempo, aterradora e profundamente trágica; um monstro cuja dor é mais palpável do que sua maldade.

    A trama, que acompanha a obcecada perseguição do Fantasma pela jovem soprano Christine, é a essência do melodrama gótico: uma história de amor doentio, rejeição e isolamento. No entanto, é precisamente nesta natureza que reside tanto sua grandeza quanto o motivo de ficar um degrau abaixo do clássico de Romero. O Fantasma da Ópera é um pesadelo elegíaco e teatral, uma tragédia de horror romântico. Noite dos Mortos-Vivos, por outro lado, é um soco no estômago sociopolítico. O filme de Romero tem uma urgência documental e um cinismo brutal que refletiam (e ainda refletem) as tensões sociais de sua época. 

    Para quem se encantar com este tipo de horror gótico e trágico, a indicação é O Homem que Ri, outro marco do expressionismo que compartilha a mesma alma, explorando a figura do outsider deformado pela sociedade; uma história de profunda solidão por trás de uma máscara grotesca, que inclusive serviu de inspiração direta para a criação do Coringa. 

    1. Noite dos Mortos-Vivos (1968)

    Noite dos Mortos-Vivos é não somente a melhor escolha de terror gratuito na JustWatch, mas uma experiência cinematográfica fundamental. Muito mais do que um simples filme de zumbis, esta obra-prima de George A. Romero é a pedra angular que redefiniu o gênero para sempre. Assistir a ele hoje é testemunhar a origem de todas as regras que governam o horror zumbi moderno: as hordas, a necessidade de destruir o cérebro e, mais profundamente, a ideia de que o colapso social é tão aterrorizante quanto os próprios monstros. 

    Filmado em um preto e branco cru que intensifica sua atmosfera claustrofóbica, o filme nos joga com um grupo de sobreviventes trancados em uma casa rural, enquanto o mundo lá fora desaba sob uma invasão de mortos-vivos. A genialidade de Romero, no entanto, está em mostrar que o verdadeiro perigo mora em casa, nos conflitos de ego, na histeria coletiva e nas decisões desesperadas que ameaçam o grupo. 

    Com um final tão corrosivo quanto inesquecível, de um protagonista negro (Duane Jones) que era uma raridade transgressora para a época, o filme carrega uma crítica social poderosa que permanece assustadoramente relevante. Por tudo isso, é a opção perfeita para assistir de graça: é acessível, é historicamente, crucial e, acima de tudo, seu terror visceral e inteligente não envelheceu um dia. A Volta dos Mortos-Vivos (1985), que injeta a premissa com um humor punk e caótico, popularizando os zumbis que correm e, iconicamente, gritam por "cérebros!" tem uma vertente diferente do mesmo legado. 

  • A Evolução da Escuridão: Um Ranking Definitivo de Todas as Wandinhas Addams

    A Evolução da Escuridão: Um Ranking Definitivo de Todas as Wandinhas Addams

    Fernanda Caseiro Talarico

    Fernanda Caseiro Talarico

    Editor JustWatch

    Desde sua estreia nos quadrinhos em 1938, Wandinha Addams transcende as páginas para se tornar um ícone absoluto da cultura pop. Ela é a própria essência do humor macabro e da ironia afiada que definem a Família Addams, uma figura sombria que, década após década, renasce em novas mídias.

    Cada adaptação — das séries de TV clássicas aos filmes, passando por produções animadas — imprimiu suas próprias nuances à personagem, explorando diferentes facetas de seu fascínio gótico. Mas qual encarnação, afinal, melhor capturou o espírito singular da mais famosa (e letal) adolescente da escuridão? 

    Recentemente, a Netflix lançou mais uma temporada da série popular, Wandinha,que pela primeira vez focou na personagem amada. Neste ranking, investigamos todas as faces de Wandinha: da pioneira Lisa Loring à inesquecível Christina Ricci nos anos 1990, até a interpretação visceral e viral de Jenna Ortega na Netflix. Prepare-se para uma jornada pelo universo da família mais excêntrica, sinistra e irresistivelmente adorável do entretenimento.

    7. Cindy Henderson - A Família Addams (1973) 

    Na curta vida da série animada de 1973, A Família Adams, Cindy Henderson emprestou sua voz a uma versão da personagem que pouco acrescentou ao seu legado. Sua interpretação, no entanto, manteve viva a presença da família Addams na cultura pop em um período de escassez de novas produções. Esta Wandinha cumpria o papel básico: vestia o tradicional vestido escuro e manifestava um interesse mórbido por elementos como aranhas e cemitérios. 

    No entanto, faltou a ela a centelha crucial de inteligência afiada e ironia sutil. A interpretação foi plana e carente da personalidade marcante que define a personagem, soando mais como uma caricatura do que uma encarnação genuína. Em um universo repleto de Wandinhas inesquecíveis, esta é, com razão, a mais facilmente esquecida.

    A série animada de Contos da Cripta é bem parecida com essa adaptação, como uma animação com um pouco de "medo". 

    6. Debi Derryberry - A Família Addams (1992 - 1993) 

    Nos anos 90, a famosa voz de Jimmy Neutron, Debi Derryberry, deu vida à personagem em outra série animada, A Família Adams. Sua atuação, repleta de energia, conseguiu traduzir o humor macabro da personagem para uma linguagem perfeitamente acessível e cativante para o público infantil, uma tarefa nada simples. No entanto, o exagero cartoonizado dessa abordagem fez com que sua Wandinha perdesse a serenidade perturbadora e a ironia mortífera essenciais, tornando-a menos inteligente e mais caricata do que suas predecessoras.

    Diferente da pioneira Lisa Loring, que estabeleceu a estética séria da personagem, ou da sutil Nicole Fugere, que manteve a tradição ao vivo, a versão de Derryberry optou por um caminho próprio de pura comédia infantil. É uma versão válida para introduzir crianças à família, mas falha em capturar a complexidade sombria que faz de Wandinha uma figura tão fascinante e atemporal quando comparada a interpretações mais profundas, como as de Christina Ricci e Jenna Ortega.

    Fãs do clássico O Gato da Cartola vão adorar essa versão de uma Wandinha menos séria, afinal a criação do Dr. Seuss tem uma pegada mais surrealista e fantasiosa. 

    5. Lisa Loring - A Família Addams (1964 - 1966)

    Colocar a original tão "baixo" no ranking pode parecer uma heresia, mas é um atestado de como a personagem evoluiu. Lisa Loring é a pedra fundamental, o arquétipo que estabeleceu o visual e as manias. Sua atuação doce e literal, com aquele olhar vazio e a voz monocórdica, criou o molde. 

    No entanto, vista com os olhos de hoje, sua Wandinha em A Família Addams é mais um esboço. Faltou a ela a camada de perigo intelectual e a sagacidade cínica que outras atrizes depois exploraram. Loring deu a forma, mas outras trariam a alma sombria e a profundidade. Sua importância é histórica e inquestionável, mas sua execução foi superada pelas sucessoras. Assim como na série Os Monstros, acompanhamos uma família “assustadora", mas que na realidade, rouba nosso coração. 

    4. Nicole Fugere - A Reunião da Família Addams (1998 - 1999)

    No filme A Reunião da Família Addams e na série A Nova Família Addams, Nicole Fugere teve a difícil missão de suceder o fenômeno Christina Ricci. Fugere entendeu a tarefa: sua Wandinha é uma homenagem consciente à interpretação de Ricci, capturando a postura ereta, o olhar penetrante e o humor seco. Ela consegue entregar frases mortíferas com a entrega correta. 

    No entanto, falta à sua atuação o brilho de originalidade e a centelha de genialidade única. É uma ótima imitação, uma guardiã competente do legado, mas não uma inovadora. Ela manteve a chama acesa, mas não a fez queimar mais forte. 

    Se você é fã de Hocus Pocus, por exemplo, vai adorar a versão de Fugere: é a mesma vibe de bruxas “más", mas que você acaba se apaixonando. 

    3. Chloë Grace Moretz - A Família Addams (2019 - 2021)

    Nos filmes animados de 2019, A Família Addams, e 2021, A Família Addams 2, Chloë Grace Moretz ofereceu uma interpretação vocal sólida e moderna. Sua Wandinha é inteligente, sarcástica e plenamente integrada à estética do século XXI, com um toque de "vibe teen" que a conecta com o público atual. Moretz equilibra bem a doçura superficial com a frieza interior, e sua química com a família é palpável. Quem curte animações do estilo Hotel Transilvania vai gostar da versão da Chloë Grace Moretz já que o filme tem uma atmosfera parecida: terror, animação e bons para assistir com crianças “corajosas". 

    Onde esta versão peca, porém, é na profundidade do horror. Ela é mais "descolada e gótica" do que genuinamente perturbadora. É uma excelente reinterpretação para uma nova geração, mas falta aquele último grau de intensidade sombria e ameaça implícita que eleva as melhores versões ao status de lenda, algo que Christina Ricci e outras conseguiram trazer em suas versões.

    2. Jenna Ortega - Wandinha (2022 – atual)

    Jenna Ortega não somente interpretou Wandinha; ela a criou para o século XXI em Wandinha. Sua atuação é um estudo de minimalismo e intensidade. Cada movimento é calculado – da caminhada robótica à expressão facial quase imutável, quebrada apenas por um sorriso sádico. Ortega injetou uma raiva adolescente contida e uma consciência social aguçada ("Não é por eu poder tolerar que devo fazê-lo"), tornando-a profundamente verossímil para o público moderno. 

    Ela é a versão mais autoral e visceral da personagem, um fenômeno cultural por direito próprio. A razão para não ocupar o primeiro lugar? Talvez pela própria modernidade: sua escuridão é mais psicológica e menos lúdica do que a da campeã, sacrificando um pouco do humor ácido puro em nome da profundidade dramática.

    Neste caso, a indicação “óbvia” é:  Os Fantasmas Ainda Se Divertem, afinal Ortega quase repete sua personagem, com a mesma vibe gótica. 

    1. Christina Ricci - A Família Addams (1991-1993)

    Christina Ricci não é somente uma das Wandinhas; para uma geração inteira, ela é a Wandinha. Nos filmes dos anos 90, A Família Addams e A Família Addams 2, Ricci realizou a síntese perfeita. Ela pegou a doçura perturbadora de Loring e acrescentou camadas de inteligência afiada, sarcasmo letal e uma confiança absoluta em sua própria escuridão. Seu olhar era ao mesmo tempo, vazio e penetrante; suas falas, entregues com uma frieza mortal, eram comédias ácidas em miniatura. Ricci manteve o humor macabro essencial da personagem ("Essa é a Sala de Morte. Não entre sem avisar.") sem nunca se tornar uma caricatura. Ela era genuinamente assustadora e cativante ao mesmo tempo. Sua versão é o ponto de equilíbrio absoluto: tão sombria quanto a de Ortega, mas mais lúdica; tão icônica quanto a de Loring, mas infinitamente mais complexa. Fãs de Beetlejuice: Os Fantasmas Se Divertem, o original, vão gostar dessa versão, por mostrar a mesma atmosfera vintage do horror da década de 1980 e 1990.

    Christina Ricci não interpretou Wandinha; ela consagrou o seu espírito na cultura pop, estabelecendo o padrão de ouro contra o qual todas as outras são, e sempre serão, medidas.

  • The Voice Brasil e Outros 6 Reality Shows Musicais Incríveis Para Acompanhar

    The Voice Brasil e Outros 6 Reality Shows Musicais Incríveis Para Acompanhar

    Beatriz Coutinho

    Beatriz Coutinho

    Editor JustWatch

    Com a estreia da 13ª temporada de The Voice Brasil, desta vez de casa nova, qual tal mergulhar neste e em outros reality shows musicais que conquistaram o público ao redor do mundo? Do clássico formato de competição às propostas mais inovadoras, essas produções combinam talento, emoção e momentos inesquecíveis por meio da música, além de serem uma ótima fonte para descobrir novos artistas.

    Enquanto o The Voice entrega o clássico modelo de audições às cegas, The Masked Singer Brasil aposta no mistério misturado ao entretenimento, e competições como Songland e The Debut: Dream Academy revelam mais sobre o processo criativo por trás de canções e grupos musicais.

    Nesta lista da JustWatch, descubra tudo sobre The Voice Brasil e outros 6 reality shows musicais e em quais serviços de streaming encontrá-los.

    The Voice Brasil (2012-)

    Original da Holanda, o reality show de canto The Voice Brasil estreou em 2012, sendo transmitido pela TV Globo. Um dos maiores sucessos da TV brasileira nas últimas décadas, a competição rapidamente conquistou o público por conta de sua dinâmica diferente e divertida: quatro grandes cantores são os técnicos da edição e ficam virados de costas para os possíveis participantes, que cantam na famosa Audição às Cegas, sem que os jurados os vejam. Então o júri vota se a pessoa merece ou não uma chance no programa e luta para tê-la em seu time, no qual disputará diversas batalhas de canto ao longo do reality.

    Neste ano o programa está de cara nova, já que a 13ª temporada estreou em 6 de outubro de 2025 sendo produzida e transmitida pelo SBT e Disney+. Mumuzinho, Duda Beat, Matheus & Kauan e Péricles são os quatro técnicos da edição, que já estão no processo de escolherem os cantores para seus times. Apesar de apenas três episódios terem ido ao ar até o momento, várias performances já marcaram o reality, como Sara Braz e Hector, que fizeram os quatro jurados virarem as cadeiras para vê-los. Novos episódios são lançados toda segunda-feira às 22h30h e a final do programa está prevista para 22 de dezembro.

    The Masked Singer Brasil (2021-2025)

    The Masked Singer Brasil conquistou o Brasil com uma dose ainda maior de mistério do que o The Voice. Neste programa inspirado no reality show sul-coreano King of Mask Singer, celebridades cantam em um palco disfarçadas com fantasias bastante elaboradas e caricatas, que escondem sua verdadeira identidade, enquanto os jurados e o público tentam adivinhar quem está por trás da máscara.

    Apesar de ter sido encerrado em 2025, todas as edições do programa podem ser assistidas por streaming. Com a apresentação de Ivete Sangalo, o reality equilibrava apresentações musicais de qualidade com momentos cômicos e surreais, afinal de contas, é difícil não se divertir vendo um unicórnio ou um galo soltando a voz em versões de sucessos da música pop. Participantes como Priscilla Alcantara e Silvero Pereira marcaram a história do programa, que apostava mais no entretenimento e menos na competitividade, provando que um talento poderia brilhar mesmo quando seu rosto era um segredo.

    Estrela da Casa (2024-)

    Criado pela TV Globo, Estrela da Casa é um reality show recente e bastante inovador, que passa longe dos mistérios que envolvem o The Voice Brasil e o The Masked Singer Brasil, apostando justamente no oposto: a exposição. Como uma espécie de Big Brother Brasil musical, o programa reúne diferentes cantores em uma casa, na qual eles ficam confinados, e precisam mostrar suas habilidades musicais, carisma e presença de palco para o público por meio de diversas provas.

    Em Estrela da Semana, por exemplo, todos os artistas se apresentam em um desafio e o vencedor garante imunidade da eliminação; já em Festival, vários cantores se apresentam e público e jurados técnicos se unem para definir quem será o eliminado da semana. O reality combina a intensidade de uma competição de confinamento, já que todos precisam conviver em harmonia, com um olhar mais intimista, pois cada episódio revela um pouco mais sobre o processo criativo por trás de novas músicas, mostrando como funciona a vida de quem tenta transformar o sonho de cantar em uma carreira. Nomes com grande potencial já passaram por lá, como Unna X, Thainá Gonçalves, Hanii e Lucca.

    Montando a Banda (2025)

    Uma das maiores surpresas de 2025 no quesito reality show, Montando a Banda resgata o mistério de The Voice e The Masked Singer, mas de forma completamente inovadora: 50 cantores competem para formar uma banda de sucesso, mas eles não se conhecem e só podem montar o grupo com base na voz uns dos outros, sem nunca se verem na fase inicial — ou seja, aqui, julgamentos baseados no visual e em carismas ou afinidades iniciais não têm vez.

    O programa foi apresentado por A.J. McLean, da famosa boyband Backstreet Boys, e contou com a participação de Nicole Scherzinger, Kelly Rowland e Liam Payne como jurados — a participação deste último, inclusive, ex-integrante do grupo One Direction, gerou bastante emoção no público, já que o cantor faleceu em 2024, pouco tempo após a gravação da 1ª temporada. Vários grupos da competição conquistaram o público, como ICONYX e 3Quency, e muitos deles seguem juntos após o fim do programa. Ideal para quem quer assistir um reality musical que foge das tradicionais apresentações individuais, Montando a Banda entrega muito talento, entretenimento e música de qualidade.

    The Debut: Dream Academy (2023)

    Produzido pelas gigantescas gravadoras HYBE e Geffen Records, The Debut: Dream Academy foi uma competição global que tinha como objetivo formar um girl group internacional de seis garotas, aos moldes do estilo musical K-Pop, como o Blackpink. O programa reuniu 20 jovens candidatas de mais 10 países, incluindo a brasileira Samara Siqueira, que foram submetidas a desafios de canto, dança e performance, com eliminações semanais definidas tanto por jurados especializados quanto pelo público. 

    Ideal para quem gosta de entender os bastidores da indústria musical, o reality mostrou a realidade da “máquina de K-Pop”, que é o treinamento intenso pelo qual passam possíveis futuras cantoras e cantores do gênero, processo que também foi documentado em Pop Star Academy: KATSEYE, o grupo formado pelas seis campeãs do programa, que está fazendo um grande sucesso dentro e fora da Coreia do Sul e dos Estados Unidos, países que organizaram a produção do programa. Vale lembrar inclusive que o formato de reality show para formação de grupos de K-Pop é bastante famoso, o que já rendeu competições como: Girls Planet 999 e Sixteen.

    Rhythm + Flow (2019-)

    Se The Debut: Dream Academy teve como foco o K-Pop, em Rhythm + Flow os ritmos de destaque são o rap e o hip-hop. Apesar de nenhuma fase do reality show ser às cegas, o formato do programa é mais parecido com o do The Voice, mas aqui ainda temos mais uma diferença: nada de covers. Seis gigantescos nomes do rap: Cardi B, Chance the Rapper, T.I., DJ Khaled, Ludacris e Latto buscam por novos talentos nos Estados Unidos e colocam cada integrante para criar rimas, improvisar e provar que eles têm algo original a dizer em suas letras.

    Este é, inclusive, o diferencial de Rhythm & Flow que compartilha com Estrela da Casa. O foco do reality é a autenticidade de cada participante, sua capacidade de manter o ritmo e transformar as palavras em música — além disso, o programa permite que o público conheça as histórias por trás de cada competidor, o que acrescenta uma camada a mais de emoção na disputa. Participantes como Londynn B, D Smoke e Sura Ali conquistaram a atenção do público em Rhythm + Flow, reality em que cada episódio parece um mini show e honra o rap e o hip-hop de forma muito bonita — assim como o documentário Biggie & Tupac.

    Songland (2019-2020)

    Diferente de todos os programas desta lista, Songland inova ao trazer para a frente das câmeras alguém que geralmente não é tão popular aos olhos do público: os compositores, ou seja, o foco do reality show não é apenas a performance, mas a criação de cada música. Aqui eles são colocados lado a lado de produtores renomados, como Ryan Tedder, Ester Dean e Shane McAnally, para apresentar uma canção a um grande artista convidado, que deve gravar a composição vencedora ao final do episódio — famosos como John Legend, will.i.am e Jonas Brothers já participaram do programa.

    Songland mostra um lado menos popular da indústria musical: o processo de composição, edição criativa e parceria entre compositores e produtores, que revela como, muitas vezes, as canções que amamos já passaram pelas mãos de inúmeros profissionais antes de chegar aos cantores — que são uma parte essencial do processo, é claro — e a nós. E se você já ouviu por aí músicas como Shadow, cantada por Macklemore, ou Hurt Me, interpretada por Meghan Trainor, saiba que elas foram escritas durante o programa.

  • 8 Sequências de Terror que São Incrivelmente Melhores que os Originais

    8 Sequências de Terror que São Incrivelmente Melhores que os Originais

    Fernanda Caseiro Talarico

    Fernanda Caseiro Talarico

    Editor JustWatch

    No cinema de terror, é quase um dogma que as sequências raramente conseguem capturar a magia dos filmes originais. No entanto, algumas produções não somente desafiam essa regra, como a transformam em pó ao entregar experiências que ampliam, aprofundam e, em muitos casos, superam seus originais em criatividade, impacto emocional e técnica. 

    Estes oito filmes representam justamente esses raros casos onde a continuação elevou a franquia a novos patamares; seja por orçamentos ampliados, ousadia narrativa ou simplesmente entendendo perfeitamente o que fez o original funcionar e levando esses elementos à perfeição. 

    Das entranhas claustrofóbicas de naves espaciais aos mistérios de uma casa assombrada, estas sequências provam que o medo, quando bem reinventado, pode ser ainda mais potente na segunda visita.

    Aliens: O Resgate (1986) 

    57 anos após os eventos do primeiro filme, a nave de Ellen Ripley é resgatada e ela é convocada para retornar ao planeta LV-426 com uma unidade de fuzileiros espaciais. O que era uma missão de investigação transforma-se em pesadelo quando descobrem que os colonos foram dizimados pelos xenomorfos. 

    Em Aliens: O Resgate, a genialidade de Cameron está em transformar o horror cósmico de Scott em um épico de sobrevivência onde a ameaça se multiplica, mas a tensão se mantém igualmente sufocante. Não tem como, esta é, sim, a melhor continuação de todos os tempos. A sequência amplia magistralmente o universo. 

    Quem apreciou esta evolução do horror para o terror militar encontrará em Abismo do Medo a mesma intensidade claustrofóbica, substituindo o espaço sideral por cavernas subterrâneas onde mulheres enfrentam não somente criaturas primordiais, mas seus próprios demônios internos.

    Annabelle 2: A Criação do Mal (2017) 

    Anos após a tragédia que tirou a vida de sua filha, um fabricante de bonecas e sua esposa abrem sua casa para uma freira e várias meninas órfãs. Quando uma delas desobedece as regras e liberta acidentalmente uma entidade demoníaca que havia se apoderado da boneca Annabelle, a casa se transforma em palco de eventos sobrenaturais aterrorizantes. Sandberg constrói uma narrativa que funciona tanto como prequela quanto como filme autônomo, onde a tragédia familiar dá profundidade emocional aos sustos. 

    Assim como Ouija 2 faria posteriormente, Annabelle 2: A Criação do Mal demonstra como uma prequela bem-executada pode resgatar completamente um conceito falho. Entre os oito desta lista, este se destaca por seu horror atmosférico puro, em contraste com a abordagem mais física de Uma Noite Alucinante 2, por exemplo.

    Para os que valorizaram esta abordagem que privilegia o desenvolvimento de personagens, Inovação do Mal 2 oferece experiência similar, expandindo o universo sobrenatural com igual respeito pela dimensão humana por trás dos fenômenos paranormais.

    Ouija 2 (2016) 

    Em 1967, uma viúva e suas duas filhas incorporam uma tábua de Ouija em seus shows de falsa mediunidade, sem saber que estão liberando uma entidade maligna genuína que rapidamente se apega à filha mais nova. Aqui, o diretor Mike Flanagan realizou um dos maiores saltos qualitativos na história das sequências de terror. Enquanto o original era um exercício genérico em jumpscares, a prequela constrói uma narrativa atmosférica anos 1960 com personagens cativantes e um terror que emerge organicamente do trauma familiar. 

    A direção precisa de Ouija 2 e a atenção aos detalhes da época transformam o que poderia ser mais um filme de terror adolescente em uma experiência genuinamente assustadora e emocional. Como Annabelle 2, prova que prequelas podem resgatar conceitos fracos por narrativa sólida e direção competente. Entre os oito, destaca-se pela transformação mais radical em qualidade na comparação com o original – que era bem ruim. 

    A abordagem que privilegia o horror psicológico sobre sustos fáceis encontra seu equivalente magistral em O Iluminado, onde Stanley Kubrick constrói igualmente o terror através da deterioração gradual das relações familiares em espaço confinado.

    Inferno (1980)

    Esta sequência pouco conhecida de Suspiria supera o original, na minha opinião, ao expandir a mitologia das Bruxas e mergulhar em um surrealismo ainda mais ousado. Enquanto o primeiro filme se concentrava na atmosfera opressiva da academia de dança, Inferno transporta o horror para cenários urbanos e subaquáticos, com uma paleta de cores ainda mais vibrante e sequências oníricas que desafiam a lógica.  A cena da inundação da biblioteca é um dos momentos mais hipnóticos do cinema de terror. 

    Argento troca a narrativa coesa de Suspiria por uma experiência sensorial pura, criando um pesadelo vivo que influenciou diretor como Luca Guadagnino em seu próprio Suspiria. Aqui, Inferno se destaca por seu experimentalismo radical, assim como Uma Noite Alucinante 2 fez com o horror cômico. 

    O filme tem a mesma assinatura visual única de Phenomena, mesclando horror sobrenatural com elementos de giallo de maneira igualmente hipnótica e perturbadora.

    Uma Noite Alucinante 2 (1987) 

    Ash Williams retorna à cabana amaldiçoada e acidentalmente liberta novamente os demônios Kandarian, o forçando a lutar pela própria sobrevivência enquanto sua mão é possuída e objetos ganham vida própria. Raimi expande a mitologia do primeiro filme, introduzindo elementos cômicos que contrastam brilhantemente com o horror visceral, criando o tom característico que definiria a franquia.

    Se o original já era um marco do terror de baixo orçamento, a sequência Uma Noite Alucinante 2 é uma obra-prima absoluta que redefiniu o horror-cômico. A evolução de Ash Williams de vítima a anti-herói icônico é tão crucial para a série quanto a de Ripley em Aliens. A criatividade nos efeitos práticos e a direção frenética estabeleceram um novo padrão para o gênero. Comparando com Blade II, ambos representam sequências onde o estilo visual do diretor elevou o material a novos patamares. 

    Esta mistura única de sustos e comédia encontra eco em Arraste-me Para o Inferno onde o mesmo diretor demonstra novamente seu domínio absoluto sobre o horror físico praticado com precisão cômica.

    O Despertar dos Mortos (1978)

    Durante o colapso da sociedade por uma invasão zumbi, quatro sobreviventes refugiam-se em um shopping center abandonado, onde precisam lidar não apenas com as hordas de mortos-vivos, mas também com conflitos internos e outros grupos de sobreviventes. Romero transforma o local em microcosmo da sociedade consumista, criando uma sátira afiada enquanto entrega sequências de terror intensas.

    Enquanto A Noite dos Mortos-Vivos inventou o zumbi moderno, O Despertar dos Mortos o aperfeiçoou ao transplantar a crise para um shopping center. Os efeitos práticos de Tom Savini representaram um avanço técnico monumental, e a sensação de comunidade desmoronando sob pressão externa e interna é executada com maestria narrativa. 

    Assim como Aliens ampliou o escopo do original, O Despertar dos Mortos expande o apocalipse zumbi de um cenário localizado para uma crítica social abrangente. Entre os filmes desta lista, é o que melhor equilibra horror com comentário social. Esta exploração da psicologia humana em colapso ressoa profundamente em O Nevoeiro, onde a ameaça sobrenatural externa serve principalmente como catalisador para examinar os monstros que habitam a natureza humana.

    Invocação do Mal 2 (2016) 

    Ed e Lorraine Warren viajam para Londres para investigar o caso polêmico da família Hodgson, cuja casa é assombrada por uma entidade maligna que se manifesta através da jovem Janet. Enquanto enfrentam o poderoso demônio Valak, os Warrens também precisam lidar com suas próprias crises pessoais e o ceticismo da mídia.

    O primeiro Invocação do Mal  já era um exercício magistral de horror sobrenatural, mas a Invocação do Mal 2 é uma obra mais ambiciosa e emocionalmente ressonante. Wan expande a mitologia do universo, introduz Valak como uma entidade mais icônica que a Bruxa de Bathsheba, e desenvolve a história dos Hodgson com um peso dramático que transcende os sustos. A direção é mais ousada visualmente, particularmente na cena da casa invertida, e os personagens de Ed e Lorraine Warren ganham profundidade emocional significativa. Assim como Annabelle 2, demonstra como expandir um universo de horror com consistência e qualidade. 

    Esta expansão orgânica de universo compartilha DNA criativo com Sobrenatural: Capítulo 2, onde a mitologia estabelecida no primeiro filme ganha complexidade e profundidade emocional igualmente satisfatórias.

    Blade II (2002) 

    Em Blade II, Blade é forçado a formar uma aliança improvável com seu inimigo mortal Deacon Frost para enfrentar os Reapers - uma nova raça de vampiros mutantes que ameaça tanto humanos quanto vampiros. 

    Del Toro manteve a ação estilizada do original, mas acrescentou sua marca registrada no design de criaturas e na mitologia sobrenatural. Os Reapers representam uma evolução significativa em relação aos vampiros genéricos do primeiro filme - biologicamente mais interessantes e visualmente mais aterrorizantes. 

    A dinâmica entre Blade e o esquadrão vampírico adiciona camadas de conflito moral que enriquecem a construção do mundo. Assim como Uma Noite Alucinante 2 elevou o original por meio de um estilo visual único, Blade II transforma um conceito de ação/horor em uma experiência visualmente distintiva que somente Del Toro poderia entregar. Entre estes oito, é o que melhor combina horror, ação e estética única, mas também é o mais fraco quando o assunto é história. 

    Esta fusão característica de horror e fantasia épica atinge maturidade criativa em Hellboy, onde o mesmo diretor demonstra novamente sua habilidade ímpar em criar universos ricos que misturam ação, mitologia e profundidade emocional.

  • ‘Winx’: Todos os Desenhos, Filmes e Séries em Ordem e Onde Assistir a Eles

    ‘Winx’: Todos os Desenhos, Filmes e Séries em Ordem e Onde Assistir a Eles

    Beatriz Coutinho

    Beatriz Coutinho

    Editor JustWatch

    O Clube das Winx marcou os anos 2000 com suas aventuras mágicas e o grupo de fadas mais querido da TV, conquistando inúmeros fãs ao redor do mundo. Agora, com a estreia do reboot Winx Club: A Magia Está de Volta, este é o momento perfeito para revisitar a franquia e conferir como as histórias de Bloom, Stella, Flora, Musa, Aisha e Tecna receberam novas perspectivas ao longo do tempo. Da versão clássica do desenho até spin-offs mais maduros e adaptações para o formato live-action, a saga das Winx se reinventou diversas vezes.

    Neste guia da JustWatch você descobre qual é a melhor ordem para assistir aos desenhos, filmes e séries da franquia Winx e em quais serviços de streaming pode encontrá-los.

    Atualmente, a franquia Winx conta com oito temporadas, um reboot, três filmes, dois spin-offs e uma série live-action. Para assistir a saga de Bloom priorizando a continuidade da história, sem interrupções na narrativa principal, sugiro que você siga a ordem abaixo, intercalando as temporadas de O Clube das Winx com os filmes que complementam o desenho.Os spin-offs Pop Pixie e O Mundo das Winx, a série live-action Fate: A Saga Winx e o reboot Winx Club: A Magia Está de Volta não interferem na história principal da franquia, portanto podem ser vistas após a conclusão dela.

    1. Animação: O Clube das Winx - Temporadas 1 a 3
    2. Filme: Winx Club: O Segredo do Reino Perdido
    3. Animação: O Clube das Winx - Temporada 4
    4. Filme: Winx Club 3D: A Aventura Mágica
    5. Animação: O Clube das Winx - Temporada 5
    6. Filme: Winx Club: O Mistério do Abismo
    7. Animação: O Clube das Winx - Temporadas 6 a 8
    8. Spin-off: Pop Pixie
    9. Spin-off: O Mundo das Winx
    10. Série live-action: Fate: A Saga Winx
    11.  Reboot: Winx Club: A Magia Está de Volta

    Para quem quer curtir cada produção separadamente, recomendo a ordem abaixo: 

    1. O Clube das Winx (2004-2019)

    Com muito glitter e lições sobre amizade, a animação O Clube das Winx, criada por Iginio Straffi, foi o desenho-conforto de muitas crianças e adolescentes ao longo dos anos 2000 e 2010. A produção acompanha Bloom, uma garota aparentemente comum que descobre ser uma fada ao completar 16 anos. Para aprender a controlar seus poderes, ela passa a estudar na escola para fadas Alfea, onde conhece cinco novas amigas: Stella, Flora, Tecna, Musa e Aisha, e juntas elas formam o icônico Clube das Winx. 

    Perfeita para quem gosta de Sailor Moon e W.I.T.C.H., a série mostra que enquanto enfrentam bruxas e monstros malignos em um mundo completamente mágico, as garotas também lidam com dilemas típicos da adolescência, como autoestima e relacionamentos amorosos, e aprendem lições importantes sobre amizade, preservação do meio ambiente e respeito — tudo com looks memoráveis e uma trilha sonora contagiante.

    Com oito temporadas, a série passou por diversas reformulações visuais ao longo dos anos, principalmente por conta do envolvimento da Nickelodeon e da Paramount em sua produção, mas de forma geral sempre entregou ótimas histórias e desenvolvimento de personagens. Mesmo com uma ou outra mudança de tom, como na temporada 8, que é um pouco mais infantil que as anteriores, O Clube das Winx segue sendo o coração da franquia: uma animação colorida, otimista e cheia de brilho.

    2. Winx Club: O Segredo do Reino Perdido (2007)

    Winx Club: O Segredo do Reino Perdido foi o primeiro filme da franquia. Lançado há quase 20 anos, a animação não impressiona muito pela qualidade de seu 3D, mas mesmo sendo simples para os padrões atuais do cinema, traz toda a magia e emoção que conquistou os fãs da série. A trama acontece depois dos eventos da 3ª temporada de O Clube das Winx e mostra Bloom em sua jornada para descobrir o que aconteceu com seus pais biológicos após a batalha da Companhia da Luz contra as Três Bruxas Ancestrais no planeta Domino, que a fada deve restaurar para descobrir mais sobre sua origem.

    Mais maduro que os episódios da TV, o filme equilibra muito bem aventura e emoção, mostrando uma Bloom determinada e corajosa, mas ainda sensível, enquanto as amigas dela continuam sendo seu maior apoio. O longa expande muito bem a história da série, oferecendo um desenvolvimento maior para sua protagonista, e mesmo com algumas limitações técnicas, ainda encanta pela narrativa emocionante e pelo sentimento de “voltar às origens” que a jornada de Bloom oferece. Se você gostou de Tinker Bell - O Segredo das Fadas, vai adorar explorar os mistérios que envolvem o passado de Bloom.

    3. Winx Club 3D: A Aventura Mágica (2010)

    Situado logo após a 4ª temporada de Clube das Winx, o filme Winx Club 3D: A Aventura Mágica chegou aos cinemas como uma evolução visual e narrativa do universo das fadas. Além de uma animação mais fluída, o longa continuou aprofundando a história de origem não só de Bloom, mas do universo Winx como um todo. Aqui, a protagonista, Stella, Musa, Aisha, Flora e Tecna precisam enfrentar ass Trix e as Três Bruxas Ancestrais para salvar a Árvore da Vida e proteger a Dimensão Mágica de diferentes perigos.

    Apesar de manter o espírito otimista da série, o filme traz um tom mais épico para essa aventura das Winx em relação a O Segredo do Reino Perdido, com cenas de ação mais elaboradas e uma trilha sonora envolvente. Além disso, o filme contém uma série de referências para histórias clássicas, como Romeu e Julieta na dinâmica familiar que complica o casamento entre Bloom e Sky, e também aos mitos gregos, quando fadas e bruxas perdem seus poderes como castigo. A Aventura Mágica é uma prova de como a franquia cresceu e evoluiu sem perder seu brilho, perfeito para quem gostou de Barbie Fairytopia.

    4. Winx Club: O Mistério do Abismo (2014)

    Encerrando os filmes da franquia, a história de Winx Club: O Mistério do Abismo acontece logo após a 5ª temporada de Clube das Winx, inovando ao mudar o cenário recorrente das animações. Aqui, mergulhamos em uma aventura aquática para acompanhar Bloom e suas amigas enfrentando as Trix novamente, já que as bruxas se aliam à vilã Politea para libertar Tritannus do abismo e se tornarem imperatrizes ao se aproveitar da forma como os humanos poluem os oceanos.

    Além de ser visualmente encantador e divertido, apresentando um novo cenário para o público, O Mistério do Abismo ainda dá uma lição muito bonita sobre a importância da preservação do meio ambiente enquanto reúne outros temas clássicos da franquia: amizade, amor, coragem e a força do trabalho em equipe, lembrando as melhores fases da série original, mesmo entre um ou outro momento mais sombrio. Se você adora a estética de Barbie Fairytopia: Mermaidia ou A Pequena Sereia, vai se encantar com o filme.

    5. Pop Pixie (2011)

    Lançado em 201, Pop Pixie foi o primeiro spin-off da franquia Winx. Voltado para um público bem mais infantil, a série conta com 52 episódios que focam nas pequenas e carismáticas Pixies, mini fadas que acompanham Bloom, Stella, Tecna, Aisha, Musa e Flora em Clube das Winx. A animação acontece em Pixieville, uma cidade alimentada pela Árvore da Vida, onde vivem Lockette, Chatta, Amore, entre outras pequenas criaturas mágicas que embarcam nas mais diversas aventuras — não tão intensas quanto as das grandes fadas com quem elas formam duplas, mas muito divertidas.

    Com um foco bem maior no humor em relação à Winx, Pop Pixie aposta em uma estética vibrante para contar histórias animadas em que as personagens brincam, enfrentam elfos e gnomos e apresentam lições leves sobre amizade e trabalho em grupo. Apesar de não ter a grandiosidade das Winx, o spin-off mantém o espírito do universo das fadas, oferecendo uma experiência bastante fofa e curiosa. Na ordem que sugerimos, Pop Pixie também marca o fim do tom infantil da série, pois as próximas produções contam com histórias mais maduras, voltadas para adolescentes e jovens adultos.

    6. O Mundo das Winx (2016)

    O segundo spin-off da franquia, O Mundo das Winx, é uma verdadeira mistura de As Três Espiãs Demais com Sailor Moon. Coproduzida em parceria com a Netflix, a série traz uma pegada mais moderna e misteriosa para Bloom e companhia, mostrando as fadas em uma missão secreta: investigar o desaparecimento de jovens habilidosos pelo mundo, enquanto se disfarçam de apresentadoras de TV de um reality show de talentos, misturando o charme mágico das Winx com um toque de ação e espionagem.

    Com um visual diferente, mais sombrio, embora ainda bastante divertido, e um ritmo acelerado, O Mundo das Winx deu um novo fôlego à saga, agradando tanto os fãs mais antigos quanto novos públicos. Essa é uma versão mais madura e aventureira das fadas, como o filme Winx Club: O Mistério do Abismo, mas que ainda assim mantém o tom encantado da série original.

    7. Fate: A Saga Winx (2021-2022)

    A aposta mais ousada de toda a franquia, Fate: A Saga Winx é uma adaptação live-action que transportou o universo mágico das fadas para uma versão mais sombria, moderna e voltada para o público jovem adulto. A série mostra Bloom e suas amigas — aqui, sem asas — em uma jornada pela qual descobrem seus poderes e enfrentam segredos, romances e conflitos em Alfea, a escola de magia para fadas, situada em um mundo que lembra séries adolescentes como Diários do Vampiro e O Mundo Sombrio de Sabrina.

    Embora inicialmente tenha dividido opiniões entre os fãs que cresceram assistindo todas as produções da franquia e esperavam um tom mais leve, Fate é uma ótima série, que aborda temas como identidade, amadurecimento e amizade de forma bastante aprofundada e complexa, explorando os dilemas de crescer e tentar encontrar o próprio lugar no mundo, quando ele é mágico e repleto de perigos. Além disso, a adaptação utiliza ótimas referências ao Clube das Winx de forma pontual e respeitosa com o material original. Infelizmente, a produção foi cancelada após a 2ª temporada, mas deixou sua marca como uma releitura corajosa e repleta de potencial do universo Winx.

    8. Winx Club: A Magia Está de Volta (2025-)

    Winx Club: A Magia Está de Volta é o primeiro reboot completo da franquia, trazendo Bloom, Stella, Musa, Aisha, Tecna e Flora para uma versão ainda mais moderna e vibrante de Alfea, agora em CGI. Com um ritmo mais ágil, que pode assustar quem assistiu a série original, a animação mantém a essência do desenho de trazer magia, aventuras e lições sobre amizade que conquistou fãs desde 2004, enquanto introduz novos elementos para atrair um novo público.

    O reboot acerta ao equilibrar nostalgia e inovação, mas se você é um fã de longa data, precisa dar play na animação com a mente aberta, sem comparar tanto essa nova versão com a do passado — assim certamente aproveitará bem mais a experiência. O reboot é uma excelente porta de entrada ao mundo das Winx para uma nova geração e até o momento conta com 13 episódios, lançados em 2 de outubro, sendo que mais 13 serão lançados entre março e junho de 2026.

  • ‘After’: Todos os Filmes em Ordem e Onde Assistir a Eles

    ‘After’: Todos os Filmes em Ordem e Onde Assistir a Eles

    Beatriz Coutinho

    Beatriz Coutinho

    Editor JustWatch

    Inspirada na fanfic de sucesso escrita por Anna Todd sobre o cantor e ator Harry Styles, que fez parte da famosa boyband One Direction, After é uma franquia de filmes que conta a história do amor intenso e marcado por conflitos emocionais entre Tessa e Hardin. Os longas se tornaram um grande sucesso ao mostrar a jornada sensual e cheia de obstáculos do casal, por quem muitos fãs torceram ao longo de cinco produções.

    Nesta lista da JustWatch, saiba como assistir aos filmes After na ordem correta (e em quais serviços de streaming encontrá-los) para não perder nenhum momento dessa história conturbada e viciante.

    1. After (2019)

    Baseada na fanfic de sucesso sobre Harry Styles, escrita por Anna Todd na plataforma Wattpad, After é o primeiro filme da franquia adolescente que acompanha a conturbada relação de amor e ódio entre dois jovens adultos. Com uma trilha sonora pop irresistível, o longa aposta mais na atmosfera que envolve romances intensos, do que no desenvolvimento dos personagens, o que pode cansar parte do público — de forma semelhante com o que acontece em Belo Desastre, outra franquia romântica que divide opiniões. 

    Tudo começa quando a certinha Tessa Young (Josephine Langford) entra na faculdade e é apresentada a um mundo de festas e curtição, onde ela conhece Hardin Scott (Hero Fiennes Tiffin), um típico bad boy. Depois de muita provocação, quando o romance começa para valer, todo mundo entende que será difícil parar os dois. Apesar das justas críticas sobre retratar um relacionamento que beira a toxicidade, é possível entender o apelo que o filme provoca ao retratar paixão intensa, ainda assim, fica aqui a ressalva: Tessa e Hardin não são um exemplo a ser seguido em relacionamentos reais, mas definitivamente viciantes na ficção. 

    2. After - Depois da Verdade (2020)

    Perfeita para quem gosta de dilemas como os da série O Verão Que Mudou Minha Vida, a sequência After - Depois da Verdade, mostra que Tessa e Hardin estão tentando esquecer um ao outro, mas aos poucos descobrem que não é tão fácil assim superar certos amores. Depois de uma revelação no final do primeiro filme, Tessa tenta seguir em frente com sua vida, focando em seu estágio na editora Vance, enquanto Hardin se convence de que é capaz de reconquistá-la — o que ele não sabe é que terá concorrentes a partir de agora.

    De certa forma, o filme aprofunda o relacionamento tempestuoso entre os protagonistas apresentado no primeiro filme. Ao mesmo tempo, lida com as consequências de seus atos, e a lição de que nem sempre o amor é suficiente para salvar um namoro. Assim como no primeiro longa, os dramas ainda seguem parcialmente superficiais. A química entre Josephine Langford e Hero Fiennes Tiffin continua sendo o ponto alto do longa, que entrega decisões impulsivas e intensidade na mesma medida. 

    3. After - Depois do Desencontro (2021)

    No terceiro filme da franquia, After - Depois do Desencontro, o relacionamento entre Tessa e Hardin finalmente parece amadurecer, mas então o casal (e os fãs!) passa novamente por altos e baixos emocionais. A montanha-russa começa quando Tessa recebe uma proposta profissional que pode mudar sua vida, o que mostra que Hardin é incapaz de lidar com seus ciúmes e inseguranças — um conflito que é abordado de forma parecida em 6 Anos. 

    Para piorar, um toque de drama familiar é adicionado na história, trazendo segredos sobre as famílias de ambos, que novamente resetam as possibilidades dos dois se resolverem. Apesar dos conflitos repetitivos, que fazem o público pensar constantemente em como seria interessante ver Hardin procurando ajuda para lidar com seus problemas pessoais (buscando apoio externo e não apenas em Tessa), o terceiro filme ainda entrega uma história com uma dinâmica envolvente, assim como os dois primeiros, que é essencial para entender os próximos passos do casal. 

    4. After - Depois da Promessa (2022)

    Penúltimo filme da franquia, After - Depois da Promessa mostra uma Tessa mais madura, tentando preservar seu bem-estar diante do relacionamento conturbado com Hardin, que por sua vez, segue emocionalmente abalado por conta dos segredos que envolvem sua família. O filme explora os conflitos emocionais dos dois já fora da faculdade e mostra quais são os limites desse amor que insiste em não se resolver.

    Com um tom de despedida mais melancólico que os filmes anteriores, o longa mostra que somente Hardin pode acabar com o próprio sofrimento, algo que ele não aceita bem, o que irrita o público, afinal de contas: a essa altura do campeonato, ele ainda não entendeu isso? Depois de um tempo separados, ele e Tessa se encontram novamente e a eterna dúvida ressurge: eles finalmente aprenderam as lições necessárias para lidar com o amor? É difícil assistir Tessa dando contínuas chances ao Hardin, quando na maior parte do tempo ele justifica seus comportamentos ruins com sua história de vida conturbada, (uma temática que também é abordada em filmes como Tocados Pelo Fogo). Ainda assim, o filme faz um bom trabalho em manter a curiosidade sobre o desfecho do casal.

    Vale lembrar que a estreia da produção marcou o início de mais uma polêmica: o público esperava que este fosse o último longa da franquia, mas pouco antes do lançamento, foi anunciado After - Para Sempre, que não era uma adaptação dos livros de Todd, mas sim uma continuação criada pela diretora Castille Landon, o que não deixou o os fãs muito felizes e seguros com o futuro da história.

    5. After - Para Sempre (2023)

    After - Para Sempre finalmente conclui a saga do relacionamento entre Tessa e Hardin, apesar da jovem mal aparecer neste último filme. Aqui, vemos muito mais de Hardin, que parte para Portugal em uma tentativa de escrever seu segundo livro e de pedir desculpas para Natalie, uma jovem que muito antes de Tessa, foi a primeira vítima dos comportamentos terríveis do personagem. 

    Apesar dos absurdos que cometeu no passado, de certa forma Hardin consegue se redimir, e em um desfecho corrido reencontra Tessa, cuja ausência faz bastante falta ao longo do filme — na maior parte do tempo, ela aparece somente em flashbacks, recurso que acaba sendo utilizado em excesso. Embora seja um pouco raso em momentos que pediam mais aprofundamento, ao menos o longa finalmente conclui a história do casal e mostra como as atitudes de Hardin eram inaceitáveis, embora isso não seja um impedimento para que eles se reencontrem, o que lembra a conclusão da franquia Através da Minha Janela.

  • 10 Filmes de Terror Feitos de uma Perspectiva Inesperada

    10 Filmes de Terror Feitos de uma Perspectiva Inesperada

    Fernanda Caseiro Talarico

    Fernanda Caseiro Talarico

    Editor JustWatch

    E se a história de terror mais aterradora que você conhece fosse contada pelo monstro? Ou se a lenda urbana que assombra uma cidade fosse vista pelos olhos do próprio fantasma? O cinema de horror frequentemente nos coloca no lugar das vítimas, na corrida desesperada pela sobrevivência. No entanto, algumas obras ousam subverter essa fórmula, nos convidando a enxergar pelos dos olhos do algoz, do ser sobrenatural ou até de um objeto inanimado, testemunha do caos. 

    Recentemente, uma nova obra vem chamando a atenção: Bom Menino a qual acompanhamos pela perspectiva de um cachorro. Com muitas avaliações positivas, mal podemos esperar para assistir e torcer MUITO pelo protagonista canino. 

    Enquanto isso, esta é uma viagem por produções que reinventam o gênero, apresentando 10 filmes de horror construídos a partir de uma perspectiva inesperada, onde o familiar se torna estranho e o medo ganha novas — e perturbadoras — camadas.

    A Bruxa de Blair (1999) 

    A Bruxa de Blair revolucionou o horror ao usar a perspectiva do found footage, mostrando a história por meio das filmagens amadoras de três estudantes desaparecidos. O filme renuncia a monstros visíveis, construindo seu terror de forma psicológica por uma câmera instável, sons ambíguos e símbolos enigmáticos. Essa abordagem genial transforma a bruxa invisível em uma presença tangível precisamente porque habita a imaginação do espectador, criando um medo profundamente pessoal.

    Sua narrativa inovadora prova que uma mudança de perspectiva pode redefinir um gênero. O filme transforma limitações técnicas em ferramentas de imersão, mostrando que o horror mais eficaz é frequentemente aquele que convida o público a preencher as lacunas com seus próprios temores. O legado dessa abordagem é visível em produções que seguem explorando o realismo subjetivo.

    Para quem aprecia o conceito em um contexto de horror biológico e claustrofóbico como em [REC], essa pode ser uma boa opção. Mantendo a perspectiva em primeira pessoa, o filme espanhol demonstra como esse ponto de vista continua sendo uma das formas mais visceralmente assustadoras de se contar uma história de terror.

    Sombras da Vida (2017)

    Sombras da Vida oferece uma perspectiva única no horror ao adotar o ponto de vista do fantasma. Diferente de A Bruxa de Blair, que cria tensão pelo caos imediato, aqui o terror emerge da imobilidade e da passagem do tempo. O fantasma C observa silenciosamente o mundo, criando uma angústia existencial que dispensa sustos tradicionais.

    Na minha opinião, o filme brilha ao transformar o sobrenatural em uma metáfora sobre luto e insignificância. Assim como A Bruxa de Blair usou sua estética crua para imersão, esta obra usa planos longos e silêncios para nos fazer sentir a solidão eterna do protagonista. Ambas as obras reinventam o horror por meio de pontos de vista nada usuais.

    Para quem apreciou esta abordagem, recomendo O Babadook, que também usa elementos sobrenaturais para explorar traumas psicológicos. Ambos os filmes demonstram como o horror mais eficaz frequentemente habita nas metáforas sobre a condição humana.

    Os Outros (2001)

    Os Outros se destaca no horror por adotar a perspectiva dos assombrados, mas de maneira nada convencional. A trama segue Grace, uma mãe rigorosa que acredita estar protegendo seus filhos fotossensíveis de forças sobrenaturais em sua mansão. O filme constrói seu terror através da atmosfera claustrofóbica, sombras ameaçadoras e a tensão psicológica da protagonista, numa abordagem clássica que remonta ao gótico literário.

    Em minha opinião, o grande trunfo do filme está em sua reviravolta narrativa, que redefine completamente a história e transforma os "fantasmas invasores". Assim como A Bruxa de Blair inovou com o found footage, Os Outros revitalizou o horror psicológico por uma narrativa precisamente construída, onde cada detalhe encontra seu significado no desfecho. A obra prova que o medo mais sofisticado nasce não de sustos, mas da recontextualização da realidade.

    O Sexto Sentido compartilha a mesma genialidade narrativa ao usar o sobrenatural como espelho para dramas humanos. Ambos os filmes demonstram como uma mudança de perspectiva pode transformar uma história de fantasmas em uma profunda reflexão sobre a vida e a morte.

    O Sexto Sentido (1999) 

    O Sexto Sentido revoluciona o horror ao contar a história pela perspectiva do Dr. Malcolm Crowe, um psicólogo infantil que não percebe ser ele próprio um fantasma – desculpem o spoiler, mas esse é mundialmente conhecido, não tem como. Como em Os Outros, a revelação final redefine toda a narrativa, transformando um drama sobre luto em uma comovente história de despedida. O filme substitui sustos convencionais por uma melancolia palpável, mostrando que o verdadeiro terror pode coexistir com a redenção emocional.

    Assim como A Bruxa de Blair inovou com o found footage e Sombras da Vida com a imobilidade temporal, O Sexto Sentido eleva o gênero através de seu rigor narrativo. A obra demonstra que o horror mais impactante não nasce do grotesco, mas da compreensão gradual de uma verdade dolorosa - no caso, a aceitação da própria morte. Cada reenquadramento da história revela camadas de significado, tornando o filme uma experiência que se transforma completamente na segunda assistida.

    Para quem gostou de A Bruxa, essa é a indicação perfeita. Ambos os filmes usam o sobrenatural como metáfora para crises familiares e transições emocionais, onde a ambiguidade entre o real e o imaginário se dissolve em uma verdade mais profunda e perturbadora.

    Maníaco (2012) 

    Maníaco reinventa o slasher ao adotar a perspectiva do próprio assassino. Por planos em primeira pessoa, o filme nos coloca na mente perturbada de Frank, um restaurador de manequins obcecado por escalpos. Diferente de A Bruxa de Blair, que usa a subjetividade para imersão no terror, aqui a câmera subjetiva serve para criar uma intimidade desconfortável com a loucura, transformando o espectador em cúmplice involuntário dos crimes.

    Na minha avaliação, o filme é notável por humanizar seu monstro sem o romantizar, mostrando como o trauma infantil alimenta sua violência. Assim como Sombras da Vida explora a passividade fantasmagórica, Maníaco investe na agressividade visceral, usando a perspectiva para examinar a psicopatia por dentro. A sequência do metrô, onde ele persegue uma vítima em tempo real, é um dos momentos mais angustiantes do cinema de horror moderno justamente porque vemos tudo pelos seus olhos.

    Para uma experiência intensa como A Pele Que Habito de Pedro Almodóvar, este é uma boa opção já que ambos exploram obsessão corporal e identidade fragmentada (ainda que o espanhol opte por uma abordagem mais estilizada e menos visceral para examinar os mesmos temas de trauma e transformação física).

    Amizade Desfeita (2014)

    Amizade Desfeita inova no horror ao se passar inteiramente na tela de um computador, adotando a perspectiva da geração digital. Assim como A Bruxa de Blair usou o found footage para criar veracidade, aqui a narrativa se desenvolve via chats, vídeos e notificações que imitam nossa experiência online. O filme transforma ferramentas cotidianas - Skype, Facebook, Spotify - em fontes de terror, explorando o cyberbullying cruamente.

    Em minha opinião, o filme é mais eficiente em sua premissa do que na execução, mas representa um marco importante para o subgênero "screen horror". Se Maníaco nos coloca na mente do assassino, Amizade Desfeita nos faz testemunhas e cúmplices do passado cruel dos personagens. O fantasma aqui é coletivo — uma vingança que usa a tecnologia tanto quanto o sobrenatural, criando um terror que parece extraído diretamente de pesadelos modernos.

    Para quem se interessou por esta abordagem, Buscando… é uma evolução natural, pois também usa a estética de tela para contar mistérios pessoais.

    A Presença (2025)

    A Presença, dirigido por Steven Soderbergh, oferece uma reviravolta no horror ao adotar a perspectiva do próprio fantasma. Filmado inteiramente como se a câmera fosse o olhar invisível de um espírito que observa uma família em crise, o filme cria um voyeurismo angustiante que inverte a lógica tradicional do sobrenatural. Diferente de Sombras da Vida, onde o fantasma é um personagem consciente, aqui a entidade é uma testemunha muda, uma presença que registra dramas humanos sem interferir, criando tensão através do que é deixado fora de campo.

    Na minha avaliação, o filme brilha ao transformar o formato em conceito: a câmera-fantasma não é somente um recurso estilístico, mas a própria essência da narrativa. Como em A Bruxa de Blair, a imersão é total, mas enquanto o clássico de 1999 nos colocava no lugar de vítimas aterrorizadas, A Presença nos posiciona como observadores onipresentes - um contraponto interessante ao voyeurismo digital de Amizade Desfeita. A sequência final ressignifica todo o filme como um estudo sobre luto e redenção.

    Para quem se conectou com esta abordagem, Boneco do Mal oferece experiência similar na premissa - embora com execução distinta - ao explorar a relação entre uma babá e um boneco que pode estar habitado por algo além de humano. Ambos os filmes usam o ponto de vista inusual para questionar: quem realmente observa quem no jogo do medo?

    Corrente do Mal (2014)

    Corrente do Mal reinventa o terror ao adotar a perspectiva da vítima de forma literal e metafórica. A premissa é simples: uma entidade sobrenatural é transmitida sexualmente e persegue sua vítima atual em velocidade de caminhada, assumindo a forma de qualquer pessoa. Diferente de A Presença onde o fantasma é observador, aqui a entidade é uma metáfora visceral para trauma e ansiedade - um perigo constante que não pode ser eliminado, apenas repassado. A câmera frequentemente gira 360 graus, colocando o espectador no estado de paranoia permanente da protagonista.

    Na minha avaliação, o filme brilha ao traduzir conceitos abstratos em imagens concretas. Assim como O Sexto Sentido usa fantasmas como alegoria para luto não resolvido, Corrente do Mal transforma sua entidade em uma representação poderosa de culpa, estigma e o medo do amadurecimento sexual. A sequência na piscina é particularmente genial por mostrar as personagens usando lógica contra uma ameaça fundamentalmente ilógica - um desespero que ecoa os planos fracassados em A Bruxa de Blair. 

    Para quem se conectou com a abordagem em O Babadook, esta é a indicação natural, já que ambos usam monstros sobrenaturais como manifestações de trauma psicológico, explorando como o medo pode se tornar uma presença tangível que nos segue - seja nas ruas vazias ou nos quartos escuros de nossa própria casa.

    O Segredo da Cabana (2011)

    O Segredo da Cabana descontrói o gênero de horror ao adotar a perspectiva dos arquitetos do terror, não das vítimas. Enquanto um grupo de amigos enfrenta horrores clássicos numa cabana isolada, revela-se que tudo é orquestrado por uma organização que monitora e controla cada clichê. Assim como A Bruxa de Blair usou o found footage para imersão realista, aqui a dupla narrativa expõe a mecânica por trás do terror, tornando o espectador cúmplice da encenação.

    Acho que o filme é uma declaração de amor inteligente ao gênero. Através do humor ácido e meta-narrativo, critica e celebra simultaneamente as convenções que Maníaco e Corrente do Mal repensaram de forma séria. A cena final, com o panteão de monstros, é tanto uma homenagem quanto um questionamento: por que buscamos ser assustados? Assim como Os Outros surpreendeu com sua reviravolta narrativa, este surpreende ao revelar que a verdadeira ameaça não são os monstros, mas a demanda por sacrifícios rituais — inclusive a nossa, como plateia.

    É indicação essencial para fãs de Pânico, já que também funciona como crítica autoconsciente ao horror, usando o conhecimento das regras do gênero como parte fundamental da trama, enquanto entrega os sustos e a tensão que os fãs esperam.

    Natureza Violenta (2024) 

    Natureza Violenta oferece uma revolução silenciosa no slasher ao adotar inteiramente a perspectiva do assassino. A câmera segue Johnny – uma entidade renascida de lendas locais – em longos planos-sequência, observando sua marcha implacável pela floresta enquanto ele recolhe vítimas predestinadas. Como Maníaco explorou a subjetividade do psicopata, aqui a abordagem é quase documental: testemunhamos o monstro como força da natureza, com a câmera flutuando atrás dele como um espectro imparcial. O terror nasce não do que vemos, mas da inevitabilidade de cada passo – uma mecânica cruel que lembra Corrente do Mal, ainda que sem metáforas, somente pura execução.

    O filme brilha ao inverter radicalmente a dinâmica de poder do gênero. Enquanto O Segredo da Cabana satirizava a arquitetura por trás do terror, aqui vivenciamos essa engrenagem pela lente do próprio instrumento de horror. As mortes, quase sempre enquadradas em planos amplos e sem trilha sonora dramática, tornam-se atos burocráticos – e é precisamente essa frieza que amplifica o impacto. A sequência do acampamento, onde Johnny observa suas vítimas por minutos antes de agir, é mais perturbadora que qualquer jumpscare, ecoando a angústia voyeurística de A Presença, mas com intenção predatória.

    Os Estranhos tem o mesmo terror essencialista – violência sem motivo, executada por figuras impessoais –, provando que a ausência de razão pode ser mais aterradora que qualquer mitologia elaborada.

  • Todas as Séries Animadas do MCU Ranqueadas, do Multiverso à Wakanda

    Todas as Séries Animadas do MCU Ranqueadas, do Multiverso à Wakanda

    Fernanda Caseiro Talarico

    Fernanda Caseiro Talarico

    Editor JustWatch

    Nunca houve um momento mais emocionante para explorar o universo animado do MCU! De What If...? a I Am Groot, essas produções não apenas expandem o multiverso com criatividade, mas também redefinem o que as animações de super-heróis podem alcançar. 

    Com estilos visuais inovadores e narrativas ousadas, cada série oferece uma experiência única enquanto aprofunda o lore de personagens icônicos. 

    E a motivação só aumenta com a chegada recente de Marvel Zumbis, que entrega uma fusão eletrizante de super-heróis com horror apocalíptico que expande ainda mais os limites da animação no MCU.

    Nesta lista, ranqueamos todas as séries animadas baseadas no universo Marvel, avaliando narrativa, animação e conexão com o cânone live-action. Elas estão em ordem crescente, da pior para a melhor.

    6. Olhos de Wakanda (2025)

    Olhos de Wakanda é uma série animada que explora a história de Wakanda através das eras, seguindo diferentes gerações de Panteras Negras. Cada episódio aborda um período distinto, desde as origens da nação até eventos contemporâneos, mostrando como Wakanda enfrentou ameaças únicas em cada época.

    Na minha opinião, a série se destaca por sua animação em 2D com elementos visuais da arte africana, criando uma identidade única no MCU. A abordagem de histórias interligadas pelo legado do Pantera Negra permite explorar diferentes gêneros, do político ao histórico, sempre com autenticidade cultural. A série aprofunda o universo de Wakanda de forma rica e visualmente impressionante

    Comparada a What If...?, Olhos de Wakanda se diferencia por fortalecer o cânone principal do MCU, similar ao que X-Men '97 faz pelos mutantes. O motivo de ela estar em último lugar é apenas o fato das outras serem melhores e entregarem mais do que é básico: entretenimento ao público. Não que Olhos de Wakanda seja ruim, mas ela é a mais esquecível da lista, mas que é indispensável para fãs de Pantera Negra. 

    5. I Am Groot (2022)

    I Am Groot é uma série de curtas animados que acompanha as aventuras do jovem Flora Coloso em seu cotidiano cósmico e travesso. Situada após Guardiões da Galáxia Vol. 1, cada episódio curto mostra Groot explorando ambientes alienígenas e interagindo com criaturas curiosas, sempre com sua famosa frase "Eu sou Groot".

    A série brilha em sua simplicidade, oferecendo um respiro descontraído no extenso universo da Marvel. A animação mantém o visual dos filmes, mas com um toque mais cartoon, perfeito para o humor sem diálogos complexos. A dublagem de Vin Diesel consegue transmitir diversas emoções apenas com as três palavras icônicas.

    Comparada a What If...? ou X-Men '97, a série se destaca por seu formato compacto e foco no entretenimento puro, sem conexões complexas com o cânone do MCU, ou seja, em comparação com elas – e as outras da lista – está entre as mais fracas. Se você precisa escolher uma para acompanhar porque quer entender melhor o universo dos heróis, esta não precisa ser sua prioridade. Mas é uma ótima opção para quem quer se divertir sem ter que mergulhar nas outras produções.

    4. What If..? (2021)

    What If...? explora o multiverso do MCU através de episódios autônomos que imaginam momentos icônicos com desfechos surpreendentes. Narrada pelo Observador, a série apresenta realidades alternativas como um universo onde a Peggy Carter se torna a Capitã Britânia e um Dr. Strange que mergulha nas trevas.

    O maior acerto da série está em sua liberdade criativa, permitindo explorar cenários inusitados com o elenco original das produções live-action. A animação em CGI com estilo de pintura é visualmente distintiva, equilibrando fidelidade ao MCU com identidade própria. A série prova que as possibilidades são infinitas quando se questiona "o que seria se?".

    Comparada a X-Men '97, What If...? prioriza variedade de conceitos em vez de narrativa linear, funcionando como um laboratório criativo do multiverso. E é por essas mirabolâncias que, às vezes, se perde um pouco e se torna sem sentido, com o público se perguntando “Para onde isso vai?". 

    Pode ser a aventura perfeita para quem gosta de Loki pela abordagem complementar sobre linhas temporais, como também fãs de Homem-Aranha no Aranhaverso pela similar ousadia visual.

    3. Marvel Zumbis (2025)

    Marvel Zumbis expande o universo de um dos episódios de What If...? com um apocalipse zumbi que infecta heróis e vilões. A série acompanha sobreviventes como Ms. Marvel, e Kate Bishop em uma luta brutal por recursos contra versões infectadas de aliados.

    Na minha opinião, a série se destaca pelo tom adulto e visceral, explorando tanto o horror físico quanto o drama emocional dos personagens. A animação mantém o estilo vibrante de What If...?, mas com sequências mais intensas e sombrias. Foi uma boa surpresa, pois é uma maneira interessante e diferente de fundir super-heróis e terror. 

    Comparada a X-Men '97 ou Seu Amigão da Vizinhança Homem-Aranha, Marvel Zombies se destaca pelo tom adulto e pela atmosfera de horror ininterrupto. E este é o ponto que pode ser considerado negativo, pois pode distanciar quem gosta mais do tom jovial e até mesmo infantil. No entanto, enquanto outras séries animadas da Marvel focam em desenvolvimento de personagens e aventuras familiares, esta não tem medo de explorar consequências sombrias e sacrificar figuras importantes da trama — algo que deve agradar aos fãs de Invencível e The Boys.

    2. Seu Amigão da Vizinhança Homem-Aranha (2025)

    Seu Amigão da Vizinhança Homem-Aranha acompanha Peter Parker equilibrando estudos e vida social com seu papel como o amigão da vizinhança. Esta é uma jornada nunca vista e com um estilo que celebra as origens do personagem na história em quadrinhos.

    Na minha avaliação, a série acerta ao focar na narrativa característica do Homem-Aranha, com animação vibrante que lembra as de antigamente, mas mantém identidade própria, se destacando em meio às séries do herói. A série resgata a essência do herói ao provar que suas melhores histórias acontecem bem debaixo do nosso nariz – ou na nossa vizinhança. 

    Comparado a What If...? e outras animações da Marvel, destaca-se pelo escopo mais "real”, similar à live-action de Demolidor, mas com um tom mais leve. Para fãs desta abordagem, recomendo Batman: A Série Animada pelo mesmo cuidado com desenvolvimento de personagens e atmosfera urbana. 

    1. X-Men 97 (2024)

    X-Men '97 retoma a clássica animação dos anos 1990, seguindo os mutantes em um mundo sem o Professor Xavier. Com Magneto assumindo seu legado e novas ameaças surgindo - como um clone de Gambit e uma Irmandade renovada -, a série supera o original ao abordar temas atuais com maturidade, mantendo a essência nostálgica. Na minha opinião, destaca-se pelo desenvolvimento profundo de personagens e sequências de ação cinematográficas, como o confronto no asteroide M.

    Comparada a outras animações do MCU, a série oferece narrativa mais coesa que What If...? e maior profundidade que I Am Groot, mantendo autonomia em relação ao MCU live-action. É a melhor animação do MCU por equilibrar nostalgia e inovação com raro respeito pelo público.

    Perfeita para fãs de Invencível, pela narrativa ousada, e O Escudo do Herói, pelos temas de legado. A série estabelece novo padrão de qualidade, mostrando que animação super heróica pode ser entretenimento inteligente e emocionante.

  • Melhores Séries de ‘Pokémon’: Ranking de Todos os Animes e Spin-Offs

    Melhores Séries de ‘Pokémon’: Ranking de Todos os Animes e Spin-Offs

    Beatriz Coutinho

    Beatriz Coutinho

    Editor JustWatch

    Um verdadeiro marco da cultura pop, a franquia Pokémon conquistou muitos fãs por meio de seus jogos de videogame, mas foi também pelos animes que ela se tornou extremamente popular. No entanto, engana-se quem pensa que o famoso anime Pokémon, que acumula mais de 25 temporadas, é a única produção dos monstrinhos no formato de série. 

    O spin-off A Concierge Pokémon, que fez sucesso em 2023 e recebeu novos episódios em 2025, é somente uma de muitas produções que vão além da principal.

    Vale lembrar também que a franquia recebeu um novo jogo recentemente. Em 16 de outubro de 2025, a Nintendo e a Game Freak lançaram Pokémon Legends: Z-A, um RPG de ação que traz um sistema de combate inovador, em tempo real, que permite que o jogador mova seu Pokémon durante batalhas contra outros monstros. Se este não é um sinal para você assistir Pokémon nos seus intervalos de gameplay, não sabemos o que mais poderia ser.

    Para que você conheça mais da franquia Pokémon e decida quais obras deve priorizar em uma maratona, ranqueamos todos os animes, spin-offs e web séries da franquia — e também contamos em quais serviços de streaming você pode encontrá-las.

    12. Pokémon Ranger: Guardian Signs (2010)

    Lançada em 2010, Pokémon Ranger: Guardian Signs foi uma animação de 10 minutos feita para o lançamento do game homônimo. A história segue Ben, que não é um treinador, mas sim um Ranger, uma pessoa que usa os poderes dos Pokémon para ajudá-los e ajudar a natureza. A animação mostra que o garoto é chamado para investigar os vilões Pinchers na região de Oblivion, onde faz amizade com um Pichu.

    Apesar do estilo da animação ser ótimo e da história ser interessante, ela termina em um momento chave e só é possível descobrir a conclusão da aventura jogando Pokémon Ranger: Guardian Signs, uma tarefa não muito simples de ser concluída em 2025, caso você não tenha um Nintendo 3DS, o console para o qual o jogo foi lançado. Por esse motivo, o spin-off fica na última posição do ranking.

    11. Pokémon Mystery Dungeon (2006-2013)

    Para acompanhar o lançamento de diferentes versões do game Pokémon Mystery Dungeon, a Nintendo desenvolveu cinco animações especiais que se parecem com um episódio comum da série principal Pokémon.

    Pokémon Mystery Dungeon: Team Go-Getters Out of the Gate!, Pokémon Mystery Dungeon: Explorers of Time & Darkness e Pokémon Mystery Dungeon: Explorers of Sky - Beyond Time & Darkness foram lançados entre 2006 e 2009 e segue diferentes monstrinhos em aventuras divertidas, com duas surpresas: aqui não existem humanos e os Pokémon falam — quem conhece a franquia sabe que cada Pokémon apenas repete seu nome, mas nestas animações é possível compreender o que cada criatura diz. O estilo de cada história lembra desenhos animados dos anos 2000 como Baby Looney Tunes e Hamtaro.

    Já Pokémon Mystery Dungeon: Gates to Infinity Parte 1 e Parte 2 são animações bastante curtas, que seguem o mesmo estilo de Pokémon Ranger: Guardian Signs, ou seja, não apresentam conclusão, pois é necessário jogar o game homônimo para saber como a história termina.

    10. Pokémon: Ventos de Paldea (2023)

    Disponível no YouTube, Pokémon: Ventos de Paldea foi uma adorável surpresa ambientada no mesmo universo dos jogos Pokémon: Scarlet and Violet, que permitiu que os fãs da franquia pudessem conhecer melhor, ainda que rapidamente, a linda região de Paldea. A animação tem apenas quatro episódios, e acompanha Ohara e seu Fuecoco, Aliquis e seu Meowscarada, e Hohma e seu Quaxly, três estudantes da Academia Naranja e seus Pokémon, que precisam fazer um trabalho em grupo da escola, enquanto refletem sobre os altos e baixos de crescer, competir, treinar e encontrar o próprio propósito ao longo da adolescência.

    Os traços da animação são encantadores, e o segundo episódio até mesmo entrega um pouco de ação para quem prefere ver batalhas em relação à histórias pessoais, mas a série poderia ter mais episódios, desenvolvendo melhor o grupo em conjunto, ao invés de apenas individualmente, o que faz com que a resolução e o epílogo sejam rápidos demais.

    9. Pokétoon (2020)

    Pokétoon é uma das produções mais criativas do universo de Pokémon e funciona como uma antologia, contendo 12 episódios com histórias e estilos de animação diferentes, todos disponíveis no YouTube. Os episódios mostram diferentes Pokémon e crianças vivendo aventuras engraçadas, destemidas ou fofas e é muito bonito ver como a produção realmente abraça a liberdade criativa, permitindo que cada curta — com 5 a 10 minutos — explore um pedacinho do universo Pokémon do seu próprio jeito.

    Cada episódio é único e marcante, como a animação de Scraggy e Mimikyu, que deixa um verdadeiro gostinho de quero mais por ter uma abordagem bastante inovadora e nostálgica, claramente inspirada em desenhos da franquia Looney Tunes; ou As Férias de Verão de Snorunt, cujo estilo animado faz a gente se sentir dentro das ilustrações de um livro infantil. Apesar desse spin-off não ter uma história principal em comum, ele compensa entregando mais histórias que Ventos de Paldea. Seria ótimo ver uma 2ª temporada da antologia no futuro.

    8. Pokémon Chronicles (2002-2004)

    Assim como Pokétoon, Pokémon Chronicles também é uma antologia, mas aqui temos uma coleção de diferentes episódios especiais lançados paralelamente a série principal da franquia entre 1998 e 2006. As 26 histórias da produção exploram o que acontece com outros personagens amados da franquia para além de Ash, como Misty, Brock, Cassidy e até mesmo Jessie e James da Equipe Rocket — além de trazer muitos Pokémon, é claro.

    Episódios como o que Misty supera seu medo do Gyarados ou o que Brock dá seus Pokémon Onix, Geodude e Crobat para seu irmão mais velho são encantadores e surpreendentes, justamente por aprofundarem melhor a história de personagens que não são necessariamente protagonistas. Apesar de não termos novidades em relação ao estilo da animação, como em Asas do Crepúsculo, o charme de Chronicles está justamente em expandir o olhar dos fãs para além da jornada principal. E como os episódios já são mais antigos, também é impossível não sentir uma forte nostalgia com cada aventura.

    7. Pokémon Evolutions (2021)

    Perfeita para quem teve a oportunidade de jogar todos os games dos monstrinhos, mas não necessariamente a melhor escolha para quem prefere consumir apenas mídias como o anime principal e filmes, Pokémon Evolutions também é uma antologia, mas esta foi criada especialmente para comemorar os 25 anos da franquia. A produção pode ser vista no YouTube e tem um formato específico: oito episódios, cada um ambientado em uma das regiões clássicas de Pokémon, como Galar e Kanto, que trazem novas perspectivas sobre momentos icônicos da saga — de forma parecida com Star War Visions.

    Quem jogou Pokémon Sun and Moon, Pokémon Sword and Shield, Pokémon Diamond and Pearl, entre outros games, vai relembrar diversos momentos de cada um desses jogos ao longo dos episódios. A novidade aqui é que o ponto de vista de cada aventura não é o dos protagonistas, mas sim de personagens secundários e até mesmo rivais, algo muito parecido com a proposta de Pokémon Chronicles. No entanto, alguns episódios podem soar repetitivos, como se abusassem do fanservice. Ainda assim, vale a pena assistir as histórias para sentir a nostalgia de cada game.

    6. Pokémon: Asas do Crepúsculo (2020)

    Uma das produções mais delicadas e emocionantes da franquia, Pokémon: Asas do Crepúsculo é uma minissérie de sete episódios curtos, com menos de 10 minutos cada, ambientada na região de Galar, a mesma do game Pokémon Sword and Shield. Disponível no YouTube, a série foca em contar histórias cotidianas e pequenos desafios que são enfrentados pelos diferentes moradores do local que aparecem no jogo, e de forma encantadora, mostra que nem toda produção da franquia precisa ser sobre grandes batalhas — o que a torna parecida com Pokémon: Ventos de Paldea, mas com um olhar ainda mais mágico e inspirador — lembrando até mesmo filmes do estúdio Ghibli, como Meu Amigo Totoro.

    Com uma narrativa sutil, a série aborda temas como medo, coragem, amizade e superação para contar histórias que refletem na vida real, como personagens que passam por momentos difíceis no trabalho e treinadores que precisam manter o foco para superar grandes obstáculos. O estilo da animação é bastante bonito e a trilha sonora calma acompanha muito bem os acontecimentos de cada episódio. Pokémon: Asas do Crepúsculo é um presente para os fãs da franquia que estiverem precisando assistir algo motivador, que dê aquela sensação de coração quentinho.

    5. Pokémon: As Neves de Hisui (2022)

    Lançada em 2022, Pokémon: As Neves de Hisui é uma produção ainda mais delicada que Pokémon: Asas do Crepúsculo, e que, para a felicidade de muitos fãs, apesar de ter apenas três episódios, apresenta uma história contínua e com tempo de duração ligeiramente maior que spin-offs como Pokémon: Evolutions. A minissérie pode ser encontrada no YouTube e acontece na antiga região de Hisui, que os fãs reconhecerão como a versão ancestral de Sinnoh, que aparece no game Pokémon Legends: Arceus. 

    Aqui, conhecemos Alec, um jovem que viaja com seu pai e relembra sua infância, quando viveu um encontro marcante com um Pokémon do tipo Zorua em Hisui — se algum bichinho de estimação marcou a sua vida, prepare-se para derramar algumas lágrimas. O foco da história não está em batalhas ou capturas de Pokémon, mas, sim na relação entre humanos e monstrinhos, que antes dos torneios e ginásios, era marcada por medo e desconfiança. O estilo da animação é lindo e o ritmo calmo e contemplativo dá um tom poético para a história, que é curta, mas profunda.

    4. Pokémon (1997)

    Lançada em 1997 para ampliar a franquia Pokémon, que começou com os jogos, Pokémon acompanha o jovem garoto Ash Ketchum e seu inseparável Pikachu em uma longa jornada para se tornar um Mestre Pokémon. Assim como os games, a série se tornou um verdadeiro símbolo da cultura pop, e levou inúmeros fãs até diferentes regiões, de Kanto a Paldea, por mais de 20 temporadas, sempre apresentando novos amigos, rivais e Pokémon inesquecíveis a cada geração.

    Alegre e cheia de humor, é verdade que a série tem um tom mais infantil e nem sempre é tão consistente, apresentando alguns arcos fracos e uma fórmula repetitiva, mas de certa forma, isso faz parte do charme. Afinal de contas, a animação cresce até certo ponto com quem a assiste, mas sempre se reinicia para cumprir seu objetivo: ser uma ótima porta de entrada para a franquia. Além disso, a partir da temporada 26, quando se inicia o arco Pokémon Horizons, a série ganha novos protagonistas e aventuras mais maduras, o que prova que, mesmo depois de muito tempo, ainda consegue se reinventar, destacando essa em relação às outras séries da franquia. 

    3. A Concierge Pokémon (2023-)

    Com um visual divertido, colorido e um ritmo mais calmo do que o habitual do anime principal, mas muito parecido com o de Pokémon: Asas do Crepúsculo, A Concierge Pokémon é uma produção surpreendente, feita com técnica stop-motion, lembrando Rilakkuma e Kaoru, que acompanha a jornada de Haru, uma jovem cansada da correria da cidade grande, que decide largar tudo para  trabalhar em um resort exclusivo para Pokémon, onde as criaturinhas vivem para descansar e se divertir longe de batalhas.

    Ao invés de explorar duelos ou jornadas por ginásios, a série aposta na calmaria e na sensibilidade para mostrar como o descanso e a autoconfiança são importantes na vida adulta. Haru chega ao resort tímida e esgotada, mas com a ajuda de cada Pokémon e colega de trabalho, ela descobre ser muito mais forte do que pensa. Além disso, o trabalho minucioso da série nos presenteia com inúmeros monstrinhos muito bem detalhados: podemos perceber as expressões sutis do ansioso Psyduck, a simpatia de Dragonite e até mesmo a confusão no comportamento de um Magikarp. A Concierge Pokémon é uma pausa gentil dentro de um mundo que nunca para, perfeita para crianças que estão conhecendo a franquia e adultos que adorariam estar no lugar da Haru.

    2. Pokémon Gerações (2016)

    Assim como Pokémon Evolutions, Pokémon Gerações também revisita momentos icônicos de cada geração dos principais jogos da franquia, indo de Kanto à Kalos, e exige que o público conheça a história de cada game para aproveitar melhor a animação. Com 18 episódios de três a cinco minutos cada, cada história é independente, focando em diferentes personagens, desde grandes heróis até vilões lendários.

    Com visual moderno e trilha sonora empolgante, Pokémon Gerações está disponível no YouTube e é bastante comparada à Pokémon Origins, que ocupa o topo da lista — e com razão. Ambas as produções trazem um tom mais maduro para a franquia, que é o que os fãs passaram a esperar da série principal ao longo do tempo, um desejo que não se concretizou. Mesmo sendo uma produção curta, Gerações consegue capturar a grandiosidade e o espírito de aventura e emoção que sempre definiu os jogos Pokémon.

    1. Pokémon Origins (2013)

    Entre todas as produções derivadas do universo Pokémon, Pokémon Origins provavelmente é a com o maior potencial de despertar nostalgia nos fãs. Apesar de ter apenas quatro episódios, a série resgata diretamente a história dos primeiros jogos da franquia, Pokémon Red and Blue, acompanhando o jovem Red desde o momento em que ele escolhe seu primeiro Pokémon, até o confronto épico contra o poderoso Mewtwo.

    Bastante fiel ao material original do Game Boy, Origins tem um tom mais sério e aventureiro do que a série tradicional de Ash, o que rendeu muitos comentários de fãs afirmando que este era o caminho que o anime principal deveria ter seguido — e eles não estão errados, pois a produção é ótima mesmo. O enredo é bastante direto, mas também muito emocionante, repleto de batalhas intensas e uma trilha sonora que faz qualquer fã veterano se arrepiar. O traço da animação é ótimo e ela termina com o maior gostinho de quero mais da história da franquia, refletindo muito bem o espírito das primeiras jornadas Pokémon, dando aquele sentimento de descoberta que deu início a tudo.

  • Keira Knightley: Ranking dos Melhores Filmes e Performances da Talentosa Atriz

    Keira Knightley: Ranking dos Melhores Filmes e Performances da Talentosa Atriz

    Bruno Pinheiro Melim

    Bruno Pinheiro Melim

    Editor JustWatch

    Recentemente a Netflix lançou o tão aguardado suspense, A Mulher na Cabine 10, que conta com Keira Knightley assumindo o papel de uma jornalista que busca respostas para um assassinato que aparentemente apenas ela presenciou durante uma viagem em um navio luxuoso, ocupado por empresários de sucesso. Por sinal, mais um filme elevado por uma performance grandiosa da atriz inglesa.

    Para você que assistiu ao longa e pretende mergulhar na filmografia de Keira Knightley, ou àqueles que querem conhecer melhor o seu trabalho, preparamos um ranking dos melhores filmes e performances da talentosa atriz. Neste guia da JustWatch, saiba também onde assistir em streaming, a todos os filmes mencionados.

    10. Colette (2018)

    Keira Knightley é uma das principais atrizes da atualidade quando nos referimos a papéis em filmes de época. Conhecida pela sua capacidade de representar personagens e figuras reais de outros tempos, a atriz entrega uma das suas melhores performances no filme Colette, que narra a história da escritora francesa que lutou arduamente contra o sexismo durante o início do século XX, na famosa Belle Époque.

    Um drama de época que ao invés de seguir a cartilha de filmes biográficos, prefere centrar-se no legado empoderador de Colette, principalmente através da busca pela liberdade (no âmbito sexual, político, artístico e por aí vai) da intelectual francesa. Tudo isso, claro, potencializado por uma atuação encantadora de Keira Knightley, que assume de maneira vigorosa o corpo e a alma da escritora que não se submetia às convenções sociais e de gênero da época. Um filme que recomendo bastante aos que procuram dramas históricos com mulheres revolucionárias, como Frida e As Sufragistas. 

    9. Não me Abandone Jamais (2010)

    Saltamos agora para um dos filmes mais comoventes da filmografia de Keira Knightley, que se situa na nona posição justamente por trazer uma performance ainda mais emocionante da atriz, comparado com o filme Colette, através de uma personagem extremamente complexa e ambígua, que é criada em um internato com o intuito de ser doadora de órgãos.

    Não me Abandone Jamais é um drama distópico de arrancar lágrimas, escrito pelo mestre da ficção científica Alex Garland, baseado no livro homônimo de Kazuo Ishiguro, que narra a história de três amigos (incluindo a personagem de Keira) que descobrem, aos poucos, os segredos por trás do internato em que eles vivem. Um filme tenso, dilacerante e, muitas vezes, até perturbador, que certamente pode agradar os amantes de longas distópicos com uma forte carga dramática como Filhos da Esperança, de Alfonso Cuarón.

    8. Anna Karenina (2012)

    Voltamos aos papéis de época, com uma performance ainda mais tocante de Keira Knightley, comparado com Colette. No entanto, dessa vez, ao invés de uma protagonista baseada em uma figura real, a atriz interpreta uma das personagens mais conhecidas da história da literatura, em um filme que utiliza o teatro encenado como recurso narrativo, assim como faz o longa Dogville — mas com um cenário e figurino de época. É claro que me refiro ao filme Anna Karenina, que adapta o clássico livro homônimo de Lev Tolstoy que, por sua vez, narra a trágica vida (e o romance proibido) de uma aristocrata russa durante o final do século XIX.

    Um papel onde Keira se sente muito à vontade, ainda mais por ser dirigida por Joe Wright, responsável pelos dois filmes de maior destaque da sua carreira (Orgulho e Preconceito e Desejo e Reparação). Contudo, apesar da atriz estar irretocável ao captar a essência romântica e trágica de Anna Karenina, o filme em si, na minha visão, não tem o mesmo apelo (principalmente narrativo, já que visualmente ele encanta), das duas primeiras obras de Joe Wright — o que faz com que ocupe a oitava posição do ranking. 

    7. Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra (2003)

    Para falar a verdade, é impossível refletir sobre a carreira de Keira Knightley sem mencionar o seu icônico papel na franquia de piratas mais famosa do cinema. Entre os quatro filmes em que a atriz deu vida à destemida Elizabeth Swann, meu destaque vai para Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra. Isso porque além de ser o mais envolvente de todos eles, é aquele que foca no desenvolvimento da sua personagem, Elizabeth — consequentemente, contando com uma atuação mais marcante e emblemática de Keira. Afinal, toda a trama gira em torno do seu sequestro e do seu encontro e relação com o pirata Jack Sparrow e o ferreiro Will Turner.

    Uma obra que também traz a atriz inglesa representando uma mulher aristocrata em um filme de época, assim como Anna Karenina. Porém, Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra se difere por contar com inúmeras cenas de ação e um tom aventuresco bastante distinto que, na minha opinião, consegue atingir um leque de espectadores mais abrangente (que vai desde crianças fascinadas em histórias fantásticas com piratas como Peter Pan, até adultos que apreciam filmes de aventura como Indiana Jones). 

    6. O Jogo da Imitação (2014)

    Continuando nessa toada de filmes que se situam em um passado distante, chegamos a O Jogo da Imitação. Um drama histórico baseado em figuras reais, como Colette, mas que adota um ambiente de suspense e um tom mais sombrio  — já que explora a história de um matemático inglês, que com a ajuda de uma brilhante criptoanalista (interpretada por Keira Knightley), tenta decifrar um código durante a Segunda Guerra Mundial, que pode contribuir para o sucesso da Inglaterra contra a Alemanha.

    Mesmo sem ser a protagonista do filme (este status fica com Benedict Cumberbatch), Keira Knightley causa um grande impacto nos momentos em que aparece, principalmente por dar vida a uma mulher à frente do seu tempo, que se sobressai em um ambiente dominado por homens. Certamente, caso sua personagem tivesse um destaque ligeiramente maior (ao invés de apenas dar suporte à história do protagonista), o filme poderia se situar em uma melhor posição nessa lista. Afinal, O Jogo da Imitação, a meu ver, está entre os principais dramas biográficos dos últimos anos, ao lado de longas como Oppenheimer e A Rede Social.

    5. Mesmo Se Nada Der Certo (2013)

    Importante dizer que este mesmo problema (de uma certa falta de protagonismo em O Jogo da Imitação) não acontece em Mesmo Se Nada Der Certo — o que contribui para que esta ‘comédia romântica musical’ esteja na frente no ranking. Dirigido por John Carney que, na verdade, está mais do que acostumado a realizar filmes sobre músicos (basta lembrarmos de Apenas uma Vez e Sing Street: Música e Sonho), Mesmo Se Nada Der Certo é mais uma dessas suas proezas cinematográficas. 

    Um filme sensível, humano e encantador sobre a amizade de uma jovem compositora e um produtor musical falido que, ao se encontrarem, acabam por mudar drasticamente a vida um do outro. Keira Knightley demonstra uma química extraordinária com Mark Ruffalo, e ainda entrega uma interpretação que explora os seus dotes musicais e performáticos. Uma obra simplesmente imperdível àqueles que amam dramas musicais como Nasce Uma Estrela — com o detalhe de ter um tom mais otimista e divertido.

    4. Segredos Oficiais (2019)

    Vamos saltar agora de uma comédia para um thriller político — só para provar a versatilidade de Keira Knightley. Segredos Oficiais, assim como O Jogo da Imitação, também traz uma história real que envolve guerras — mas, neste caso, a invasão dos Estados Unidos no Iraque. A atriz britânica assume o papel principal do filme ao representar uma famosa tradutora inglesa, Katharine Gun, conhecida por ter vazado informações confidenciais sobre a pressão que os Estados Unidos exerceram para que votassem a favor da invasão do Iraque na ONU.

    Um filme que mostra um lado de Keira que até aquele momento havia sido pouco explorado, através de uma personagem em crise e com um enorme dilema moral, que arrisca tudo para fazer aquilo o que acha justo e íntegro. Uma protagonista cuja convicção, coragem e força nos faz lembrar outros famosos denunciantes, que também já foram retratados em filmes de espionagem, como Edward Snowden em Snowden: Herói ou Traidor e Daniel J. Jones em O Relatório. Sem dúvida, um dos principais e mais desafiadores papéis de Keira Knightley.

    3. Um Método Perigoso (2011)

    Chegamos agora ao top três, todos eles filmes de época elevados por performances fascinantes da atriz inglesa. O primeiro deles, Um Método Perigoso, do mestre canadense David Cronenberg, um longa que remonta a criação da psicanálise, por meio da polêmica relação entre Freud (Viggo Mortensen), Jung (Michael Fassbender) e a paciente Sabina Spielrein (Keira Knightley).

    Uma obra que provoca e discute temas tabus, e que pode agradar tanto os amantes de filmes históricos, quanto os interessados em conhecer a história dos grandes intelectuais da psicologia. Além disso, a meu ver, é um filme que necessita de atuações colossais para o seu sucesso. O que, por sinal, Keira Knightley entrega. Uma performance completamente diferente do que encontramos em Segredos Oficiais e, na minha visão, ainda mais desafiadora, pois explora todo o desenvolvimento psíquico de uma figura com vícios e perturbações, que mais tarde acaba por se tornar uma das primeiras mulheres psicanalistas do mundo.

    2. Desejo e Reparação (2007)

    Como já mencionado anteriormente nessa lista, os dois papéis de destaque da carreira de Keira, pelo menos para mim, acontecem em filmes de Joe Wright, baseados em grandes clássicos da literatura. O primeiro deles, Desejo e Reparação, traz a atriz interpretando uma mulher que é forçada a se separar do seu amante após uma falsa acusação da sua irmã mais nova, durante o período da Segunda Guerra Mundial.

    Assim como em Anna Karenina, sua personagem também atravessa uma paixão proibida. No entanto, sua atitude é, evidentemente, menos trágica, uma vez que sua triste história é consequência de acontecimentos externos, e não propriamente das suas decisões. Uma performance que expõe, ao mesmo tempo, toda a força e vulnerabilidade de uma mulher que é assolada pelo fatídico destino, que a faz se distanciar do seu amado. Um filme esteticamente perfeito e narrativamente fascinante, que recomendo a todos os interessados em dramas históricos vencedores de Oscar, como O Paciente Inglês e A Época da Inocência.

    1. Orgulho e Preconceito (2005)

    Além de ser a mais refinada adaptação de um livro de Jane Austen, Orgulho e Preconceito também conta com a performance mais notável e identificável da carreira de Keira Knightley — o que faz com que o filme se situe na primeira posição do ranking. Ao contrário de Desejo e Reparação, é um romance com um tom mais otimista e menos trágico, que nos propicia uma conexão ainda maior com a personagem interpretada por Keira.

    Ao dar vida à icônica protagonista Elizabeth Bennet, que nutre uma relação que vai do ódio ao amor com o orgulhoso e rico Mr. Darcy, Keira nos encanta com uma performance extremamente humana e enérgica, que evidencia o espírito jovem e livre da personagem, além da sua personalidade contestadora, de opinião forte. Não à toa, foi o único filme que fez com que Keira Knightley fosse indicada ao Oscar de Melhor Atriz — vale lembrar que com O Jogo da Imitação, a inglesa concorreu na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante.

  • 10 Filmes e Séries Super Divertidos Sobre Mansões Mal-assombradas Para Assistir Depois de ‘Hotel Assombrado’

    10 Filmes e Séries Super Divertidos Sobre Mansões Mal-assombradas Para Assistir Depois de ‘Hotel Assombrado’

    Bruno Pinheiro Melim

    Bruno Pinheiro Melim

    Editor JustWatch

    A série animada da Netflix, Hotel Assombrado (dos mesmos criadores de Rick e Morty), que estreou recentemente, chegou para revigorar o gênero de comédia de terror. 

    Com uma história completamente sem filtro e extremamente engraçada sobre uma família (uma mãe solteira e dois filhos) que toma conta de uma mansão/hotel assombrado por fantasmas e outros seres sobrenaturais.

    Aproveitando o sucesso da animação, preparamos uma lista com outras 10 divertidas produções do gênero (ranqueadas por ordem crescente de qualidade), e que também se situam em mansões mal-assombradas, para que você possa assistir depois de Hotel Assombrado. Na verdade, se preferirem, podem assistir até mesmo antes, como uma espécie de preparação para a série. Vale lembrar que todos os filmes e séries estão disponíveis online, em diversas plataformas de streaming.

    10. Scooby-Doo 2: Monstros à Solta (2004)

    Todos sabemos que muitos episódios do desenho animado Scooby-Doo traz diversos mistérios relacionados com grandes casas mal-assombradas, e o mesmo acontece com o segundo filme live-action da franquia, Scooby-Doo 2: Monstros à Solta, que explora a história por trás de uma mansão que está associada à chegada de diversos monstros na cidade — que, inclusive, já apareceram ao longo dos episódios da série animada.

    Deste ponto de vista, é um filme que certamente pode agradar os fãs mais assíduos e nostálgicos do clássico desenho. Além disso, se a parte cômica de Hotel Assombrado é o que te chama mais a atenção (mesmo sendo direcionada para um público mais adulto), Scooby-Doo 2: Monstros à Solta pode te surpreender (no bom sentido), já que traz sequências e atuações hilárias, com a diferença de ser um filme indicado para toda a família. 

    9. Hotel Transilvânia (2012)

    Continuando com um tom mais familiar, antes de indicarmos os títulos mais ‘pesados’, chegamos a Hotel Transilvânia, uma animação que assim como Hotel Assombrado, traz uma família responsável por operar uma grande mansão voltada para o comércio de estadias, com a diferença de que, ao invés de humanos, Drácula e sua família é quem gerem o negócio turístico, destinado aos monstros de todo o mundo. Uma obra que recomendo, sobretudo, àqueles que procuram animações que subvertem o caráter amedrontador dos seres sobrenaturais, como a própria A Família Addams.

    Um filme que também propõe uma ‘overdose’ de monstros, mas invertendo o ponto de vista, afinal, aqui são os seres humanos as verdadeiras ameaças, especificamente, um garoto que vai parar sem querer no hotel, e se apaixona pela filha do Drácula. No entanto, mesmo entretendo, é uma animação que, para mim, consegue pincelar temas mais profundos do que Scooby-Doo 2 (através, por exemplo, da relação entre pai e filha).

    8. Terror no Estúdio 666 (2022)

    Vamos agora para as produções mais adultas. Já pensou se a banda de rock Foo Fighters alugasse uma mansão para fazer um novo álbum e este espaço fosse assombrado por diversas criaturas sobrenaturais, inclusive, possuindo o líder do grupo, Dave Grohl? Essa história não só foi imaginada, como também se tornou um filme, intitulado Terror no Estúdio 666, que lembra o estilo de falso documentário característico de O que Fazemos nas Sombras.

    Se o caráter ‘nonsense’ de Hotel Assombrado é o que realmente te fascina, tente dar uma chance a este filme ‘fora da caixa’, que faz uma miscelânea de muito rock'n roll, com uma história de assombrações e possessões, misturado com inúmeras piadas e cenas excessivamente sangrentas. Uma verdadeira celebração do gênero, que nos alegra e apavora (ao mesmo tempo), claro, se você conseguir embarcar desde o início nesta alucinante viagem.

    7. A Casa do Espanto (1985)

    Mesmo sendo uma comédia de terror, Hotel Assombrado traz diversas referências a filmes genuinamente de horror (desde o slasher ao sobrenatural), construindo diversas cenas com um caráter mais aterrorizante. Assim, para quem procura uma produção do mesmo gênero (comédia de terror), cujo aspecto assustador (além do lado cômico) também se sobressai, A Casa do Espanto pode ser a escolha certa para você.

    Um filme (live-action) que acompanha um escritor que se muda para uma mansão mal-assombrada, e que se destaca, principalmente, por conta do ilustre trabalho de design de produção e figurino, responsáveis por construir monstros extremamente excêntricos e curiosos, mas também realistas. Além disso, é uma obra que não se contenta em ser apenas uma comédia de terror mais superficial como Terror no Estúdio 666, uma vez que insere na narrativa o tema de trauma pós-guerra, presente no dilema do protagonista, assim como faz o filme Alucinações do Passado. 

    6. Mansão Mal-Assombrada (2023)

    A primeira versão de Mansão Mal-Assombrada, protagonizada por Eddie Murphy e baseada em uma atração do parque da Disney, apesar de ter sido um filme popular no início do século, não se compara em termos de qualidade com o seu reboot, também intitulado Mansão Mal-Assombrada. Este, uma produção muito mais divertida, assustadora e emocionante — que conta com um roteiro até mais bem estruturado que o próprio filme A Casa do Espanto.

    Sem receios de falar abertamente (de uma maneira leve) sobre o tema do luto e da morte, assim como faz Hotel Assombrado, o filme acompanha uma mãe e um filho (e aqueles que tentam ajudá-los) na tentativa de se livrar das entidades sobrenaturais que habitam a mansão que eles acabaram de comprar. Uma obra que ainda conta com atuações vigorosas de um elenco de luxo, que inclui grandes nomes como Owen Wilson, Danny DeVito e Jamie Lee Curtis — mais um motivo para assisti-la no Disney+.

    5. O Mistério do Relógio na Parede (2018)

    O Mistério do Relógio na Parede é um filme cujo tom familiar se assemelha a Mansão Mal-Assombrada, mas se difere por ser uma ficção ainda mais engraçada e peculiar. Com o detalhe de que Jack Black contribui (e muito) para essa percepção, ao dar vida ao exótico tio do protagonista mirim, que recebe seu sobrinho órfão na sua mansão mal-assombrada, onde a magia corre solta e um relógio misterioso e poderoso ameaça todo mundo. 

    Eu diria que é um típico filme de halloween para toda a família, com uma energia muito similar a outro longa protagonizado por Black, Goosebumps: Monstros e Arrepios, que apesar de não trazer uma história de uma casa mal-assombrada, mistura os elementos fantásticos e cômicos de maneira muito similar. Além disso, pelo fato de ser dirigido por Eli Roth (especialista em filmes de terror), também conta com momentos mais tensos e apavorantes.

    4. Gasparzinho, o Fantasminha Camarada (1995)

    Vamos saltar de um filme — O Mistério do Relógio na Parede — onde a magia justifica os acontecimentos sinistros, para um longa onde os fantasmas roubam a cena, assombrando e aloprando (com exceção de um fantasma mais bonzinho) um especialista em atividade paranormal e a sua filha. É claro que me refiro a Gasparzinho, o Fantasminha Camarada, uma das histórias mais conhecidas e populares quando o assunto é mansão mal-assombrada. 

    Da mesma forma que Katherine (protagonista de Hotel Assombrado) tem uma relação com o fantasma do seu irmão, que por sinal, é do bem, a garotinha Kat também cria um vínculo com Gasparzinho, o único fantasma amigável daqueles que habitam a mansão mal-assombrada a qual o pai de Kat é contratado para exorcizar dos seres sobrenaturais. Um divertido clássico que merece a quarta posição da lista — apesar de ser um longa menos assustador que a maioria dos filmes aqui mencionados.

    3. Ghosts (2021–)

    Apesar de não existirem tantas séries com mansões mal-assombradas com um tom cômico parecido com Hotel Assombrado, a sitcom Ghosts preenche esta lacuna de maneira categórica. Afinal, a série da CBS (que é adaptada de outra da BBC, também chamada Ghosts), traz uma história que acompanha um casal que herda uma mansão habitada pelos fantasmas dos ex-residentes e transformam-na em uma espécie de hotel. 

    Ou seja, assim como a família de Katherine tem que aprender a lidar com as entidades sobrenaturais que habitam o hotel que era do seu irmão, o casal da sitcom também precisa se acostumar a coexistir ao lado de fantasmas de diferentes períodos históricos presos na mansão. Mesmo sem contar com os elementos mais macabros da animação, ao invés disso, temos momentos onde a emoção fala mais alto, Ghosts é, na minha visão, ao lado de O Que Fazemos nas Sombras, uma das melhores, mais divertidas e viciantes séries de comédia sobrenaturais dos últimos anos, merecendo a terceira posição da lista.

    2. The Rocky Horror Picture Show (1975)

    Agora abrirei um pouco o leque de possibilidades para indicar um filme cuja história traz aspectos narrativos característicos do gênero, através de um casal que após ter seu carro quebrado, vai buscar ajuda em um estranho castelo no meio do nada. No entanto, subverte o elemento mansão mal-assombrada (por espíritos ou outras entidades sobrenaturais), para introduzir um grupo de figuras excêntricas, na verdade aliens, liderados por um cientista maluco interpretado pelo fabuloso Tim Curry, que buscam o prazer absoluto neste exótico local.

    The Rocky Horror Picture Show, assim como Terror no Estúdio 666, é um filme que mistura referências do terror, da comédia ácida e do rock’n roll, mas de uma maneira muito mais experimental e criativa, tanto narrativamente (com um enredo que envolve alienígenas vindos do planeta Transsexual), quanto esteticamente, por meio de um musical inventivo e extremamente colorido. Esta sim, uma obra estritamente indicada ao público adulto/adolescente que gosta do caráter absurdo de Hotel Assombrado.

    1. Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice (2024)

    Nem sempre uma sequência de um filme clássico, principalmente quando lançada décadas depois, consegue manter a essência e qualidade da obra de origem. Porém, este não é o caso de Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice, que recupera o espírito — ao mesmo tempo, brincalhão e sombrio — de Tim Burton (conhecido pelo primeiro Os Fantasmas Se Divertem), através de um filme espirituoso, imprevisível e visualmente fascinante.

    Aqui sim, a clássica história de fantasmas ligada a um determinado espaço (no caso, o casarão da família Deetz) retorna, evidentemente com o regresso do icônico e caótico personagem interpretado por Michael Keaton, que tem um plano mirabolante para casar com Lydia. Um filme que merece a primeira colocação do ranking, não só por trazer uma das figuras fantásticas mais populares do cinema quando o assunto é mansão mal-assombrada, mas também por focar bastante sua história nas dinâmicas e dilemas familiares dos seus personagens, assim como Hotel Assombrado faz.

  • ‘Jackass’: Todos os Filmes em Ordem e Onde Assistir a Eles

    ‘Jackass’: Todos os Filmes em Ordem e Onde Assistir a Eles

    Beatriz Coutinho

    Beatriz Coutinho

    Editor JustWatch

    Se você já riu (ou se contorceu de dor) assistindo alguém levar uma pancada nas partes baixas ou ser arremessado por um carrinho de supermercado em movimento, então sabe exatamente o que esperar de Jackass. O programa da MTV fez tanto sucesso que se tornou uma série de filmes nos quais Johnny Knoxville e seu elenco maluco entregam cenas tão absurdas quanto hilárias, com muito sangue, vômito, concussões e gargalhadas ao longo do caminho.

    Neste guia da JustWatch, você confere a ordem correta para assistir a todos os filmes Jackass e em quais serviços de streaming assistir a eles online.

    1. Jackass: O Filme (2002)

    Lançado em 2002, Jackass: O Filme chegou aos cinemas entregando tudo o que os fãs da série da MTV mais amavam: loucuras — e ainda arrecadou US$ 22,8 milhões. O longa é um grande compilado no qual Johnny Knoxville e seus companheiros malucos fazem acrobacias, atropelam diferentes objetos com um carrinho de golfe, fazem a si mesmos de bolas de boliche, se jogam em ambientes perigosos, andam de skate das piores formas possíveis e se machucam para arrancar risadas e urros de aflição do público — sempre insistindo que ninguém deveria tentar imitá-los.

    O resultado é um espetáculo tão bizarro quanto hipnótico, pois é simplesmente impossível parar de assistir, causando aquela sensação de “Existe limite para isso?” — lembrando o programa inglês do mesmo estilo Dirty Sanchez. Como uma personificação do meme “Nunca deixe eles saberem seu próximo movimento”, em Jackass: O Filme você nunca sabe se a próxima maluquice fará você se contorcer de rir, dor ou nojo. Mesmo sem uma narrativa linear, o filme funciona perfeitamente, mostrando a mistura de humor com perigo. É cru e exagerado, mas certamente viciante.

    2. Jackass 2 (2006)

    Com um trailer que tirava sarro de cada uma das críticas negativas que o primeiro filme recebeu, Jackass 2 apenas ressaltou que tudo o que Knoxville e seus colegas de loucura queriam era se divertir e divertir ao público, independentemente de qualquer limite ou consequência — o que lembra muito Tirando a Maior Onda, reality show de pegadinhas menos radical, mas tão divertido quanto Jackass.

    Desta vez, o grupo apronta algumas das cenas mais engraçadas (e angustiantes!) de todos os filmes, como participar de uma tourada caseira às cegas, deixar uma lagosta morder a língua deles e até mesmo repetir uma clássica cena de infância: puxar um dente já mole com um solavanco, mas neste caso, com a ajuda de um carro. Filmado com uma leveza quase infantil, como se a dor fosse só mais uma parte da diversão, o filme entretém, entrega ainda mais pegadinhas e experiências malucas, além de manter o nível de humor do primeiro, mostrando o desequilíbrio perfeito entre coragem e loucura.

    3. Jackass 2.5 (2007)

    Jackass 2.5 é um complemento do filme anterior, que mostra como as acrobacias perigosas e maluquices do grupo são planejadas e então colocadas em prática, além de trazer novas cenas que não entraram em Jackass 2. Isso inclui indo de tourada às cegas com bezerros no lugar de touros, entre outros absurdos que certamente renderam muitos acidentes, hematomas e alguns dentes quebrados.

    Inaugurando a tradição de sempre lançar uma versão adicional aos filmes principais, a produção inovou em trazer os bastidores de cada maluquice filmada, mostrando ao público a forma como cada desafio é pensado — ou não. Ainda assim, as versões 0,5 não são imprescindíveis para assistir a franquia em ordem, e certamente poderiam ser ainda menores e inseridas nos créditos de cada filme.

    4. Jackass Presents: Mat Hoffman's Tribute to Evel Knievel (2008)

    Jackass Presents: Mat Hoffman's Tribute to Evel Knievel tem um tom diferente das primeiras produções da franquia Jackass, especialmente por contar com acrobatas e dublês profissionais, já que até então apenas um bando de homens malucos estava no comando da situação. Com pouco mais de uma hora, o longa é, em sua essência, um grande tributo ao dublê e artista performático Evel Knievel, conhecido por suas acrobacias insanas feitas com motos.

    Após uma vida repleta de recordes e acidentes, Knievel morreu cerca de um ano antes do lançamento do documentário, o que trouxe um tom mais especial às loucuras de Knoxville — para conhecer melhor a história do dublê, confira Dublê de Risco. Inclusive, acidentes não faltaram durante o filme, com o líder Jackass perdendo o controle de uma moto no ar e caindo no chão, para logo em seguida o veículo atingir os testículos dele de forma bastante séria, o que o deixou debilitado por alguns meses.

    5. Jackass: Os Episódios Perdidos (2009)

    Pegadinhas, cenas deletadas e episódios que nunca foram ao ar é o que resume Jackass: Os Episódios Perdidos, lançado em 2009, como uma versão maior e melhor editada das versões 0,5 da franquia. Aqui, ao longo de quase duas horas, o filme mostra várias cenas de quando Johnny Knoxville, Bam Margera, Chris Pontius, Dave England, Ryan Dunn, Steve-O, Jason "Wee Man" Acuña, Ehren McGhehey e Preston Lacy eram jovens e estavam começando o programa da MTV, o que ganha um tom interessante de tributo, ao invés de ser apenas um making-of como Jackass 2.5.

    O filme traz uma das esquetes mais nojentas de todos os tempos do grupo, com o omelete de vômito. Este é um verdadeiro mergulho nas raízes do humor extremo, que transformou o grupo em um fenômeno cultural e lhe deu a fama de “ame ou odeie”.

    6. Jackass 3D (2010)

    Jackass 3D prometeu levar as acrobacias insanas e o humor autodestrutivo do grupo para outro nível ao realmente usar a técnica 3D para intensificar cada tombo, explosão ou impacto, mas não entregou uma experiência que justificasse toda a propaganda feita na época. O novo compilado de novas acrobacias insanas, esquetes malucas e experiências que marcaram uma geração de fãs de atividades altamente perigosas passa longe de ser ruim, mas não oferece tantos momentos 3D assim, o que deixa um gostinho de quero mais.

    Ainda assim, assistir Knoxville e seu bando em novas façanhas não perdeu a graça, e você pode esperar coisas do tipo: colocar um homem dentro de um banheiro químico e “estilingá-lo” com elásticos gigantescos, fantasiar um dos membros de pato e organizar uma caça ao “animal”, passar por cima de uma cerca viva estando montado em uma lancha e montar no topo de uma árvore que será derrubada no chão apenas por diversão. Tudo é tão absurdo que você fica anestesiado e no final se pergunta: “Por que não?”. Se no início dos anos 2010 você curtia Loiter Squad, mas perdeu o timing de Jackass 3D, vale a pena dar uma chance.

    7. Jackass 3.5 (2011)

    Assim como Jackass 2.5, Jackass 3.5 é um complemento de seu filme anterior, que nasceu por conta do enorme volume de material gravado durante Jackass 3D, que segundo Knoxville, era suficiente para dois longas.

    Assim, esta verdadeira obra com pouco mais de uma hora traz cenas deletadas, novas brincadeiras e armações, incluindo uma peça icônica que foi pregada em Knoxville nos bastidores, além de uma série de entrevistas com o elenco, feitas durante a produção do longa. Mostrando como o caos dos bastidores é tão divertido quanto o que chega à tela, Jackass 3.5 também tem um tom mais intimista (tanto quanto possível dentro da temática), por trazer de volta o clima de bastidores.

    8. Jackass Apresenta: Vovô Sem Vergonha (2013)

    Também bastante diferente do que o público estava acostumado quando ouvia falar em Jackass, Jackass Apresenta: Vovô Sem Vergonha foi o primeiro filme com história da franquia — e ele tem uma energia muito parecida com Borat - O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América. Aqui, temos Knoxville no papel de Irving Zisman, um personagem que já havia aparecido em uma ou outra esquete do grupo, mas aqui ganhou um desenvolvimento maior e uma missão: ele é um senhor de 86 anos que precisa levar seu neto Billy, de apenas 8 anos, até o pai do garoto do outro lado do país.

    O longa segue uma história completamente maluca e mostra avô e neto em meio a diversas pegadinhas com público real, situações absurdas e nada normais para uma criança, além de conter até mesmo uma referência ao filme Pequena Miss Sunshine, em que Billy é inscrito em um concurso de beleza para crianças. Menos focado em acrobacias extremas, aqui temos uma narrativa, que embora seja só uma desculpa para pregar peças por aí, funciona bem, já que criamos simpatia por Irving e que o humor da franquia permanece afiado, garantindo risadas e um formato inédito.

    9. Jackass Apresenta: Vovô Sem Vergonha.5 (2013)

    Seguindo a tradição de lançar complementos para seus filmes principais, Jackass Apresenta: Vovô Sem Vergonha.5 traz 40 minutos adicionais de cenas não utilizadas no longa original e entrevistas com o elenco, além de mostrar uma série de processos dos bastidores da produção, tornando-se praticamente um documentário sobre a criação do filme que mostra Irving tentando cuidar do neto.

    No entanto, esse extra deixa um gostinho amargo na boca de quem o vê, mesmo se você gostou do filme, pois mostra como várias cenas ótimas com Catherine Keener e Spike Jonze foram cortadas da versão final do longa, que é divertido, mas tinha ainda mais potencial.

    10. Jackass Para Sempre (2022)

    Vinte anos depois do primeiro filme Jackass e mais de 10 anos depois de um longa tradicional da franquia, Jackass Para Sempre estreou em 2022, trazendo uma perspectiva interessante: por estar mais velho, Knoxville estaria mais cuidadoso ou até mesmo teria parado com suas ideias perigosas e insanas? A resposta dessas perguntas é obviamente “Não!” e foi assim que nasceu mais um longa, que mostra o ator e um novo elenco construindo um canhão para lançar uma pessoa pelo ar, lambuzando um integrante de mel e salmão e trancando-o em uma sala com um urso, explodindo banheiros químicos com pessoas dentro e por aí vai.

    Vale lembrar ainda que o filme chegou como um presente para os fãs no início de 2022, quando a pandemia de Covid-19 ainda estava impactando negativamente o mundo inteiro, o que fez com que a produção trouxesse um certo alívio na época. A química entre veteranos e novatos do elenco funciona muito bem, nos fazendo ver graça em quem acabamos de conhecer, mesmo depois de um estranhamento inicial — mas se prepare, pois toda a bagunça que eles fazem juntos rendeu novos machucados e cicatrizes bastante sérios, que vão desde mordidas de cobra, costelas quebradas, e concussões, até mesmo a uma hemorragia no cérebro. Se você curtiu Tirando a maior Onda: O Filme, vai adorar relembrar a energia caótica de Jackass com Para Sempre.

    11. Jackass 4.5 (2022)

    Apesar do sucesso de Jackass Forever, parte do público achou que o novo elenco ainda não estava entrosado o suficiente para que o longa mantivesse um tom intimista entre o grupo. Em Jackass 4.5, como de costume, cenas não usadas na versão final do filme, entrevistas e muitos momentos de bastidores somam 1h30m de conteúdo extra, o que aliviou o receio que os fãs sentiram com a versão “oficial” da produção, principalmente por conta das pegadinhas que os integrantes faziam entre si por pura diversão.

    Há quem diga que esta versão é até mesmo melhor e mais divertida que o filme principal, o que faz certo sentido porque mostra muito mais do planejamento de cada acrobacia ou peça maluca. Se fosse possível unir cenas diferentes de Jackass Forever com outras de Jackass 4.5, provavelmente teríamos o longa perfeito.

  • ‘Minha Culpa’: Como Assistir a Todos os Filmes da Franquia ‘Culpados’ em Ordem

    ‘Minha Culpa’: Como Assistir a Todos os Filmes da Franquia ‘Culpados’ em Ordem

    Bruno Pinheiro Melim

    Bruno Pinheiro Melim

    Editor JustWatch

    O último capítulo da trilogia espanhola Minha Culpa, adaptado da saga de livros Culpables (também conhecido no Brasil como Culpados), da escritora Mercedes Ron, já está disponível no catálogo do Amazon Prime Video, sob o título de Nossa Culpa.

    Além dos filmes espanhóis originais da Amazon que, por sinal, se situam entre as produções internacionais mais assistidas da plataforma, um remake inglês, intitulado Minha Culpa: Londres, também foi lançado em 2025, adaptando o primeiro livro da saga, que tem o nome original Culpa Mía.

    Neste guia da JustWatch, fique por dentro de todos os detalhes da franquia Culpados, que acompanha a complicada relação amorosa entre os meio-irmãos Noah e Nick, assim como a ordem de lançamento e cronológica de todos os filmes da saga. Vale lembrar que todas as produções estão disponíveis para os assinantes do Amazon Prime Video.

    Para assistir todos os filmes em ordem de lançamento, basta seguir a lista a seguir:

    1. Minha Culpa (2023)
    2. Sua Culpa (2024) 
    3. Minha Culpa: Londres (2025)
    4. Nossa Culpa (2025)

    Como você deve ter percebido, o remake inglês do primeiro livro da trilogia (que traz a mesma história do primeiro filme espanhol), foi lançado alguns meses antes do último longa da saga espanhola. Isto é, se fôssemos levar em conta a ordem cronológica da história, a disposição das produções ficaria desta maneira:

    • Minha Culpa ou Minha Culpa: Londres 
    • Sua Culpa 
    • Nossa Culpa

    No entanto, na minha visão, a melhor maneira de assistir a todas as produções não é seguindo a ordem de lançamento, tampouco a cronológica, mas sim começando pela trilogia espanhola completa, para depois assistir ao primeiro remake inglês — se preparando assim, para a sua continuação que será lançada em breve. Ou seja, seguindo a seguinte ordem:

    1. Minha Culpa (2023)

    Tudo começou com a autora argentina-espanhola compartilhando suas histórias na plataforma Wattpad. Após a enorme popularidade, a trilogia foi publicada e se tornou um grande best-seller, posteriormente sendo adaptada para o cinema com produção espanhola. 

    O primeiro filme, intitulado Minha Culpa apresenta a complicada história de amor e ódio entre os ‘irmãos postiços’ Noah (Nicole Wallace) e Nick (Gabriel Guevara), que acabam tendo que morar juntos após a mãe da menina se casar com o pai rico do garoto ‘bad boy’. Uma típica produção adolescente que envolve dramas familiares intensos, um clima de enorme tensão sexual (neste caso, através de uma espécie de amor proibido), e uma história de suspense com muitas reviravoltas, que lembra as franquias After, Cinquenta Tons de Cinza e filmes como Vício Perfeito e Belo Desastre — produções que também estão disponíveis no Prime.

    No entanto, o que difere Minha Culpa de outras produções parecidas e, em parte, na minha perspectiva, explica a popularidade do filme, e consequentemente da trilogia, diz respeito, principalmente, ao caráter ambíguo, complexo e repleto de falhas dos personagens principais, que podem causar uma identificação no público. Além disso, a combinação de gêneros (com a diferença de ter mais cenas de ação do que outras obras similares), assim como a ambiência luxuosa e os temas polêmicos que a história toca, com certeza também contribuem para a curiosidade das pessoas em relação ao filme.

    2. Sua Culpa (2024) 

    Como continuação do primeiro longa, Sua Culpa também obteve um sucesso estrondoso na plataforma, ao continuar a história de Noah e Nick. Desta vez, ao invés de trazer a tensão por trás da convivência (e descoberta) inicial dos dois, o filme adota um tom muito mais novelesco, para explorar a repercussão do relacionamento de ambos, principalmente através dos seus pais, que se posicionam contra a união dos dois.

    Para quem gosta das cenas de ação de Minha Culpa, que muitas vezes até lembram alguns momentos de Velozes e Furiosos, saiba que a sua continuação não entrega a mesma quantidade de sequências deste tipo — muito por conta de Nick ter ‘deixado’ de se envolver em brigas ilegais e corridas de rua. Em contrapartida, aos que apreciam o lado melodramático da história, poderão ficar satisfeitos com os novos rumos e os personagens inéditos que entram em cena para conturbar ainda mais a relação de Noah e Nick.

    Isto é, Sua Culpa mesmo sem trazer a emoção, química, adrenalina e excitação iniciais, características do primeiro filme, que acompanha os protagonistas se conhecendo e habitando o mundo um do outro, se destaca justamente por se aprofundar nas consequências, nos estímulos externos e nos segredos que circundam a relação do casal. 

    3. Nossa Culpa (2025)

    Chegamos ao último lançamento da Amazon, que entrou no catálogo da plataforma no dia 16 de outubro de 2025. Nossa Culpa é o capítulo final da trilogia espanhola e que encerra a história do casal de irmãos postiços, com uma trama que dá um salto temporal, assim como fez a última temporada de O Verão que Mudou Minha Vida.

    Evidentemente, é um filme que só faz sentido para quem já assistiu aos dois anteriores da franquia, já que não se preocupa muito em contextualizar os personagens antes do grande salto no tempo (de quatro anos), que faz com que eles se encontrem novamente (após uma grande briga que os separou), reacendendo a chama entre os dois. 

    Deste ponto de vista, é um longa que se assemelha ao primeiro filme Minha Culpa, já que explora a excitação e adrenalina por trás do encontro (agora como adultos mais ‘maduros’) entre Noah e Nick. No entanto, também mescla elementos do segundo filme Sua Culpa, já que traz novos personagens (e interesses românticos) que interferem na problemática relação do casal. Ou seja, um filme que entrega tudo o que os fãs da franquia espanhola estavam à espera, e ainda por cima, com um final surpreendente e de tirar o fôlego.

    4. Minha Culpa: Londres (2025)

    Entre o segundo e o terceiro filme da trilogia espanhola, o Amazon Prime Video lançou um remake inglês do primeiro livro (Culpa Mía), intitulado Minha Culpa: Londres, mas desta vez, com um tom mais cauteloso e prudente no que diz respeito à problemática relação do casal de irmãos postiços. Até por isso, recomendo assistir este filme por último, trazendo uma nova perspectiva à história.

    Agora interpretados por Asha Banks e Matthew Broome, Noah e Nick passam a construir um relacionamento que se desenvolve primordialmente a partir dos seus sentimentos e emoções, do que propriamente da tensão sexual e relacional entre os dois. Um filme que traz a mesma história tabu e polêmica de Minha Culpa, mas que visa conter exageros (principalmente narrativos), em prol de alcançar um público mais amplo, que busca o caráter real da história e não só o extraordinário. Um longa que pode agradar os amantes de produções que trazem relações complexas, mas de uma maneira não tão tóxica e problemática, como o filme Continência ao Amor.

    Vale destacar também, que para aqueles que assistiram ao filme e se identificaram com o tom mais suave da produção londrina, a Amazon já anunciou que serão lançadas outras duas continuações, intituladas Sua Culpa: Londres e Nossa Culpa: Londres, que prometem continuar a história de Noah e Nick de maneira mais cuidadosa e menos intensa, comparada à trilogia espanhola.

  • 10 Filmes de Terror Familiar Para Assistir Com As Crianças no Halloween

    10 Filmes de Terror Familiar Para Assistir Com As Crianças no Halloween

    Bruno Pinheiro Melim

    Bruno Pinheiro Melim

    Editor JustWatch

    Outubro é um mês especial para os mais jovens, não só porque se comemora o dia das crianças, mas também por conta do Halloween, também conhecido no Brasil como Dia das Bruxas. Dentre os inúmeros programas possíveis para este dia tão divertido (e assustador), é claro que não pode faltar um filminho para assistir com a família toda reunida.

    Por isso mesmo, separamos uma lista com 10 filmes de terror incríveis para assistir no Halloween (desde clássicos do gênero até animações em stop motion), indicado tanto para crianças, quanto para adultos. Saiba também onde assistir em streaming a todos os filmes da lista. Garanto que o que não vai faltar é diversão e alguns sustos pelo caminho!

    Os Caça-Fantasmas (1984)

    Começando com uma das maiores franquias do cinema, que se popularizou ao combinar diversos gêneros, como o terror, a comédia, a aventura e a ficção científica, e que continua viva até hoje, sendo seu último filme lançado ano passado, chamado Ghostbusters: Apocalipse de Gelo. É claro que estamos aqui para falar do primeiro filme, Os Caça-Fantasmas, que marcou gerações com a história do grupo de cientistas que luta contra entidades paranormais. 

    Embora seja um filme com inúmeras sequências cômicas, alguns elementos característicos do cinema de terror, como a própria aparição repentina de alguns fantasmas, estão bem presentes. Sendo uma obra que me impactou muito quando criança – de maneira positiva, mesmo tendo ficado com medo – evidentemente é um filme que indico bastante às famílias que querem criar boas memórias relacionadas ao cinema com seus filhos.

    Os Fantasmas se Divertem (1988)

    Continuando na mesma onda de clássicos, Os Fantasmas se Divertem, coincidentemente, assim como Os Caça-Fantasmas, também ganhou uma atualização em 2024, intitulada Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice. Uma sequência que embora traga uma história independente e compreensível, deve ser vista depois do primeiro filme, já que este apresenta a verdadeira história do icônico personagem, um bio-exorcista interpretado por Michael Keaton, que é contratado por um casal de fantasmas para espantar a família humana que recém se mudou para sua casa.

    Com um tom bem mais sombrio e gótico do que Os Caça-Fantasmas, característico do estilo de Tim Burton, o filme é também ligeiramente mais assustador, muito por conta do ambiente sinistro e da expressividade dos monstros e fantasmas que aparecem na obra, mas sem perder a vibrância e humor que faz dela uma ótima opção para crianças. Um longa muito recomendado àqueles que querem uma experiência fora da caixinha, com elementos visuais surrealistas e exóticos, mais parecido com o estilo de A Família Addams.

    Convenção das Bruxas (1990)

    Se tem alguém que sabe equilibrar perfeitamente histórias para as crianças, de uma maneira chamativa e também amedrontadora, é o escritor Roald Dahl. Não à toa, esta adaptação cinematográfica do seu livro As Bruxas, intitulada Convenção das Bruxas, é amplamente reconhecida (e eu me incluo nessa) como um dos principais filmes de terror familiar. 

    Neste longa, as bruxas existem de verdade e não há o que questionar, principalmente quando nos deparamos com a assustadora Anjelica Huston, que aqui dá vida à grande líder das feiticeiras, que tem um plano de transformar todas as crianças do mundo em ratos. Uma obra que penso ser ainda mais identificável com o público infantil, muito por conta de, diferentemente de Os Fantasmas se Divertem, também adotar o ponto de vista de uma criança (o garoto Luke) para contar essa história. Vale pontuar também que se você pretende uma atualização deste mesmo livro, mas através de um filme mais moderno (apesar de menos cativante), saiba que também existe Convenção das Bruxas, de 2020, protagonizado por Anne Hathaway.

    A Família Addams (1991)

    É claro que A Família Addams não poderia faltar nessa lista. Afinal, estamos falando de uma das histórias mais populares do gênero que, inclusive, gerou a aclamada série contemporânea, Wandinha. Lançada em quadrinhos nos anos trinta, mas adaptada para o cinema pela primeira vez no início dos anos noventa, a obra cinematográfica traz a atmosfera arrepiante e estranha da família formada por seres sobrenaturais, somada com um visual impressionante, que combina os elementos mais jocosos com aqueles mais assustadores, de maneira única.

    Sem contar as atuações, que definiram os rostos dessa família no cinema, com destaque (novamente) para Anjelica Huston, que um ano depois de dar um show em Convenção das Bruxas, apareceu deslumbrante e assustadora dando vida à matriarca Morticia, neste e no segundo filme, A Família Addams 2. Definitivamente, uma obra para se ver em família mesmo tendo algumas imagens mais perturbadoras, já que (convenhamos) todas as famílias têm o seu grau de excentricidade e de loucura.

    O Estranho Mundo de Jack (1993)

    Depois de uma sequência de quatro filmes live-action, chegou a vez do cinema de animação, mais especificamente, de stop motion, ter o seu destaque neste guia, e ainda por cima, com um filme onde o tema é Halloween. Ou Natal? Na verdade, os dois! Afinal, Jack (um esqueleto vivo), o "rei das abóboras", quer transformar a sua cidade de Halloween em uma cidade de Natal. Uma ideia maluca e macabra, que envolve, inclusive, o sequestro do Papai Noel.

    O Estranho Mundo de Jack é um filme que une as duas datas comemorativas, de maneira criativa, mas bastante sombria e tenebrosa, na mesma pegada de Os Fantasmas se Divertem — com a diferença de explorar performances musicais ao longo da história. Às famílias que estão à procura de uma animação verdadeiramente inovadora para o Dia das Bruxas, além de artesanal (parecida com ParaNorman, que não está nessa lista, mas não deixa de ser um grande filme) garanto que não ficarão decepcionadas.

    Abracadabra (1993)

    Que tal voltarmos novamente para uma história de bruxas contra crianças? Abracadabra é mais um filme que traz este embate, mas de uma maneira até mais divertida (e menos assustadora que Convenção das Bruxas). Na verdade, eu diria que é um filme que funciona primordialmente como porta de entrada das crianças para obras de terror, uma vez que coloca, de maneira muito sutil, os aspectos mais assustadores do gênero.

    No entanto, mesmo assim, não deixa de contar uma história com uma carga dramática mais sinistra mesmo que seja posta de maneira leve, através de três mulheres que foram assassinadas séculos antes, e agora retornam como bruxas em busca da juventude eterna e imortalidade. Além disso, é um filme que recomendo também àqueles que estão à procura de um terror familiar mais aventuresco, já que o elemento de grupo de crianças corajosas, como Os Goonies, é muito forte.

    A Casa Monstro (2006)

    Alguns longas dessa lista, foram selecionados justamente por terem sido filmes verdadeiramente assustadores na minha infância, sendo A Casa Monstro um desses grandes destaques. Um filme que lembro exatamente da sensação horripilante no momento em que percebemos que a casa do vizinho do protagonista realmente está viva, e que o seu amigo quase é puxado para dentro.

    Certamente, uma das animações de Halloween mais assustadoras realizadas para um público infantil. Hoje, de um ponto de vista mais especializado, também afirmo que é um filme visualmente notável com um design de produção bem estilizado e extremamente bem dirigido, com um trabalho de câmera de tirar o chapéu. Além disso, nos passa uma sensação mais realista que O Estranho Mundo de Jack, já que é uma animação que utiliza captura de movimento para os personagens.

    Coraline e o Mundo Secreto (2009) 

    Coraline e o Mundo Secreto é um filme que marcou a vida de muita gente, e por que não continuar esse legado com os seus filhos neste Halloween? Com um estilo de animação em stop motion muito similar a O Estranho Mundo de Jack (afinal, as duas obras têm o mesmo diretor, Henry Selick), Coraline é uma pérola do terror familiar, que acompanha a história de uma garota que vai parar em uma dimensão paralela, onde os sonhos e os pesadelos se cruzam. Uma aventura fantástica e macabra, que emociona, mas também nos deixa com alguns arrepios no meio do caminho.

    Ainda comparando com O Estranho Mundo de Jack, é um filme que, ao adotar o ponto de vista de uma criança, a Coraline, para contar uma história que envolve costurar os seus próprios olhos para viver no mundo secreto, coloca o público infantil muito mais próximo da protagonista, comparado com o Jack Esqueleto. Dessa forma, a personagem age como uma espécie de projeção dos nossos medos infantis, compondo um filme que se comunica diretamente com a criançada. No entanto, também não deixa de ser uma animação para o público adulto, muito por conta da sua estética mais dark e os seus temas existenciais, que até lembram O Labirinto do Fauno.

    Frankenweenie (2012) 

    Continuando nessa onda de animações em stop motion (um estilo que já deu para perceber que concebe exímios filmes de terror para toda a família), chegamos a Frankenweenie, mais uma obra dirigida pelo mestre da fantasia gótica, Tim Burton, que na verdade é um remake de um curta-metragem homônimo live-action do autor. 

    Com uma história que tem como clara inspiração o clássico Frankenstein, o filme acompanha as consequências de um experimento de um garoto que traz seu cãozinho novamente à vida. É um longa que também traz temas existenciais (como a morte) e acompanha uma criança solitária, como em Coraline e o Mundo Secreto, mas se difere pelo seu estilo preto e branco e por apresentar um vasto leque de monstros assustadores. Na minha visão, é o filme da lista mais indicado às famílias que querem uma experiência visual e narrativa mais madura.

    Goosebumps: Monstros e Arrepios (2015)

    Para concluir, que tal continuarmos nessa vibe de monstros, mas dessa vez, com um filme de terror live-action protagonizado por Jack Black? Goosebumps: Monstros e Arrepios é um longa que nos mostra visualmente o poder imaginativo da literatura fantástica. Afinal, além do filme ser baseado na série de livros de terror infantil de R.L. Stine, traz o próprio autor (vivido por Jack Black) como um personagem, e as suas obras como portais que trazem os seus monstros para a vida real.

    Para quem, além dos elementos mais pavorosos, também está à procura de um filme com uma veia de aventura muito forte, como o próprio Os Caça-Fantasmas, garanto que não ficará desapontado. Sem contar o fato de que Jack Black rouba a cena com o papel principal, entregando sequências divertidíssimas, mas também amedrontadoras — já que interpreta um personagem não tão amigável quanto parece.

  • Do Terror ao Super-herói: Os Melhores Filmes e Séries de Evan Peters

    Do Terror ao Super-herói: Os Melhores Filmes e Séries de Evan Peters

    Fernanda Caseiro Talarico

    Fernanda Caseiro Talarico

    Editor JustWatch

    Das sombras distorcidas de American Horror Story aos traumas vibrantes de Mare of Easttown, Evan Peters consolidou-se como um dos atores mais versáteis e hipnóticos de sua geração. Um mestre em dar alma e complexidade a personagens à beira do abismo, Peters constrói uma filmografia tão diversa quanto impressionante — e ranquear as suas atuações é tanto um exercício de admiração quanto de descoberta dos muitos rostos de seu talento singular. 

    Vale dizer que, agora, Peters se joga em uma nova aventura em sua carreira: ele vive Julian Dillinger no novo Tron: Ares. Prepare-se para mergulhar no caos, no drama e na genialidade que definem as melhores obras deste camaleão da tela. 

    1. Tate Langdon in American Horror Story: Murder House – Série (2011)

    Quando Evan Peters deu vida a Tate Langdon em American Horror Story: Murder House, ele não interpretou um simples vilão — criou uma das figuras mais complexas e perturbadoras do terror televisivo. Tate é aquele garoto de moletom e olhar perdido que poderia ser o crush de qualquer um, mas carrega dentro de si uma escuridão profunda e traumática. Peters consegue o equilíbrio delicado entre a vulnerabilidade de um adolescente confuso e a frieza de um assassino fantasmagórico, fazendo com que o público oscile entre a compaixão e o horror.

    Sua atuação é repleta de nuances — como a maneira como ele alterna entre um olhar vazio durante a cena do massacre na escola e a doçura quase infantil ao interagir com Violet. Essa dualidade é o que torna Tate tão fascinante e assustador. Ele não é um monstro puro; é um produto de seu sofrimento, e Peters humaniza essa dor sem jamais justificar a violência. A todo o tempo, lembrei do filme Elefante, de Gus Van Sant, no qual acompanhamos os assassinos de Columbine. 

    Tate Langdon se tornou um ícone, e muito disso se deve à capacidade de Evan Peters de transmitir emoções contraditórias com autenticidade. Ele criou um personagem que permanece na memória não só pelos sustos, mas pela perturbadora sensação de que, em certos momentos, quase entendemos seus demônios — e isso, talvez, seja o mais aterrorizante de tudo. Por isso, acredito que esta seja sua melhor atuação, ao ser possível considerá-la impecável. 

    2. Detetive Colin Zabel, em Mare of Easttown – Série (2021) 

    Em meio às cinzas emocionais e ao clima denso de Mare of Easttown, a entrada de Evan Peters como o detetive Colin Zabel foi como um fôlego de ar puro; um contraponto necessário à aspereza de Kate Winslet. Diferente de muitos de seus personagens anteriores, Zabel não é um ser torturado ou excêntrico; é humano, genuíno e profundamente decente, e Peters o interpreta com uma sensibilidade rara e contida que cativa sem esforço. 

    Sua atuação aqui é um estudo em nuance. Zabel é um investigador competente, mas inseguro; ambicioso, mas ético; e nutre uma admiração quase tímida por Mare. Peters constrói essa complexidade não com gestos largos, mas com olhares, pausas e uma presença quieta que fala mais que discursos. 

    A química com Winslet é um dos alicerces da série. Eles são opostos que se complementam: ela, cética e fechada; ele, esperançoso e aberto. Juntos, formam uma dupla que transcende o profissional – é humana, frágil e comovente. A série tem uma vibe Objetos Cortantes, e é uma boa pedida para quem é fã.

    Uma atuação sóbria, bastante diferente do que vemos em AHS, emocionalmente ressonante e inesquecível que mostrou a maturidade artística de Evan Peters. Zabel pode não ter tido o tempo que merecia, mas Peters fez cada segundo valer. 

    3. Kyle Spencer em American Horror Story: Coven – Série (2013)

    Se em Murder House Evan Peters foi a escuridão humana personificada, em American Horror Story: Coven ele surge como uma figura tragicamente despedaçada, literalmente reconstruída — e é justamente nessa reconstrução que o ator mostra sua versatilidade. Kyle Spencer começa como uma vítima, um jovem abusado pela própria mãe, e termina como um ser híbrido — parte zumbi, parte assombração, completamente perdido.

    O que mais impressiona na atuação de Peters é que, com pouquíssimas falas, ele consegue transmitir uma dor profunda e uma confusão existencial quase palpável. Seus olhos expressam o que as palavras não conseguem — o desespero de quem foi violentado na vida e na morte, e agora existe num limbo entre a humanidade e a monstruosidade. A cena em que ele chora no chuveiro, tentando limpar uma sujeira que não é só do corpo, mas da alma, é uma das mais emocionantes — e perturbadoras — da temporada.

    Sua relação com Zoe (Taissa Farmiga) adiciona camadas ao personagem. Kyle não é um monstro — é um menino quebrado tentando se lembrar do que era sentir, amar, existir. Peters traz uma vulnerabilidade crua que contrasta fortemente com a violência que, vez ou outra, explode de forma fragmentada e inconsciente.

    Apesar de não ser o personagem mais central de Coven, Kyle Spencer permanece como um símbolo de resiliência silenciosa — e Evan Peters prova, mais uma vez, que mesmo com limites narrativos, ele consegue criar figuras inesquecíveis. Quem acompanha sua trajetória em AHS reconhece: de Tate a Kyle, Peters não repete personagens — ele explora abismos.

    4. Jeffrey Dahmer, em Dahmer: Um Canibal Americano – Série (2022) 

    Evan Peters entregou em Dahmer não somente uma atuação, mas uma imersão perturbadora na psique de um dos assassinos mais notórios da América. Sua atuação vai muito além da imitação física: é um mergulho profundo no vazio existencial de Jeffrey Dahmer, construído por nuances assustadoramente precisas. Se você gosta de true crimes, como o atual Monstro: A História de Ed Gein, essa é uma boa opção. 

    O que mais choca na interpretação de Peters é como ele consegue transmitir a banalidade do mal em seus momentos mais cotidianos. Seus olhares vazios, a postura encolhida, a voz quase sussurrada: tudo contribui para criar uma presença que é ao mesmo tempo, repulsiva e hipnoticamente cativante. Esta não é uma atuação que busca a simpatia do público, mas sim compreender o incompreensível.

    Particularmente geniais são as cenas em que Peters mostra a duplicidade de Dahmer: o contraste entre o homem aparentemente tímido e desajeitado e o monstro metódico que emerge na solidão de seu apartamento. 

    No entanto, a série em si peca ao, por vezes, romantizar o horror real. Enquanto Peters entrega uma atuação tecnicamente impecável, a narrativa ocasionalmente estetiza demais a violência, levantando questões éticas sobre até que ponto devemos explorar o sofrimento de famílias reais. Por esse motivo, não coloco esta atuação como a melhor da lista, pois a série em si não ajuda. As temporadas com Peters de American Horror Story, por exemplo, são mais palatáveis e tão bem atuadas quanto.

    Uma atuação corajosa e incomodamente brilhante que confirma Peters como um dos atores mais ousados de sua geração, mesmo quando o material à sua volta nem sempre está à altura de seu talento.

    5. Dwight Chapin, em Elvis & Nixon – filme (2016)

    Em Elvis & Nixon, Evan Peters assume o papel de Dwight Chapin, assessor presidencial, e demonstra uma faceta notavelmente contida e sutil de seu talento. Longe da intensidade perturbadora de seus personagens em American Horror Story, Peters aqui é a voz da razão em meio ao caos, interpretando o homem nos bastidores do lendário encontro entre o Rei do Rock e o Presidente dos Estados Unidos.

    Chapin é o equilíbrio perfeito entre a lealdade institucional e o completo desconcerto perante a situação surreal que se desenrola diante de seus olhos. Peters captura com precisão a exasperação discreta, os olhares laterais cheios de incredulidade e a postura profissional que não consegue esconder uma certa fascinação pelo absurdo. Ele não precisa de falas marcantes ou momentos de grande drama – sua atuação está nos gestos mínimos, nas pausas e na expressão corporal de quem tenta, em vão, manter a normalidade em um dia que está longe de ser normal.

    É uma atuação que celebra a sutileza e prova que Peters é um ator de grande versatilidade, capaz de brilhar mesmo quando não está no centro das atenções. Sua interpretação serve como o ponto de ancoragem para o público, representando a nossa própria perplexidade diante de um episódio histórico tão peculiar.

    6. Warren Lipka, em American Animals – filme (2018)

    Em American Animals, Evan Peters afasta-se do sobrenatural e do psicológico extremo de AHS e Mare of Easttown, para mergulhar num papel tão real quanto tragicômico: o de Warren Lipka, um dos jovens que orquestrou um dos roubos mais absurdos e improváveis da história americana — o furto de obras raras de uma biblioteca universitária.

    Diferente de personagens como Kai Anderson ou Tate Langdon, Warren não é um vilão carismático nem um anti-herói sombrio; ele é, acima de tudo, um garoto perdido tentando ser grande. Peters captura com precisão dolorosa a ansiedade disfarçada de confiança, a ânsia por significado em uma vida que parece medíocre demais. 

    A genialidade de Peters aqui está na humanização do fracasso. Warren não é um gênio do crime: é um jovem influenciável, impulsivo e, no fundo, aterrorizado com a possibilidade de ser comum. Peters não tem receio de parecer frágil, ridículo ou covarde; e é justamente essa vulnerabilidade que torna Warren tão catártico e, de certa forma, trágico.

    Uma atuação contida, realista e emocionalmente complexa que comprova a versatilidade de Evan Peters para além do horror e do fantástico. Warren Lipka pode não ter saído vitorioso de sua empreitada criminosa, mas Peters saiu — mais uma vez — triunfante.

    7. Mercúrio, em X-Men: Dias de um Futuro Esquecido – filme  (2014)

    Em um filme repleto de mutantes icônicos e uma trama apocalíptica, Evan Peters surgiu como um raio de energia pura — literalmente — e entregou a cena mais memorável não somente de X-Men: Dias de um Futuro Esquecido, mas de toda a série X-Men. Seu Mercúrio não era somente um personagem rápido; era a personificação do caos divertido, da irreverência e de um talento único para transformar o caos em coreografia. Um filme que pode ser uma boa opção para quem gostou de The Flash. 

    A sequência no laboratório de Xavier, com "Time in a Bottle" de Jim Croce tocando ao fundo, é antológica. Enquanto balas e estilhaços congelam no ar, Peters desliza entre eles com a facilidade de quem está numa tarde descontraída — comendo salgadinhos, ajustando óculos e fazendo caretas. Essa cena não mostrou somente supervelocidade; mostrou personalidade, e Peters soube transmitir com perfeição o tédio divertido de um adolescente que enxerga o mundo em ritmo de tartaruga.

    Uma atuação eletrizante e icônica que redefiniu o Quicksilver no imaginário popular e garantiu a Peters um lugar cativo no coração dos fãs. Se em WandaVision sua participação foi polêmica, aqui ela foi perfeita — e provou que, às vezes, o herói de que todo mundo gosta não é o mais poderoso, mas aquele que torna o fim do mundo um pouco mais divertido.

    8. American Horror Story: Cult – Série (2017) 

    Se em temporadas anteriores de AHS Evan Peters já havia explorado a loucura, a dor e o sobrenatural, em Cult ele mergulhou de cabeça no terror psicológico e político – e entregou a performance mais arriscada e eletrizante de sua carreira. Se você gosta do Coringa de Joaquin Phoenix, vai adorar Kai Anderson. Ele não é um vilão sobrenatural; é um produto do medo americano, um manipulador carismático que usa o desespero e a divisão social como armas.

    Peters não somente interpreta Kai: ele o habita com uma intensidade quase desconfortável. Desde o discurso inflamado diante do espelho até os momentos de vulnerabilidade estratégica, cada gesto, cada olhar, cada pausa é calculada para seduzir ou intimidar. Seu domínio sobre as emoções da audiência, dentro e fora da tela, é assustadoramente convincente. 

    O que torna Kai tão memorável e perturbador é que ele é, de certa forma, um reflexo distorcido de figuras reais. Peters não cai na caricatura; ele constrói um homem frágil por trás da fachada de líder, alguém que alimenta suas inseguranças transformando-as em ódio. Sua relação com a irmã, Winter (interpretada por Billie Lourd), adiciona camadas de complexidade psicológica, mostrando laços afetivos doentes que alimentam sua ascensão.

    A temporada Cult vive e morre pela atuação de Peters, e ele entrega tudo: do humor ácido à frieza assassina, da retórica inflamada ao desespero silencioso. Uma atuação arrojada, polarizadora e tecnicamente brilhante. 

    9. Todd, em Kick-Ass – filme (2011)

    Quando falamos de Kick-Ass, os holofotes naturalmente se voltam para Hit-Girl e Big Daddy, mas é justo dizer que Todd, vivido por um Evan Peters ainda em ascensão, foi uma das surpresas mais saborosas do filme. Em meio a um elenco repleto de personagens excêntricos e violentos, Todd surgiu como a representação perfeita do fã de quadrinhos transformado em vigilante amador. Amo a vibe Scott Pilgrim aqui, de uma obra saída diretamente dos quadrinhos. 

    Sua atuação é um estudo de economia cômica: com poucas falas e uma expressão corporal que mistura entusiasmo desajeitado e medo visível, Peters constrói um personagem que é, acima de tudo, genuinamente humano em um mundo de super-heróis e gângsteres caricatos. A cena em que ele aparece com seu traje caseiro de "Ass-Kicker", tentando parecer perigoso mas claramente aterrorizado, é uma sátira perfeita da fantasia do vigilante comum – e Peters entrega cada momento com um timing impecável que antevia o talento cômico que exploraria mais tarde em American Horror Story e Mare of Easttown.

    Uma atuação curta, porém memorável que demonstra o talento de Peters para roubar cenas mesmo com pouco tempo de tela. Todd pode não ter sobrevivido ao primeiro encontro com gangsters, mas sua presença cômica e humana permanece como uma das joias escondidas de Kick-Ass.

    Para quem gostou de Todd, recomendo: as atuações cômicas de Peters em American Horror Story: Cult, e o tom satírico de The Boys.

    10. Falso Mercúrio, em WandaVision – série (2021)

    Aqui foi somente uma participação, mas lembro até hoje do surto que foi quando Evan Peters apareceu como Mercúrio em WandaVision. Foi um terremoto criativo que deixou fãs e teorias em frangalhos. Em uma das escolhas de elenco mais ousadas e meta da história recente da televisão, Peters não reprisou seu Mercúrio dos filmes X-Men, mas interpretou uma versão sátira e enganosa do personagem – um ator chamado Ralph Bohner, controlado pela feiticeira Agatha Harkness.

    A atuação de Peters aqui é puro deleite irônico. Ele empresta o visual, a postura descolada e o charme do Peter Maximoff de X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido, mas com uma pitada de humor ácido e absurdo que só WandaVision poderia entregar. Cada cena em que ele aparece é uma quebra da quarta parede ambulante – um aceno para os fãs que esperavam uma ligação entre os universos cinematográficos da Marvel e da Fox. Dá a impressão, pelo menos no começo, de estar assistindo a um Twin Peaks da Marvel. 

    No entanto, o que poderia ter sido uma celebração do multiverso tornou-se, para muitos, uma decepção calculada. A revelação de que ele não era o verdadeiro Pietro, mas sim um fantoche de Agatha – e ainda por cima com o nome engraçadinho "Ralph Bohner" – foi recebida com reações divididas: alguns acharam genial, outros, uma zombaria cruel com as expectativas do público.

  • ‘Caramelo’ e Outros 9 Filmes Fofos Em Que o Cachorro Não Morre

    ‘Caramelo’ e Outros 9 Filmes Fofos Em Que o Cachorro Não Morre

    Beatriz Coutinho

    Beatriz Coutinho

    Editor JustWatch

    Com o lançamento de Caramelo, que não só está no Top 5 filmes mais assistidos do JustWatch Streaming Charts, como também alcançou o Top 3 filmes mais vistos do mundo na Netflix recentemente, o cinema brasileiro finalmente ganhou um representante no universo das histórias de amizade entre humanos e cachorros. O longa nacional celebra a conexão especial entre pessoas e animais de forma divertida e emocionante, assim como outros grandes filmes parecidos — com uma grande vantagem: aqui o cachorro não morre no final!

    De clássicos atemporais da Disney até aventuras modernas, nesta lista da JustWatch você descobre tudo sobre Caramelo e outros 9 filmes fofos de cachorro (em que os animais não morrem no final) e em quais serviços de streaming assisti-los.

    Caramelo (2025)

    Entre tantos filmes de cachorro já produzidos na história do cinema, faltava algum longa que acrescentasse um toque de brasilidade nessa temática e é justamente isso que você encontrará em Caramelo. Lançamento recente da Netflix, aqui acompanhamos a vida do chef de cozinha Pedro (Rafael Vitti) mudando radicalmente depois que ele adota um cãozinho vira-lata nomeado carinhosamente de Caramelo. Quando uma notícia ruim sobre a saúde de Pedro chega de forma inesperada, é no “doguinho” bagunceiro que o jovem se apoia.

    Caramelo tem uma pegada de Sempre Ao Seu Lado, mas como prometido, o cachorro não morre — o que não é garantia de que a história é à prova de lágrimas. A relação entre Pedro e Caramelo é tão divertida e profunda que fica impossível não se emocionar, especialmente se você tem um animal de estimação. Apesar dos momentos tristes que servem para mostrar uma bonita lição sobre aproveitar a vida, já que ela é uma só, o filme se mantém alegre e bastante colorido na maior parte do tempo, funcionando como um verdadeiro abraço em dias difíceis. Caramelo é um grande acerto, que ainda traz toda uma familiaridade brasileira deliciosa, pois só um país como o nosso poderia nomear um filme dessa forma, principalmente por enaltecer o vira-lata. 

    101 Dálmatas (1961)

    Se você acha que o Caramelo do Pedro é muito bagunceiro durante o filme, é porque nunca assistiu 101 Dálmatas, um dos filmes mais adoráveis e inesquecíveis já produzidos pela Disney. A animação acompanha Pongo e Prenda, um casal de dálmatas que vive tranquilo com seus donos, até que seus filhotes são sequestrados pela excêntrica Cruella de Vil, uma vilã obcecada por casados de pele de animais. Determinados a resgatá-los, os cachorros embarcam em uma jornada cheia de coragem e solidariedade.

    Mais de seis décadas depois de seu lançamento, 101 Dálmatas continua sendo um clássico, e parte de seu charme irresistível está no processo de criação da animação, feita quase inteiramente à mão por diversos artistas. Combinando suspense, humor e ternura, o filme equilibra o olhar inocente e brincalhão dos filhotes com a preocupação dos papais cães, transportando o público para um universo de pura fantasia, em que os animais conversam entre si e se ajudam. O filme é ideal para crianças que curtiram produções semelhantes como Patrulha Canina: Um filme Superpoderoso, e vale lembrar que o longa já ganhou versões live-action como Os 101 Dálmatas e Cruella.

    Ilha dos Cachorros (2018)

    Se animações como 101 Dálmatas são apenas mais um dia comum para a Disney, Ilha dos Cachorros é, ao lado de O Fantástico Sr. Raposo, uma das obras mais únicas de Wes Anderson. O filme combina o perfeccionismo típico do famoso diretor com uma história de afeto e lealdade contada do ponto de vista canino. Ambientado em um Japão distópico, o longa acompanha o jovem Atari, que parte em busca de seu cachorro Spots depois que todos os cães da cidade são banidos para uma ilha repleta de lixo— decisão tomada pelo corrupto prefeito Kobayashi. Lá, o garoto encontra uma matilha de vira-latas que o ajuda em sua jornada, misturando aventura e um olhar encantado muito especial.

    Com uma belíssima animação em stop motion muito bem construída, cada cena de Ilha dos Cachorros nos dá a impressão de estar diante de uma obra de arte. E o longa ainda vai muito além da parte estética, sendo bastante sensível e utilizando os cachorros e a situação deles como um artifício para propor uma reflexão sobre preconceito e selvageria, em uma fábula universal sobre empatia e comunidade. Se você adora uma histórica excêntrica e delicada, capaz de arrancar suspiros e até mesmo uma lágrima ou outra, mas sem recorrer à tragédias, vai adorar o filme.

    A Incrível Jornada (1992)

    Um daqueles clássicos filmes de família, A Incrível Jornada é uma produção simples, mas que surpreende por ter envelhecido muito bem. Baseado no livro de Sheila Burnford, o longa acompanha um dois cachorros e uma gata confusos com o fato de seus donos terem desaparecido — o que eles não sabem, mas o público sim, é que a família está apenas viajando de férias. Assim, o trio curioso decide atravessar muitos quilômetros de floresta para encontrar cada membro dessa família.

    O ponto forte de A Incrível Jornada é o equilíbrio perfeito entre aventura e afeto, que permite que cada pessoa assistindo se conecte com a jornada dos três companheiros, que têm personalidades diferentes e engraçadas de acompanhar: enquanto um dos cachorros é jovem e sem experiência, o outro é mais velho e esperto, enquanto a gatinha é um tanto esnobe, mas ainda mais inteligente. Divertido e leve, o filme aborda a importância do trabalho em equipe e emociona ao nos fazer pensar o que é que nossos bichinhos sentem quando os deixamos sozinhos em casa — perfeito para quem curtiu uma produção mais recente como A Caminho de Casa.

    Pets: A Vida Secreta dos Bichos (2016)

    Pets: A Vida Secreta dos Bichos traz uma premissa parecida com a de A Incrível Jornada, mas com um toque diferente. Se no filme dos anos 1990 os bichinhos de estimação ficaram curiosos com a ausência dos donos, aqui acompanhamos o que cachorros, gatos e outros animais fazem sozinhos em casa quando seus donos estão longe. O filme apresenta Max, um cão acostumado à rotina perfeita de sua dona, cuja vida vira de cabeça para baixo quando ela adota um novo cachorro, Duke, com quem ele precisa dividir o lar.

    Colorido e vibrante, Pets é uma aventura que combina humor com ação frenética, mostrando com precisão os pequenos traços de comportamento que só quem convive com animais consegue reconhecer: a curiosidade, o ciúme, a lealdade, entre outros. Apesar de ser um pouquinho previsível, o filme é muito divertido e transforma Nova York em um verdadeiro playground para bichos, mostrando também o dia a dia com um toque de loucura que alimenta a imaginação de qualquer dono de pet — especialmente gatos laranjas e cachorros caramelos. 

    Bolt - Supercão (2008)

    Com uma energia parecida com a de Buzz Lightyear em Toy Story, Bolt - Supercão é uma história fofíssima sobre o cachorrinho Bolt, uma verdadeira estrela de TV, que participa de uma série na qual seu personagem tem superpoderes, acreditando que tudo é real. Quando ele se perde do set de gravações, precisa atravessar o país para reencontrar sua dona, Penny, a protagonista do programa. Ao longo de uma jornada divertida, mas também repleta de perigos de descobertas, Bolt descobre que sua “superforça” é, na verdade, muito mais sobre coragem do que sobre habilidades extraordinárias.

    Explorando a ingenuidade e a determinação de Bolt, o filme mistura aventura e humor de forma animada, mas também bastante sensível. Assim como Pets: A Vida Secreta dos Bichos, a produção dá voz aos animais e nos faz enxergar o mundo do ponto de vista deles de forma fantástica, embora aqui a jornada esteja centrada em praticamente apenas um personagem, por mais que o cãozinho faça amigos pelo caminho. Ideal para crianças e famílias, o filme combina risadas com uma mensagem fofa sobre lealdade e autoconfiança.

    Togo (2019)

    Togo é um daqueles filmes que provam como a lealdade e a coragem de um cachorro podem ser mais comoventes do que muitas aventuras humanas. Baseado em uma história real, o longa conta a história de Leonhard Seppala, muito bem interpretado por Willem Dafoe, e seu husky siberiano Togo. A jornada, inicialmente atrapalhada, se engrandece no momento em que eles partem juntos por uma expedição épica e perigosa pelas nevascas do Alasca em 1925, quando uma epidemia vinha ameaçando uma cidade isolada do resto do mundo.

    O que torna Togo tão especial é a maneira como o filme equilibra o drama e a ternura já esperados desse tipo de produção. Aqui, a narrativa é visualmente deslumbrante e cada desafio, rajada de vento e passo na neve traduzem o vínculo inquebrável entre homem e animal. As expressões quase humanas do cachorro que faz Togo tornam a produção ainda mais emocionante, e é impossível não se sensibilizar por essa história de superação e amizade, na qual o grande herói tem quatro patas e um coração indomável — é o longa perfeito para quem ama O Chamado da Floresta.

    A Dama e o Vagabundo (1955)

    Assim como 101 Dálmatas, A Dama e o Vagabundo também é um clássico da Disney e dos filmes de cachorro, mas essa aventura romântica tem um quê de Pets: A Vida Secreta dos Bichos. A animação acompanha a elegante cadelinha Dama e o vira-lata Vagabundo em uma história de amor improvável. Com momentos encantadores e divertidos, eles nos fazem imaginar como seria a vida social dos cachorros, como a icônica cena do beijinho deles comendo macarrão em um encontro à luz de velas.

    No entanto, o charme do filme vai além disso, com a animação combinando traços delicados e detalhados com uma narrativa que valoriza a personalidade e o sentimento de cada animal, dando a eles uma humanidade que cativa instantâneamente — de forma parecida com o que vemos em Aristogatas, lançado alguns anos depois. A trilha sonora é super divertida e personagens coadjuvantes como Joca, Trusty e outros complementam a experiência. Perfeito para todas as idades, essa é mais uma história atemporal que usa os animais para provocar um quentinho no coração e traz mais um vira-lata amável. 

    O Resgate de Ruby (2022)

    Lançado em 2022, O Resgate de Ruby é como uma versão mais colorida de Togo, já que aqui não estamos no Alasca, mas temos um cão bagunceiro com uma história bastante emocionante. Adotada e devolvida para um abrigo por sete vezes, Ruby é uma cadela determinada e divertida, que se torna a melhor amiga de Daniel O’Neil, cuja personalidade é um verdadeiro espelho da cachorrinha, o que faz com que ele seja bastante desacreditado em seu trabalho. Juntos, eles provarão para o mundo como podem fazer parte da equipe de busca e salvamento K9, superando muitos desafios juntos.

    É impossível assistir ao longa sem lembrar de K-9 - Um Policial Bom pra Cachorro, embora o filme seja mais fofo do que uma comédia propriamente dita. Mesmo quando o roteiro apresenta dificuldades no caminho dela e de O’Neil, não precisa acrescentar drama em excesso ou momentos tristes para finalizar a obra. Ideal para famílias, O Resgate de Ruby carrega uma energia de filme Sessão da Tarde, como A Incrível Jornada, mas com um foco mais heroico e menos fantasioso, reforçando a coragem e a inteligência do melhor amigo do homem.

    Dog - A Aventura de Uma Vida (2022)

    Com uma temática semelhante a de O Resgate de Ruby, Dog - A Aventura de Uma Vida é estrelado e co-dirigido pelo ator Channing Tatum e mostra a improvável jornada de um ex-soldado e uma cadela militar chamada Lulu, enquanto eles viajam juntos até o funeral do antigo dono dela. O que começa como uma missão cheia de relutância, aos poucos se transforma em uma viagem emocionante sobre cura, companheirismo e a capacidade que os cães têm de mudar nossa vida.

    Assim como Caramelo, Dog - A Aventura de Uma Vida se apoia em mostrar as pequenas interações e a conexão cada vez mais forte de Jackson, o personagem de Tatum, e Lulu. O filme equilibra momentos engraçados e tocantes, mostrando como ambos se ajudam a superar traumas ao longo de uma história imperfeita como a vida real, mas muito sensível. É um clichê? Sim, mas quem disse que isso é ruim, não é mesmo? Mesmo nos momentos mais tensos, o filme entrega carisma e esperança, e certamente merece uma chance.

  • As Melhores Séries de Ficção Científica dos Últimos 5 Anos e Onde Assistir a Elas

    As Melhores Séries de Ficção Científica dos Últimos 5 Anos e Onde Assistir a Elas

    Beatriz Coutinho

    Beatriz Coutinho

    Editor JustWatch

    São tempos de fartura para os fãs de ficção científica. Desde o início dos anos 2020 o gênero recebeu diversas boas novas histórias que abordam os mais variados subtemas, desde universos pós-apocalípticos até realidades paralelas, passando também por vida extraterrestre e distopias tecnológicas, oferecendo narrativas que vão além do entretenimento e trazendo questionamentos profundos sobre a sociedade e o futuro dela.

    Só em 2025, lançamentos como a 2ª temporada de Ruptura e Andor, a 3ª temporada de Fundação e a estreia de Diários de Um Robô Assassino, já mostraram como o gênero segue firme e forte entre os mais queridos do público, indo desde ideias originais, até adaptações literárias e histórias que tragam mais contexto para narrativas cultuadas na cultura pop.

    Neste guia da JustWatch você confere quais são as melhores séries de ficção científica dos últimos cinco anos e em quais plataformas de streaming assistir a elas.

    O Eternauta (2025)

    Baseada na icônica história em quadrinhos argentina criada por Héctor Germán Oesterheld e Francisco Solano López, O Eternauta é uma série de ficção científica que foi aguardada com empolgação no início de 2025, e com razão. A trama começa com uma misteriosa nevasca cobrindo Buenos Aires, mas o que parece um fenômeno natural logo se revela como uma arma mortal de origem alienígena. Em meio ao caos, Juan Salvo (Ricardo Darín) e um grupo de sobreviventes tentam resistir à invasão, enquanto procuram entender o que realmente está acontecendo.

    Mais do que uma simples história de sobrevivência, O Eternauta é uma poderosa metáfora sobre resistência, coletividade e esperança diante da opressão, que remete às dificuldades e traumas que a Ditadura Militar Argentina deixou no país sul-americano. A ambientação única da história e seu peso histórico fazem dela uma produção imperdível para quem gosta de acompanhar narrativas de ficção científica profundamente humanas, além de lembrar a série, The Last of Us.

    O Problema dos 3 Corpos (2024)

    Adaptação da trilogia de livros homônima do autor Cixin Liu, O Problema dos 3 Corpos traz como questão central uma temática clássica da ficção científica: vida extraterrestre. Nesta série, um grupo de diferentes profissionais obtém sucesso ao tentar se comunicar com possíveis formas de vida fora do planeta, mas eles não esperavam que quem responderia a esse chamado inocente seria uma civilização com objetivos que ameaçam a Terra de forma perigosa.

    Combinando mistério, física e dilemas morais em uma escala épica, O Problema dos 3 Corpos trás uma série de questionamentos existenciais ao mostrar como um único ato muda o destino da Terra. Perfeita para quem gostou de produções como The Expanse, a série tem um ritmo um pouco lento, mas recompensa o público com ideias profundas e visuais impressionantes, indo além do entretenimento. Também vale a pena conferir a versão chinesa da série, Three Body, que contém mais episódios e acompanha os acontecimentos do primeiro livro da trilogia mais à risca.

    Matéria Escura (2024)

    Enquanto O Problema dos 3 Corpos traz um “e se?” relacionado a um planeta inteiro, a série Matéria Escura, baseada no famoso livro de mesmo nome escrito por Blake Crouch, mostra um “e se” focado em apenas uma pessoa, que mesmo sendo individual, traz consequências grandiosas. Ao longo dos episódios, conhecemos o astrofísico Jason Dessen (Joel Edgerton), que estuda matéria escura em seu emprego e vive uma boa vida ao lado de sua esposa e seu filho, até o momento em que é sequestrado por uma versão de si mesmo.

    A série combina drama familiar e ficção científica ao brincar com a física e mostrar Jason visitando realidades paralelas à sua, nas quais ele verá muitas das vidas e experiências, boas e ruins, que poderia ter vivido… Mas em qual delas ele escolherá ficar? Se você foi um fã fervoroso de Dark entre 2017 e 2020 e sente falta de uma série que use ficção científica para abordar vários elementos desse tema de forma emocionante, acabamos de resolver esse problema. Trazendo a questão do multiverso como seu assunto central, Matéria Escura entrega uma história que impressiona e a 2ª temporada já foi confirmada.

    Silo (2023)

    Baseada na trilogia homônima escrita por Hugh Howey, Silo é uma série de ficção científica e drama que oferece uma visão sombria sobre um futuro distópico, e que tem um escopo maior que Matéria Escura, focando em uma história mais coletiva e oferecendo um mundo completo com suas próprias regras. Nesta história pós-apocalíptica com um toque steampunk, os últimos 10 mil sobreviventes da Terra vivem em um profundo silo subterrâneo, sendo guiados por regras rígidas e um sistema hierárquico que não só dita quem pode saber o quê, como parece tirar vantagem de trabalhadores.

    Assim como Admirável Mundo Novo e Expresso do Amanhã, Silo combina tensão constante com narrativas de mistério, conspiração e regimes autoritários que exploram pessoas inocentes. Ao longo da série, a atriz Rebecca Ferguson impressiona como Juliette, uma engenheira determinada, que mesmo tendo consciência de que investigações anteriores levaram à duras consequências, quer descobrir a verdade por trás de uma série de mortes misteriosas — quando acaba encontrando respostas assustadoras sobre o mundo fora do silo.   É mistério atrás de mistério, ou seja, difícil parar de assistir. 

    Fallout (2024)

    Baseada em um famoso jogo de videogame, Fallout tem uma premissa bastante parecida com a de Silo, mas com uma pegada retrofuturista, que explora o mundo selvagem fora dos locais teoricamente seguros de um mundo distópico. Nesta série, o avanço tecnológico da 2ª Guerra Mundial trouxe consequências que levaram a um apocalipse nuclear. Duzentos anos depois deste colapso, as pessoas ricas que fugiram para luxuosos abrigos chamados de Safehouse são obrigadas a deixar estes bunkers e encarar uma realidade repleta de radiação e violência. 

    Como espectador, você entenderá mais sobre a história acompanhando três personagens principais: Lucy (Ella Purnell), moradora de uma Safehouse; Maximus (Aaron Moten), jovem soldado de uma facção paramilitar; e The Ghoul (Walton Goggins), um caçador de recompensas. Cada um deles apresenta um ponto de vista diferente sobre como lidar com dilemas morais e a própria sobrevivência em situações tão extremas. A série mistura humor e ficção científica em uma trama envolvente, lembrando produções como The 100 e Westworld.

    Diários de um Robô-Assassino (2025)

    Se você prefere histórias mais tecnológicas, ao invés de mundos distópicos como os de Silo e Fallout, quando o assunto é ficção científica, vai adorar Diários de Robô-Assassino, que traz uma premissa parecida, mas melhor desenvolvida do filme Free Guy. A produção une ficção científica e humor para apresentar Murderbot (Alexander Skarsgård), um andróide programado para proteger humanos que hackeia o sistema de sua própria consciência e se torna “livre”.

    Equilibrando ação com uma jornada de descoberta pessoal bastante curiosa e emocionante, a série apresenta mais do protagonista com muito humor, mostrando seus dilemas robóticos, que consistem em passar o tempo assistindo novelas futuristas e questionando o propósito da vida, mas também ressaltando que grandes poderes que vêm com grandes responsabilidades: livre arbítrio e empatia. Com diálogos inteligentes, Diários de um Robô-Assassino explora de forma criativa a relação entre humanos e máquinas, abordando questões sobre autonomia, identidade e moralidade. Com um leve toque de drama e muito sarcasmo, a série fará você refletir com seus personagens cativantes.

    Fundação (2021)

    Se você quer assistir reflexões mais profundas que as de Diários de um Robô-Assassino, carregadas por política e filosofia, precisa conhecer Fundação, série baseada nos livros de Isaac Asimov, que é uma das mais clássicas e respeitadas obras da ficção científica. Nesta adaptação, o matemático Hari Seldon (Jared Harris) prevê a queda do Império Galáctico e o início de 30 mil anos de caos. Determinado a reduzir os danos desse colapso perigoso, ele cria um plano que se estende por gerações, envolvendo personagens em jornadas repletas de intrigas políticas, estratégias e descobertas surpreendentes —  para o bem e para o mal.

    Apesar de ter algumas diferenças entre a material original e adaptação, a série cumpre com a responsabilidade que tinha em mãos, passando para a tela uma história grandiosa, que mostra a importância das pessoas que lutam pela liberdade diante de regimes opressores. Os livros de Asimov são um marco no gênero, obras imperdíveis para quem curte histórias de escala épica e personagens bem construídos, além de terem servido como inspiração para diversas outras grandes produções, incluindo Star Wars e Duna, o que torna Fundação uma série obrigatória para os fãs dessas histórias.

    Cyberpunk: Mercenários (2022)

    Desta vez temos mais uma adaptação de videogame. Cyberpunk: Mercenários é uma série baseada no mundo do jogo Cyberpunk 2077, um famoso RPG situado em Night City, cidade em que tecnologia avançada e desigualdade andam de mãos dadas, favorecendo desde modificações corporais até o surgimento de hackers e corrupção em meio a letreiros neon. Ao longo dos episódios, acompanhamos David Martinez, um estudante habilidoso que toma a difícil decisão de se tornar mercenário para conseguir sobreviver.

    A série se destaca por sua atmosfera imersiva, que combina ação intensa com reflexões sobre o impacto da tecnologia na sociedade, lembrando a mesma energia de Fallout, mas com uma abordagem mais urbana e futurista. Cyberpunk: Mercenários é perfeita para fãs de animação adulta e não requer que o público conheça o jogo na qual ela é baseada para curtir a história. Na mesma pegada de Arcane e Cowboy Bebop, o ponto forte do anime é a experiência visual e narrativa impressionantes que ele oferece, o que chama a atenção entre outras produções recentes de ficção científica.

    Planeta dos Abutres (2023)

    Com enredo inspirado no curta-metragem Scavengers, a série animada Planeta do Abutres traz a clássica temática espacial ligada ao gênero ficção científica, com um toque de terror. A trama acompanha a tripulação do cargueiro Demeter, que vai parar no desconhecido planeta Vesta após uma grande explosão solar. Inicialmente belo, o local esconde diversos perigos, e à medida que o grupo tenta entender como sair dali, cada integrante passa a refletir sobre o impacto deste novo lar em si mesmo.

    A animação oferece uma construção de mundo impressionante, com o planeta Vesta revelando aos poucos seus ecossistemas e biologia complexos, que por si só já dão um show à parte — se você é fã de Planeta Selvagem ou Nausicaä do Vale do Vento, precisa dar uma chance. Os detalhes visuais e o desenvolvimento de personagens, lembram Cyberpunk: Mercenários, mas aqui o foco é mais aventureiro e menos urbano, sendo ideal para quem gosta de ficção científica voltada para a exploração espacial que apresenta os desafios pessoais e coletivos de sobreviver em meio ao desconhecido.

    Andor (2022)

    A série Andor é uma prequela que se passa cinco anos antes do filme Rogue One: Uma História Star Wars, mergulhando na trajetória inicial de Cassian Andor (Diego Luna) como espião e herói da Aliança Rebelde. Quando ainda não fazia ideia de qual era seu destino, ele embarca em uma jornada acompanhado do andróide K-2S0 (Alan Tudyk) após uma descoberta sombria: a dimensão e o poder do regime totalitário do Império. Não espere ver muitos sabres de luz ou truques mentais aqui, o que não é um demérito e nem mesmo faz falta, pois o tom de thriller político assume a história e entrega algo surpreendente.

    Unindo ficção científica, espionagem política e suspense em um universo amado por milhares de fãs, Andor mostra não só o começo da trajetória do piloto, agente de inteligência da Aliança Rebelde e líder da Rogue One, mas também o impacto de um regime autoritário no dia a dia das pessoas e como pequenos atos de coragem podem mudar uma sociedade inteira. Entregando uma narrativa complexa, atuações impecáveis e um roteiro coerente do início ao fim, que equilibra a coletividade de Fundação com a tensão de Silo, a série reflete nos dias atuais, sendo capaz de causar um grande impacto positivo — além de ser ideal para quem curtiu Altered Carbon e Chernobyl.

    Ruptura (2022)

    Quais são os limites de lidar com a memória e a mente de alguém? Como um grande episódio de Black Mirror e mais atual do que nunca, Ruptura mostra como os funcionários de uma empresa misteriosa aceitam participar de um procedimento experimental no qual suas memórias pessoais são apagadas no trabalho e as do trabalho esquecidas assim que pisam fora dele. Afinal de contas, qual o problema de querer esquecer a vida pessoal para focar na carreira ou não pensar em trabalho ao chegar em casa?

    No entanto, o que inicialmente parece uma ótima ideia, aos poucos se torna perigoso, revelando uma teia de segredos. Com atuações incríveis e críticas inteligentes à sociedade atual, Ruptura merece toda a sua popularidade pela forma dura como explora vigilância, privacidade e os limites (ou a falta deles) do controle de grandes corporações sobre seus funcionários. Com atuações impactantes e reviravoltas bem construídas, a série é ainda mais intimista e claustrofóbica que Andor ou Fundação, fazendo o público refletir sobre futuro e ética enquanto se sente sufocado junto com os personagens, um feito impressionante.

  • ‘Manutenção Necessária’ e Outras 5 Comédias Românticas Recentes Para se Apaixonar

    ‘Manutenção Necessária’ e Outras 5 Comédias Românticas Recentes Para se Apaixonar

    Beatriz Coutinho

    Beatriz Coutinho

    Editor JustWatch

    Comédias românticas nunca saem de moda e 2025 está aqui para provar isso. Em meio a tantas estreias, Manutenção Necessária chega como mais uma novidade do gênero, trazendo Madeleine Petsch e Jacob Scipio em uma história inusitada, repleta de química, risadas e ritmo de coração acelerado. E o charme das rom-coms não para por aí, pois outros filmes recentes também se mostraram incríveis e merecem sua atenção. 

    Se você ama se perder (e se encontrar!) em boas histórias de amor — seja em oficinas de carro, escolas dos anos 1990 ou nas ruas de Paris — descubra neste guia da JustWatch em quais serviços de streaming assistir Manutenção Necessária e outras cinco comédias românticas perfeitas para ficar suspirando.

    Manutenção Necessária (2025)

    Se você está à procura de uma comédia romântica moderna e cheia de personalidade, o novo filme Manutenção Necessária merece ser sua escolha. Estrelado por Madeleine Petsch, a Cheryl de Riverdale, o longa apresenta a história de Charlie, uma mulher independente, dona de uma oficina de carros só para mulheres, que precisa lutar por seu negócio quando uma oficina franqueada abre do outro lado da rua. Além de desabafar com suas amigas, ela conta com a ajuda de um amigo anônimo online, sem saber que ele é Beau (Jacob Scipio), o gerente da oficina rival, ou seja, vem confusão por aí.

    Com a mesma energia da clássica produção Mens@gem Para Você, Manutenção Necessária é para quem curte o estilo “inimigos que se apaixonam”, entregando um humor moderno, química sincera entre os protagonistas, visual colorido e uma premissa divertida, que abraça clichês para ser reconfortante, ao invés de repetitivo. O filme não tenta ser profundo demais e nem reinventa o gênero, mas funciona bem, com personagens que geram identificação, uma boa dose de otimismo e um romance que nasce de forma divertida entre consertos de carro e graxa.

    Amor Enrolado (2025)

    Enquanto Manutenção Necessária traz uma protagonista adulta e confiante, Amor Enrolado nos leva de volta para a adolescência por um túnel do tempo que vai até o ensino médio nos anos 1990, lembrando produções como Garota do Século 20. O filme acompanha Park Se-Ri (Shin Eun-soo), uma estudante que acredita que seus cachos rebeldes são o principal obstáculo para conquistar Kim Hyun (Cha Woo-Min), quando o novo aluno Han Yoon-Seok (Gong Myung) tenta ajudá-la com essa questão e tudo muda entre eles.

    Perfeito para quem gosta de comédias românticas leves, o charme da produção vai muito além da estética reconfortante e nostálgica dos anos 90, pois trabalha muito bem temáticas como bullying, autoestima e amor próprio. Seguindo fórmulas conhecidas de filmes do mesmo gênero, a produção pode ser um pouco previsível, mas ainda assim é acolhedora, principalmente pela forma como o primeiro amor é abordado e pelas atuações delicadas de Shin Eun-soo, Gong Myung e do grupo de amigas da protagonista, que faz de tudo para animá-la. E vale lembrar, você não precisa mudar qualquer característica física sua para ser feliz!

    Noivo à Indiana (2025)

    Noivo à Indiana foi lançado no início de 2025, mas passou despercebido por muita gente e merece mais reconhecimento por misturar identidade e cultura com uma visão muito divertida e sincera do amor. A história do filme gira em torno de Naveen (Karan Soni), um jovem indiano-americano que se descobre apaixonado por Jay (Jonathan Groff), um fotógrafo branco, mas que também foi criado dentro da cultura hindu — no entanto, será que esse fato é suficiente para que Naveen consiga a aprovação de seus pais sobre esse amor?

    Extremamente divertido, o longa apresenta um casal com química irresistível, equilibrando humor e vulnerabilidade ao mostrar as várias questões pelas quais Naveen e Jay precisam navegar: desde expectativas culturais e choques entre gerações, até equilibrar tradição e modernidade dentro da cultura hindu — retratada com muita autenticidade e carinho pelo diretor Roshan Sethi, que criou o filme com base em sua própria história de amor na vida real. Trazendo uma perspectiva LGBTQIAP+ muito bem vinda às comédias românticas, assim como Com Amor, Simon e Fire Island: Orgulho & Sedução, Noivo à Indiana tem tudo para conquistar seu coração. 

    French Lover (2025)

    Se Noivo à Indiana encontra uma semelhança para contar uma história de amor, French Lover, lançado em setembro, aposta totalmente nas diferenças entre duas pessoas. Com um glamour parisiense de fundo, essa história francesa acompanha o encontro improvável de Abel Camara (Omar Sy), um ator desencantado com o estrelato, e Marion (Sara Giraudeau), uma garçonete que vive completamente fora dos holofotes. Quando o destino faz com que eles se encontrem de maneira nada amigável, nem parece que esses dois proporcionarão um filme recheado de momentos fofos.

    E assim como Manutenção Necessária parece ser inspirado em um clássico do gênero, aqui certamente temos a influência de Um Lugar Chamado Notting Hill, mas com uma inversão de gêneros, com Abel no lugar de Julia Roberts e Marion no de William. Quando os estranhamentos iniciais clássicos do “opostos se atraem” se resolvem, French Lover abre espaço para uma comédia romântica bastante madura, o que faz sentido, já que os protagonistas são mais velhos: aqui, Marion nunca passa por cima dos próprios valores, existe comunicação dentro do casal e cenas cotidianas parecem simples, mas são reconfortantes e quase mágicas. Se tudo o que você precisa nesse momento é de uma história de amor em Paris, aperte o play!

    The Baltimorons (2025)

    Assim como French Lover, The Baltimorons também apresenta um romance mais maduro entre dois adultos — bastante perdidos, inclusive, mas que encontram um no outro e em sua cidade um motivo para se abrirem para o amor. Aqui, conhecemos a história de Cliff (Michael Strassner), um homem recém-sóbrio que é surpreendido por uma emergência odontológica em plena véspera de Natal, o que o leva a um romance inesperado com a dentista Didi (Liz Larsen) e leva o público por um tour intimista por Baltimore, daqueles que apenas os locais poderiam oferecer.

    Filme independente do diretor Jay Duplass, The Baltimorons é uma comédia romântica deliciosa, que revela como o trivial pode se tornar extraordinário ao mostrar essas duas pessoas que mal se conhecem se apaixonando. Com diálogos incríveis que parecem conversas reais, o longa desenvolve muito bem seus personagens de forma individual: dando contexto para a necessidade de Cliff de tornar tudo uma grande piada e para a forma como Didi se sente perdida e fechada para novas possibilidades depois de passar por mudanças dolorosas. Emocionante e hilário à sua própria maneira, este é o filme de fim de ano perfeito para começar a sentir o quentinho no coração que só o Natal pode proporcionar, como uma versão romântica de Os Rejeitados.

    A Lista da Minha Vida (2025)

    A Lista da Minha Vida mistura romance, drama e autodescoberta de forma emocionante em um filme que não é só uma comédia romântica, mas também um olhar delicado sobre o luto e a vida — como uma mistura de P.S. Eu Te Amo com Comer, Rezar, Amar. Aqui, a jovem professora Alex Rose (Sofia Carson) perde sua mãe, Elizabeth (Connie Britton), com quem tinha uma relação muito próxima, e herda uma missão surpreendente: completar uma lista de desejos. A princípio, Alex fica relutante com a ideia, mas ao saber que cada desejo realizado tem como recompensa uma gravação da mãe no passado, topa o desafio.

    Assim como os protagonistas de Baltimore, Alex se sente sem direção diante da vida, desanimada não só com sua profissão, mas também com relacionamentos amorosos e o futuro de forma geral. Entre a realização de cada desejo aparentemente bobo da lista, como se apresentar em um show de stand-up e entrar em uma roda de bate-cabeça, a personagem não só cria novas memórias, como completa tarefas emocionalmente profundas, que antes pareciam impossíveis. Apesar do tom triste do início da história, aos poucos o filme se revela uma verdadeira lição sobre como aproveitar a vida, e ainda entrega ótimas atuações, com Carson brilhando e, Kyle Allen, no papel de Brad, mostrando toda a sua simpatia.

  • R.L. Stine no Cinema e TV: De 'Goosebumps' a 'Rua do Medo', Todas as Adaptações do Mestre do Terror Juvenil

    R.L. Stine no Cinema e TV: De 'Goosebumps' a 'Rua do Medo', Todas as Adaptações do Mestre do Terror Juvenil

    Fernanda Caseiro Talarico

    Fernanda Caseiro Talarico

    Editor JustWatch

    O lançamento de Rua do Medo: Rainha do Baile marcou o quarto filme da contínua série Rua do Medo, provando que a obra do autor R. L. Stine ainda atrai público após uma carreira de décadas. 

    Um dos nomes mais prolíficos do terror infantil e juvenil, Stine é mais conhecido por Goosebumps, uma das séries de livros mais vendidas de todos os tempos. Mesmo que você nunca tenha lido um, certamente conhece o nome ou talvez se lembre de algum episódio da série dos anos 1990 assombrando seus pesadelos de infância – daqueles que estão até hoje na memória. 

    A antologia Rua do Medo da Netflix é somente a ponta do iceberg de Stine quando se trata de adaptações para o cinema e a TV. Aqui estão todos os filmes e séries de R. L. Stine em ordem de lançamento. Vale dizer que você pode assistir às produções em qualquer ordem, não faz diferença pois são totalmente independentes. Aproveite o Halloween e assista a tudo!

    1. O Castelo de Eureka (1989–1995)

    R.L. Stine, antes de ser coroado o rei do terror infantil, mostrou aqui sua face mais lúdica e inventiva. Ouso dizer que O Castelo de Eureka foi onde Stine aprendeu a dosar humor e fantasia antes de mergulhar de cabeça no horror.

    As marionetes, claramente inspiradas nos Muppets de Jim Henson, tinham, porém, uma personalidade única: menos caóticas que os monstros da Vila Sésamo e mais orgânicas que os bonecos de Mr. Rogers. Eureeka, a bruxinha desastrada, é uma das criações mais encantadoras de Stine - uma espécie de ponte entre a Maggie Simpson e a Luna Lovegood, de Harry Potter, com sua curiosidade insaciável e talento para o desastre mágico.

    O que mais me fascina nessa série é como ela ousou ser diferente em uma época que começava a explorar o terror infantil. Enquanto O Clube do Terror investia em sustos leves e histórias de fantasmas, O Castelo de Eureka preferiu o caminho da magia cotidiana — esses feitiços que dão errado são metáforas deliciosas para os pequenos fracassos da infância.

    Stine mostra aqui seu talento para comédia inteligente — as piadas funcionam em múltiplos níveis, entretecendo humor físico para as crianças e ironia sutil para os pais. O Castelo de Eureka não era somente entretenimento; era um espaço seguro para explorar o fracasso, onde errar feitiços era tão natural quanto tropeçar ao aprender a andar.

    Comparado com o Goosebumps que viria depois, esta série revela um Stine menos preocupado em assustar e mais interessado em encantar. E nisso reside seu legado mais bonito: provou que o autor era um contador de histórias completo, capaz de fazer rir tanto quanto fazer pular de susto.

    2. Goosebumps (1995–1998)

    Stine não apenas chegou à televisão - ele conquistou o horário infantil com uma fórmula diabólica que mudaria para sempre a relação das crianças com o terror. Goosebumps foi muito mais que uma adaptação: foi a materialização pura do espírito “stiniano”, onde cada episódio funcionava como uma injeção de adrenalina. A abertura icônica, com aqueles olhos assustadores e a trilha inconfundível, já era um aviso: aqui, o medo era divertido.

    O que realmente me fascina em Goosebumps é como Stine dominava a psicologia infantil. Ele entendia que as crianças não queriam proteção - queriam aventura controlada, sustos que pudessem superar. Enquanto O Clube do Terror investia em atmosfera e lendas urbanas, Goosebumps preferia o impacto visceral: o boneco Slappy ganhando vida, a máscara grudando no rosto, as plantas carnívoras atacando. Era terror de parque de diversões - seguro, mas genuinamente emocionante.

    A genialidade estava na dosagem perfeita entre horror e humor. Um momento você estava tenso com o Homem-Múmia perseguindo as crianças, no seguinte ria das trapalhadas do protagonista. Esta oscilação criava a fórmula mágica que permitia até os mais medrosos assistirem - o susto sempre vinha acompanhado do alívio.

    Comparado com produções atuais, Goosebumps envelheceu como vinho e parece ter servido de referência para muitas outras, como Stranger Things. Ela tem aquela textura vintage anos 1990 que hoje é pura nostalgia, mas a essência permanece surpreendentemente atual. Os episódios sobre bullying, inseguranças e amizades mostravam que, por trás dos monstros, Stine sempre falava sobre os verdadeiros medos da infância.

    Para quem gostou desta série, recomendo, é claro, O Clube do Terror (para quem prefere o terror atmosférico) e A Hora do Arrepio (a evolução natural do formato  e nossa próxima da lista). E, é claro, os próprios livros de Goosebumps - onde a imaginação sempre foi mais assustadora que qualquer efeito especial.

    3. A Hora do Arrepio (2001–2002)

    Que série injustiçada! Stine chegou ao ápice de sua ambição televisiva com esta produção que merecia muito mais que uma única temporada. A abertura com James Avery — sua voz grave ecoando "Não adormeça..." — era pura homenagem ao Além da Imaginação, estabelecendo desde os primeiros segundos que estávamos diante de um terror mais sofisticado que Goosebumps. Esta não era uma série para crianças assustadas, mas para adolescentes que queriam ser desafiados.

    O que mais me impressiona é o elenco pré-fama — Frankie Muniz, Kaley Cuoco, Shia e Amanda Bynes – no auge de seu talento, é como assistir a uma cápsula do tempo do talento juvenil dos anos 2000. 

    A conexão com Além da Imaginação não era mera coincidência — era herança genética. Episódios como "Quarto dos Pesadelos" funcionavam como Black Mirror antes do tempo, explorando ansiedades tecnológicas e sociais com uma perspicácia rara para produções juvenis.

    Comparado com Goosebumps, A Hora do Arrepio era visualmente mais ousada, narrativamente mais complexa e tematicamente mais madura. Enquanto a primeira nos assustava com fantasmas e monstros, esta nos perturbava com ideias — o que é infinitamente mais assustador. A série sofria, porém, do mesmo mal que aflige muitas antologias: a irregularidade. Quando acertava, era brilhante; quando errava, caía no esquecimento.

    Para quem gostou desta série, recomendo: Além da Imaginação (a inspiração original) e Beyond Belief: Fact or Fiction (pelo formato de antologia com reviravoltas). 

    4. Maldição do Halloween (2001)

    Que delícia de filme para assistir debaixo das cobertas com uma tigela de pipoca! Christopher Lloyd, nos anos dourados de sua carreira, carrega nas costas essa comédia de terror familiar com a maestria de quem sabe exatamente o tom que a produção precisa. Maldição do Halloween é Stine no seu mais puro estado alquímico, misturando sustos leves, humor afiado e uma premissa que beira o genial: uma cidade que não celebra o Halloween devido a uma maldição ancestral.

    O que mais me encanta nesse filme é como ele captura perfeitamente o espírito das comédias de terror dos anos 2000 - aquele equilíbrio perfeito entre o assustador e o ridículo que fez sucesso em produções como As Panteras e Todo Mundo em Pânico (duas boas recomendações para os fãs). Lloyd, como o tio azarado e excêntrico, rouba cada cena com seu timing cômico impecável, provando que mesmo num filme feito para TV, o talento de um grande ator faz toda a diferença.

    Stine demonstra aqui sua versatilidade ao migrar dos livros para o cinema - a narrativa é visualmente dinâmica, os diálogos têm aquele humor característico do autor, e a mitologia por trás da maldição é desenvolvida com o cuidado de quem sabe construir um bom mistério. Comparado com os outros longas desta lista, este filme contém mais humor, mas mantém o mesmo charme nostálgico no terror que conquistou gerações.

    Maldição do Halloween é a pedida certa para quem gosta de Hocus Pocus (pela mistura de humor e sobrenatural) e The Halloween Tree (pela atmosfera autêntica do Dia das Bruxas). 

    5. Haunted Lighthouse (2003)

    Que experiência única e subestimada na carreira de Stine. Este não foi apenas um filme - foi uma imersão sensorial completa que antecipou em mais de uma década a febre das experiências 4D e do cinema imersivo. Christopher Lloyd, em sua segunda colaboração com Stine, entrega em Haunted Lighthouse uma performance ainda mais carismática que em Maldição do Halloween, agora como um capitão fantasmagórico que é igualmente assustador e hilário.

    O que verdadeiramente me fascina neste projeto é como Stine compreendeu antes de muitos que o terror não habita apenas no que vemos - mas no que sentimos. A experiência no parque de diversões Sea World utilizava vento, água, efeitos táteis e até aromas para criar uma atmosfera que transcendia a tela. Esta foi a genialidade de Stine: perceber que, para nos assustar de verdade, precisamos engajar todos os sentidos, não apenas a visão e a audição.

    A história das crianças presas em Cape Cod poderia ser mais um conto de terror convencional, mas a execução elevou o material a algo especial. Comparado com outras atrações de parques temáticos da época, Haunted Lighthouse era narrativamente mais ambicioso - não se contentava em ser uma mera sequência de sustos, mas construía uma mitologia coerente e envolvente. No entanto, em comparação com os outros títulos da lista, é o “mais fraco” caso seja assistido hoje, afinal é preciso de diversos efeitos para que seja realmente uma experiência. Por isso, as recomendações aqui também ficam mais difíceis. 

    6. A Hora do Arrepio (filme – 2007 / Série – 2010–2014)

    Que contraste fascinante entre duas visões do mesmo universo. O filme de 2007, A Hora do Arrepiolançado direto em DVD, sente como um experimento ambicioso porém mal executado - ter Tobin Bell, o icônico vilão deJogos Mortais, como o narrador sinistro deveria funcionar melhor, mas o resultado é uma narrativa truncada que tenta ser muito adulta para seu próprio bem. A premissa do livro amaldiçoado é puro Stine, porém a execução peca pelo excesso de seriedade e falta de humor característico do autor.

    Agora, a sérieA Hora do Arrepio, de 2010-2014, é uma jóia que merece todo o reconhecimento. Esta foi a evolução natural que Goosebumps precisava ter, crescendo junto com seu público original, ou seja, é uma ótima para quem já gostava do outro formato. Os episódios independentes mantinham a estrutura que funcionou nos anos 1990, mas com uma maturidade temática impressionante. Histórias como "O Espantalho" e "A Boneca Assassina" não economizavam nas consequências - personagens morriam de verdade, as reviravoltas doíam de tão impactantes, e a atmosfera era consistentemente sombria.

    O que mais me impressiona na série é como ela equilibra o terror genuíno com narrativas emocionalmente ressonantes. Episódios como "O Quarto dos Pesadelos" exploravam ansiedades infantis com uma profundidade psicológica que rivalizava com produções adultas. Esta não era mais uma série sobre sustos momentâneos - era sobre traumas, arrependimentos e os monstros reais que assombram nossa psique.

    Comparada com American Horror Storyque estreou na mesma época, em 2011, Hora do Arrepio provava que terror juvenil não precisava ser inferior - apenas diferente. Enquanto AHS se perdia em excessos, esta série mantinha o foco narrativo e o coração emocional que sempre caracterizaram o melhor trabalho de Stine. Mesmo assim, para quem gosta de uma, com certeza aproveitará a outra.

    7. Fantasmas à Solta (2008, 2014, 2016)

    Uma  viagem nostálgica aos filmes de terror familiar dos anos 2000. Esta trilogia representa Stine em sua fase mais "Disney Channel" - uma mistura perfeita de sustos leves, comédia adolescente e dramas escolares que funcionavam como Sexto Sentido para o público jovem. 

    O que mais me impressiona nesta franquia é como ela equilibra o sobrenatural com os problemas reais da adolescência. Max não precisa apenas salvar o mundo dos mortos-vivos - ele também tem que lidar com a rejeição na escola, a dificuldade em fazer amigos e a complicada vida familiar. Esta dupla camada narrativa é onde Stine sempre brilhou: usar monstros e fantasmas como metáforas para os verdadeiros medos da juventude, assim como outras produções do autor, inclusive a série original de Goosebumps. 

    O primeiro filme Fantasmas à Solta (2008) tem aquele charme de produção independente que conquista pelo coração - os efeitos são modestos, mas a química entre o triângulo protagonista (Max e seus dois fantasmas amigos) é genuína. Já as sequências, Minha Namorada Fantasma(2014) e Sociedade do Mal (2016), mostram uma evolução interessante: o orçamento aumenta, a mitologia se expande, mas a essência permanece fiel.

    Comparado com outras franquias juvenis da época como Os Caça-Fantasmas ou Monstros vs Alienígenas, Fantasmas à Solta se destaca por seu raro equilíbrio entre humor e sinceridade emocional. As cenas de terror são suficientes para arrepiar, mas nunca traumatizar - e as histórias de amizade e crescimento pessoal ressoam muito além dos créditos finais.

    8. Monsterville: O Armário das Sombras (2015)

    Uma homenagem afetuosa às comédias de terror juvenil dos anos 1990, Monsterville: O Armário das Sombras captura parte do espírito aventuresco de Goosebumps em uma narrativa superficial. Ainda que sofra de uma execução genérica, o filme oferece diversão leve para o público infantojuvenil em busca de uma aventura sobrenatural sem grandes sustos. Dove Cameron, em fase de transição pós-Disney, brilha com o material que tem, demonstrando o carisma que a consagraria depois.

    A premissa é um de seus trunfos: um circo maligno que rouba almas, liderado pelo visualmente criativo Dr. Hysteria, cria um pano de fundo imaginativo que estimula a fantasia. Embora o roteiro seja previsível e os efeitos visuais pareçam excessivamente polidos, a química entre o elenco e o ritmo ágil mantêm o engajamento. É uma introdução gentil ao gênero de terror para crianças mais novas – assustador o suficiente para emocionar, mas não tanto para assustar.

    Para fãs de R.L. Stine, pode não capturar a inventividade mordaz dos livros originais, mas funciona como uma porta de entrada para seu universo. Enquanto Goosebumps (2015) o supera em ousadia metalinguística, Monsterville cumpre seu papel como entretenimento familiar despretensioso. Quem busca uma aventura com mais coração pode preferir O Pequeno Vampiro – um dos meus filmes favoritos de infância –, mas este ainda é uma opção divertida para uma sessão de cinema em família.

    9. Eye Candy (2015)

    Eye Candy foi uma tentativa ousada e subestimada de modernizar o universo de Stine, sendo a prova definitiva de que o autor podia transcender o terror sobrenatural e mergulhar nos medos contemporâneos da geração digital. Victoria Justice, em um papel radicalmente diferente de suas comédias teen da Nickelodeon, entrega uma atuação surpreendentemente convincente como Lindy, a hacker genial cuja obsessão em encontrar a irmã desaparecida a leva aos becos sombrios da deep web.

    O que mais me impressiona em Eye Candy é como Stine antecipou tendências que só se tornariam comuns anos depois. Esta série é como se Mr. Robot estivesse em uma embalagem MTV, explorando ansiedades digitais que hoje são universais, como privacidade violada, vigilância corporativa, aplicativos de namoro perigosos e a dupla face da tecnologia como ferramenta e arma. Cada episódio funcionava como um Black Mirror pré-Black Mirror, com um assassino que usava a tecnologia não como pano de fundo, mas como método.

    Comparado com outras adaptações de Stine, Eye Candy é visceralmente diferente: sem fantasmas, sem monstros sobrenaturais, somente o terror psicológico de saber que o maior perigo pode estar a um clique de distância. 

    10. Goosebumps (2015 / 2018)

    Que celebração absolutamente deliciosa do legado de Stine – como fã, eu amei. Estes filmes acertaram em cheio ao entender que a melhor forma de homenagear Goosebumps  era não levar a si muito a sério. A ideia de transformar R.L. Stine em personagem, e ainda por cima interpretado pelo carismático Jack Black, foi um golpe de genialidade. Esta não era somente mais uma adaptação, mas uma metanarrativa sobre o próprio ato de criar histórias de terror.

    O primeiro filme, Goosebumps - Monstros e Arrepios funciona como uma espécie de Jumanji literário, onde os monstros clássicos ganham vida e transformam uma pacata cidade no palco do caos. A sequência Goosebumps 2 - Halloween Assombrado, mesmo sem Black no elenco principal, mantém o espírito divertido, ainda que com menos daquela centelha metalinguística que tornou o original tão especial.

    O que mais me encanta nesta duologia é como ela equilibra perfeitamente o humor com sustos genuínos. Os monstros são trazidos à vida com um cuidado visível tanto pelos fãs originais quanto pelas novas gerações. A direção de arte compreende que o charme de Goosebumps está justamente na estética dos anos 90, e a fotografia vibrante captura essa essência perfeitamente.

    Comparado com outras adaptações de terror juvenil como As Aventuras de Scooby-Doo ou Os Caça-Fantasmas, estes filmes de Goosebumps se destacam por sua auto ironia inteligente. 

    Para quem gostou destes filmes, recomendo: Jumanji: Bem-Vindo à Selva pela mesma energia de aventura caótica, As Crônicas de Spiderwick pela mistura similar de fantasia e família, e Os Caça-Fantasmas pelo equilíbrio entre comédia e terror.

    11. Trilogia Rua do Medo (2021)

    Esta trilogia da Netflix não apenas resgatou a essência sombria dos livros originais, como elevou o terror juvenil a patamares cinematográficos inéditos. Ao dividir a narrativa em três filmes lançados em semanas consecutivas - 1994, 1978 e 1666 - os criadores entenderam que estavam construindo não apenas uma saga de terror, mas um evento cultural que misturava o frenesi slasher dos anos 1990 com a profundidade mitológica do horror folk.

    O que verdadeiramente me impressiona é como a trilogia equilibra violência gráfica com desenvolvimento personagem genuíno. Estas não são apenas vítimas descartáveis; são adolescentes complexos, cheios de traumas e desejos, presos em uma cidade amaldiçoada que parece sugar suas esperanças. Shadyside versus Sunnyvale é mais que uma rivalidade; é uma exploração visceral de desigualdade social e destino, onde a maldição funciona como metáfora para ciclos de pobreza e violência.

    A decisão de ambientar cada filme em uma década diferente foi brilhante. 1994 captura a estética Pânico com seus mistérios suburbanos; 1978 é puro Sexta-Feira 13, com acampamentos assombrados; e 1666 mergulha nas raízes puritanas que lembram A Bruxa. A trilogia é uma carta de amor aos subgêneros do terror, mas com identidade própria suficiente para não ser mera pastiche.

    Comparado com outras adaptações de Stine, esta é de longe a mais ousada e ambiciosa: prova que seu trabalho pode transcender o público jovem e falar com adultos que cresceram lendo seus livros. A violência é real, as consequências doem, e o terror psicológico é tão eficaz quanto os sustos sangrentos.

    12. A Escola do Além (2021)

    Justiça seja feita: A Escola do Além consegue o que muitas produções juvenis almejam - criar um universo fantástico acessível para jovens públicos sem assustar demais. A minissérie acerta ao construir uma mitologia escolar sobrenatural que lembra um "Harry Potter do terror leve", perfeito para quem está começando a explorar o gênero. McKenna Grace, como sempre, é um deleite à parte, trazendo profundidade emocional mesmo aos momentos mais didáticos da trama.

    O grande trunfo da produção está em como equilibrar temas complexos como luto e autoestima dentro de um formato divertido e visualmente caprichado. Episódios como o dirigido por Marc Webb demonstram a qualidade que a série poderia ter atingido com mais ousadia - há sequências genuinamente criativas na exploração dos poderes sobrenaturais dos estudantes. Apesar do excesso de polimento característico da Disney, que suaviza algumas arestas mais interessantes, a série funciona bem como introdução ao gênero para famílias com crianças mais sensíveis.

    Para quem busca algo mais intenso, Locke & Key pode ser mais satisfatório, mas A Escola do Além cumpre com méritos seu papel como entretenimento familiar: é envolvente o suficiente para manter o interesse, tem bom coração e oferece exatamente o nível de "susto seguro" que muitos pais procuram para assistir com os filhos.

    13. Zombie Town (2023)

    Zombie Town tenta resgatar o espírito das comédias de terror adolescente dos anos 2000, mas acaba parecendo uma relíquia desenterrada de uma era passada. A reunificação de Chevy Chase e Dan Aykroyd tinha tudo para ser um evento, mas termina como uma mera sombra do que esses talentos já foram capazes.

    O que mais me deixa dividido é a premissa: a ideia de um filme dentro do filme que transforma espectadores em zumbis é genuinamente criativa e tem o DNA clássico de Stine. A aparição do próprio autor como o diretor enigmático é um toque delicioso para os fãs. Porém, a execução peca por uma comédia excessiva e efeitos especiais que parecem saídos de uma produção da SyFy Channel.

    Quando comparado com outras adaptações recentes de Stine, Zombie Town fica aquém do padrão estabelecido tanto pela trilogia Rua do Medo (sombria e ousada) quanto pelo reboot de Goosebumps (moderno e meta). Este filme parece preso em um limbo temporal - não tem a ousadia das produções atuais nem o charme do baixo orçamento das adaptações dos anos 1990.

    A dupla de protagonistas adolescentes até que tem química, mas seus diálogos soam como se tivessem sido retirados de um manual do roteiro juvenil. Os zumbis, que deveriam ser a grande atração, carecem de originalidade e ameaça real. É particularmente decepcionante ver como o filme subutiliza sua mitologia egípcia – um elemento que poderia tê-lo diferenciado no saturado gênero zumbi – mas um boa opção para quem gosta de filmes repletos de mortos vivos. 

    Para quem gostou deste filme, recomendo Cooties: A Epidemia e Como Sobreviver a um Ataque Zumbi, que oferecem comédias mais afiadas. 

    14. Goosebumps (2023–Presente)

    Uma reinvenção absolutamente brilhante do material original: esse é o resumo. Goosebumps voltou como uma série do Disney+ que entendeu perfeitamente que, para recriar Goosebumps em 2023, não bastava simplesmente refazer a fórmula dos anos 1990: era preciso evoluir junto com o público. A decisão de abandonar o formato de antologia por uma narrativa serializada foi um risco que valeu cada segundo, criando uma mitologia coerente que mantém a essência de Stine enquanto fala com as novas gerações.

    O que mais me impressiona é como os roteiristas conseguiram tecer os monstros clássicos - o icônico Slappy, a máscara assombrada, o fantasma do cinema - em um mistério investigativo que lembra Stranger Things misturado com Only Murders in the Building– ótimas recomendações, inclusive. A premissa de adolescentes desvendando segredos dos anos 1990 ligados a seus pais é genial, pois permite que a série funcione tanto como introdução para novos fãs quanto como nostalgia trip para quem cresceu com os livros.

    Comparado com a série original dos anos 90, este reboot é visualmente superior e narrativamente mais ambicioso, mas mantém o equilíbrio crucial entre susto e humor que sempre definiu Goosebumps. Já em comparação com os filmes de 2015/2018, abandona a metalinguagem para criar um terror mais orgânico e personagens mais tridimensionais.

    A segunda temporada, The Vanishing(2025), prova que a fórmula tem pernas, expandindo o universo sem perder o foco no que importa: histórias sobre adolescentes enfrentando medos reais através de metáforas sobrenaturais. A série demonstra que, três décadas depois, o DNA de Stine continua relevante - talvez mais do que nunca.

    15. Rua do Medo: Rainha do Baile (2025)

    Depois da trilogia inovadora de 2021, Rainha do Baile entrega nada mais que um slasher genérico que beira o plágio de filmes oitentistas sem acrescentar nada de novo. Realmente, o que eu menos gosto da lista. A premissa do assassino perseguindo candidatas a rainha do baile é tão cansada que chega a ser constrangedora: é Carrie, A Estranha sem a profundidade, Sexta-Feira 13 sem a ousadia, Prom Night sem o charme.

    O que mais decepciona neste filme é sua preguiça criativa disfarçada de nostalgia. A ambientação dos anos 1980 não passa de um catálogo de clichês: shoulder pads exagerados, trilha sonora óbvia, penteados que parecem paródia. Enquanto a trilogia original usava as décadas como comentário social, aqui tudo é apenas cenário vazio.

    A violência, antes criativa e significativa, se reduz a mortes sangrentas sem impacto emocional. O vilão é uma piada: um assassino cuja motivação é tão fraca que chega a ofender a inteligência do público. E o pior: o filme trai a própria mitologia de Shadyside, reduzindo uma maldição complexa a mero pano de fundo para sustos baratos.

    Comparado aos filmes anteriores, Rainha do Baile parece ter sido feito por uma equipe que nunca leu Stine. Faltam as camadas psicológicas, o humor ácido característico, a crítica social afiada. Sobra apenas uma cópia mal-executada de fórmulas que já nasceram gastas. Se formos pensar em algo positivo, esta produção deixa claro que há mais história a ser acompanhada e dá um bom gancho para futuros títulos da saga – além de ter apenas 1h30 de duração, o que é ótimo.

    Se insistir em ver este filme, pelo menos assista antes: a trilogia original de Rua do Medo para entender onde tudo deu errado.

  • Os Melhores Filmes de Romance para Assistir de Graça em Streaming

    Os Melhores Filmes de Romance para Assistir de Graça em Streaming

    Bruno Pinheiro Melim

    Bruno Pinheiro Melim

    Editor JustWatch

    Quem não se lembra de, pelo menos uma vez, ter se comovido com um romance na tela? As histórias de amor sempre fizeram parte do imaginário do cinema, sensibilizando incontáveis espectadores ao longo do tempo. Por isso mesmo, aproveitamos a oportunidade para elencarmos alguns filmes do gênero que conseguem causar esse tipo de reação e identificação no público.

    Neste guia da JustWatch, selecionamos os melhores filmes de romance que estão disponíveis em plataformas de streaming gratuitas, como a Pluto TV, NetMovies, Libreflix e, inclusive, a JustWatchTV para que você possa assistir sem preocupações. Há filmes de romance para todos os gostos: desde clássicos do cinema, passando por comédias românticas, romances sensuais, adolescentes, até chegar em uma produção brasileira independente. 

    1. Fale com Ela (2002)

    Se há um diretor que sabe muito bem explorar o tema, normalmente de maneira melodramática e bastante profunda, este alguém é Pedro Almodóvar. Em Fale com Ela, por exemplo, o autor espanhol nos apresenta uma trama que acompanha a história de amor e obsessão por trás de dois homens que cuidam de duas mulheres em coma. 

    Por meio de uma montagem poética, com diversas linhas do tempo, Almodóvar mergulha no universo desses protagonistas, expondo uma história complexa, e por vezes trágica, sobre relacionamentos. Uma obra que comove, mas também assusta, por justamente explorar a delicada fronteira entre paixão, obsessão e loucura. Certamente um dos mais impressionantes filmes de Almodóvar, que merece encabeçar a lista. Aos que gostam de dramas mais sombrios e enigmáticos, como Garota Exemplar, este pode ser o filme certo para você.

    2. Interlúdio (1946)

    Pulando agora para mais um clássico do cinema, que, diferentemente de Fale com Ela, explora o ato do amor proibido e da paixão avassaladora. A cidade maravilhosa sempre foi um grande palco para um casal apaixonado. E não poderia ser diferente nessa obra-prima de Alfred Hitchcock, que conta a história de uma mulher (filha de um nazista) que é recrutada pelos Estados Unidos para espionar um grupo de nazistas, acredite, no Rio de Janeiro, mas acaba por se apaixonar pelo agente que a recrutou.

    Na verdade, é difícil dizer se a maior qualidade de Interlúdio vem das sequências de suspense de espionagem, ou das cenas românticas protagonizadas por Ingrid Bergman e Cary Grant. Mas, se fosse para escolher uma das duas, eu ficaria com o elemento romântico, que na minha visão, se sobressai ligeiramente — muito por conta da emblemática cena em que o casal se beija, de uma maneira extremamente sensual, enquanto o personagem de Grant fala ao telefone. 

    3. A Bela da Tarde (1967)

    Um clássico atrás de clássico. Se formos falar em romances sensuais, como o próprio Interlúdio, é impossível não mencionarmos o filme A Bela da Tarde, de um dos grandes mestres do cinema, Luis Buñuel, com uma das maiores atrizes da sétima arte, Catherine Deneuve. Uma obra paradigmática no gênero, que só aparece na terceira posição do ranking, já que os dois primeiros filmes têm uma direção magistral de Almodóvar e Hitchcock.

    O longa surrealista faz uma exploração das fantasias de uma mulher aristocrática casada, que passa a viver uma vida secreta como prostituta, mas sem precisar apelar para cenas explícitas ou algo do tipo. É um filme que complexifica ainda mais a natureza humana dentro dos relacionamentos. Bastante indicado àqueles que procuram uma obra que desmistifica o amor (no sentido mais tradicional, principalmente em relação às convenções burguesas da época), ao invés de romantizá-lo.

    4. Ponto Final – Match Point (2005)

    Em Ponto Final – Match Point, Woody Allen faz um profundo e sombrio estudo do comportamento humano dentro de relações amorosas proibidas, pontuando o tema da obsessão como em Fale com Ela, mas por meio de um estilo muito mais voltado para o thriller. Para quem gosta de filmes de romance com algumas reviravoltas, como O Talentoso Ripley, não irá se decepcionar com este, que pode ser assistido na Pluto TV.

    É um longa que aparenta ser um drama romântico (também bastante sensual), uma vez que apresenta um casal envolvente e apaixonado, que começa a se relacionar de maneira proibida. Porém, o filme rapidamente muda o seu tom, passando a explorar o suspense por trás das consequências desse relacionamento proibido, de maneira até mais sombria, mas um pouco menos envolvente, que em Interlúdio.

    5. O Amante da Rainha (2012)

    Continuando no campo dos amores proibidos e triângulos amorosos, elementos estes que também encontramos em Interlúdio e Ponto Final – Match Point, chegamos no filme O Amante da Rainha — cujo próprio título, convenhamos, já entrega sobre o que se trata o longa.

    Um filme de época dinamarquês, baseado em fatos reais, que mostra como um affair (entre a rainha e um médico) mudou o rumo do país governado por um rei louco durante o século XVIII. Sinceramente, apesar de não ter o mesmo apelo das obras anteriores, é uma produção dinamarquesa que não perde em nada — em termos de design de produção e também qualidade do elenco — comparado às obras do mesmo gênero de Hollywood, como A Favorita, por exemplo. Não à toa, foi indicado ao Oscar no ano em que foi lançado.

    6. Charada (1963)

    Após formar um casal com Ingrid Bergman em Interlúdio, chegou a vez do sedutor Cary Grant fazer um par romântico com Audrey Hepburn nessa misteriosa comédia romântica dirigida por Stanley Donen, que se transformou em um dos grandes marcos do gênero dos anos 60. Um filme não tão profundo quanto Interlúdio, mas que entrega uma história, ao mesmo tempo, apaixonante e misteriosa.

    Buscando referências mais contemporâneas, aqueles que apreciam obras como Entre Facas e Segredos, que misturam suspense com comédia, não ficarão desapontados com esse filme. Longe disso, a probabilidade de ficar enlouquecido com a trama de Charada, que coloca frente a frente uma mulher que está sendo perseguida por diversas figuras que buscam o dinheiro do seu falecido marido, e um misterioso homem que aparece para ajudá-la, é bastante grande. Outra vantagem é que você pode assistir o filme de graça aqui mesmo com a JustWatchTV.

    7. Frantz (2016)

    Por incrível que pareça, a história de Frantz lembra um pouco a de Charada: uma mulher que se apaixona por um homem que aparece repentinamente após o falecimento do seu marido, e que passa a se envolver amorosamente com essa figura cheia de mistérios. 

    No entanto, a abordagem do filme de François Ozon é completamente diferente, pendendo muito mais para um lado dramático, explorando também o impacto (e o luto) da Primeira Guerra nos seus personagens, com uma fotografia a preto e branco. Para quem gosta de um romance de época mais realista e não idealizado, como Desejo e Reparação, por exemplo, é uma obra mais do que indicada. Apesar de ser um filme extremamente bem dirigido, ocupa uma posição inferior, por conta de Charada ser uma obra já consolidada há muito tempo.

    8. No Mundo da Lua (1991)

    O primeiro amor nós nunca esquecemos, não é mesmo? Ainda mais quando acontece de forma tão arrebatadora, assim como os sentimentos da personagem interpretada por Reese Witherspoon em No Mundo da Lua, disponível no NetMovies. Um dos dois únicos filmes da lista (ao lado de Eu Não Quero Voltar Sozinho) sobre adolescência e amadurecimento, que recomendo aos que apreciam longas ‘coming-of-age’ mais sérios como Conta Comigo.

    Para falar a verdade, este foi o primeiro papel da carreira da atriz, trazendo, logo de cara, o desafio de interpretar uma adolescente que se apaixona pelo vizinho, também adolescente, mas um pouco mais velho. Para agravar ainda mais a situação, a irmã da protagonista passa a se envolver com o garoto. A primeira impressão que fica, quando assistimos ao filme pela primeira vez, é que a obra se desenvolve como um típico drama adolesente romântico. No entanto, um acontecimento trágico faz com que o filme vá para outro lado, passando a explorar também o amor e a conexão entre essas duas irmãs. Para mim, se não fosse pelo exagero emocional de algumas cenas (que às vezes acaba forçando a barra), poderia se situar em uma posição melhor da lista.

    9. O Defensor - A História de Bert Trautmann (2018)

    Saltamos agora para mais um romance de época como Frantz, mas realizado de uma maneira mais idealizada e clichê (o que faz com que ocupe apenas a nona posição). Com um forte fundo esportivo, o filme se situa no período da Segunda Guerra, trazendo a história real de Bert Trautmann, um soldado alemão capturado por ingleses que, após o fim do conflito, se tornou um dos maiores goleiros da história do Manchester City.

    O Defensor - A História de Bert Trautmann é uma obra que foca majoritariamente no relacionamento do goleiro com a inglesa Margaret Friar, e na dificuldade de ambos em manter a relação após o impacto da Guerra — que fez com que a população dos dois países mantivesse uma série de preconceitos uma com a outra. Um longa que mostra o poder do amor e do esporte em um dos períodos mais complicados da história da Europa. Apesar de trazer uma história mais lugar-comum, é um filme competente e que pode agradar aqueles que estão em busca de obras que misturam amor e esporte de maneira dramática, como o longa Por Amor.

    10. Eu Não Quero Voltar Sozinho (2011)

    Para concluir, não poderia faltar um filme brasileiro sobre amor jovem — que ocupa a última posição somente por ser um curta-metragem. Daniel Ribeiro obteve um amplo reconhecimento (nacional e internacional) com a realização do longa Hoje Eu Quero Voltar Sozinho. Mas o que muitos esquecem é que o seu filme foi gerado/adaptado a partir de um curta (tão emocionante quanto, ou até mais) também dirigido por ele, chamado Eu Não Quero Voltar Sozinho, disponível na LibreFlix.

    Responsável por introduzir a comovente história de um adolescente cego que passa a desenvolver sentimentos por um novo colega de classe, o filme é uma espécie de estudo do desejo adolescente e da sua descoberta. Uma obra que, na minha visão, fala sobre a homossexualidade de maneira realista e bastante sincera, lembrando alguns filmes como Com Amor, Simon e a própria série Heartstopper.

  • Humor Absurdo e Trama Policial: Os Filmes e a Série de ‘Corra Que a Polícia Vem Aí!’ em Ordem

    Humor Absurdo e Trama Policial: Os Filmes e a Série de ‘Corra Que a Polícia Vem Aí!’ em Ordem

    Fernanda Caseiro Talarico

    Fernanda Caseiro Talarico

    Editor JustWatch

    Para os fãs do humor absurdo e das trapalhadas mais malucas do cinema, a franquia Corra que a Polícia Vem Aí! é um verdadeiro tesouro. Criada a partir do genial espírito satírico de David Zucker, Jim Abrahams e Jerry Zucker (o trio ZAZ), a série consagrou o inesquecível Leslie Nielsen como o tenente Frank Drebin, o detetive mais desastrado e sortudo de todos os tempos. 

    Recentemente, mais um filme da coleção chegou às telonas, contando com Liam Neeson no papel do novo protagonista. Agora, você já pode comprar e alugar o novo filme em streaming, fazendo deste o momento ideal para maratonar todas as produções da franquia. Se você quer embarcar na hilária jornada policial de Drebin, desde suas origens na televisão até suas aventuras épicas no cinema, esta é a ordem cronológica e definitiva para assistir a tudo.

    1. Police Squad! – Série (1982) 

    Antes do Tenente Frank Drebin se consagrar como um ícone cinematográfico na trilogia de Corra que a Polícia Vem Aí!, sua trajetória iniciou em uma das produções mais inovadoras e subestimadas da televisão: a série Police Squad!, lançada em 1982. A série apresenta Leslie Nielsen no papel do detetive mais literal e desastradamente sortudo da história. Cada um de seus seis episódios era uma sátira meticulosa aos seriados policiais dramáticos da época. 

    Analisando a série com a perspectiva que o tempo concede, Police Squad! se revela uma obra-prima de humor intelectual vestido com a roupagem de comédia pastelão. Seu legado é definido pela densidade cômica: em curtos 25 minutos, os episódios oferecem uma sobrecarga deliberada de piadas, desde as mais evidentes até sutilezas escondidas no pano de fundo, criando uma experiência que recompensa imensamente a revisitação. 

    Leslie Nielsen já demonstrava total domínio de seu personagem, utilizando sua credibilidade dramática para entregar frases absurdas com uma convicção que se tornaria sua marca registrada. A estrutura episódica serviu como um laboratório criativo onde os diretores refinavam o estilo que definiu uma geração de comédias.

    A transição para os cinemas com Corra que a Polícia Vem Aí! permitiu uma evolução natural, mas a comparação entre as obras é enriquecedora. Esta é uma produção perfeita não apenas para os fãs da saga, mas também para aqueles que adoram produções como Apertem os Cintos… O Piloto Sumiu!, que conta com os mesmo idealizadores, o trio ZAZ, e Nielsen no elenco. 

    2. Corra Que a Polícia Vem Aí! – filme (1988)

    Corra que a Polícia Vem Aí! é o primeiro filme da consagrada trilogia cômica que levou o humor nonsense de Police Squad! para as telas do cinema. Lançado em 1988 e estrelado pelo icônico Leslie Nielsen como o desastrado, porém bem-intencionado, tenente Frank Drebin, o longa expande o universo criado na série televisiva com roteiro afiado e situações ainda mais absurdas. Pessoalmente, este é um daqueles filmes que me fazem rir todas às vezes que vejo. Se você, como eu, gosta de Todo Mundo em Pânico, vai adorar este. 

    A trama acompanha Drebin em sua missão para desmascarar um plano de assassinato, culminando em uma sequência hilária em um jogo de beisebol – uma das cenas mais memoráveis da história da comédia. Dirigido por David Zucker, o filme mantém a essência da série: piadas visuais rápidas, diálogos cheios de duplo sentido e a habilidade única de Nielsen em manter a seriedade diante do caos.

    Corra que a Polícia Vem Aí!  não somente resgatou o espírito de Police Squad! para um público mais amplo, como se tornou um clássico instantâneo, influenciando gerações de comédias. É uma obra obrigatória para fãs do humor pastelão e um testemunho do talento inigualável de Leslie Nielsen.

    3. Corra que a Polícia Vem Aí! 2½ – filme (1991)

    Corra que a Polícia Vem Aí! 2½ é a sequência que eleva o caos e o absurdo da franquia a novos patamares. Lançado em 1991, o filme traz de volta Leslie Nielsen como o impagável tenente Frank Drebin, agora enfrentando uma conspiração envolvendo energia e meio ambiente.

    Com direção de David Zucker, o longa mantém a fórmula bem-sucedida do primeiro: piadas visuais em ritmo acelerado, situações absurdas e a seriedade cômica de Drebin diante do completo nonsense. A trama satiriza questões ambientais e políticas com o humor característico da franquia – sendo perfeita para quem gosta de filmes como Borat – , enquanto desenvolve o romance entre Drebin e Jane Spencer (Priscilla Presley). O clímax no evento de conferência ambiental é uma aula de comédia física e timing perfeito.

    Consolidando o legado da série, Corra que a Polícia Vem Aí! 2½ prova que a equipe por trás das câmeras e o elenco dominavam a arte da comédia pastelão inteligente, entregando mais do que os fãs esperavam - e justificando plenamente o "meio" extra no título. Pessoalmente, me divirto mais com esta produção do que com a primeira, mas entendo que pode ser pela proximidade com o humor atual, afinal eu mesma nasci em 1993, então compreender todas as gags de 1988 fica um pouco mais difícil. 

    4. Corra que a Polícia Vem Aí! 33⅓: O Insulto Final – filme (1994)

    Corra que a Polícia Vem Aí! 33⅓: O Insulto Final encerra a trilogia clássica com o mesmo espírito anárquico que consagrou a franquia. Lançado em 1994, o filme marca o retorno triunfal de Leslie Nielsen como o tenente Frank Drebin, agora aposentado, mas forçado a voltar à ativa para infiltrar-se numa perigosa trama terrorista.

    Dirigido por Peter Segal, o longa mantém o estilo ZAZ de comédia: piadas visuais densas, referências absurdas e situações que beiram o surreal. Destaque para a sequência final nos Oscars, considerada um dos momentos mais hilários da história da comédia, com cameos surpresa de celebridades e o caos característico de Drebin.

    O filme desenvolve com maestria a relação entre Drebin e Jane (Priscilla Presley), agora grávida, adicionando uma camada de emoção genuína ao universo nonsense. Apesar do subtítulo "O Insulto Final", a produção demonstra todo o carinho e respeito pelos personagens e pelo legado cômico da série.

    Tenho bastante carinho pelo que foi apresentado neste terceiro filme, por mais que tenha eterna impressão de que o humor já estava se esgotando. Talvez o mais fraco da trilogia original, mas não por ser ruim, somente por não ter mais tanto fôlego. Corra que a Polícia Vem Aí! 33⅓: O Insulto Final funciona como uma despedida adequada para Frank Drebin. 

    Se você terminou e que algo a mais: assista a Loucademia de Polícia. Este é outro clássico da comédia com a temática policial. 

    5. Corra Que a Polícia Vem Aí! – filme (2025)

    Estrelado por Liam Neeson como Frank Drebin Jr, o filho do querido protagonista, Corra Que a Polícia Vem Aí! é uma delícia de continuação espiritual da saga. A franquia prova que seu humor atemporal continua tão engraçado e relevante quanto nas décadas passadas. 

    O filme, que se tornou um dos meus favoritos de 2025, consegue a proeza de ser, ao mesmo tempo, uma introdução perfeita para novos espectadores e uma homenagem afetuosa para os fãs de longa data. Liam Neeson surpreende ao abraçar o legado de Leslie Nielsen com maestria, interpretando um Frank Drebin renovado, mas fiel ao espírito absurdamente sincero que consagrou o personagem. A verdadeira joia da produção, no entanto, é a química maravilhosa entre Neeson e Pamela Anderson. Ela traz um carisma contagiante e um timing cômico preciso que complementa perfeitamente a seriedade cômica de Neeson, criando uma dupla simplesmente irresistível.

    Para os fãs da saga Busca Implacável, ver Liam Neeson trocar a intensidade dramática por situações hilárias é uma experiência deliciosa e surpreendente. O filme aproveita sua imagem de "herói durão" para subvertê-la com genialidade, resultando em cenas ainda mais engraçadas para quem conhece sua filmografia anterior. Além disso, a versão dublada brasileira merece destaque: é uma das melhores do ano, capturando com precisão o tom absurdo e as piadas rápidas, enriquecendo ainda mais a experiência.

    Embora o longa funcione perfeitamente como ponto de partida, recomendo assistir a ele somente após ver a trilogia original. Dessa forma, o público consegue apreciar todas as referências, easter eggs e evoluções do humor, entendendo plenamente como este revival honra e expande o universo criado pelo trio ZAZ. Assistir a ele por último não só aumenta o prazer da experiência, como transforma o filme em uma celebração completa dessa saga única — e comprova que, mesmo anos depois, Drebin ainda é o detetive mais desastrado e amado do cinema.

  • Filmes de Terror Não Assustadores Para Adultos Que Tem Medo

    Filmes de Terror Não Assustadores Para Adultos Que Tem Medo

    Fernanda Caseiro Talarico

    Fernanda Caseiro Talarico

    Editor JustWatch

    Chegou o Halloween, a época perfeita para se entregar a sustos e arrepios, mas e se você é daqueles que adora a estética do terror, porém pula do sofá com um susto mínimo? Se a ideia de pesadelos pós-filme não é nada atraente, você veio ao lugar certo. 

    Esta seleção é para os adultos que desejam curtir a temporada assombrada sem precisar dormir com a luz acesa. Apresentamos uma curadoria dos melhores filmes que dominam a atmosfera sombria, o suspense inteligente e o horror estilizado, mas que sabem dosar os sustos gratuitos. São produções para quem aprecia o medo com classe, onde a tensão psicológica e o horror temático superam o sangue e os jumpscares fáceis. Prepare a pipoca (e talvez somente uma luz de abajur), porque o terror acessível—mas incrivelmente cativante—está prestes a começar.

    Todo Mundo em Pânico (2000)

    Todo Mundo em Pânico é a sátira definitiva para quem ama a estética do terror, mas foge de sustos reais. Esta é a principal dica que eu daria para alguém que gosta do gênero. 

    O filme desmonta clichês de ícones como Pânico com um humor escrachado e literal, transformando cenas de terror em piadas absurdas. A trama segue adolescentes estereotipados perseguidos por um assassino, servindo de base para esquetes que parodiam desde Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado até comerciais de TV. 

    A genialidade do filme está em sua capacidade de rir do medo: sustos viram graça, vilões viram personagens desastrados, e o suspense é sempre quebrado por algo ridículo. Para quem busca uma experiência de Halloween divertida e zero assustadora, é a escolha perfeita – não exige conhecimento profundo de terror e garante risadas com seu elenco comprometido (como Anna Faris como a desastrada Cindy). Assinatura obrigatória para noites descontraídas de "terror" onde o único susto é rir até doer a barriga. Para fãs de As Branquelas, oferece a mesma comédia pastelão dos irmãos Wayans. 

    A Babá (2017) 

    A Babá é uma comédia de terror leve que se apoia na premissa irresistível de uma babá aparentemente perfeita revelar-se uma líder de seita satânica. Dirigido por McG, o filme acompanha o adolescente Cole e seus irmãos em uma missão caseira para expor e sobreviver aos planos macabros de Bee, a babá interpretada com carisma maligno por Bella Thorne. A trama é simples e repleta de furos lógicos, mas funciona como entretenimento despretensioso, sustentado pela química entre as crianças, sequências criativas de armadilhas domésticas e um humor juvenil que evita qualquer tensão real. 

    Diferente de sátiras como Todo Mundo em Pânico, que ridiculariza os clichês do gênero por meio de paródias meta-cinematográficas, A Babá se contenta em utilizar esses clichês diretamente, criando uma aventura familiar onde o perigo é mais encenado do que assustador. Seu maior trunfo é a vilã estilizada e a ausência de sustos intensos, tornando-o ideal para quem busca um "terror" acessível. É uma opção divertida para uma noite descontraída, desde que não se espere profundidade ou sustos memoráveis, similar ao filme de terror juvenil, A Casa Monstro. 

    O Segredo da Cabana (2011)

    O Segredo da Cabana é uma obra-prima da sátira de terror que funciona tanto como homenagem inteligente quanto como desconstrução afiada do gênero. Cinco amigos visitam uma cabana isolada onde descobrem serem vítimas de um ritual para aplacar entidades antigas, em uma trama que subverte geniosamente os arquétipos clássicos do terror.

    Diferente de Todo Mundo em Pânico, que zomba do gênero por paródias literais e humor escrachado, este filme tece sua crítica de forma orgânica na narrativa, mantendo coerência interna enquanto desmonta convenções. Já comparado à Babá, que entrega um terror juvenil leve e linear, O Segredo da Cabana oferece complexidade meta-narrativa e reviravoltas que recompensam espectadores atentos.

    Com diálogos afiados de Joss Whedon e um elenco carismático (incluindo Chris Hemsworth), o filme equilibra suspense, humor e crítica social brilhantemente. Para quem busca terror inteligente sem sustos intensos, é ideal, a tensão vem do quebra-cabeça narrativo, não de jump scares. Mas, vale dizer: caso você tenha MUITO medo, talvez este possa te assustar. Uma experiência obrigatória que continua a influenciar o gênero. Pode ser uma boa opção para quem gosta de Fonte da Vida pela ambição narrativa, e Coherence pela inventividade conceitual.

    Terror nos Bastidores (2015)

    Terror nos Bastidores é um daqueles filmes que sei que não é perfeito, mas acredito ser uma ótima opção para se divertir e entreter. Ele eleva o conceito de meta ficção no terror a um patamar deliciosamente literal quando um grupo de amigos contemporâneos é violentamente sugado para dentro de Camp Bloodbath, um clássico filme B de slasher dos anos 1980 onde a falecida mãe da protagonista Max (Taissa Farmiga) era a icônica "rainha dos gritos". Presos na trama, eles são forçados a navegar pelas regras absurdas do universo cinematográfico, enfrentando o assassino de machete enquanto tentam desvendar um meio de escapar da película antes que seu destino seja selado.

    A genialidade do filme está em sua dupla camada de homenagem e sátira. Diferente da abordagem escrachada de Todo Mundo em Pânico, que zomba dos filmes de terror externamente, Terror nos Bastidores cria seu humor a partir da imersão total nos clichês, fazendo com que a comédia surja do contraste entre o comportamento moderno dos personagens e as convenções antiquadas do filme no filme. Já a comparação com O Segredo da Cabana revela duas vertentes da autorreferencialidade: se Cabana é uma desconstrução filosófica e sombria, Terror nos Bastidores é sua contraparte despreocupada e afetiva, focada na nostalgia e no caos narrativo. Uma celebração pura e energética do amor pelos filmes B, que com certeza cativa fãs de longas como À Prova de Morte, que faz homenagem a este peculiar gênero do cinema. 

    Zumbilândia (2009)

    Zumbilândia transforma o apocalipse zumbi em uma comédia ágil e cheia de coração, seguindo o cauteloso Columbus e o destemido Tallahassee em uma jornada repleta de regras absurdas de sobrevivência e uma busca por Twinkies. Ao encontrarem as astutas irmãs Wichita e Little Rock, o quarteto forma uma família improvisada em um mundo dominado por mortos-vivos. 

    Diferente de Todo Mundo em Pânico, que se baseia em paródias literais, Zumbilândia constrói sua comédia por personagens carismáticos e situações orgânicas, mantendo uma narrativa coesa enquanto equilibra ação, humor e momentos genuínos de conexão emocional, aqui, sendo mais parecido com Terror nos Bastidores. O longa é como um Guia do Mochileiro das Galáxias, pelo humor absurdo e cenários caóticos, mas com uma pitada de terror. 

    Com cenas icônicas como a hilária participação de Bill Murray interpretando ele mesmo e a destruição criativa de zumbis, o filme é ideal para quem busca o universo do terror sem sustos reais. Aqui, os mortos-vivos servem como pano de fundo para piadas e desenvolvimento de personagens, não para tensão ou medo. 

    O Sexto Sentido (1999)

    O Sexto Sentido se consagrou como um marco do cinema ao transformar uma premissa sobrenatural em um drama humano profundamente emocional. A narrativa do diretor M. Night Shyamalan acompanha o psicólogo Malcolm Crowe (Bruce Willis) em sua jornada para ajudar o jovem Cole Sear (Haley Joel Osment), um garoto que vive aterrorizado por sua capacidade de ver e interagir com espíritos. 

    Diferente de filmes como Todo Mundo em Pânico – que reduz o gênero a uma sátira escrachada – ou de A Babá – que se contenta em ser um entretenimento leve –, esta obra constrói seu impacto por uma tensão psicológica meticulosa, atuações excepcionais e um cuidado raro com o desenvolvimento emocional dos personagens. 

    O filme é notavelmente acessível para quem evita sustos, ao substituir jumpscares por uma atmosfera de melancolia e mistério, onde o verdadeiro horror não são os fantasmas, mas o isolamento e o luto que carregam. A revelação final, famosa por recontextualizar toda a história, eleva o filme de um simples thriller paranormal para uma comovente reflexão sobre aceitação e perdão. Os Outros tem uma atmosfera gótica e sensibilidade similar, e A Vila, tem o mesmo cuidado narrativo e reviravolta impactante. 

    Mais de duas décadas depois, O Sexto Sentido mantém seu poder de comover e surpreender, provando que as melhores histórias de terror são, no fundo, sobre a vida e suas sombras.

    A Morte Te Dá Parabéns (2017)

    A Morte Te Dá Parabéns reinventa a premissa de O Feitiço do Tempo com uma roupagem de terror adolescente, acompanhando a universitária Tree Gelbman em um loop mortal no dia de seu aniversário. Forçada a reviver repetidamente seu próprio assassinato por um assassino mascarado, ela precisa desvendar a identidade do culpado para quebrar o ciclo. O filme se destaca por equilibrar comédia e terror de forma acessível, focando mais no mistério e no desenvolvimento da protagonista — que evolui de uma jovem cínica para uma heroína determinada — do que em sustos intensos ou violência gráfica.

    Comparado a obras como O Sexto Sentido, que aborda o sobrenatural com seriedade dramática, ou Todo Mundo em Pânico, que prioriza o humor escrachado, A Morte Te Dá Parabéns encontra um meio-termo bem-sucedido, lembrando Zumbilândia na forma como usa uma premissa de horror para contar uma história de crescimento pessoal. O assassino tem um ar quase cartoonizado, e as sequências de morte são tratadas com leveza, tornando a experiência ideal para quem busca ingressar no gênero sem medo de pesadelos. Uma comédia de terror eficaz que prova que enfrentar a morte repetidas vezes pode ser, acima de tudo, divertido.

    Para fãs do filme, recomenda-se a sequência A Morte Te Dá Parabéns 2, que expande a mitologia do loop temporal, e Pânico, pela similar mistura de investigação e slasher.

    Dezesseis Facadas (2023)

    Dezesseis Facadas reinventa o slasher ao mesclar viagem no tempo e comédia, criando uma experiência deliciosamente nostálgica. A trama acompanha Jamie, uma adolescente do presente que, após um ataque do serial killer "Sweet Sixteen Killer", é transportada para 1987. Lá, ela precisa se unir à versão jovem de sua própria mãe para impedir os crimes iniciais do assassino e garantir seu próprio futuro. O filme se destaca por seu humor afiado, que satiriza tanto os anos 1980 quanto as convenções do gênero, enquanto desenvolve uma comovente dinâmica maternal entre as protagonistas.

    Comparado a A Morte Te Dá Parabéns, que compartilha a premissa de combater um assassino em contexto temporal, Dezesseis Facadas se aprofunda mais na comédia e na nostalgia, funcionando como uma homenagem aos slashers clássicos sem recorrer ao terror intenso. Diferente de Todo Mundo em Pânico, que ridiculariza o gênero por paródias literais, aqui o humor surge organicamente do choque cultural entre épocas e do desenvolvimento dos personagens. Com cenas de violência estilizadas e ausência de sustos gratuitos, é ideal para quem busca o espírito do terror sem seus elementos mais assustadores. Freaky: No Corpo de um Assassino tem uma abordagem humorística similar, e o filme Terror Nos Bastidores tem o mesmo amor aos clássicos do gênero. Uma celebração inteligente e divertida que prova que o terror pode ser leve, engraçado e comovente.

    Corra! (2017) 

    Corra!, segundo minha opinião, é uma obra-prima e um dos melhores filmes já feitos. No entanto, ele figura “abaixo” nesta lista, pois o filme de estreia de Jordan Peele transcende o gênero do terror –  ao fundir suspense psicológico com uma crítica social incisiva –, mas ele causa um desconforto tão grande que, pessoalmente, acredito que não seja a melhor pedida para aqueles que não gostam do terror pela sensação ruim. 

    No entanto, se seu problema for sobrenatural e sustos, pode assistir a “Corra!” e aproveite cada segundo da narrativa que acompanha Chris, um jovem fotógrafo negro que, ao visitar a família aparentemente liberal de sua namorada branca, se vê imerso em uma teia de racismo disfarçado e horror sobrenatural. Sua genialidade está em como transforma situações sociais cotidianas em fontes de pavor crescente, fazendo com que o espectador se identifique com a paranoia e o isolamento, vividos pelo protagonista.

    Diferente de quase todos os filmes da lista, Corra! constrói seu terror a partir do desconforto social e das microagressões, usando o suspense inteligentemente para explorar temas profundos de apropriação e violência racial. Este não é somente um filme de terror: é um marco cultural que demonstra o poder do gênero para dissecar as feridas abertas da sociedade contemporânea, tornando-o essencial para qualquer amante de cinema. Similar a Nós, do mesmo diretor, que também expande sua crítica social através do horror. 

    Garota Infernal (2009)

    Garota Infernal emergiu como um filme cult que transforma o terror em uma alegoria afiada sobre amizade tóxica, sexualidade feminina e os horrores da adolescência. Escrito por Diablo Cody e dirigido por Karyn Kusama, o filme acompanha a complexa dinâmica entre Needy e sua melhor amiga Jennifer, que, após ser possuída por uma entidade demoníaca, desenvolve um apetite mortal por adolescentes masculinos. 

    Diferente de sátiras como Todo Mundo em Pânico, que zomba do gênero de forma explícita, Garota Infernal utiliza as convenções do terror para explorar questões sociais profundas, aproximando-se da abordagem de Corra!, porém com um foco específico na experiência feminina juvenil. O filme é ideal para quem busca horror sem sustos intensos, pois seu terror reside mais na tensão psicológica e na deterioração de um vínculo de amizade do que em cenas convencionais de susto. Garota Infernal permanece como uma obra ousada e necessária, que reivindica o corpo feminino como território de horror e libertação.

    Com diálogos afiados, violência estilizada e um tom que equilibra humor ácido e horror, a obra se mantém acessível mesmo para espectadores mais sensíveis. Similar a Jovens Bruxas, pela exploração do poder feminino e amizades perigosas, e Possuída, pela metáfora similar entre monstro feminino e transformação adolescente. 

  • Jeff Bridges: Ranking dos Melhores Filmes da Estrela de ‘Tron’

    Jeff Bridges: Ranking dos Melhores Filmes da Estrela de ‘Tron’

    Bruno Pinheiro Melim

    Bruno Pinheiro Melim

    Editor JustWatch

    Um dos grandes marcos da ficção científica chega ao seu novo capítulo. Tron: Ares está em exibição nos cinemas de todo o Brasil, trazendo de volta o memorável personagem Kevin Flynn, interpretado por Jeff Bridges desde o primeiro filme. Convenhamos, uma ótima oportunidade para fazermos um mergulho na extensa carreira de um dos atores com o maior número de indicações ao Oscar na história (sete vezes).

    Por isso mesmo, preparamos um ranking com os melhores filmes e performances de Jeff Bridges, ator que se destaca em qualquer tipo de papel, seja qual for o gênero do filme, sempre atuando de maneira natural e extremamente convincente e elegante. Todos os filmes estão disponíveis online, em diversas plataformas por assinatura ou através de aluguel em streaming.

    10. Tron: Uma Odisseia Eletrônica (1982)

    Começando pelo filme que inaugurou uma das franquias mais populares quando o assunto é Inteligência Artificial. Se o filme de 2025 (Tron: Ares) traz o mundo virtual invadindo o mundo real, Tron: Uma Odisseia Eletrônica, já nos anos 80, refletia, de maneira ficcional, sobre a relação entre computador e homem, propondo o movimento contrário: um programador (interpretado por Jeff Bridges) que acaba sendo aprisionado no universo digital.

    Um filme com uma estética única, que remonta aos primeiros jogos de videogame, e bastante ousada para a época, que ficou muito marcado pelo seu visual neon e seus efeitos visuais criativos que simulavam os espaços virtuais. No entanto, é impossível pensar no sucesso do filme, e consequentemente da franquia, sem atrelá-lo à poderosa interpretação de Jeff Bridges, que carrega um filme que se passa boa parte em cenários completamente irreais. Uma performance que ficou marcada na sua carreira, muito por conta da dificuldade de atuar sem muitas referências físicas e visuais. Uma obra que recomendo para qualquer amante de ficção científica como Blade Runner, com o aviso de que o lado de aventura otimista, característico de filmes da Disney, está bastante presente.

    9. O Último Golpe (1974)

    Voltando agora ainda mais no tempo para falarmos sobre um dos papéis que popularizaram o ator quando ainda jovem. Primeiro filme dirigido por Michael Cimino na carreira, O Último Golpe traz Clint Eastwood e Jeff Bridges formando uma dupla improvável de assaltantes que planejam um último roubo. Um filme realizado de maneira bem artesanal, com uma estética crua e belas paisagens, completamente oposto ao que encontramos em Tron: Uma Odisseia Eletrônica, e que mistura o ambiente de road-movie, com a adrenalina de filmes de ação.

    No entanto, apesar das inúmeras qualidades estéticas do longa, sua maior virtude mora no campo das representações. Tanto Eastwood, que dá vida ao assaltante mais experiente e veterano de guerra, quanto Bridges, que interpreta o seu intenso e divertido aprendiz, que nutre um fascínio enorme (quase romântico) pelo personagem mais velho, estão excelentes. Não à toa, Bridges recebeu uma nomeação ao Oscar pelo papel. Para quem está em busca de um filme de assalto que escolhe se aprofundar na psicologia e na relação entre os personagens, como Um Dia de Cão, certamente é uma excelente escolha.

    8. Starman: O Homem das Estrelas (1984)

    Voltando novamente para o campo da ficção científica, Starman: O Homem das Estrelas, clássico de John Carpenter, assim como Tron: Uma Odisseia Eletrônica, também é um marco do gênero dos anos 80. Mas aqui, Jeff Bridges, ao invés de interpretar um humano que embarca em uma viagem dentro de um computador, o ator dá vida a um ser extraterrestre que assume o corpo do falecido marido de uma mulher, e acaba criando uma conexão real com ela. 

    Um filme que causa uma identificação ainda maior no espectador (comparado com Tron), justamente por acompanharmos um ET na tentativa de entender a humanidade. É aqui que entra o exímio trabalho de Bridges, que constrói uma curva dramática muito sensível e expressiva, de um personagem que adquire aos poucos os nossos trejeitos mais humanos. Uma obra que constantemente é esquecida entre os amantes de ficção científica mais familiar, mas que na minha visão não fica muito abaixo dos principais filmes do gênero, como Contatos Imediatos do Terceiro Grau e E.T. - O Extraterrestre.

    7. Tucker: Um Homem e Seu Sonho (1988)

    Vamos pular agora de uma performance mais minimalista, onde suas maiores qualidades aparecem através dos detalhes, em referência a Starman: O Homem das Estrelas, para uma interpretação muito mais enérgica e extravagante. Tudo isso, na pele do visionário Preston Tucker, um revolucionário designer de carros da primeira metade do século XX.

    Assim como Starman é constantemente esquecido quando o assunto é ficção científica, Tucker: Um Homem e Seu Sonho também não aparece com muita frequência nas listas dos melhores filmes de Francis Ford Coppola. Uma verdadeira injustiça, uma vez que, na minha visão, é uma das obras mais completas do diretor, que conta com um roteiro envolvente, um visual deslumbrante e uma atuação de Jeff Bridges de tirar o chapéu — que capta de maneira perfeita a essência de um homem sonhador e que desafiava as convenções da época. Em tempos onde as cinebiografias estão bastante em moda, não perca a oportunidade de assistir a um dos maiores expoentes do gênero.

    6. O Pescador de Ilusões (1991)

    O lado mais cômico de Jeff Bridges, encontrado em O Último Golpe, também é explorado em O Pescador de Ilusões. Um filme extremamente bem realizado, que recomendo muito para quem é fã do estilo fantástico, sempre com comentários sociais, característicos do cinema de Terry Gilliam, conhecido por ter dirigido Brazil, o Filme.

    Contracenando ao lado do genial Robin Williams, Bridges entrega uma das atuações mais transformadoras da sua carreira, já que interpreta um radialista egoísta e insensato, que muda, aos poucos, ao conhecer um morador de rua que o faz enxergar o mundo e as pessoas de outra maneira. Uma performance completamente espontânea e genuína, em um filme bastante imaginativo, e que nos faz refletir sobre o impacto das nossas ações nos outros, mas também do poder da amizade de curar as nossas feridas e traumas. Ocupa a sexta posição não só pela interpretação transcendente de Bridges, como também pela temática do filme, que na minha visão, é ainda mais profunda do que a de Tucker: Um Homem e Seu Sonho.

    5. A Qualquer Custo (2016)

    A imponência e postura de Jeff Bridges, principalmente quando mais velho, normalmente cai como uma luva em um faroeste. Além de Bravura Indômita (a seguir), o ator tem grande destaque em A Qualquer Custo, um filme para quem gosta de ‘westerns’ mais modernos, com um alto grau de tensão, como Sicario: Terra de Ninguém e o próprio Terra Selvagem, que é do mesmo diretor (Taylor Sheridan).

    O filme acompanha dois irmãos que precisam de dinheiro e decidem assaltar bancos, mas se deparam com a figura de um experiente policial (interpretado, é claro, por Jeff Bridges), um personagem completamente oposto ao de O Último Golpe. Com uma performance bastante física do ponto de vista postural, e construída sobretudo nos detalhes e olhares de um homem que sempre parece estar certo e à frente daqueles que tenta perseguir, Bridges prova, que mesmo com uma idade mais avançada, continua atuando da mesma maneira convincente e completamente autêntica. 

    4. Bravura Indômita (2010)

    Vamos agora para um faroeste ainda mais impressionante que A Qualquer Custo e que propiciou a Jeff Bridges uma amplitude dramática muito maior, uma vez que ao invés de interpretar um homem íntegro que defende a lei, dá vida a um inescrupuloso, bêbado e brutal xerife, que auxilia uma garota a se vingar do homem que matou seu pai, em Bravura Indômita. Uma performance multifacetada que reflete, de maneira equilibrada, os dois lados de um personagem ambíguo e indecifrável.

    Como estamos falando de um filme dos irmãos Coen, não espere encontrar os mesmos elementos do faroeste clássico estrelado por John Wayne, também intitulado Bravura Indômita, e adaptado do mesmo livro. Mas sim um filme sombrio e ao mesmo tempo cômico, completamente imprevisível e com diálogos mais hilariantes e expressivos, característico do estilo dos autores. Na minha visão, um dos melhores faroestes das últimas décadas, ao lado de Onde os Fracos Não Têm Vez, realizado pelos mesmos diretores.

    3. Coração Louco (2009)

    Chegamos agora no filme responsável pela única estatueta do Oscar para Jeff Bridges, e que só não se situa na primeira colocação do ranking, uma vez que os dois próximos filmes da lista são verdadeiras obras-primas, e contam, a meu ver, com as performances da vida do ator.

    Coração Louco, assim como Bravura Indômita, traz Bridges interpretando um homem com vício em bebida, com a diferença de que seu personagem é um cantor country em crise, que tenta sair de uma fase de autoaniquilação, ao mesmo tempo em que se apaixona por uma jornalista mais jovem. Uma interpretação tão realista, sensível e empática, que praticamente acreditamos que Bridges é o personagem (Bad Blake) do filme — vale lembrar que o ator também é músico na vida real. Para quem gosta do longa Nasce Uma Estrela, e nunca assistiu a este (que traz uma temática muito semelhante), certamente não ficará decepcionado.

    2. A Última Sessão de Cinema (1971)

    Na segunda colocação, se situa um longa que constantemente aparece na lista de filmes favoritos de muita gente (onde me incluo). A Última Sessão de Cinema, drama adolescente dirigido por Peter Bogdanovich, é um dos maiores clássicos dos anos 70, e traz Jeff Bridges super novinho e com um magnetismo extraordinário, em um papel que capta perfeitamente o espírito de um jovem norte-americano provinciano sem rumo, e que tenta encontrar algum sentido e futuro na vida, durante a década que se seguiu após o término da Segunda Guerra.

    Evidentemente, o filme também ilustra, através do seu personagem, elementos característicos de um ‘coming-of-age’, por meio da sua relação com uma garota da cidade, mas também evidenciando a sua perda de ingenuidade e descoberta de um mundo não tão promissor. Um filme que indico muito para quem gosta de histórias mais modestas e que concentram-se, sobretudo, na beleza e na tristeza dos pequenos detalhes do cotidiano e de pessoas comuns, como nós.  

    1. O Grande Lebowski (1998)

    Por fim, aterrissamos no magnum opus do trabalho de Jeff Bridges como ator. O Grande Lebowski (obra que considero a mais divertida e delirante dos Irmãos Coen), é o filme, no imaginário popular (e também no meu), que conta com o personagem mais icônico, engraçado e excêntrico da carreira de Bridges. Uma figura ainda mais carismática, divertida e descontraída do que o seu personagem (Lightfoot) em O Último Golpe.

    O Grande Lebowski conta com um estilo irreverente e personagens irresistíveis, uma energia caótica, e um roteiro que mistura comédia e ação de maneira bastante imprevisível. Uma obra que recomendo para qualquer amante de boas comédias inusitadas como Vício Inerente e Dois Caras Legais. No papel do despreocupado Lebowski, também conhecido como The Dude, que é confundido com um milionário com o mesmo nome, Jeff Bridges preenche a tela com uma performance descontraída que dita o ritmo do filme, e nos fascina (e diverte) durante toda a exibição. Um personagem impossível de se esquecer, não importa quanto tempo passe.

  • As Melhores Franquias de Filmes de Terror Slasher

    As Melhores Franquias de Filmes de Terror Slasher

    Bruno Pinheiro Melim

    Bruno Pinheiro Melim

    Editor JustWatch

    Um assassino em série (muitas vezes mascarado), diversas vítimas (na maioria das vezes jovens) e uma arma (que normalmente não é de fogo) são algumas das principais características do subgênero de terror slasher, que começou a se popularizar durante a década de 70 e 80 por meio de filmes (habitualmente) de baixo orçamento.

    Aproveitando a chegada do Halloween, que já está quase batendo à porta, fizemos um ranking com as melhores franquias de terror slasher, para que você possa conhecer (ou relembrar) os vilões e assassinos mais emblemáticos da história do subgênero. Aproveite também para conferir a ordem dos filmes de todas as franquias elencadas, bem como também onde assistir online, em streaming, a todos eles.

    1. Pânico

    Os filmes Pânico apareceram nos anos 90 para revitalizar o gênero de terror slasher, rapidamente se tornando um marco do cinema — certamente bastante influenciado pelo clássico Psicose, de Alfred Hitchcock. Sempre com roteiros afiados, revelando, através de um mistério complexo, quem é o assassino em série por trás do Ghostface, os longas da franquia, na minha visão, praticamente nunca decepcionaram — vale lembrar que sempre é alguém diferente que elege a máscara como disfarce. 

    A memorável faca utilizada pelos assassinos mascarados é um objeto que dá arrepios, principalmente às duas principais protagonistas da saga, Sidney Prescott (nos quatro primeiros filmes e Samantha Carpenter (nos dois últimos). A mistura de um humor ácido, com elementos do slasher, e, ao mesmo tempo, uma subversão do terror clássico (muitas vezes através de comentários metalinguísticos) é uma marca registrada da franquia — que, com o tempo, se tornou, na visão de muitos (e na minha), a maior representação do gênero no cinema. Confira todos os filmes da franquia em ordem de lançamento a seguir:  

    • Pânico (1996)
    • Pânico 2 (1997)
    • Pânico 3 (2000)
    • Pânico 4 (2011)
    • Pânico (2022)
    • Pânico 6 (2023)

    2. Halloween

    O primeiro filme da franquia Halloween, dirigido pelo mestre do terror, John Carpenter (conhecido também pelo O Enigma de Outro Mundo), talvez tenha sido o grande responsável por popularizar o subgênero slasher, antes mesmo de Pânico, ao apresentar o lendário assassino Michael Myers em um cenário completamente aterrorizante. Com sua máscara branca sinistra, sua enorme faca de cozinha, e sua força fora do comum, o antagonista é famoso por perseguir sua irmã, Laurie Strode (e todos aqueles que a protegem), durante grande parte dos filmes. 

    A franquia, que tem um tom muito mais sério que Pânico, gerou tanto sucesso, que obras com outras linhas do tempo foram realizadas – sempre com um ambiente de muito suspense, mesmo contando com uma história inferior a do primeiro filme – e mais recentemente, um reboot também foi lançado na tentativa de recuperar a nostalgia e os elementos clássicos dos primeiros longas. Por ser uma das franquias mais clássicas do gênero e ser aquela (da lista) com mais títulos lançados, merece a segunda posição. Veja todos os filmes abaixo: 

    • Halloween: A Noite do Terror (1978) 
    • Halloween II: O Pesadelo Continua (1981) 
    • Halloween III: A Noite das Bruxas (1982) 
    • Halloween 4: O Retorno de Michael Myers (1988) 
    • Halloween 5: A Vingança de Michael Myers (1989) 
    • Halloween 6: A Última Vingança (1995) 
    • Halloween H20: 20 Anos Depois (1998) 
    • Halloween: Ressurreição (2002) 
    • Halloween - O Início (2007) 
    • Halloween 2 (2009) 
    • Halloween (2018)
    • Halloween Kills: O Terror Continua (2021) 
    • Halloween Ends - O Acerto de Contas Final (2022)

    3. A Hora do Pesadelo

    Freddy Krueger, sem dúvida, também faz parte do olimpo dos assassinos de filmes de terror slasher. Diferentemente de Pânico e Halloween (apesar de existir uma certa discussão em relação ao caráter humano de Michael Myers), A Hora do Pesadelo ficou marcado pela sua inovação ao trazer um antagonista com um toque sobrenatural — vale lembrar que Freddy foi queimado vivo — misturado com convenções do slasher, em um cenário completamente original: os sonhos. Convenhamos, uma baita premissa.

    Conhecido por atacar adolescentes dentro dos seus próprios sonhos, a franquia conta com sequências assustadoras, principalmente quando seu vilão utiliza da atmosfera onírica e surreal do inconsciente das suas vítimas para eliminá-las, com o auxílio da sua mortal luva com lâminas afiadíssimas. Ao todo, existem sete filmes sequências da franquia, um crossover com Sexta-feira 13 e um remake. À semelhança de Halloween, a meu ver, o primeiro filme é uma espécie de obra-prima, mas os seguintes não conseguem manter o mesmo nível de sofisticação. Mesmo assim, valem a pena ser vistos por todos os fãs e curiosos pelo gênero — principalmente aqueles que gostam também de uma vibe mais terror psicológico como Corrente do Mal. Confira as produções da franquia abaixo: 

    • A Hora do Pesadelo (1984) 
    • A Hora do Pesadelo 2: A Vingança de Freddy (1985) 
    • A Hora do Pesadelo 3: Os Guerreiros dos Sonhos (1987) 
    • A Hora do Pesadelo 4: O Mestre dos Sonhos (1988) 
    • A Hora do Pesadelo 5: O Maior Horror de Freddy (1989) 
    • A Hora do Pesadelo 6: Pesadelo Final, a Morte de Freddy (1991) 
    • O Novo Pesadelo: O Retorno de Freddy Krueger (1994) 
    • Freddy vs Jason (2003) 
    • A Hora do Pesadelo (2010) 

    4. Chucky, o Brinquedo Assassino

    As inúmeras produções que retratam o brinquedo Chucky, que no fundo é a incorporação da alma do assassino em série Charles Lee Ray (aspecto sobrenatural que compartilha com A Hora do Pesadelo, mesmo sendo uma história com uma pegada mais cômica) formam, certamente, uma das mais consistentes e duradouras franquias slasher de todos os tempos. A principal diferença em relação às três primeiras franquias dessa lista, talvez seja o fato de não contar com um filme inaugural tão genial — o que faz com que ela ocupe a quarta posição.

    Conhecida por sua mistura de humor ácido (quem não se lembra das frases memoráveis proferidas pelo brinquedo?), com um terror mais gráfico, a franquia se reinventou no decorrer do tempo, fazendo com que o legado de Chucky continuasse sempre vivo, ao longo de gerações. Não à toa, o primeiro filme lançado nos anos 80 deu origem à uma enorme coleção de longas-metragens, além de uma série televisiva — que recomendo muito aos fãs do personagem, mas também aos jovens que não acompanharam a timeline dos filmes. Veja todas as produções de Chucky a seguir: 

    • Brinquedo Assassino (1988)
    • Brinquedo Assassino 2 (1990) 
    • Brinquedo Assassino 3 (1991) 
    • A Noiva de Chucky (1998) 
    • O Filho de Chucky (2004)
    • A Maldição de Chucky (2013) 
    • O Culto de Chucky (2017)
    • Brinquedo Assassino (2019)
    • Chucky - Série (2021-2024)

    5. Sexta-Feira 13

    Se nos filmes do Brinquedo Assassino encontramos diversas passagens cômicas, claro, que de um ponto de vista mais ácido, nos longas de Sexta-Feira 13, de forma geral, não encontraremos isso. Pelo contrário, o que reina aqui é a atmosfera perturbadora e o tom extremamente violento. Durante os anos 80, uma coisa era certa: todo ano tinha um novo filme de Sexta-Feira 13. Acredite, ao longo dessa década, oito longas da franquia foram lançados, praticamente um seguido do outro, consolidando-a como uma das mais importantes do subgênero slasher. 

    Se o nome Jason te diz alguma coisa, é porque em algum momento você já foi atormentado pela imagem do assassino com a máscara de hóquei. Conhecida por ser a franquia mais ‘criativa’ (mas, ao mesmo tempo, na minha visão, mais exagerada) em relação aos métodos macabros utilizados pelo seu vilão no momento dos assassinatos, Sexta-Feira 13 é uma franquia que se preocupa primordialmente com a ambiência de eterno suspense e o uso de uma violência mais gráfica. Uma ótima opção para quem está em busca de algo mais hard-core, como o próprio O Massacre da Serra Elétrica — que aparece na lista a seguir. Veja todos os filme sde  Sexta-Feira 13 abaixo: 

    • Sexta-Feira 13 (1980)
    • Sexta-Feira 13 - Parte 2 (1981) 
    • Sexta-Feira 13 - Parte 3 (1982) 
    • Sexta-Feira 13 - Parte 4: O Capítulo Final (1984) 
    • Sexta-Feira 13 - Parte 5: Um Novo Começo (1985) 
    • Sexta-Feira 13 - Parte 6: Jason Vive (1986) 
    • Sexta-Feira 13 - Parte 7: A Matança Continua (1988) 
    • Sexta-Feira 13 - Parte 8: Jason Ataca em Nova York (1989)
    • Jason Vai para o Inferno: A Última Sexta-Feira (1993)
    • Jason X (2001) 
    • Freddy vs Jason (2003)
    • Sexta-Feira 13 (2009) 

    6. O Massacre da Serra Elétrica

    O Massacre da Serra Elétrica definitivamente mudou a forma com que o público enxergava os filmes de terror. Com um realismo assustador, uma atmosfera tenebrosa e um vilão – Leatherface com sua máscara de pele humana, sua motosserra mortal e sua família de canibais – de botar medo em qualquer um, o primeiro filme da franquia é considerado por muitos, inclusive pelo mestre do terror Stephen King, um dos filmes slasher mais horripilantes de todos os tempos. Sinceramente? É preciso de muito estômago para aguentar até o fim!

    Devido ao seu impacto, a franquia se expandiu com os anos, com várias sequências que exploraram a continuação dos crimes de Leatherface, mas também com algumas prequelas e um remake do filme original. Para quem valoriza primordialmente o elemento sensorial, de ambiente do terror e uma estética mais minimalista e documental (não necessariamente trazendo histórias tão elaboradas como em Pânico), O Massacre da Serra Elétrica é uma franquia que deve ser explorada a fundo (e essa lista pode te ajudar a enconrtar a melhor ordem). No entanto, ocupa a sexta colocação, justamente por conta das sequências não chegarem nem perto do que foi o notável filme inaugural, não conseguindo manter a consistência da franquia.

    • O Massacre da Serra Elétrica (1974)
    • O Massacre da Serra Elétrica 2 (1986) 
    • O Massacre da Serra Elétrica 3 (1990)
    • O Massacre da Serra Elétrica: O Retorno (1995)
    • O Massacre da Serra Elétrica (2003) 
    • O Massacre da Serra Elétrica: O Início (2006) 
    • O Massacre da Serra Elétrica 3D: A Lenda Continua (2013) 
    • Massacre no Texas (2017) 
    • O Massacre da Serra Elétrica: O Retorno de Leatherface (2022) 

    7. X

    Como prova de que o terror slasher não está morto, Ti West revigorou o gênero com a sua trilogia X, que no fundo faz uma homenagem aos filmes clássicos dos anos 70 e 80, sendo o mais evidente deles, o próprio O Massacre da Serra Elétrica, que tem um cenário de jovens em uma fazenda parecido. Além de misturar com elementos de um terror mais contemporâneo. Uma das maiores virtudes da franquia foi trazer a atriz Mia Goth tanto no papel da protagonista Maxine, como também da vilã e assassina Pearl — algo que não me lembro de ter visto antes em um filme slasher. 

    A franquia é composta por três filmes, sendo que o primeiro deles explora a história da atriz de filmes adultos, Maxine, que vai gravar um filme em uma propriedade rural e é pega de surpresa pela idosa e psicopata, Pearl. Já o segundo, é uma prequela que explora a juventude solitária da velhinha assassina. E o último, é uma sequência do primeiro, que busca expandir a história de Maxine, quando ela finalmente recebe uma chance em Hollywood. No geral, por contar apenas com três títulos, é uma franquia coesa e muito bem dirigida, que recupera diversos aspectos nostálgicos das franquias slasher, mas ao mesmo tempo, a meu ver, não apresenta nada de muito novo e nem se aprofunda tanto nos temas levantados através da sua história. Confira a trilogia abaixo: 

    • X: A Marca da Morte (2022) 
    • Pearl (2022)
    • MaXXXine (2024)

    8. Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado

    Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado é o exemplo perfeito de uma franquia slasher, destinada a um público mais jovem, que perdurou durante muitas décadas. Mesmo não tendo elementos tão aterrorizantes e perturbadores quanto às outras franquias já citadas (por isso a última posição), merece estar nessa lista por ter sobrevivido ao longo dos anos. 

    Não à toa, em 2025 chegou às telonas o novo reboot do clássico que trouxe o grupo de ‘jovens criminosos’ — vale lembrar que eles atropelam sem querer um homem e acobertam o crime — atormentados por um sujeito misterioso com um gancho, que busca vingança. Além da trilogia original e do reboot, existe também uma série com uma linha do tempo diferente. Em resumo, é uma franquia que eu indico (e que pode ser melhor explorada nessa lista) para quem gosta do caráter misterioso, e jovem, de Pânico e todo o suspense envolto na identidade do assassino, mas procura algo mais ‘light’ para não passar uma noite de sono tão conturbada. Descubra todas as produções da saga abaixo:

    • Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado (1997) 
    • Eu Ainda Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado (1998) 
    • Eu Sempre Vou Saber o Que Vocês Fizeram no Verão Passado (2006) 
    • Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado - Série (2021) 
    • Eu Sei O Que Vocês Fizeram No Verão Passado (2025) 
  • Os 10 Melhores Filmes que Completam 10 Anos em 2025

    Os 10 Melhores Filmes que Completam 10 Anos em 2025

    Beatriz Coutinho

    Beatriz Coutinho

    Editor JustWatch

    O ano de 2015 ficou marcado por grandes estreias no cinema, trazendo para o público uma mistura impressionante de blockbusters, dramas emocionantes, animações inovadoras e histórias inspiradoras. De mundos pós-apocalípticos cheios de adrenalina até narrativas profundamente humanas sobre jornalismo, sobrevivência e família, os lançamentos daquele ano mostraram como o cinema pode ser diverso e envolvente. Agora que estes filmes completam 10 anos desde suas estreias, que tal relembrá-los?

    Já estamos no último trimestre de 2025 e este é o momento perfeito para reassistir produções que se tornaram clássicos rapidamente, e que vão desde o retorno de grandes franquias, como o épico de ação Mad Max: Estrada da Fúria, até ideias inovadoras, como a delicada e divertida animação Divertida Mente.

    Neste guia da JustWatch, relembre 10 filmes que completam 10 anos em 2025 e descubra em quais serviços de streaming assistir a eles de forma online.

    Mad Max: Estrada da Fúria (2015)

    Uma das maiores estreias de 2015, Mad Max: Estrada da Fúria foi um novo capítulo da saga do diretor George Miller, que se tornou um clássico quase que instantâneamente e ainda mostrou que filmes de ação podiam andar lado a lado com uma ótima história — sendo perfeito para quem curtiu Logan e até mesmo Duna. O longa trouxe Tom Hardy no papel de Max, capturado pelo cruel Immortan Joe (Hugh Keays-Byrne), e que passa a fazer parte de uma guerra perigosa entre ele e a Imperatriz Furiosa, interpretada de forma brilhante por Charlize Theron. 

    Com uma história emocionante, trilha sonora pulsante e cenas de luta e perseguição muito bem coreografadas em um deserto pós-apocalíptico, Mad Max é direto, visualmente impressionante e desenvolve seus personagens com maestria — mesmo aqueles que não são protagonistas. Vale lembrar inclusive que o filme faturou nada mais, nada menos que seis prêmios no Oscar 2016: Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem de Som, Melhor Direção de Arte, Melhor Maquiagem, Melhor Figurino e Melhor Edição/Montagem. Em 2024, Furiosa: Uma Saga Mad Max, foi lançado como uma prequela que conta a história de origem da personagem.

    Spotlight: Segredos Revelados (2015)

    Se por um lado Mad Max: Estrada da Fúria trouxe efeitos grandiosos, o grande vencedor do Oscar 2016 de Melhor Filme, Spotlight: Segredos Revelados, impressiona justamente pelo oposto, a sobriedade. O filme é ideal para quem gosta de histórias baseadas em fatos reais, como Ela Disse e The Post - A Guerra Secreta, e acompanha a equipe jornalística do The Boston Globe que publicou uma grande reportagem sobre crimes de abuso sexual e pedofilia cometidos por membros da arquidiocese católica de Boston nos anos 1990, que foram encobertos pela Igreja Católica.

    Este é um drama investigativo que prende o público não pelo choque, mas pela precisão e humanidade com que revela cada camada da história, valorizando o delicado e sério trabalho jornalístico por trás de um tema complexo como este, por meio das atuações contidas, mas poderosas de Mark Ruffalo, que interpreta o repórter Michael Rezendes; Liev Schreiber, no papel do editor Marty Baron; e até mesmo de Stanley Tucci, que faz o advogado Mitchell Garabedian, uma peça importante da investigação do jornal. Vale lembrar que, na vida real, a reportagem recebeu o Prêmio Pulitzer de Serviço Público em 2003.

    Divertida Mente (2015)

    Vencedor do Oscar 2016 de Melhor Animação, Divertida Mente é mais uma animação da Disney Pixar que entrou para a lista de filmes favoritos de muita gente. O filme conta a história de Riley, uma pré-adolescente de 11 anos que está passando por uma série de mudanças em sua vida, s suas emoções que comandam o cérebro da garotinha: a Alegria, a Tristeza, o Medo, o Raiva e a Nojinho. O longa transforma a complexidade dos sentimentos humanos, principalmente das crianças, em uma aventura visual encantadora e sensível.

    Entre tantos filmes de 2015 que exploraram ação e realismo, Divertida Mente brilhou justamente por olhar para dentro, mostrando que amadurecer também significa fazer as pazes com nossas próprias emoções, já que a produção aborda um tema universal: o crescimento e a aceitação da tristeza como uma parte fundamental da vida — de forma parecida com Viva: A Vida é uma Festa e A Viagem de Chihiro. Com uma narrativa inteligente, mas bastante acessível para crianças e adolescentes, e uma trilha sonora bastante delicada e divertida, o filme ressalta a importância de validar os sentimentos das crianças.

    Velozes e Furiosos 7 (2015)

    Se você já estava sentindo falta da ação de Mad Max, aqui vai mais um filme repleto de perseguições: Velozes e Furiosos 7, que foi tudo o que os fãs poderiam esperar de outros filmes da franquia, mas com um toque emocional inesperado por conta da morte do ator Paul Walker, que interpretava Brian, em um acidente de carro que aconteceu pouco tempo após o início das filmagens do longa.

    A produção mostra Dom (Vien Diesel), Brian e Letty (Michelle Rodriguez) lidando com o assassino profissional Deckard Shaw (Jason Statham), que quer vingança pela morte de seu irmão. O diretor do filme, James Wan, decidiu não matar o personagem de Walker durante a produção, mas, sim, fazer com que ele anunciasse uma aposentadoria, o que garantiria a continuação da franquia sem possíveis furos narrativos. Assim, ele criou uma história que mistura cenas de ação de tirar o fôlego, entre saltos impossíveis e perseguições épicas, com momentos emocionantes.

    Os irmãos de Walker, Caleb e Cody, foram usados como dublês do ator, cujo rosto foi recriado por meio de componentes faciais dele em cenas inéditas dos filmes anteriores e CGI com captura de movimentos. Até mesmo quem não é fã da franquia conhece a cena em que Brian e Dom estão dirigindo, quando o primeiro toma um rumo diferente na estrada, ao som de See You Again, do artista Wiz Khalifa, o que prova como Velozes e Furiosos 7 se tornou um filme sobre amizade e família.

    Perdido em Marte (2015)

    Dirigido por Ridley Scott, a mente por trás de filmes como Blade Runner e Alien, o Oitavo Passageiro, Perdido em Marte é uma adaptação do livro homônimo escrito por Andy Weir, e transforma uma história de isolamento extremo em uma jornada surpreendentemente otimista. O longa coloca Matt Damon no papel de Mark Watney, um astronauta enviado pela NASA para uma missão em Marte, dado como morto depois de uma tempestade da qual seus colegas conseguem escapar. Sozinho e com poucos recursos, ele precisa sobreviver e tentar voltar para a Terra, uma missão mais difícil que a que ele deveria cumprir inicialmente.

    O filme combina tensão e humor de forma magistral, abordando a resiliência humana em meio a exploração espacial. Damon brilha em um papel solitário, equilibrando momentos dramáticos e esperançosos com muito carisma e realismo. Visualmente impressionante e cientificamente aceitável o suficiente para envolver o público sem causar reações do tipo “Isso seria impossível”, Perdido em Marte mostrou mais uma vez a capacidade de Scott unir espaço, espetáculo e emoção, e vai agradar quem gostou de Náufrago ou Gravidade.

    Vingadores: Era de Ultron (2015)

    Depois do sucesso do primeiro filme que uniu Homem de Ferro (Robert Downey Jr), Capitão América (Chris Evans), Viúva Negra (Scarlett Johansson), Thor (Chris Hemsworth) e Hulk (Mark Ruffalo) em um time, Vingadores: Era de Ultron foi uma sequência bem recebida por público e crítica, que ampliou as ambições do grupo de heróis e do MCU — mais um exemplo de ação e narrativa em sintonia, como vimos em Mad Max: Estrada da Fúria e Velozes e Furiosos 7. O filme mostra como a inteligência artificial criada por Tony Stark e Bruce Banner para proteger a Terra, Ultron, cria consciência e decide que a paz só pode ser alcançada mediante a extinção da humanidade. 

    O filme trouxe uma série de novos personagens que seriam importantes para as fases seguintes do Universo Cinematográfico da Marvel (MCU), como Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen), Pietro Maximoff (Aaron Taylor-Johnson) e Visão (Paul Bettany), além de ter dado continuação a saga das Joias do Infinito, tema principal das sequências Vingadores: Guerra Infinita e Vingadores: Ultimato. Era de Ultron entrega batalhas grandiosas e ótimos diálogos, além de aprofundar o peso de cada escolha dos heróis, preparando o terreno para os conflitos ainda maiores dos longas seguintes.

    Star Wars Episódio VII - O Despertar da Força (2015)

    Em 2015, as expectativas eram altas para o primeiro Star Wars da Disney, após a compra da Lucasfilm em 2012, e elas foram atendidas quando quando Star Wars Episódio VII - O Despertar da Força estreou, trazendo uma glória renovada para a saga. A história do filme se passa exatamente 30 anos após a queda de Darth Vader e do Império, quando uma nova ameaça surge: a Primeira Ordem, comandada por Kylo Ren (Adam Driver), filho da Princesa Leia com Han Solo; General Hux (Domhnall Gleeson) e pelo Líder Supremo Snoke (Andy Serkis).

    O longa equilibra nostalgia e novidade, apresentando também novos protagonistas: o piloto da Resistência Poe Dameron (Oscar Isaac), a jovem sucateira Rey (Daisy Ridley), cuja jornada repleta de descobertas relacionadas à Força, e Finn (John Boyega), um stormtrooper desertor. Com cenários e efeitos visuais impressionantes, batalhas espaciais frenéticas e um ótimo ritmo, a produção renovou o espírito da franquia, conquistando antigos e novos fãs. Todo esse sucesso também resultou nas sequências Star Wars Episódio VIII: Os Últimos Jedi e Star Wars Episódio IX: A Ascensão Skywalker.

    O Regresso (2015)

    Com direção de Alejandro González Iñárritu, O Regresso foi o espetáculo visual responsável por Leonardo DiCaprio finalmente vencer seu primeiro (e até o momento, único) Oscar de Melhor Ator. Na mesma pegada de Apocalypto e No Limite, e inspirado em fatos reais, o filme acompanha a história de Hugh Glass, personagem de DiCaprio, um explorador que parte para o oeste dos Estados Unidos para trabalhar como caçador. No entanto, a vida do homem muda quando ele é atacado por um urso e abandonado por seu colega John Fitzgerald (Tom Hardy), que rouba seus pertences, obrigando-o a se virar ferido em uma floresta no auge do inverno.

    De forma parecida com Perdido em Marte, o filme mostra um homem tentando sobreviver em um meio hostil, mas aqui é o sentimento de vingança que se mostra como o combustível necessário para resistir. Filmado quase inteiramente com luz natural, o longa transforma seu cenário selvagem em um personagem por si só, belo, mas cruel. DiCaprio, de fato, entrega uma atuação forte e física, que demonstra a forma profunda a qual o ator se entregou ao papel, enquanto Hardy e sua intensidade também tornam a narrativa em algo visceral.

    Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros (2015)

    Assim como Star Wars com O Despertar da Força, a franquia Jurassic Park também ganhou uma nova era em 2015, com o lançamento de Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros, cuja história cheia de suspense e caos acontece exatamente 20 anos após o primeiro filme. O longa mostra que o parque dos dinossauros na ilha Nublar está aberto ao público, revelando que a ideia de John Hammond deu certo: agora as pessoas podem conferir diferentes atrações envolvendo as criaturas pré-históricas. No entanto, a estreia de uma nova atração acaba saindo do controle, fazendo com que os visitantes precisem lutar por suas vidas.

    O filme é dirigido por Colin Trevorrow, mas teve a participação de Steven Spielberg, diretor do original, na produção, com Chris Pratt e Bryce Dallas Howard liderando o elenco, equilibrando humor e tensão de forma interessante. Embora não tenha a originalidade revolucionária do primeiro Jurassic Park, o longa apresenta um nível bastante grandioso, entregando bons efeitos, divertindo e cumprindo seu papel como thriller, sendo capaz de despertar o fascínio e o medo que dinossauros podem causar em pessoas de todas as idades em um cenário moderno.

    Que Horas Ela Volta (2015)

    Que Horas Ela Volta?, da diretora Anna Muylaert, rapidamente ganhou o posto de clássico do cinema brasileiro, combinando crítica social com uma narrativa emocionante. Entre humor e muitas outras camadas, o filme conta a história de Val (Regina Casé), que se muda para São Paulo com o objetivo de oferecer uma vida melhor para sua filha Jéssica (Camila Márdila). Ela passa 13 anos na capital, trabalhando para os mesmos patrões, quando é surpreendida pela visita da filha, que verá pela primeira vez em mais de uma década.

    Quando Jéssica chega e seu comportamento não corresponde ao que os patrões de Val esperavam, toda a dinâmica da casa muda, expondo a separação e a exploração de classes, além de todas as imposições que permeiam aquele lar, e abrindo debates sobre privilégio, hipocrisia, atitudes que são herança do passado escravocrata brasileiro, entre outros assuntos — se você gostou de Parasita, achará interessante, e revoltante, esse olhar nacional sobre estes temas.

    Com muito mérito, o longa venceu o Prêmio do Público de Melhor Ficção na Mostra Panorama no Festival de Berlim, assim como o prêmio de Melhor Roteiro do RiverRun International Film Festival. Além disso, as atuações poderosas e envolventes de Regina Casé e Camila Márdila também receberam o Prêmio Especial do Júri Pela Atuação do Festival Sundance de Cinema.

    Outros grandes filmes e estreias populares de 2015 incluem: A Bruxa, Jogos Vorazes: A Esperança - O Final, Minions, 007 - Contra Spectre, Creed: Nascido Para Lutar, Os Oito Odiados, 50 Tons de Cinza, O Lagosta, Cinderela, Missão Impossível - Nação Secreta e O Quarto de Jack.

  • ‘The Good Witch’: Saiba Como Assistir à Série e a Todos os Filmes de ‘A Bruxa do Bem’ em Ordem

    ‘The Good Witch’: Saiba Como Assistir à Série e a Todos os Filmes de ‘A Bruxa do Bem’ em Ordem

    Bruno Pinheiro Melim

    Bruno Pinheiro Melim

    Editor JustWatch

    O universo de The Good Witch, também conhecido no Brasil como A Bruxa do Bem, já nos alegrou com diversas aventuras de Cassie Nightingale, a mulher com habilidades mágicas que mora em Middleton, através de sete filmes lançados pelo Hallmark Channel (canal norte-americano por assinatura) e uma série (posterior) intitulada Good Witch  — essa felizmente disponível na Netflix. 

    Neste guia da JustWatch, conheça todas as produções da franquia e saiba também a ordem certa para assistir aos filmes e à série, seguindo as datas de lançamento — que também coincidem com a ordem cronológica. Se você está à procura de histórias de bruxas mais leves para ver em família neste Halloween, mas com um toquezinho especial de magia, certamente está no lugar certo.

    1. A Bruxa do Bem (2008)

    Caso você não conheça a franquia, mas tenha uma leve sensação de já ter visto o seu nome em algum lugar, saiba que você pode já ter se deparado com o primeiro filme de A Bruxa do Bem durante a Sessão da Tarde, da Rede Globo, que chegou a exibir o longa-metragem com o título traduzido. Trazendo (desde o início até a última produção) Catherine Bell no papel de Cassie Nightingale, o primeiro filme apresenta essa intuitiva e misteriosa protagonista, através da sua chegada em Middleton para habitar uma casa considerada ‘mal assombrada’. 

    Para mim, uma das suas maiores virtudes, é que, ao invés de cair no lugar-comum de explorar um enredo de bruxas com poderes extraordinários, malignos ou outras coisas do tipo, característicos de filmes como Jovens Bruxas, o longa se utiliza deste tema para contar uma história que funciona muito mais como uma metáfora da aceitação do diferente, do excêntrico. Isso, claro, refletido através da protagonista, uma mulher que apesar do preconceito sofrido na nova cidade, continua utilizando a sua sutil habilidade mágica (de intuição) para ajudar as pessoas.

    2. A Bruxa do Bem 2 (2009)

    No segundo filme da franquia, intitulado A Bruxa do Bem 2, Cassie resolve se estabelecer de verdade em Middleton, inclusive, vivendo um novo relacionamento. Porém, a chegada de um homem misterioso que diz ser parente da antiga proprietária da sua casa, novamente tira a sua paz. O tom agradável de uma leve comédia familiar é mantido, muito semelhante à clássica série adolescente Sabrina, a Aprendiz de Feiticeira, mas dessa vez invertendo o conflito da protagonista: agora, o problema passa a ser o ‘novo estranho’ da cidade e as suas verdadeiras intenções. 

    Na minha visão, é um filme que acaba por seguir à risca os elementos que popularizaram o primeiro A Bruxa do Bem, mas com a diferença de que este começa a explorar o lado mais romântico da franquia, através da relação de Cassie com Jake, o chefe de polícia local. 

    3. A Bruxa do Bem 3: A Magia do Natal (2010)

    A maioria das pessoas não marcariam um casamento nas vésperas do Natal, mas este não é o caso de Cassie e Jake, que estão prestes a se juntar oficialmente, ao mesmo tempo em que as festas de fim de ano se iniciam. Sem contar também, um novo problema que surge na cidade, que clama pela intervenção de Cassie, com os seus poderes. Ou seja, se você gostou do tom mais romântico de A Bruxa do Bem 2, a sua continuação promete sublinhar esse aspecto ainda mais.

    Sim, a terceira produção da franquia também é um típico filme de Natal: uma trama que prova a importância da família, com um sentimentalismo entre os personagens mais exacerbado, e um conflito que envolve novamente a chegada de um estranho — mas, dessa vez, similar ao filme Esqueceram de Mim, já que um criminoso que escapou da prisão se volta contra os moradores de Middleton, principalmente contra Jake. Para mim, é um filme que pode satisfazer o gosto tanto dos amantes de romances sobre casamentos, ou romances que se passam na época natalina. A boa notícia é que A Bruxa do Bem 3: A Magia do Natal está disponível no Looke.

    4. A Bruxa do Bem 4 (2011)

    Já percebemos que o conflito de todos os filmes acontece a partir da chegada de um estranho na cidade. E em A Bruxa do Bem 4, isso não é diferente, uma vez que uma prima distante de Cassie chega em Middleton causando uma série de conturbações. Convenhamos, um motivo que faz com que o quarto filme não supere as expectativas.

    Dito isto, a fórmula que acabou resultando nos três longas anteriores, a meu ver, acaba por ficar um tanto quanto saturada no quarto filme. Isto é, já sabemos quase toda a estrutura que irá ser seguida: alguém estranho aparece, gera conflito, a protagonista intervém, e o antagonista no fim acaba por sofrer alguma mudança. Apesar de continuar sendo uma produção leve e divertida, acaba por ser um filme menos impactante do que os anteriores, por conta da sua previsibilidade.

    5. A Bruxa do Bem 5 (2012)

    Agora, já nos braços da população de Middleton, Cassie Nightingale foi eleita a nova prefeita da cidade (quem diria, não?), além de ter dado à luz à sua primeira filha biológica, Grace — que mais tarde se torna uma das protagonistas da série Good Witch, o revival contemporâneo da conhecida franquia. Mas calma, junto com essas duas preocupações da personagem, junta-se ainda a chegada de sua mãe adotiva, que ela não via há muitos anos. Ou seja, um filme ainda mais focado na dinâmica familiar.

    Vale pontuar que A Bruxa do Bem 5 é um longa menos fantasioso e mágico que A Bruxa do Bem 4, mas que carrega um drama familiar bastante complexo e profundo (o que acaba compensando), já que a protagonista passa pela fase da maternidade, ao mesmo tempo que tem que aprender a voltar a ser uma filha. Na minha perspectiva, não deixa de ser uma instigante história que começa a explorar mais a fundo as relações entre mãe e filha (o que acaba por ser melhor desenvolvido em Good Witch), abordagem semelhante ao que encontramos na série Gilmore Girls, por exemplo.

    6. A Bruxa do Bem 6 (2013)

    Agora sim, a magia está de volta de uma maneira mais determinante no enredo do filme, em contraponto à narrativa mais pé no chão e terrena de A Bruxa do Bem 5. Isso porque, em A Bruxa do Bem 6, o aniversário de Cassie está prestes a chegar e as coisas parecem que não andam tão bem quanto poderiam. Seus últimos conselhos não funcionam, sua loja acaba de pegar fogo, e uma maldição (relacionada com o seu aniversário) também atormenta Cassie e sua família.

    No entanto, tudo isso aparece como um desafio para que a protagonista reveja algumas questões do seu passado, para poder se reconectar novamente com os seus dons. Um filme que, na minha opinião, não decepciona, justamente por conseguir não só recuperar o elemento fantástico, como também destrinchá-lo de maneira mais profunda, através dos segredos familiares por trás das habilidades mágicas da personagem.

    7. A Bruxa do Bem 7 (2014)

    Como conclusão dos filmes de The Good Witch e preparação para a série spin-off que se seguiu, pode-se dizer que A Bruxa do Bem 7 fechou um ciclo para abrir outro, com uma história emocionante em que Cassie, com o seu poder de intuição, ajuda diversas pessoas a enfrentarem variados problemas e obstáculos pessoais (um elemento que reflete a essência da personagem, exposto no primeiro A Bruxa do Bem de maneira muito sensível). Porém, agora temos uma protagonista muito mais madura (comparada ao primeiro filme), e que atinge um grau de sabedoria ímpar — que reflete nos seus conselhos mais acertados.

    Um término bastante impactante e emocionante e que, além de encerrar alguns arcos narrativos, acabou semeando outros, para que fossem explorados posteriormente através da série. Creio que é um filme que genuinamente deixa uma sensação de ‘até logo’, ao invés de fazer apenas uma recapitulação nostálgica das obras anteriores — e isso é de se valorizar.

    Good Witch (2015–2021)

    O hiato de apenas um ano entre as produções também se manteve para o lançamento da série Good Witch, que acompanha, ao longo de sete temporadas, os desdobramentos da família formada por Cassie, sua filha Grace e seus enteados Brandon e Lori, após o trágico falecimento do seu marido Jake. Por ser uma série com uma estética mais refinada e com um investimento maior (comparada aos filmes), é uma produção que consegue atingir um leque mais variado de espectadores. 

    Além disso, conta também com um roteiro bem elaborado, que não explora somente o lado mais leve da história, como também traz temas mais profundos e personagens mais bem construídos. Uma série que, na minha visão, pode agradar não só os fãs dos filmes anteriores, como também àqueles que gostam de séries dramáticas mais leves, mas que não trazem necessariamente uma história fantástica, como é o caso de Doces Magnólias — ambas produções disponíveis na Netflix.

    As três primeiras temporadas se aprofundam no relacionamento de Cassie com o novo vizinho, Sam, bem como na história do seu passado e a sua ligação com a cidade. A química do novo casal funcionou muito bem, o que fez com que o clima otimista — tão característico dos filmes — voltasse a reinar ao longo do desenvolvimento da trama, após o episódio trágico. As temporadas seguintes apresentaram mistérios ainda mais desafiadores à protagonista, muitos novamente ligados à história da sua família. Além dessa jornada de autoconhecimento, sem deixar de continuar ajudando as pessoas com os seus dons, Cassie também passou a dividir o protagonismo da série com a sua filha Grace, seu recém-marido Sam, e sua melhor amiga Stephanie — personagens que passam a ter um foco muito maior.

    Para quem sempre gostou dos momentos ‘mágicos’ dos filmes, penso que não vai se decepcionar com os rumos que as últimas temporadas tomaram, passando a valorizar cada vez mais os elementos sobrenaturais da família de Cassie. O que acabou por subverter um pouco a questão do uso ‘sutil’ de magia apresentado em A Bruxa do Bem, para explorar este elemento de maneira mais profunda, apresentando truques ainda mais sofisticados. Por esse motivo, Good Witch é uma produção que, ao fim, a meu ver, pode ser chamada, genuinamente, de uma série sobre uma bruxa. E por sinal, uma bruxa do bem!

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