Para os fãs do humor absurdo e das trapalhadas mais malucas do cinema, a franquia Corra que a Polícia Vem Aí! é um verdadeiro tesouro. Criada a partir do genial espírito satírico de David Zucker, Jim Abrahams e Jerry Zucker (o trio ZAZ), a série consagrou o inesquecível Leslie Nielsen como o tenente Frank Drebin, o detetive mais desastrado e sortudo de todos os tempos.
Recentemente, mais um filme da coleção chegou às telonas, contando com Liam Neeson no papel do novo protagonista. Agora, você já pode comprar e alugar o novo filme em streaming, fazendo deste o momento ideal para maratonar todas as produções da franquia. Se você quer embarcar na hilária jornada policial de Drebin, desde suas origens na televisão até suas aventuras épicas no cinema, esta é a ordem cronológica e definitiva para assistir a tudo.
1. Police Squad! – Série (1982)
Antes do Tenente Frank Drebin se consagrar como um ícone cinematográfico na trilogia de Corra que a Polícia Vem Aí!, sua trajetória iniciou em uma das produções mais inovadoras e subestimadas da televisão: a série Police Squad!, lançada em 1982. A série apresenta Leslie Nielsen no papel do detetive mais literal e desastradamente sortudo da história. Cada um de seus seis episódios era uma sátira meticulosa aos seriados policiais dramáticos da época.
Analisando a série com a perspectiva que o tempo concede, Police Squad! se revela uma obra-prima de humor intelectual vestido com a roupagem de comédia pastelão. Seu legado é definido pela densidade cômica: em curtos 25 minutos, os episódios oferecem uma sobrecarga deliberada de piadas, desde as mais evidentes até sutilezas escondidas no pano de fundo, criando uma experiência que recompensa imensamente a revisitação.
Leslie Nielsen já demonstrava total domínio de seu personagem, utilizando sua credibilidade dramática para entregar frases absurdas com uma convicção que se tornaria sua marca registrada. A estrutura episódica serviu como um laboratório criativo onde os diretores refinavam o estilo que definiu uma geração de comédias.
A transição para os cinemas com Corra que a Polícia Vem Aí! permitiu uma evolução natural, mas a comparação entre as obras é enriquecedora. Esta é uma produção perfeita não apenas para os fãs da saga, mas também para aqueles que adoram produções como Apertem os Cintos… O Piloto Sumiu!, que conta com os mesmo idealizadores, o trio ZAZ, e Nielsen no elenco.
2. Corra Que a Polícia Vem Aí! – filme (1988)
Corra que a Polícia Vem Aí! é o primeiro filme da consagrada trilogia cômica que levou o humor nonsense de Police Squad! para as telas do cinema. Lançado em 1988 e estrelado pelo icônico Leslie Nielsen como o desastrado, porém bem-intencionado, tenente Frank Drebin, o longa expande o universo criado na série televisiva com roteiro afiado e situações ainda mais absurdas. Pessoalmente, este é um daqueles filmes que me fazem rir todas às vezes que vejo. Se você, como eu, gosta de Todo Mundo em Pânico, vai adorar este.
A trama acompanha Drebin em sua missão para desmascarar um plano de assassinato, culminando em uma sequência hilária em um jogo de beisebol – uma das cenas mais memoráveis da história da comédia. Dirigido por David Zucker, o filme mantém a essência da série: piadas visuais rápidas, diálogos cheios de duplo sentido e a habilidade única de Nielsen em manter a seriedade diante do caos.
Corra que a Polícia Vem Aí! não somente resgatou o espírito de Police Squad! para um público mais amplo, como se tornou um clássico instantâneo, influenciando gerações de comédias. É uma obra obrigatória para fãs do humor pastelão e um testemunho do talento inigualável de Leslie Nielsen.
3. Corra que a Polícia Vem Aí! 2½ – filme (1991)
Corra que a Polícia Vem Aí! 2½ é a sequência que eleva o caos e o absurdo da franquia a novos patamares. Lançado em 1991, o filme traz de volta Leslie Nielsen como o impagável tenente Frank Drebin, agora enfrentando uma conspiração envolvendo energia e meio ambiente.
Com direção de David Zucker, o longa mantém a fórmula bem-sucedida do primeiro: piadas visuais em ritmo acelerado, situações absurdas e a seriedade cômica de Drebin diante do completo nonsense. A trama satiriza questões ambientais e políticas com o humor característico da franquia – sendo perfeita para quem gosta de filmes como Borat – , enquanto desenvolve o romance entre Drebin e Jane Spencer (Priscilla Presley). O clímax no evento de conferência ambiental é uma aula de comédia física e timing perfeito.
Consolidando o legado da série, Corra que a Polícia Vem Aí! 2½ prova que a equipe por trás das câmeras e o elenco dominavam a arte da comédia pastelão inteligente, entregando mais do que os fãs esperavam - e justificando plenamente o "meio" extra no título. Pessoalmente, me divirto mais com esta produção do que com a primeira, mas entendo que pode ser pela proximidade com o humor atual, afinal eu mesma nasci em 1993, então compreender todas as gags de 1988 fica um pouco mais difícil.
4. Corra que a Polícia Vem Aí! 33⅓: O Insulto Final – filme (1994)
Corra que a Polícia Vem Aí! 33⅓: O Insulto Final encerra a trilogia clássica com o mesmo espírito anárquico que consagrou a franquia. Lançado em 1994, o filme marca o retorno triunfal de Leslie Nielsen como o tenente Frank Drebin, agora aposentado, mas forçado a voltar à ativa para infiltrar-se numa perigosa trama terrorista.
Dirigido por Peter Segal, o longa mantém o estilo ZAZ de comédia: piadas visuais densas, referências absurdas e situações que beiram o surreal. Destaque para a sequência final nos Oscars, considerada um dos momentos mais hilários da história da comédia, com cameos surpresa de celebridades e o caos característico de Drebin.
O filme desenvolve com maestria a relação entre Drebin e Jane (Priscilla Presley), agora grávida, adicionando uma camada de emoção genuína ao universo nonsense. Apesar do subtítulo "O Insulto Final", a produção demonstra todo o carinho e respeito pelos personagens e pelo legado cômico da série.
Tenho bastante carinho pelo que foi apresentado neste terceiro filme, por mais que tenha eterna impressão de que o humor já estava se esgotando. Talvez o mais fraco da trilogia original, mas não por ser ruim, somente por não ter mais tanto fôlego. Corra que a Polícia Vem Aí! 33⅓: O Insulto Final funciona como uma despedida adequada para Frank Drebin.
Se você terminou e que algo a mais: assista a Loucademia de Polícia. Este é outro clássico da comédia com a temática policial.
5. Corra Que a Polícia Vem Aí! – filme (2025)
Estrelado por Liam Neeson como Frank Drebin Jr, o filho do querido protagonista, Corra Que a Polícia Vem Aí! é uma delícia de continuação espiritual da saga. A franquia prova que seu humor atemporal continua tão engraçado e relevante quanto nas décadas passadas.
O filme, que se tornou um dos meus favoritos de 2025, consegue a proeza de ser, ao mesmo tempo, uma introdução perfeita para novos espectadores e uma homenagem afetuosa para os fãs de longa data. Liam Neeson surpreende ao abraçar o legado de Leslie Nielsen com maestria, interpretando um Frank Drebin renovado, mas fiel ao espírito absurdamente sincero que consagrou o personagem. A verdadeira joia da produção, no entanto, é a química maravilhosa entre Neeson e Pamela Anderson. Ela traz um carisma contagiante e um timing cômico preciso que complementa perfeitamente a seriedade cômica de Neeson, criando uma dupla simplesmente irresistível.
Para os fãs da saga Busca Implacável, ver Liam Neeson trocar a intensidade dramática por situações hilárias é uma experiência deliciosa e surpreendente. O filme aproveita sua imagem de "herói durão" para subvertê-la com genialidade, resultando em cenas ainda mais engraçadas para quem conhece sua filmografia anterior. Além disso, a versão dublada brasileira merece destaque: é uma das melhores do ano, capturando com precisão o tom absurdo e as piadas rápidas, enriquecendo ainda mais a experiência.
Embora o longa funcione perfeitamente como ponto de partida, recomendo assistir a ele somente após ver a trilogia original. Dessa forma, o público consegue apreciar todas as referências, easter eggs e evoluções do humor, entendendo plenamente como este revival honra e expande o universo criado pelo trio ZAZ. Assistir a ele por último não só aumenta o prazer da experiência, como transforma o filme em uma celebração completa dessa saga única — e comprova que, mesmo anos depois, Drebin ainda é o detetive mais desastrado e amado do cinema.