Há certos filmes que têm o poder de, durante a sua exibição, fazer com que deixemos de lado os problemas que nos rodeiam cotidianamente, para nos concentrarmos única e exclusivamente em uma coisa: rir. Como é o caso de Um Maluco no Golfe 2, lançado há pouco tempo pela Netflix, que conquistou rapidamente o público que adora filmes do gênero.
Seja através de uma obra adolescente, uma comédia pastelão ou romântica, um longa de animação, uma sática política, um road-movie, ou de uma produção nacional, o que todos os filmes dessa lista têm em comum é o fato de conseguirem, mesmo que durante um breve momento, fazer com que você se divirta e esqueça de todo o resto. Assim sendo, não perca tempo e utilize este guia da JustWatch para saber quais são as comédias mais engraçadas disponíveis agora no catálogo da Netflix!
1. Superbad - É Hoje (2007)
Dirigido pelo especialista em comédias Greg Mottola, Superbad - É Hoje é um filme rodeado de cenas hilárias, com uma energia efervescente, onde os personagens (dois amigos que decidem se aventurar sexualmente, antes da despedida para faculdade) são construídos de uma maneira ‘sem filtro’, lembrando algumas figuras de American Pie — mas sem serem tão superficiais.
Além de ser um longa paradigmático dentro do seu gênero, Superbad é responsável por uma das sequências mais emblemáticas (e certamente mais virais) da comédia contemporânea: quando Fogell (Christopher Mintz-Plasse) mostra para Seth (Jonah Hill) e Evan (Michael Cera) sua identidade falsa com o nome "McLovin", deixando-os furiosos, e logo em seguida, quando ele tenta comprar bebidas alcoólicas e acaba se envolvendo em um assalto aleatório. Para quem já viu, é algo quase impossível de se esquecer. E para quem ainda não viu, corra para Netflix, já que nenhuma palavra consegue descrever o poder cômico dessas cenas.
2. Não Olhe para Cima (2021)
Que tal passarmos agora para uma comédia com um tom mais político? — mas nem por isso, menos engraçada que Superbad - É Hoje. Não Olhe para Cima, dirigido por Adam McKay e protagonizado pelos pesos pesados Leonardo DiCaprio, Jennifer Lawrence, Meryl Streep (e muitos outros atores incríveis), é, para mim, uma das maiores pérolas (da comédia) no catálogo da Netflix.
Na história, acompanhamos uma dupla de astrônomos que descobrem que um asteroide com potencial de destruir a Terra está a caminho. Porém, à medida que eles tentam divulgar para o resto do mundo essa descoberta, se deparam com um bando de negacionistas (incluindo a própria presidente dos Estados Unidos). Aproveitando o potencial da sátira e da subversão de personagens em posições de poder, Não Olhe para Cima é uma comédia sagaz que nos faz rir (para não chorar) da nossa própria desgraça como espécie. Um filme que recomendo muito aos que estão em busca de comédias com fortes críticas sociais, como o clássico Dr. Fantástico.
3. Meninas Malvadas (2004)
Meninas Malvadas, apesar de ser ligeiramente menos engraçado, assim como Superbad, também ocupa um espaço considerável na cultura popular norte-americana (e consequentemente em boa parte do ocidente), quando o assunto é: comédia adolescente.
Protagonizado por Lindsay Lohan, o longa acompanha Cady Heron, uma menina que foi criada na África e, recém-chegada aos Estados Unidos, frequenta uma escola pela primeira vez. Durante sua adaptação, ela acaba entrando para um grupo de amigas ‘malvadas’ que são conhecidas por fazerem de tudo para manter o status de populares. A obra se tornou um fenômeno cultural, muito pela abordagem satírica que faz relativamente às dinâmicas e relações adolescentes, além, claro, da sua estética jovem — exposta tanto através da montagem do filme, quanto por meio do design de produção e figurinos.
4. Meu Nome é Dolemite (2019)
Baseado em uma história real, Meu Nome é Dolemite traz um dos grandes nomes da comédia do século XXI, Eddie Murphy, no papel de um dos maiores comediantes do século passado, Rudy Ray Moore, amplamente conhecido pelo seu personagem Dolemite (um cafetão que luta kung fu), e por ter sido um dos pioneiros do rap nos Estados Unidos — essa talvez você não soubesse. Sim, seu jeito único de contar histórias, sempre utilizando rimas super sofisticadas, pode ser considerado como uma das origens do gênero musical.
O resultado não poderia ser outro, um filme que exala energia para contar a história do homem (e do personagem) que popularizou o gênero (agora cinematográfico) blaxploitation — produções de baixo orçamento, com pessoas negras como protagonistas, também conhecida pelo uso de um humor sexualmente explícito. Murphy tem uma das suas melhores performances da vida nesta cinebiografia (pouco convencional, na mesma vibe que Anti-Herói Americano), que se propõe a fazer uma homenagem à uma das figuras mais importantes da arte negra norte-americana.
5. Minha Mãe é uma Peça (2013)
Por que não um filme brasileiro nessa lista e, ainda mais, ocupando a quinta posição? O fato de Minha Mãe é uma Peça ser a franquia brasileira com a maior bilheteria da história do país, já diz bastante coisa. Mas a verdade é que sua virtude não mora somente nos números e estatísticas, mas sim na sua história, divertida e emocionante, que traz o melhor de Paulo Gustavo, em uma performance que ficará para sempre marcada na história do cinema brasileiro.
E para matar a saudade do ator, por que não (entre os três longas que existem) assistir ao filme que trouxe, pela primeira vez, na grande tela, Paulo no papel da nossa querida, bem-humorada e superprotetora Dona Hermínia? Uma obra com sequências hilárias sobre dinâmicas familiares, mas que também carrega um apelo sentimental muito grande, não à toa causando identificação com boa parte do público brasileiro.
6. Anjos da Lei (2012)
Olha ele de novo! Que Jonah Hill e a palavra ‘comédia’ nasceram um para o outro, nós já sabíamos. Mas, agora, que Jonah Hill e Channing Tatum formariam uma dupla de perder o fôlego (tanto pelo lado cômico, quanto pelo lado da ação), isso só descobriríamos em Anjos da Lei. Um filme que até tem uma energia semelhante a Superbad, e que se não fosse pelo seu final bem exagerado e fora do tom, poderia estar entre os primeiros dessa lista.
Tirando isso, a premissa do longa já é suficiente para encontrar a comicidade da situação: uma dupla de policiais que é obrigada a trabalhar à paisana, se infiltrando em um grupo de estudantes do colegial para descobrir quem é o fornecedor de drogas — sim, eles realmente têm que passar a frequentar a escola de novo. O resultado não poderia ser diferente: momentos e sequências cômicas genuinamente inesperadas e completamente absurdas. E para quem gostou do primeiro e ficou com vontade de mais, a sequência Anjos da Lei 2 também não deixa a desejar.
7. A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas (2021)
E quem disse que também não dá para soltar umas boas gargalhadas em um filme de animação? A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas é o exemplo perfeito de como um desenho animado (neste caso, feito através de CGI) pode igualmente fazer com que os adultos, e não só as crianças, tenham um momento prazeroso e de descontração em frente à tela.
Com uma junção perfeita de humor e muita emoção, que para mim, lembra Tá Chovendo Hambúrguer, o filme conta a história de uma família que é pega de surpresa — já que estavam viajando para comemorar o fato da filha Mitchell ter passado na faculdade de cinema — quando os equipamentos eletrônicos ganham vida e ameaçam fazer uma revolução robótica. É, sem dúvida, um filme autêntico e bastante crítico em relação à sociedade atual (como o próprio Não Olhe para Cima, com uma pegada mais leve), mas ainda assim extremamente divertido e alto astral.
8. Meu Eterno Talvez (2019)
Nem sempre uma ficção protagonizada por um bom comediante é sinônimo de qualidade e sucesso — são muitos os exemplos que testemunham isso. Porém, Meu Eterno Talvez é a prova de que essa fusão (bem sucedida) pode acontecer sim — como já vimos, inclusive, nessa lista, no ótimo Meu Nome é Dolemite, onde Eddie Murphy dá um show.
Estrelando a atriz e comediante de stand-up, Ali Wong, o longa explora a vida de uma chef de cozinha de muito sucesso, que 15 anos depois reencontra um ex-ficante (e amigo de infância), logo após ter levado um fora do noivo. Uma história engenhosa, que até lembra Vidas Passadas, mas com um enredo, que conta com uma menor profundidade temática.
Com uma química raramente vista em filmes do gênero, o longa dirigido por Nahnatchka Khan e protagonizado por Wong e Randall Park, é uma comédia romântica elegante, e que não precisa ser apelativa para arrancar boas risadas (e se bobear algumas lágrimas) do público.
9. Um Maluco no Golfe (1996)
Por que não continuarmos falando sobre grandes nomes da comédia? Adam Sandler protagonizou diversos filmes no maior estilo ‘pastelão’, ao decorrer da sua carreira. Mas se fosse para escolher uma, onde o seu timing cômico faz calar qualquer ‘hater’ da sua filmografia, Um Maluco no Golfe seria, a meu ver, uma escolha perfeita. Interpretando o improvável jogador de golfe (antigo atleta de hóquei), Happy Gilmore, Sandler entrega uma performance incomparável, com um humor físico bastante expressivo e (no mínimo) excêntrico.
O carinho do público em relação ao filme continuou tão grande — mesmo décadas se passando — que não por acaso a Netflix produziu uma continuação do primeiro longa (Um Maluco no Golfe 2), quase trinta anos depois, onde acompanha a volta de Gilmore ao esporte que o tornou popular, anos depois de abandoná-lo. Dois filmes que mesmo sem trazer histórias tão elaboradas, quanto o próprio Meu Eterno Talvez, não decepcionam no quesito comicidade.
10. Bad Trip (2021)
Muitas coisas fogem do tradicional neste último filme da lista, que é uma espécie de bônus para quem gosta de longas mais escrachados com desafios ou pegadinhas como Jackass: o fato de ser uma comédia road-movie, o uso de câmeras escondidas, o uso de pessoas reais, e as situações absurdas propostas pela dupla de personagens, Chris (Eric André) e Bud (Lil Rel Howery), durante a sua viagem da Flórida até Nova York, com um carro rosa roubado.
Por esses e outros motivos, Bad Trip é um filme completamente bizarro e nonsense, que ousa no seu formato, na tentativa de reunir a espontaneidade do humor de pegadinhas, com a liberdade de criação propiciada por uma ficção. É, no mínimo, um filme curioso, surpreendente e hilariante, mesmo não contando com o viés narrativo tradicional dos outros nove longas dessa lista.