O vampiro mais conhecido da história da literatura já foi representado no cinema de diversas formas. Algumas mais fiéis ao livro de Bram Stoker, outras menos, alterando, inclusive, o seu nome e sua fisionomia característica. Sem esquecer também dos filmes que utilizaram a figura de Drácula em histórias completamente originais.
Aproveitando a estreia de Drácula: Uma História de Amor Eterno, novo longa de Luc Besson, e a chegada do Halloween, separamos um ranking com os melhores filmes do vampiro mais influente de todos os tempos. Com este guia da JustWatch, propomos uma viagem à história de Drácula no cinema, através das obras que melhor representaram este memorável personagem em filmes sombrios perfeitos para o mês de Outubro. Saiba também onde assisti-las em streaming!
1. Drácula de Bram Stoker (1992)
Se tem uma paixão que Francis Ford Coppola não esconde é o seu gosto por literatura. Tanto é que o diretor normalmente tem alguma influência literária por trás dos seus projetos. Megalópolis, por exemplo, se inspira em diversos livros, já seus clássicos O Poderoso Chefão e Apocalypse Now, são adaptações de grandes obras de Mario Puzo e Joseph Conrad, respectivamente. Chegamos então em Drácula de Bram Stoker, um filme que dosa perfeitamente o ponto de vista do diretor Coppola, com a versão original do escritor Stoker.
E essa qualidade, fundamentalmente, faz com que sua versão esteja no topo dessa lista. Afinal, o diretor consegue modernizar a história do vampiro, mas sem deixar de lado a essência presente no livro — vale recordar que Coppola é o único que monta seu filme com uma estrutura semelhante à obra original, com entradas de diários e cartas dos personagens. E, no fim das contas, que mal há em reimaginar um Drácula mais humano e romântico, vivido, ainda por cima, por Gary Oldman?
2. Nosferatu (1922)
Clássico é clássico, e isso não se discute. Nosferatu, de F.W. Murnau, é um daqueles filmes que não importa quanto tempo passa, continua influenciando gerações e mais gerações de cineastas interessados no gênero terror. E quem diria que uma adaptação não autorizada repercutiria tanto. Vale recordar que o nome de Conde Drácula (que passou a ser Conde Orlok) e sua fisionomia (que lembra mais a de um roedor) foram alteradas para conseguir escapar dos direitos autorais, se distanciando da representação mais direta do vampiro como a de Coppola.
Assistir ao filme expressionista de Murnau, faz com que, por um breve momento, passemos a acreditar realmente em vampiros — muito por conta do ambiente sombrio do filme e da atuação inquietante de Max Schreck. Nosferatu não é somente uma adaptação de Bram Stoker, é um marco cinematográfico e a maior referência visual da história do Drácula. Um filme obrigatório para quem se interessa pelas raízes do terror, tanto esteticamente, quanto narrativamente falando.
3. Nosferatu (2024)
Como prova do impacto do filme de Murnau, surge Nosferatu, de Robert Eggers, talvez a representação mais gótica da história do vampiro no cinema. Mas para quem já conhecia o estilo do diretor antes de assistir ao filme, com certeza já esperava que Eggers iria para este caminho — imagens bastante gráficas, uma atmosfera tenebrosa e personagens ainda mais perturbadores.
Aqui, a obsessão do vampiro pela esposa de Thomas, é exponenciada a um nível nunca antes visto — como esquecer da (bizarra) cena de sexo entre Ellen e Orlok? Enfim, é uma obra direcionada fundamentalmente aos amantes do terror gótico — como A Colina Escarlate de Guillermo del Toro, por exemplo. Levando em conta as representações mais modernas do vampiro (incluindo Renfield e Drácula: Uma História de Amor Eterno) é, de longe, a mais impressionante delas. Consegue equilibrar de maneira primorosa a influência que pegou do longa de Murnau e a essência do livro de Stoker.
4. Drácula (1931)
O primeiro filme sonoro (e em língua inglesa) do vampiro também merece o seu devido reconhecimento. Diferentemente da versão de Murnau, Drácula, de Tod Browning, apesar de ser baseado primordialmente em uma peça, faz uma abordagem mais fiel ao que seria a sua representação visual descrita no livro de Stoker, mas que não tem um apelo tão abrangente quanto adaptações mais modernas como Nosferatu.
Bela Lugosi no papel do Conde amedrontador, com sua atuação mais teatral e expressiva é, com certeza, o principal modelo cinematográfico de um Drácula com traços mais humanos. Para quem se interessa em saber como foi a primeira abordagem hollywoodiana do vampiro, não pode perder a oportunidade de assistir ao filme de Tod.
5. Nosferatu: O Vampiro da Noite (1979)
Uma pesquisa que seria interessante fazer: qual obra influencia mais os cineastas contemporâneos que adaptam a história do vampiro, o livro de Bram Stoker, ou o filme de F.W. Murnau? Para Werner Herzog, com certeza, a referência cinematográfica serve mais como cerne do seu filme Nosferatu: O Vampiro da Noite.
Não sei se podemos tratá-lo como um remake no sentido rigoroso do termo, já que o diretor alemão coloca diversos elementos narrativos e estéticos originais — um Drácula mais trágico, e uma representação mais realista, para citar alguns exemplos. Porém, o filme não deixa de ser uma homenagem à obra de 1922, uma vez que utiliza sua estrutura como base — com exceção ao nome do vampiro, que Herzog pôde usar na sua forma original. Em última instância, é um longa que consegue um impacto parecido com o anterior: deixar o espectador com frio na barriga.
6. Drácula, o Príncipe das Trevas (1966)
Dentre os muitos filmes que Christopher Lee protagonizou no papel do vampiro da Transilvânia, Drácula, o Príncipe das Trevas pode ser considerado aquele que causou o maior impacto. Provavelmente, muito por conta do caráter inovador da história, que traz Drácula ressuscitando e atacando um grupo de turistas que vão parar no seu castelo.
Vale mencionar que o filme é uma continuação de O Vampiro da Noite, mas trazendo um Drácula ainda mais ameaçador e sanguinário. A performance física de Christopher Lee é um dos principais elementos responsáveis por gerar o terror no filme. Sua maneira silenciosa de andar pelo quadro, somada às suas pequenas expressões genuinamente perturbadoras, faz com que seu Drácula, em termos de construção de personagem, seja considerado um dos melhores.
7. A Sombra do Vampiro (2000)
Já deu para perceber que o encantamento por trás da figura de Drácula se estendeu à sua forma mais monstruosa como Nosferatu. E essa fascinação pela sua representação cinematográfica foi o principal motivo para a criação de A Sombra do Vampiro, talvez o filme mais criativo com o personagem.
Uma obra metalinguística, que reimagina como foi a filmagem de Murnau no século passado, levantando a hipótese de que o diretor alemão contratou um ator para fazer o papel, que na verdade seria um vampiro. Uma fantasia que explora justamente o mistério por trás da figura de Max Schreck, que gerou uma série de lendas após a sua atuação tão memorável como Nosferatu. Criativa, mas que pode não ter o apelo clássico que as adaptações anteriores tem.
8. Hotel Transilvânia (2012)
O cinema de animação também merece o seu lugar na lista. Afinal, Hotel Transilvânia é uma das abordagens mais engraçadas do Conde Drácula. É claro que a história do filme, que traz o vampiro como proprietário de um hotel que refugia monstros, além de ser um pai superprotetor que se desespera quando sua filha se apaixona por um humano, já é bastante curiosa.
Mas o fato de ser Adam Sandler a dar voz ao vampiro conhecido por ser um monstro amedrontador, subverte ainda mais o caráter da sua figura, e diverte justamente por quebrar com todas as expectativas por trás da sua representação. Para se ver em família, sem sombra de dúvidas, é o filme do Drácula mais recomendado de todos, principalmente para quem gostou de A Família Addams e ParaNorman.
9. Renfield - Dando Sangue Pelo Chefe (2023)
Seguindo nessa toada de comédias com Drácula, chegamos em Renfield - Dando Sangue Pelo Chefe, filme que centra sua narrativa primordialmente no fiel servo do vampiro, que é responsável por coletar suas refeições (humanos), mas que aqui acaba tendo uma crise de identidade, tentando experimentar uma vida longe dos serviços do ‘boss’.
É evidente que o desejo de Renfield não será tão fácil de ser realizado, afinal, o narcisista Drácula de Nicolas Cage, não está disposto a negociar. O filme utiliza muito bem a figura do vampiro, para subvertê-la em uma comédia de exagero, mas que acaba por não perder o seu elemento aterrorizante. Para falar em outras palavras, é como se fosse um Todo Mundo em Pânico do Drácula. E o pior (ou melhor), é que funciona muito bem, mas que pode não agradar fãs de adaptações mais fiéis como Drácula de Bram Stoker.
10. Drácula: Uma História de Amor Eterno (2025)
Chegamos ao último filme, mas o mais recente deles: Drácula: Uma História de Amor Eterno, de Luc Besson. Com um ponto de vista bastante fiel ao texto original de Stoker, o diretor francês constrói uma adaptação onde o centro da história mora justamente na fascinação do vampiro pela mulher que lembra sua falecida esposa.
No entanto, à semelhança de Coppola, Besson também potencializa o caráter romântico do personagem, mas dessa vez, transformando-o em um vampiro ainda mais obsessivo — que Caleb Landry Jones faz muito bem, por sinal. Para quem se interessa pela exploração profunda do amor e adoração de Drácula, bem como a origem dos seus sentimentos, é uma obra mais do que recomendada.



































































































