Recentemente a Netflix lançou o tão aguardado suspense, A Mulher na Cabine 10, que conta com Keira Knightley assumindo o papel de uma jornalista que busca respostas para um assassinato que aparentemente apenas ela presenciou durante uma viagem em um navio luxuoso, ocupado por empresários de sucesso. Por sinal, mais um filme elevado por uma performance grandiosa da atriz inglesa.
Para você que assistiu ao longa e pretende mergulhar na filmografia de Keira Knightley, ou àqueles que querem conhecer melhor o seu trabalho, preparamos um ranking dos melhores filmes e performances da talentosa atriz. Neste guia da JustWatch, saiba também onde assistir em streaming, a todos os filmes mencionados.
10. Colette (2018)
Keira Knightley é uma das principais atrizes da atualidade quando nos referimos a papéis em filmes de época. Conhecida pela sua capacidade de representar personagens e figuras reais de outros tempos, a atriz entrega uma das suas melhores performances no filme Colette, que narra a história da escritora francesa que lutou arduamente contra o sexismo durante o início do século XX, na famosa Belle Époque.
Um drama de época que ao invés de seguir a cartilha de filmes biográficos, prefere centrar-se no legado empoderador de Colette, principalmente através da busca pela liberdade (no âmbito sexual, político, artístico e por aí vai) da intelectual francesa. Tudo isso, claro, potencializado por uma atuação encantadora de Keira Knightley, que assume de maneira vigorosa o corpo e a alma da escritora que não se submetia às convenções sociais e de gênero da época. Um filme que recomendo bastante aos que procuram dramas históricos com mulheres revolucionárias, como Frida e As Sufragistas.
9. Não me Abandone Jamais (2010)
Saltamos agora para um dos filmes mais comoventes da filmografia de Keira Knightley, que se situa na nona posição justamente por trazer uma performance ainda mais emocionante da atriz, comparado com o filme Colette, através de uma personagem extremamente complexa e ambígua, que é criada em um internato com o intuito de ser doadora de órgãos.
Não me Abandone Jamais é um drama distópico de arrancar lágrimas, escrito pelo mestre da ficção científica Alex Garland, baseado no livro homônimo de Kazuo Ishiguro, que narra a história de três amigos (incluindo a personagem de Keira) que descobrem, aos poucos, os segredos por trás do internato em que eles vivem. Um filme tenso, dilacerante e, muitas vezes, até perturbador, que certamente pode agradar os amantes de longas distópicos com uma forte carga dramática como Filhos da Esperança, de Alfonso Cuarón.
8. Anna Karenina (2012)
Voltamos aos papéis de época, com uma performance ainda mais tocante de Keira Knightley, comparado com Colette. No entanto, dessa vez, ao invés de uma protagonista baseada em uma figura real, a atriz interpreta uma das personagens mais conhecidas da história da literatura, em um filme que utiliza o teatro encenado como recurso narrativo, assim como faz o longa Dogville — mas com um cenário e figurino de época. É claro que me refiro ao filme Anna Karenina, que adapta o clássico livro homônimo de Lev Tolstoy que, por sua vez, narra a trágica vida (e o romance proibido) de uma aristocrata russa durante o final do século XIX.
Um papel onde Keira se sente muito à vontade, ainda mais por ser dirigida por Joe Wright, responsável pelos dois filmes de maior destaque da sua carreira (Orgulho e Preconceito e Desejo e Reparação). Contudo, apesar da atriz estar irretocável ao captar a essência romântica e trágica de Anna Karenina, o filme em si, na minha visão, não tem o mesmo apelo (principalmente narrativo, já que visualmente ele encanta), das duas primeiras obras de Joe Wright — o que faz com que ocupe a oitava posição do ranking.
7. Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra (2003)
Para falar a verdade, é impossível refletir sobre a carreira de Keira Knightley sem mencionar o seu icônico papel na franquia de piratas mais famosa do cinema. Entre os quatro filmes em que a atriz deu vida à destemida Elizabeth Swann, meu destaque vai para Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra. Isso porque além de ser o mais envolvente de todos eles, é aquele que foca no desenvolvimento da sua personagem, Elizabeth — consequentemente, contando com uma atuação mais marcante e emblemática de Keira. Afinal, toda a trama gira em torno do seu sequestro e do seu encontro e relação com o pirata Jack Sparrow e o ferreiro Will Turner.
Uma obra que também traz a atriz inglesa representando uma mulher aristocrata em um filme de época, assim como Anna Karenina. Porém, Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra se difere por contar com inúmeras cenas de ação e um tom aventuresco bastante distinto que, na minha opinião, consegue atingir um leque de espectadores mais abrangente (que vai desde crianças fascinadas em histórias fantásticas com piratas como Peter Pan, até adultos que apreciam filmes de aventura como Indiana Jones).
6. O Jogo da Imitação (2014)
Continuando nessa toada de filmes que se situam em um passado distante, chegamos a O Jogo da Imitação. Um drama histórico baseado em figuras reais, como Colette, mas que adota um ambiente de suspense e um tom mais sombrio — já que explora a história de um matemático inglês, que com a ajuda de uma brilhante criptoanalista (interpretada por Keira Knightley), tenta decifrar um código durante a Segunda Guerra Mundial, que pode contribuir para o sucesso da Inglaterra contra a Alemanha.
Mesmo sem ser a protagonista do filme (este status fica com Benedict Cumberbatch), Keira Knightley causa um grande impacto nos momentos em que aparece, principalmente por dar vida a uma mulher à frente do seu tempo, que se sobressai em um ambiente dominado por homens. Certamente, caso sua personagem tivesse um destaque ligeiramente maior (ao invés de apenas dar suporte à história do protagonista), o filme poderia se situar em uma melhor posição nessa lista. Afinal, O Jogo da Imitação, a meu ver, está entre os principais dramas biográficos dos últimos anos, ao lado de longas como Oppenheimer e A Rede Social.
5. Mesmo Se Nada Der Certo (2013)
Importante dizer que este mesmo problema (de uma certa falta de protagonismo em O Jogo da Imitação) não acontece em Mesmo Se Nada Der Certo — o que contribui para que esta ‘comédia romântica musical’ esteja na frente no ranking. Dirigido por John Carney que, na verdade, está mais do que acostumado a realizar filmes sobre músicos (basta lembrarmos de Apenas uma Vez e Sing Street: Música e Sonho), Mesmo Se Nada Der Certo é mais uma dessas suas proezas cinematográficas.
Um filme sensível, humano e encantador sobre a amizade de uma jovem compositora e um produtor musical falido que, ao se encontrarem, acabam por mudar drasticamente a vida um do outro. Keira Knightley demonstra uma química extraordinária com Mark Ruffalo, e ainda entrega uma interpretação que explora os seus dotes musicais e performáticos. Uma obra simplesmente imperdível àqueles que amam dramas musicais como Nasce Uma Estrela — com o detalhe de ter um tom mais otimista e divertido.
4. Segredos Oficiais (2019)
Vamos saltar agora de uma comédia para um thriller político — só para provar a versatilidade de Keira Knightley. Segredos Oficiais, assim como O Jogo da Imitação, também traz uma história real que envolve guerras — mas, neste caso, a invasão dos Estados Unidos no Iraque. A atriz britânica assume o papel principal do filme ao representar uma famosa tradutora inglesa, Katharine Gun, conhecida por ter vazado informações confidenciais sobre a pressão que os Estados Unidos exerceram para que votassem a favor da invasão do Iraque na ONU.
Um filme que mostra um lado de Keira que até aquele momento havia sido pouco explorado, através de uma personagem em crise e com um enorme dilema moral, que arrisca tudo para fazer aquilo o que acha justo e íntegro. Uma protagonista cuja convicção, coragem e força nos faz lembrar outros famosos denunciantes, que também já foram retratados em filmes de espionagem, como Edward Snowden em Snowden: Herói ou Traidor e Daniel J. Jones em O Relatório. Sem dúvida, um dos principais e mais desafiadores papéis de Keira Knightley.
3. Um Método Perigoso (2011)
Chegamos agora ao top três, todos eles filmes de época elevados por performances fascinantes da atriz inglesa. O primeiro deles, Um Método Perigoso, do mestre canadense David Cronenberg, um longa que remonta a criação da psicanálise, por meio da polêmica relação entre Freud (Viggo Mortensen), Jung (Michael Fassbender) e a paciente Sabina Spielrein (Keira Knightley).
Uma obra que provoca e discute temas tabus, e que pode agradar tanto os amantes de filmes históricos, quanto os interessados em conhecer a história dos grandes intelectuais da psicologia. Além disso, a meu ver, é um filme que necessita de atuações colossais para o seu sucesso. O que, por sinal, Keira Knightley entrega. Uma performance completamente diferente do que encontramos em Segredos Oficiais e, na minha visão, ainda mais desafiadora, pois explora todo o desenvolvimento psíquico de uma figura com vícios e perturbações, que mais tarde acaba por se tornar uma das primeiras mulheres psicanalistas do mundo.
2. Desejo e Reparação (2007)
Como já mencionado anteriormente nessa lista, os dois papéis de destaque da carreira de Keira, pelo menos para mim, acontecem em filmes de Joe Wright, baseados em grandes clássicos da literatura. O primeiro deles, Desejo e Reparação, traz a atriz interpretando uma mulher que é forçada a se separar do seu amante após uma falsa acusação da sua irmã mais nova, durante o período da Segunda Guerra Mundial.
Assim como em Anna Karenina, sua personagem também atravessa uma paixão proibida. No entanto, sua atitude é, evidentemente, menos trágica, uma vez que sua triste história é consequência de acontecimentos externos, e não propriamente das suas decisões. Uma performance que expõe, ao mesmo tempo, toda a força e vulnerabilidade de uma mulher que é assolada pelo fatídico destino, que a faz se distanciar do seu amado. Um filme esteticamente perfeito e narrativamente fascinante, que recomendo a todos os interessados em dramas históricos vencedores de Oscar, como O Paciente Inglês e A Época da Inocência.
1. Orgulho e Preconceito (2005)
Além de ser a mais refinada adaptação de um livro de Jane Austen, Orgulho e Preconceito também conta com a performance mais notável e identificável da carreira de Keira Knightley — o que faz com que o filme se situe na primeira posição do ranking. Ao contrário de Desejo e Reparação, é um romance com um tom mais otimista e menos trágico, que nos propicia uma conexão ainda maior com a personagem interpretada por Keira.
Ao dar vida à icônica protagonista Elizabeth Bennet, que nutre uma relação que vai do ódio ao amor com o orgulhoso e rico Mr. Darcy, Keira nos encanta com uma performance extremamente humana e enérgica, que evidencia o espírito jovem e livre da personagem, além da sua personalidade contestadora, de opinião forte. Não à toa, foi o único filme que fez com que Keira Knightley fosse indicada ao Oscar de Melhor Atriz — vale lembrar que com O Jogo da Imitação, a inglesa concorreu na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante.




























































































