O momento tão aguardado da estreia da nova temporada de Stranger Things está cada vez mais perto (26 de novembro). Ao refletir sobre os seus maiores feitos, a série criada pelos irmãos Duffer não só revigorou os gêneros de terror e ficção científica, como também ofereceu uma enorme dose de nostalgia para o público, ao trazer inúmeras referências visuais e culturais da década de 80 — período em que a produção é situada.
Neste guia da JustWatch, falaremos justamente sobre este tema da nostalgia, mas direcionado para outras séries modernas que retratam os anos 80/90, de maneira mais realista e menos idealizada comparado com Stranger Things. Nessas séries, o período histórico não serve apenas como pano de fundo para uma produção de gênero, mas sim como um elemento vivo e autêntico, que passa uma sensação de nostalgia ainda mais fiel e verdadeira para quem viveu aquela época. E o melhor, todas as produções da lista estão disponíveis online, em variadas plataformas de streaming.
Freaks and Geeks (1999–2000)
Se você viveu os anos 80 e o ambiente adolescente de Stranger Things é o que te chama mais a atenção de maneira nostálgica, saiba que Freaks and Geeks pode elevar essa sensação a outro nível. Situada em uma escola durante a década de 80, a série acompanha as desventuras de dois grupos opostos de adolescentes, os mais velhos e doidinhos e os mais novos e viciados em jogos. Uma produção que considero uma espécie de clássico moderno, não só pela sua história e estética cativantes, mas também por ter impulsionado a carreira de diversos atores de destaque, como James Franco e Seth Rogen. Sim, o elenco é recheado de caras conhecidas — mais um motivo para você não perdê-la.
Ao longo dos episódios, nos deparamos com os inúmeros desafios e desilusões, característicos desta fase da vida, retratados de uma maneira extremamente realista e sem filtro — momentos estes que nos provoca uma empatia ainda maior com os personagens, comparado com Stranger Things. Na verdade, para mim, é uma série que tem o potencial de causar um sentimento nostálgico não só nas pessoas que viveram naquela época, como também em todos que se veem representados através das experiências adolescentes (praticamente universais) dos personagens.
It's a Sin (2021)
Vamos agora para uma produção britânica que também fala sobre juventude e amadurecimento, mas com um tom mais dramático que Freaks and Geeks. Por ser uma produção baseada nas experiências reais do criador Russell T. Davies e do seu grupo de amigos da época, It's a Sin é uma série que faz um retrato mais cru e realista dos anos 80 e começo dos 90, especificamente sob o ponto de vista libertário de jovens gays que vivem em Londres, que mais tarde passam a conviver com o problema da AIDS.
Deste ponto de vista, o que encontramos aqui é uma sensação nostálgica muito verdadeira, mas também ambígua e por vezes melancólica. Isso porque a produção se propõe a passar boas memórias e sensações, através da liberdade e ânsia de viver dos personagens (pré-AIDS), mas também por meio dos elementos estéticos, como as músicas, os figurinos e a ambientação. No entanto, evoca também memórias não tão agradáveis, ao retratar uma geração que conviveu com um vírus que, infelizmente, tirou a vida de muitas pessoas. It's a Sin é uma homenagem comovente, autêntica e sensível a todos que viveram este período e guardam verdadeiras lembranças emotivas de uma época marcada por contrastes.
Halt and Catch Fire (2014–2017)
Aos espectadores que surtam toda vez que aparece um aparelho tecnológico familiar em Stranger Things, não pense duas vezes antes de assistir Halt and Catch Fire, um drama de época centrado na revolução tecnológica dos anos 80 (pegando também o início da década de 90), bem como nos inventores (fictícios) do computador pessoal. Uma produção que recomendo muito aos interessados em histórias onde a tecnologia age como uma espécie de personagem, semelhante a Mr. Robot.
Na minha visão, é uma série que tem uma capacidade ímpar de passar um sentimento nostálgico através da tecnologia, principalmente às pessoas que presenciaram a evolução dos computadores e de outros aparelhos tecnológicos ao longo das décadas. No entanto, é uma produção igualmente apelativa aos mais jovens que utilizam a internet de maneira natural, mas que têm interesse em conhecer os bastidores por trás da sua invenção, além de presenciar visualmente um mundo e um estilo de vida pré-internet.
GLOW (2017–2019)
Já deu para perceber com It's a Sin, que a década de 80 foi marcada por um contraste muito grande entre um efervescer cultural e uma realidade social mais delicada. Aspectos estes que também são evidenciados em GLOW, uma série da Netflix que faz uma representação desta era através do olhar de mulheres lutadoras de wrestling, que enfrentavam cotidianamente o sexismo daquela sociedade.
À semelhança de Stranger Things, a série também utiliza uma porção de símbolos pop que marcaram a época, como por exemplo através dos doces e da moda bastante extravagante e colorida. No entanto, o seu aprofundamento nas questões existenciais e emocionais das personagens principais, acaba por passar um retrato mais fidedigno do tempo e do ambiente que circundam essas figuras. Além disso, é uma produção que indico bastante para você que está à procura de séries de época com protagonistas mulheres, como Maravilhosa Sra. Maisel.
Red Oaks (2014–2017)
Neste passeio por diferentes gêneros, chegamos a Red Oaks, uma comédia situada nos anos 80, com uma vibe de esporte similar a Ted Lasso, que conta a história de um jovem universitário que trabalha em um clube de tênis. Mesmo sem ter o tom sério e realista de outras séries já comentadas, como Halt and Catch Fire, esta produção não fica buscando forçadamente inúmeras referências de época como Stranger Things.
Pelo contrário, seu humor é construído a partir dos personagens que habitam aquele mundo de maneira natural e não idealizada. Para quem está em busca de um sentimento nostálgico mais acolhedor e reconfortante, através de uma série prazerosa de se assistir, Red Oaks pode ser a escolha certa. Além disso, assim como Freaks and Geeks, por trazer um protagonista em fase de amadurecimento, acaba por evocar no público um sentimento de identificação muito grande.





























































































