O universo de The Good Witch, também conhecido no Brasil como A Bruxa do Bem, já nos alegrou com diversas aventuras de Cassie Nightingale, a mulher com habilidades mágicas que mora em Middleton, através de sete filmes lançados pelo Hallmark Channel (canal norte-americano por assinatura) e uma série (posterior) intitulada Good Witch — essa felizmente disponível na Netflix.
Neste guia da JustWatch, conheça todas as produções da franquia e saiba também a ordem certa para assistir aos filmes e à série, seguindo as datas de lançamento — que também coincidem com a ordem cronológica. Se você está à procura de histórias de bruxas mais leves para ver em família neste Halloween, mas com um toquezinho especial de magia, certamente está no lugar certo.
1. A Bruxa do Bem (2008)
Caso você não conheça a franquia, mas tenha uma leve sensação de já ter visto o seu nome em algum lugar, saiba que você pode já ter se deparado com o primeiro filme de A Bruxa do Bem durante a Sessão da Tarde, da Rede Globo, que chegou a exibir o longa-metragem com o título traduzido. Trazendo (desde o início até a última produção) Catherine Bell no papel de Cassie Nightingale, o primeiro filme apresenta essa intuitiva e misteriosa protagonista, através da sua chegada em Middleton para habitar uma casa considerada ‘mal assombrada’.
Para mim, uma das suas maiores virtudes, é que, ao invés de cair no lugar-comum de explorar um enredo de bruxas com poderes extraordinários, malignos ou outras coisas do tipo, característicos de filmes como Jovens Bruxas, o longa se utiliza deste tema para contar uma história que funciona muito mais como uma metáfora da aceitação do diferente, do excêntrico. Isso, claro, refletido através da protagonista, uma mulher que apesar do preconceito sofrido na nova cidade, continua utilizando a sua sutil habilidade mágica (de intuição) para ajudar as pessoas.
2. A Bruxa do Bem 2 (2009)
No segundo filme da franquia, intitulado A Bruxa do Bem 2, Cassie resolve se estabelecer de verdade em Middleton, inclusive, vivendo um novo relacionamento. Porém, a chegada de um homem misterioso que diz ser parente da antiga proprietária da sua casa, novamente tira a sua paz. O tom agradável de uma leve comédia familiar é mantido, muito semelhante à clássica série adolescente Sabrina, a Aprendiz de Feiticeira, mas dessa vez invertendo o conflito da protagonista: agora, o problema passa a ser o ‘novo estranho’ da cidade e as suas verdadeiras intenções.
Na minha visão, é um filme que acaba por seguir à risca os elementos que popularizaram o primeiro A Bruxa do Bem, mas com a diferença de que este começa a explorar o lado mais romântico da franquia, através da relação de Cassie com Jake, o chefe de polícia local.
3. A Bruxa do Bem 3: A Magia do Natal (2010)
A maioria das pessoas não marcariam um casamento nas vésperas do Natal, mas este não é o caso de Cassie e Jake, que estão prestes a se juntar oficialmente, ao mesmo tempo em que as festas de fim de ano se iniciam. Sem contar também, um novo problema que surge na cidade, que clama pela intervenção de Cassie, com os seus poderes. Ou seja, se você gostou do tom mais romântico de A Bruxa do Bem 2, a sua continuação promete sublinhar esse aspecto ainda mais.
Sim, a terceira produção da franquia também é um típico filme de Natal: uma trama que prova a importância da família, com um sentimentalismo entre os personagens mais exacerbado, e um conflito que envolve novamente a chegada de um estranho — mas, dessa vez, similar ao filme Esqueceram de Mim, já que um criminoso que escapou da prisão se volta contra os moradores de Middleton, principalmente contra Jake. Para mim, é um filme que pode satisfazer o gosto tanto dos amantes de romances sobre casamentos, ou romances que se passam na época natalina. A boa notícia é que A Bruxa do Bem 3: A Magia do Natal está disponível no Looke.
4. A Bruxa do Bem 4 (2011)
Já percebemos que o conflito de todos os filmes acontece a partir da chegada de um estranho na cidade. E em A Bruxa do Bem 4, isso não é diferente, uma vez que uma prima distante de Cassie chega em Middleton causando uma série de conturbações. Convenhamos, um motivo que faz com que o quarto filme não supere as expectativas.
Dito isto, a fórmula que acabou resultando nos três longas anteriores, a meu ver, acaba por ficar um tanto quanto saturada no quarto filme. Isto é, já sabemos quase toda a estrutura que irá ser seguida: alguém estranho aparece, gera conflito, a protagonista intervém, e o antagonista no fim acaba por sofrer alguma mudança. Apesar de continuar sendo uma produção leve e divertida, acaba por ser um filme menos impactante do que os anteriores, por conta da sua previsibilidade.
5. A Bruxa do Bem 5 (2012)
Agora, já nos braços da população de Middleton, Cassie Nightingale foi eleita a nova prefeita da cidade (quem diria, não?), além de ter dado à luz à sua primeira filha biológica, Grace — que mais tarde se torna uma das protagonistas da série Good Witch, o revival contemporâneo da conhecida franquia. Mas calma, junto com essas duas preocupações da personagem, junta-se ainda a chegada de sua mãe adotiva, que ela não via há muitos anos. Ou seja, um filme ainda mais focado na dinâmica familiar.
Vale pontuar que A Bruxa do Bem 5 é um longa menos fantasioso e mágico que A Bruxa do Bem 4, mas que carrega um drama familiar bastante complexo e profundo (o que acaba compensando), já que a protagonista passa pela fase da maternidade, ao mesmo tempo que tem que aprender a voltar a ser uma filha. Na minha perspectiva, não deixa de ser uma instigante história que começa a explorar mais a fundo as relações entre mãe e filha (o que acaba por ser melhor desenvolvido em Good Witch), abordagem semelhante ao que encontramos na série Gilmore Girls, por exemplo.
6. A Bruxa do Bem 6 (2013)
Agora sim, a magia está de volta de uma maneira mais determinante no enredo do filme, em contraponto à narrativa mais pé no chão e terrena de A Bruxa do Bem 5. Isso porque, em A Bruxa do Bem 6, o aniversário de Cassie está prestes a chegar e as coisas parecem que não andam tão bem quanto poderiam. Seus últimos conselhos não funcionam, sua loja acaba de pegar fogo, e uma maldição (relacionada com o seu aniversário) também atormenta Cassie e sua família.
No entanto, tudo isso aparece como um desafio para que a protagonista reveja algumas questões do seu passado, para poder se reconectar novamente com os seus dons. Um filme que, na minha opinião, não decepciona, justamente por conseguir não só recuperar o elemento fantástico, como também destrinchá-lo de maneira mais profunda, através dos segredos familiares por trás das habilidades mágicas da personagem.
7. A Bruxa do Bem 7 (2014)
Como conclusão dos filmes de The Good Witch e preparação para a série spin-off que se seguiu, pode-se dizer que A Bruxa do Bem 7 fechou um ciclo para abrir outro, com uma história emocionante em que Cassie, com o seu poder de intuição, ajuda diversas pessoas a enfrentarem variados problemas e obstáculos pessoais (um elemento que reflete a essência da personagem, exposto no primeiro A Bruxa do Bem de maneira muito sensível). Porém, agora temos uma protagonista muito mais madura (comparada ao primeiro filme), e que atinge um grau de sabedoria ímpar — que reflete nos seus conselhos mais acertados.
Um término bastante impactante e emocionante e que, além de encerrar alguns arcos narrativos, acabou semeando outros, para que fossem explorados posteriormente através da série. Creio que é um filme que genuinamente deixa uma sensação de ‘até logo’, ao invés de fazer apenas uma recapitulação nostálgica das obras anteriores — e isso é de se valorizar.
Good Witch (2015–2021)
O hiato de apenas um ano entre as produções também se manteve para o lançamento da série Good Witch, que acompanha, ao longo de sete temporadas, os desdobramentos da família formada por Cassie, sua filha Grace e seus enteados Brandon e Lori, após o trágico falecimento do seu marido Jake. Por ser uma série com uma estética mais refinada e com um investimento maior (comparada aos filmes), é uma produção que consegue atingir um leque mais variado de espectadores.
Além disso, conta também com um roteiro bem elaborado, que não explora somente o lado mais leve da história, como também traz temas mais profundos e personagens mais bem construídos. Uma série que, na minha visão, pode agradar não só os fãs dos filmes anteriores, como também àqueles que gostam de séries dramáticas mais leves, mas que não trazem necessariamente uma história fantástica, como é o caso de Doces Magnólias — ambas produções disponíveis na Netflix.
As três primeiras temporadas se aprofundam no relacionamento de Cassie com o novo vizinho, Sam, bem como na história do seu passado e a sua ligação com a cidade. A química do novo casal funcionou muito bem, o que fez com que o clima otimista — tão característico dos filmes — voltasse a reinar ao longo do desenvolvimento da trama, após o episódio trágico. As temporadas seguintes apresentaram mistérios ainda mais desafiadores à protagonista, muitos novamente ligados à história da sua família. Além dessa jornada de autoconhecimento, sem deixar de continuar ajudando as pessoas com os seus dons, Cassie também passou a dividir o protagonismo da série com a sua filha Grace, seu recém-marido Sam, e sua melhor amiga Stephanie — personagens que passam a ter um foco muito maior.
Para quem sempre gostou dos momentos ‘mágicos’ dos filmes, penso que não vai se decepcionar com os rumos que as últimas temporadas tomaram, passando a valorizar cada vez mais os elementos sobrenaturais da família de Cassie. O que acabou por subverter um pouco a questão do uso ‘sutil’ de magia apresentado em A Bruxa do Bem, para explorar este elemento de maneira mais profunda, apresentando truques ainda mais sofisticados. Por esse motivo, Good Witch é uma produção que, ao fim, a meu ver, pode ser chamada, genuinamente, de uma série sobre uma bruxa. E por sinal, uma bruxa do bem!


































































































