É importante dizer que se hoje a adaptação de jogos de videogame para o cinema já é algo corriqueiro na indústria, isso se deve ao fato de Resident Evil ter sido um ponto fundamental para a popularidade e ascensão deste tipo de produção.
A história pós-apocalíptica de zumbis, atingiu desde os fãs de jogos de terror, até os cinéfilos que adoram filmes de ação. Por isso, nada mais justo do que embarcarmos em uma viagem passando por todos os filmes da franquia, por ordem de lançamento, além de listarmos também as outras produções (séries e animações) geradas no mesmo universo, listadas separadamente por serem bastante diferentes.Todas as produções estão disponíveis online, em serviços de streaming como Netflix, Prime Video, HBO Max e Apple TV. E, para os mais ansiosos em relação ao futuro de Resident Evil, saiba que a Sony Pictures já anunciou que um novo reboot deve chegar às salas de cinema em 2026!
Filmes live-action de 'Resident Evil’ em ordem
1. Resident Evil: O Hóspede Maldito (2002)
Apesar de ser adaptado do jogo da Capcom, Resident Evil: O Hóspede Maldito ganhou uma narrativa própria com personagens e momentos que não acontecem no game. Por ser o primeiro filme da franquia, acabou por dividir as opiniões por conta dessa decisão. No entanto, mesmo divagando da história original, o longa conseguiu trazer o ambiente claustrofóbico e sinistro característico do jogo. Mas, adicionando inúmeras sequências de ação, como um apelo para conquistar um público maior no cinema. O que acabou por dar certo, tendo em vista o seu sucesso de bilheteria.
O filme que apresenta Alice (Milla Jovovich) lutando contra zumbis infectados por um vírus que escapou do laboratório da Umbrella Corporation, mistura elementos característicos do terror, com outros da ficção científica. Como se George Romero (de A Noite dos Mortos-Vivos) e Ridley Scott (de Alien - O 8º Passageiro) dirigissem um filme juntos, mas (ao meu ver) com um estilo visual bastante exagerado.
2. Resident Evil 2: Apocalipse (2004)
Após o sucesso do primeiro longa, não demorou muito para que o segundo chegasse aos cinemas. Resident Evil 2: Apocalipse continua a saga de Alice, mas agora tentando sair de Raccoon City (antes de uma bomba nuclear atingir a cidade), que está infestada de criaturas mutantes. Tanto a Prime Video, como a Netflix, têm o filme disponível para os assinantes.
Para você que gostou das cenas de ação de Resident Evil: O Hóspede Maldito, não ficará frustrado com este, já que expande ainda mais este aspecto, inclusive, lembrando um pouco o ritmo mais acelerado de Extermínio 2. Isto porque é uma obra que amplia a escala do vírus, consequentemente explorando mais cenas de ação, com proporções ainda maiores. Se existia uma dúvida, de se a franquia iria pender mais para o lado do terror ou para o lado da ação, essa dúvida foi rapidamente tirada.
3. Resident Evil 3: A Extinção (2007)
O deserto de Nevada é o palco de Resident Evil 3: A Extinção, que retoma a história da luta de Alice contra a Umbrella Corporation, dessa vez, através de um road-movie que acompanha a travessia da protagonista e outros sobreviventes, para conseguir chegar a um território seguro no Alasca.
Pessoalmente falando, o cenário de um deserto pós-apocalíptico (provavelmente por conta da influência de Mad Max) evoca imagens muito interessantes, fazendo com que este seja um dos filmes mais atraentes da franquia. Não só estéticamente, mas também narrativamente, já que explora mais a fundo o espírito de liderança da protagonista (que já vinha sendo aflorado em Resident Evil 2: Apocalipse), em uma dinâmica de grupo.
4. Resident Evil 4: Recomeço (2010)
O quarto filme, intitulado Resident Evil 4: Recomeço, foi todo pensado para maximizar a experiência tridimensional dos espectadores, sendo o primeiro título em 3D da franquia. Além disso, Paul W. S. Anderson (diretor de Resident Evil: O Hóspede Maldito) voltou a comandar a produção, que trouxe Alice ao lado de personagens já conhecidos do game, como Chris e Claire Redfield.
No entanto, essa inovação visual que, na teoria, ajudaria no crescimento da franquia, acabou, de certa forma, atrapalhando. Isso porque, a preocupação visual acabou ofuscando o desenvolvimento narrativo do filme. O que fica muito claro em algumas sequências nitidamente construídas apenas para evidenciar a tecnologia, mas que, narrativamente falando, acabam sendo desnecessárias. Algo semelhante com o que aconteceu com Independence Day: O Ressurgimento.
5. Resident Evil 5: Retribuição (2012)
Dez anos após o lançamento do primeiro filme live-action inspirado no videogame, estreou o quinto longa, Resident Evil 5: Retribuição, também conhecido como o filme menos apelativo aos fãs da franquia.
Tal fato pode ser explicado pela falta de concisão do roteiro do filme, que abandona abruptamente alguns arcos narrativos que foram desenvolvidos ao longo da franquia. Tudo isso, em detrimento, assim como Resident Evil 4: Recomeço, de construir uma obra com um maior apelo visual, explorando aleatóriamente inúmeras cenas de ação mais supérfluas, de Alice lutando contra monstros, clones e zumbis, na tentativa de escapar das garras da Umbrella Corporation.
Em contrapartida, se você pretende assistir a um dos filmes da franquia sem nenhum tipo de comprometimento com a história geral, talvez possa ser uma boa dar uma chance para Resident Evil 5: Retribuição na Netflix.
6. Resident Evil 6: O Capítulo Final (2016)
Com a maior bilheteria mundial da franquia, e uma das melhores avaliações da crítica, Resident Evil 6: O Capítulo Final encerrou a série de filmes protagonizados por Milla Jovovich, com a inteligente estratégia (nostálgica) de recuperar elementos de Resident Evil: O Hóspede Maldito, colocando Alice fazendo o caminho de volta até onde tudo teve início: o laboratório subterrâneo em Racoon City, também conhecido como Colmeia.
Desta vez, Paul W. S. Anderson acertou em cheio ao atingir um equilíbrio perfeito entre as cenas de ação e o desenvolvimento dos conflitos dos personagens, como se tivesse misturando as principais virtudes dos três primeiros filmes, para construir um capítulo final (da luta de Alice versus a Umbrella) bastante satisfatório. Vale pontuar que essa opinião não é uma unanimidade, já que muitos fãs continuaram achando um tanto quanto confusa a conclusão da saga.
7. Resident Evil: Bem-Vindo a Racoon City (2021)
O longa-metragem pensado para uma nova geração de espectadores de Resident Evil traz de volta alguns dos personagens mais importantes da franquia, neste reboot que conta com Kaya Scodelario no papel da agora protagonista Claire Redfield.
Ao contrário de Resident Evil: O Hóspede Maldito, que estabeleceu uma narrativa que divaga do game, Resident Evil: Bem-Vindo a Racoon City é uma adaptação mais fiel aos primeiros jogos da franquia, tanto no que diz respeito ao tom mais sombrio e misterioso de uma produção genuinamente de terror, quanto da história, que trouxe os mesmos protagonistas dos jogos. Para aqueles que gostam muito dos games, e sofrem internamente com o distanciamento dos filmes anteriores, provavelmente não ficarão decepcionados com este reboot.
Outras produções e animações do universo de ‘Resident Evil’
1. Resident Evil: Degeneração (2008)
Para os fãs de animação em CGI, saiba que existe um mundo à parte para ser explorado. Começando pela primeira animação (japonesa) intitulada Resident Evil: Degeneração, também um filme com uma pegada muito mais fiel ao game, tanto na sua história, que se passa dentro do mesmo universo de personagens, quanto no seu tom, que também traz elementos do terror.
Para quem conhece os primeiros jogos da franquia, ver Leon S. Kennedy e Claire Redfield juntos novamente, tentando derrotar zumbis dentro do aeroporto de Harvardville, convenhamos, é algo a não se perder. Visualmente falando, o filme tenta construir uma estética que também remete aos jogos de videogame.
2. Resident Evil: Condenação (2012)
Resident Evil: Condenação é uma sequência de Resident Evil: Degeneração, mas dessa vez, apresentando um enredo com uma escala mais global, onde Leon volta à ação para investigar a suspeita de utilização de armas bio-orgânicas em guerras no leste europeu.
Um filme que provou que a Sony e a Capcom não estavam apenas ‘experimentando’ um novo formato, mas sim jogando todas as suas cartas em uma produção que poderia render ainda mais frutos. O longa trouxe um estilo de animação em CGI ainda mais aperfeiçoado, o que refletiu na excelente recepção da crítica, dos fãs dos games e (acredite) até dos apreciadores de animes.
3. Resident Evil: A Vingança (2017)
Com uma estética ainda mais realista em relação aos dois filmes anteriores, Resident Evil: A Vingança novamente centra sua história em uma investigação de contrabando de armas bio-orgânicas. No entanto, dessa vez, a animação explora também o enredo do irmão mais velho de Claire, Chris Redfield, agente de combate ao bioterrorismo.
É um longa que deixa um tanto a desejar, justamente por cair de novo (assim como o quarto e quinto filme da sequência live-action) no erro de achar que as cenas de ação, por si só, são capazes de carregar toda a obra. Porém, aos que cansaram de assistir aos filmes de Resident Evil ambientados em cidades fictícias, esta animação pode ser uma boa opção, já que se passa em Nova York.
4. Resident Evil: No Escuro Absoluto (2021)
Após o sucesso dos primeiros filmes de animação, a Netflix resolveu investir em uma série animada, chamada Resident Evil: No Escuro Absoluto. Apenas com uma temporada, a produção coloca novamente a dupla de pesos pesados, Claire e Leon, juntos para investigar — acredite se quiser — um ataque de zumbis que aconteceu dentro da própria Casa Branca.
Dá para notar que o investimento na série não foi pequeno, já que o nível de detalhes da animação é claramente mais sofisticado. Eu diria que é uma produção para todos os gostos. Isso porque ela consegue atingir desde os fãs dos filmes live-action, já que sua história é acompanhada de excelentes cenas de ação, até os fãs dos jogos e das animações anteriores, por conta da sua estética semelhante, e por se situar entre o quarto e o quinto game.
5. Resident Evil: A Série (2022)
Além dos filmes com Milla Jovovich e das animações, foi produzida uma série live-action da Netflix, intitulada Resident Evil: A Série, que também tem apenas uma temporada. Voltando a uma pegada narrativa mais distante dos jogos, semelhante a Resident Evil: O Hóspede Maldito, mas agora com um enredo completamente original e duas protagonistas novas, a produção apresenta duas linhas do tempo distintas, uma delas em 2022, e a outra, uma década depois — adivinhe só — em um mundo pós-apocalíptico devastado pelo T-vírus.
Sinceramente, apesar da intenção ter sido boa (renovar a franquia com uma série original para um público mais hardcore), o resultado não foi lá grande coisa. A previsibilidade da história, que adota inúmeros clichês de filmes de terror, é um desses fatores que prejudicam. Além de se distanciar muito dos games e dos filmes live-action — o que também atrapalhou na sua recepção. No entanto, se você gosta de terror mais gore tipo Ash vs. Evil Dead, que faz parte da franquia Evil Dead, essa pode ser uma boa opção para você.
6. Resident Evil: Ilha da Morte (2023)
Pensou que tinha acabado? Ainda dá tempo de um último filme japonês de animação em CGI que se passa na icônica ilha de Alcatraz, consumida pelo vírus. Continuação direta de Resident Evil: A Vingança, Resident Evil: Ilha da Morte retoma a história com o mesmo tom sinistro e amedrontador estabelecido por Resident Evil: Degeneração, além de ser uma produção especial por juntar personagens icônicos, como Leon, Chris, Claire e Jill em uma só investigação.
Uma fórmula perfeita para chamar a atenção dos apreciadores mais nostálgicos dos games, onde além de trazer personagens emblemáticos juntos, busca também os elementos mais clássicos dos jogos. Talvez seja, dentre todas as animações, aquela que é mais direcionada aos fãs, excluindo um pouco o público mais geral, que pode ficar perdido em uma história com tantos personagens reunidos.