Quem não adora um triângulo amoroso não sabe o que está perdendo quando o assunto é cinema. Não importa se a história anda lado a lado com o drama, o romance ou a comédia, filmes com essa temática sempre são interessantes, dividindo a opinião do público ou até mesmo criando torcidas unilaterais ao retratar escolhas difíceis, paixões arrebatadoras e dilemas que dizem muito sobre o que é o amor.
Com o lançamento de Amores Materialistas, novo filme da prestigiada diretora Celine Song que já alcançou US$ 92 milhões em bilheteria, ressurgiram os debates que acompanham produções sobre triângulos amorosos. Você é do tipo que prefere as histórias trágicas como Titanic, carregadas de humor como O Casamento do Meu Melhor Amigo, ou repletas de drama adolescente como Crepúsculo?
Nesta lista da JustWatch, descubra tudo sobre Amores Materialistas e outros 15 filmes incríveis com triângulos amorosos, além de saber em quais serviços de streaming assistir à eles.
Amores Materialistas (2025)
Trazendo um toque de modernidade para esta lista, o recente e curioso Amores Materialistas traz Dakota Johnson no papel de Lucy, uma casamenteira de sucesso, mas incapaz de decidir se o melhor para seu futuro é ficar com o ricaço Harry Castillo (Pedro Pascal) ou com o garçom aspirante a ator John (Chris Evans).
Há quem diga que Amores Materialistas se vendeu como um filme de triângulo amoroso, mas não entregou isso, o que não é verdade. Apesar dos pesares, a dúvida de Lucy tem fundamento, e mesmo que isso precisasse ficar mais claro, o filme também vai além do dilema da personagem, abordando assuntos como privilégio, consciência de classe e o direito de amar, o que já o torna interessante, especialmente se você gostou de produções como O Diabo Veste Prada.
Vidas Passadas (2023)
Amores Materialistas não será o primeiro filme de Celine Song a retratar um triângulo amoroso. Perfeito para quem se apaixonou pela Trilogia do Antes (Antes do Amanhecer, Antes do Pôr-do-sol e Antes da Meia-noite), o sublime Vidas Passadas, indicado aos prêmios de Melhor Filme e Melhor Roteiro Original do Oscar, apresenta Nora (Greta Lee), que vive um casamento feliz, mas é transportada para o passado quando reencontra um amor de infância.
O filme brilha ao ir além da clássica pergunta “Quem ela escolherá?”, trazendo muitas reflexões sobre passado, presente e futuro que envolvem destino, identidade e a difícil tarefa de lidarmos com nossas versões reais e todas as que também poderiam existir. Vidas Passadas se distingue de outros filmes do tipo por seu silêncio, delicadeza e por evitar respostas fáceis, o que o torna único.
Diário de Uma Paixão (2004)
Um clássico dos anos 2000, Diário de Uma Paixão também traz um grande “E se?”, mas de forma mais dramática e arrebatadora que Vidas Passadas, além de ser uma adaptação do livro homônimo de Nicholas Sparks. A história se passa nos anos 1940 e apresenta o drama que envolve o casal Allie Hamilton e Noah Calhoun, interpretados com muita química por Rachel McAdams e Ryan Gosling, cujo triângulo é completado por Lon Hammond, que perde a batalha, mas não é desrespeitado pela história.
Ideal para quem gosta de paixões avassaladoras e intensas, mas menos trágicas que A Culpa é das Estrelas, Diário de Uma Paixão também traz reflexões interessantes, mas aqui são as emoções que falam mais alto. Este é um filme que não tem a intenção de apresentar nuances sobre as escolhas, como Vidas Passadas, mas sim mostrar como, muitas vezes, o amor é puramente catártico — o que funciona muito bem e nos arranca muitas lágrimas.
Rivais (2023)
Como uma espécie de Jules e Jim do esporte, o sexy e divertido Rivais, filme do premiado diretor Luca Guadagnino (Me Chame Pelo Seu Nome), apresenta uma história curiosa. Aqui, Zendaya entrega uma atuação magnética como Tashi, uma ex-prodígio do tênis, que se tornou treinadora do próprio marido, Art (Mike Faist), e cuja presença manipula tanto ele quanto Patrick (Josh O’Connor), ex-melhor amigo de Art e ex-namorado de Tashi.
É a partir dessa premissa que se inicia uma narrativa frenética, repleta de subtextos sobre ambição, que faz o triângulo amoroso ganhar um ritmo frenético ao entrar em quadra e qualquer um se apaixonar por tênis. Aqui, reflexões mais filosóficas dão lugar a uma história moderna e sensual, com diálogos afiados e tensão constante, e que fala menos sobre romance, e mais sobre como amor e a ambição são duas faces da mesma moeda.
O Casamento do Meu Melhor Amigo (1997)
Se você gostou de O Melhor Amigo da Noiva, O Casamento do Meu Melhor Amigo é um clássico obrigatório, que traz um toque diferente e interessante na forma como a história se desenrola. Nessa história icônica, Julianne (Julia Roberts) tenta sabotar o casamento de seu melhor amigo, Michael (Dermot Mulroney), ao se descobrir apaixonada por ele.
O charme do filme é a forma como ele subverte as expectativas do público, fazendo todo mundo torcer por uma protagonista que, na verdade, age de maneiras questionáveis, enquanto Cameron Diaz brilha como a noiva inocente. Aqui, a graça é justamente aceitar a derrota e refletir com muito humor sobre como nem sempre a resposta do triângulo amoroso envolve um final feliz.
O Diário de Bridget Jones (2001)
Inspirado em Orgulho e Preconceito, O Diário de Bridget Jones é um dos filmes mais queridinhos dos anos 2000, que equilibra muito bem humor e romance ao retratar as inseguranças de uma mulher comum, de forma bastante parecida com O Casamento do Meu Melhor Amigo, mas com uma fórmula mais clássica dos filmes de triângulo amoroso. O filme mostra a história de Bridget (Renée Zellweger), uma mulher de 32 anos que está insatisfeita com sua carreira, quando se vê dividida entre seu chefe mulherengo, Daniel (Hugh Grant), e o sério advogado Mark Darcy (Colin Firth).
Bridget é uma personagem divertida, vulnerável e desastrada, tão real que gera aquele tipo de identificação “gente como a gente”. De forma leve, a história se desenrola e mostra que um filme de triângulo amoroso não se faz somente com um bom romance, mas também com muito bom humor e autenticidade.
Casablanca (1942)
Um dos filmes mais românticos de todos os tempos, Casablanca eleva o triângulo amoroso a um patamar épico e é uma ótima escolha para quem quer se aventurar por romances durante a 2ª Guerra Mundial, como o famoso, mas mais moderno Aliados. Aqui, acompanhamos uma história de amor entre o ex-combatente americano Rick Blaine (Humphrey Bogart) e sua antiga paixão, Ilsa (Ingrid Bergman), casada com Victor Lazlo (Paul Henreid).
Mais sério, intenso e cheio de reflexões sobre honra e lealdade, o filme não abre espaço para flertar com a sensualidade ou humor, como O Diário de Bridget Jones, devido ao peso do que acontecia no mundo durante a época retratada. Isso porque a escolha dos personagens lida com um dilema que envolve seus desejos ou encontrar uma maneira de escapar dos horrores de seu contexto, retratando temas mais sérios.
O Fantasma da Ópera (2004)
Com a grandiosidade dramática de Casablanca, mas um toque de teatralidade extremamente charmoso, O Fantasma da Ópera é um filme baseado no clássico livro homônimo que também foi adaptado para musical, e que levou ao cinema as inúmeras camadas desta história sobre escolhas difíceis. Na trama, acompanhamos a talentosa cantora Christine Daaé (Emmy Rossum), cuja beleza e sucesso chamam a atenção do Visconde Raoul de Chagny (Patrick Wilson), o que causa a ira de seu misterioso tutor: o Fantasma da Ópera (Gerard Butler).
Com uma estética grandiosa e figurinos encantadores, que oferecem um vislumbre dos anos 1900, a história acompanha um tenso e sensual triângulo amoroso, obrigatório para quem ama um drama, onde o amor e o desejo se confundem de forma perigosa e representam muito mais do que os olhos enxergam à primeira vista: a escolha entre uma vida dentro das normas sociais ou a liberdade proporcionada pela arte. O filme é perfeito para quem se apaixonou por O Corcunda de Notre Dame e Moulin Rouge.
Ela Quer Tudo (1986)
Em Ela Quer Tudo, filme do premiado diretor Spike Lee, temos não apenas um triângulo amoroso, mas sim um quadrângulo — e dos bons! — já que a artista independente Nola Darling (Tracy Camilla Johns) tem três namorados: o mocinho Jamie Overstreet (Tommy Redmond Hicks), o rico e narcisista Greer Childs (John Canada Terrell) e o tagarela Mars Blackmon, interpretado pelo próprio Lee.
Este é um filme à frente de seu tempo em comparação com muitas histórias sobre romance, que fala sobre a liberdade sexual feminina e a interseccionalidade que envolve o tema quando novas camadas, como raça, são acrescentadas à ele. Quebrando expectativas ao colocar a autonomia de uma mulher no centro da narrativa, o longa é divertido, provocativo e político, sendo menos “sobre quem ela vai escolher” e mais sobre por qual motivo uma escolha deve ou não ser feita. Vale lembrar que a história foi atualizada na série de mesmo nome, Ela Quer Tudo.
Titanic (1997)
Clássico do diretor James Cameron, Titanic traz uma história fictícia única em meio a uma tragédia real: o naufrágio do navio de mesmo nome que aconteceu em 1912. A narrativa começa animada, mas não se engane, você sabe que isso terminará em lágrimas. Aqui, somos apresentados a Jack Dawson (Leonardo DiCaprio), que durante a viagem se apaixona pela jovem Rose Bukater (Kate Winslet), prometida para o afortunado Caledon Hockley (Billi Zane).
Perfeito para quem gosta de amores trágicos como Desejo e Reparação, Titanic é um dos maiores romances da história do cinema, emoção pura, capaz de conquistar qualquer um com sua história trágica e o apelo universal de amor impossível que o filme carrega. Vale lembrar inclusive que Jack e Rose parecem tão feitos um para o outro, que geralmente as pessoas esquecem que esta é uma história de triângulo amoroso, mas tudo bem, pois Caledon realmente merece ser ignorado.
Adoráveis Mulheres (2019)
Assim como Titanic, Adoráveis Mulheres traz um contexto histórico, pois é baseado no livro escrito por Louisa May Alcott no fim dos anos 1960, mas o filme da diretora Greta Gerwig mostra uma história em que sua protagonista tem mais poder de decisão que Rose, ainda que a vida das mulheres de sua época continuasse desafiadora. Aqui, conhecemos a história das irmãs Jo (Saoirse Ronan), Beth (Eliza Scanlen), Meg (Emma Watson) e Amy (Florence Pugh), enquanto elas amadurecem, saindo da adolescência para descobrir o que é a vida adulta.
Para além das diversas reflexões que a produção traz sobre escrita e o papel das mulheres na sociedade da época que o filme retrata, mas que certamente ainda refletem no mundo atual, há ainda o triângulo amoroso formado por Jo, Amy e Laurie (Timothée Chalamet), que é importante para a história, mas não seu tema principal. Cheio de diálogos marcantes, o triângulo divide muitos fãs da história e é polêmico por si só, afinal de contas, o mocinho está interessado por duas irmãs. Família, família, amores à parte? Não neste filme. Algo que pode interessar os fãs de O Verão que Mudou Minha Vida.
Além dos Limites (2000)
Assim como Rivais, Além dos Limites também é um filme sobre esporte e triângulos amorosos, mas aqui o romance e o drama imperam no lugar do dinamismo e da sensualidade — o que não é nem um pouco ruim, apenas diferente. Nesta história acompanhamos o relacionamento entre Quincy e Monica, dois atletas que se conheceram por meio do basquete e que apostam o futuro de seu relacionamento em uma partida um contra o outro.
Mais emocional e romântico, Além dos Limites é uma joia desconhecida em meio aos filmes de triângulo amoroso, que acerta em cheio ao mostrar como relacionamentos evoluem ao longo do tempo e como um amor não é feito somente de paixão, mas também de sacrifícios e entregas — mesmo quando há competitividade envolvida no caso. O filme também é ideal para quem curtiu A Guerra dos Sexos, retratando muito bem as dificuldades que as mulheres enfrentam no esporte, tudo com um toque a mais de romance.
Você Nem Imagina (2020)
Como uma espécie de Cyrano de Bergerac moderno, o filme Você Nem Imagina traz uma camada de representatividade LGBTQIAP+ para este clássico francês, ao contar a história de Ellie Chiu (Leah Lewis), uma tímida adolescente lésbica aceita ajudar Paul (Daniel Diemer) a conquistar a popular Aster (Alexxis Lemire), sem que ele perceba que ela também é apaixonada pela garota.
Assim como Ela Quer Tudo, o filme traz uma série de discussões importantes sobre seu tema central, embora não seja tão impactante quanto o filme de 1986. Além disso, as reflexões sobre amor desse triângulo amoroso inusitado sabem se sustentar sem cair em tantos clichês, que podem ser tão bem-vindos quanto cansativos em filmes parecidos. De forma delicada, mas também descontraída, Você Nem Imagina fala principalmente sobre autodescoberta e aceitação, e lembrando histórias como Com Amor, Simon.
Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976)
Baseado no romance escrito pelo famoso autor brasileiro Jorge Amado, Dona Flor e Seus Maridos é uma história hilária, que combina Carnaval, drama e fantasia ao apresentar Dona Flor (Sônia Braga), viúva que se apaixona pelo gentil farmacêutico Teodoro Madureira, mas vive um triângulo amoroso, já que seu falecido esposo Vadinho (José Wilker) retorna para ela como um fantasma.
Misturando realismo mágico, humor e erotismo de forma única, Dona Flor e Seus Dois Maridos é uma história ousada e inesquecível do cinema brasileiro, que inclusive chegou a alcançar sucesso internacional, recebendo uma indicação ao Globo de Ouro por Melhor Filme Estrangeiro. Entre a saudade, o desejo e a moralidade, Sônia Braga entrega uma Dona Flor icônica, cheia de conflitos internos, mas que na hora do vamos ver, sabe o que quer.
Vale lembrar que a história também foi adaptada em 1998, como a minissérie Dona Flor e Seus Dois Maridos, e recentemente ganhou uma nova versão em filme, resultando em Dona Flor e Seus Dois Maridos, com Juliana Paes como a protagonista.
Closer - Perto Demais (2004)
E aqui está mais um quadrângulo amoroso para esta lista. Perfeito para quem curtiu o clássico Quem Tem Medo de Virginia Woolf?, o filme Closer - Perto Demais, do diretor Mike Nichols, acontece em meio a uma teia repleta de infidelidades, diálogos afiados e personagens em constante contradição: o aspirante a escritor Dan (Jude Law), a striper Alice (Natalie Portman), a fotógrafa bem sucedida Anna (Julia Roberts) e Larry (Clive Owen).
Abordando as dores e as complexidades dos relacionamentos amorosos, este é um daqueles filmes que mexem com quem dá uma chance à ele, mas de um jeito mais cru e menos idealizado que a maior parte das comédias românticas que apareceram por aqui. O longa explora o amor como falho, confuso e, muitas vezes, doloroso, entregando um drama profundo, que corresponde ao mundo real — lembrando um pouco Encontros e Desencontros, embora mais cruel.
Crepúsculo (2008)
Se cada geração tem seu próprio clássico, podemos tranquilamente estabelecer que Crepúsculo é o Casablanca dos anos 2000, com a adição de muitas criaturas fantásticas. Há quem diga que ser #TimeEdward ou #TimeJacob nem chega a ser uma verdadeira questão na saga baseada nos livros da autora Stephenie Meyer, mas a verdade é que este dilema dividiu os fãs da obra por anos e muita gente por aí adoraria escolher entre um vampiro e um lobisomem como par romântico (pelo menos neste mundo ficcional).
Em Crepúsculo, a jovem Bella Swan (Kristen Stewart) se envolve em uma história cheia de segredos e fantasia ao lado de Edward Cullen (Robert Pattinson) e Jacob (Taylor Lautner). Os quatro filmes da saga podem ser considerados menos sofisticados por muitos, mas são uma obra-prima adolescente que marcou uma geração inteira, e a prova de que o coração do público importa tanto quanto o da crítica especializada.


































































































